Poesia sobre a Seca
Olho para mim...
Talvez para trás a dor passou
O vazio é como um deserto.
Sem vida que seca todos os dias.
As noites virão para ti em silêncio
Olha-me
Pede-me
Procura-me
No desespero da minha partida.
Nas palavras de consolo.
Pelos cantos da casa.
Nos passeios de mãos dadas.
Nas noites de lua cheia.
No perfume que ficou.
Nas roupas da nossa cama...
Dos nossos jantares.
Dos olhares..
Nas tuas lembranças,
No teu passado
O meu passado
Nas minhas lágrimas que ainda não secaram.
No desejo que sinto da tua boca.
Dos abraços fortes e sinceros!
Terra seca
Chorei...
Cada lágrima corrida
Deste rio de saudade,
Eu chorei...
Águas banham a terra seca
E não saciam a minha sede.
A semente do amor
Dorme tenra sem dar flores...
Mas cada gota destas lágrimas
Não se perde sem destino...
É gotas feitas o orvalho
Que alimenta o nosso amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
E de repente, sem perceber,
Me vejo sozinha novamente
Como uma folha seca
Ao cair após um vento forte e sombrio
O vento sempre muito intenso
Mostra-me o caminho
para as incertezas e o medo
um lugar a naufragar!
Ele me contou tanta coisa
Do cabelo arrepiar
A vida pela hora da morte
Rondando sempre seca
A gente na trilha sonora
Tempero do vatapá
Deixei amuleto de lua
Prá lhe iluminar
Noites frias
Solidão invade o peito
Coração caloroso
Lábios aflitos
Garganta seca
Olhos fixos
Te procurei a noite inteira
Você não apareceu
Na verdade você nunca veio
Talvez só existisse nos meus sonhos
Você era uma invenção da minha cabeça
Queria muito que fosse real
Mas o que eu sentia era
Tão real quanto a vontade de te ter
Você se foi, aliás você nunca veio
Bagunçou meus sonhos
Iludiu meus pensamentos
Inventei alguém que nunca existiu
Você era real apenas no meu interior
Um dia eu irei trazer você para o mundo real
E você amará ter feito parte da minha vida
E as noites não serão mais frias
Serão quentes e aconchegantes
Bem vinda, solidão
BOCAS
boca aberta, boca seca, boca muda, muda boca!
boca de incontáveis dentes a sorrir ou assustar
boca ardente recoberta de um vermelho fatal
boca nua, boca sua, sua boca pura, boca escura, que surdos ouvidos irão te calar?
Boca em desenho de lábios e curvas e gloss escarlate
boca do lixo, do sangue pisado, do murro vil, boca suja, imunda que vitupera répteis e escarnece do nosso mundo humano, este confuso animal
bocas nossas, vossas, tortas...
cuspindo em poças nosso pecado habitual, do hálito da boca nasce o incontrolável arrepio, e da boca arfante é refém fugidio
boca da noite que agora invade o distraído dia
e as bocas do mundo, entradas de tudo.
as bocas de beijos, os beijos de boca
bocas sábias eu sabia, não podiam deixar de gritar
@MACHADO_AC
O que tinha se transformado em recordação,
sentimento engavetado, como dentro de livro,
seca flor em botão;
o que vivia apenas na saudade das noites insones
e pela manhã, novamente envolto nas névoas do esquecimento;
O que jazia nos caminhos inexplorados,
dos olhos despercebido, esquecido no tempo,
o que era fragmento de história vivida...
Explode num arco-íris de luzes e cores,
ressurgidas no simples reencontro de olhos,
de um segundo, a fração.
Cika Parolin
Cerrado goiano
Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano
Becos do Cerrado
Becos do meu cerrado
Amo a tua melancolia, seca e tortuosa
Teus ipês breves. Teu devaneio encantado
De recantos de chão árido, e flora andrajosa
Teu cascalho roliço, céu cinza e enfumaçado
Deixando a alma da gente, comovida e chorosa
Do pôr do sol nos tordos galhos, luzidio, encarnado
Amo o silencioso horizonte, cheios de tal quimera
Que em polmes dourados e os olhos cheios d’água
Suspiram em poemas de rogo, tal a rudeza, quisera
O vento, em açoites nos buritis, aturando a frágua
Nas frinchas de suas folhas, e que ali então esmera
Que se defende, peleja, viceja e na imensidão vivace
Desenhando o sertão do planalto de intrigante biosfera
Como se a todos nós um canto de resistência declamasse.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina
Folhagem
Cai a folha seca depois da chuva,
mancha o chão de sua dor,
não mais serve a folha,
somente forra o tempo da vida.
Cai a folha seca da estação,
parece que seca a vida.
Morre o tempo de florir,
perde-se o fio da esperança.
Mas nessa imensa vida,
é luz o seu olhar
que, no meu tempo,
é vida sem fim.
Não morre jamais a folha do amor,
das folhas, os frutos...
Onde vive a vida, vive o amor,
o amor sem fim.
É impressionantemente como a vida dá voltas. Onde antes era terra seca e árida.
Hoje floresce os girassóis
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Eu superei a obesidade mórbida deixando pra trás 46 quilos e vencendo um câncer. Não foi, não é e nem nunca será fácil mas acredito que desistir, abandonar-se e não lutar não é escolha e nem deveria ser opção pra ninguém.
Portanto levante todos os dias agradeça a Deus por estar vivo e vista sua armadura e vá lutar você tem uma guerra pra vencer e sonhos pra realizar.
Se não for capaz sozinho peça ajuda as guerras são vencidos por exércitos.
Conte comigo!
Estarei contigo nas trincheiras se você quiser. Meu desejo e oração pra sua vida neste dia é para que Deus faça de você um Grande Vencedor!
Um realizador de sonhos!
É isso que eu quero pra vida. Ser uma realizadora de sonhos.
Esperança do nordestino
Como é difícil abandonar sua terra
A seca é cruel e não espera
Em busca de uma vida melhor todos almejam
Arrumar o sustento para aqueles que ficaram
A viagem para o sudeste é muito cansativa
Longa, num pau de arara e cheia de expectativa
De conseguir trabalho nesse lugar desconhecido
Para um nordestino longe de casa e esquecido
Muitos não conseguem voltar
Se viram como podem nesse novo lugar
Na esperança de um dia poder retornar
Para seu nordeste querido que um dia foi seu lar
Quando menos se espera, anos se passaram
Apenas lembranças e saudades restaram
Sotaques e costumes desapareceram
Filhos e novas famílias apareceram
E assim encontraram seu novo lar no sudeste
Deixando para trás as dificuldades do nordeste
Com um sonho distante de mudar de vida
Sem esquecer das raízes de sua terra querida
A cabeça dói
O corpo partilha da dor da alma
Os olhos inchados
A boca seca
O corpo treme
O medo dentro da gente
A ansiedade tomando lugar
Um lugar que não é dela
A cabeça dói
O corpo sente
A alma vagueia
Por caminhos tão distantes
Buscando o que quer
A alma é sem dono
Vagal, sem fronteira, sem rumo
Sem ida nem vinda
A alma é isso
É aquilo
O corpo aqui tem
A cabeça dói
A mão se estica, mas nada acha
A alma, por ai.
Na visão do Poeta.🌹
A vida em seca
Com existir no poder
Tem a pressa do mundo
Este que é um atleta de luto
Que descalço e ao sol
Se exibe na escuridão.
Destemido e voraz
É o dialeto da cobiça,
Cantado pelos de poder
Que sem alma e coração
Editam o destino desta já frágil e debilitada humanidade.
Nada fica ao coração
Nada é real valor
Mendigo é o seu pudor
Sem valor é o sentimento
A miséria da alma
Se fortalece no peso de uma moeda qualquer.
Faz valer o que não tem grandeza .
É o sem sentido.
Chegar ao pódio do ego.
Um cofre de gáudio material.
O jardim seco do sentimento.
Fico assim sem valor do mundo
Meu jardim amanho rosas
Minha vida ainda sinto
Um ser Humano.
José Henrique 🌹
Sede a seca.
O fogo e a morte.
Queimadas...
A tristeza...
Sem mar.
Sem vida.
Sem ar, sem amor.
Sem coração.
Sem remorso
Sem compaixão.
Triste a tristeza.
Triste são seus atos...
Sendo a gente primeira mudança.
Depois do despejo apenas a tristeza.
Transformação em um deserto de calor.
Fenômeno natural...
O homem sem paixão.
Ganância... Descaso com vida.
Desrespeito com o próximo...
A vida te pertence?
Saiba que tudo tem consequências.
A vida se revolta.
O suplício de existir diante da devastação provocada por você.
Tão belo e pleno que não respeita a vida.
Espera ter uma vida melhor a que preço?
Pois um dia irá oferecer um pouco mais...
De afeto para quem sempre te amou,
Sem perguntar quem é ou quem foi, apenas te deu
Mesmo direito todos têm de viver.
A vida é uma guerra
Romance engole pressa
Sonhos mastigados pela história
De uma ventre seca e ansiosa
Alguém quebrou o vaso
Antes das rosas murcharem
O líquido das órbitas
Alimentam o amor
A vida é uma guerra
Insônia infantil
Bate-me na alma
Dos dedos depreende
Palavras da terra molhada
Palavras do conforto
Palavras de aceitação
Palavras que abraçam
Palavras que empurram
Palavras que não choram
Palavras que são falidas
Palavras de migalhas
A vida é uma guerra
Estamos num campo
De palavras minadas
A música explode
Rasga a esperança
Rompe os olhos
Mãe, mãe mãe
A vida é uma guerra
Mas eu sou a vitória
Eu sou triunfo
Eu sou a mãe no campo
da batalha
Sou a mãe no ringue do boxing
A vida é uma guerra
As rosas sangram-nos nas palavras
As espingardas de chocolates
As lasanhas envolta do meu ego
A vida é uma guerra
As folhas permanecem verde
Verde de uma esperança murcha
Verde que não cheira a vermelho.
Estou numa guerra com a vida
Experiências com as mãos desfeitas
Agarram os meus ombros
Recuso, recuso e recuso
Acreditar que o amor o fere
Recuso, recuso acreditar
Em tudo que não faz-me sorrir
A vida é uma guerra
De emoções, de medo
De deixar de amar
A vida é uma guerra
E eu sou a Glória
Filha de Vitória.
Voltar.
Aquela seca atingia
o meu pequeno torrão
me arrancou toda alegria
e me fez deixar meu chão
ai meu Deus como eu queria
retornar de novo um dia
pra minha terra no sertão.
O braço dormente, a garganta seca,
As pernas trêmulas, aquela enxaqueca,
O cansaço levando a exaustão,
Monstruosidades despertaram.
Seu Pesadelo
O braço dormente, a garganta seca,
As pernas trêmulas, aquela enxaqueca,
O cansaço levando a exaustão,
Monstruosidades despertaram.
Na noite o seu pesadelo te encontrou,
E ao som do desespero despertou,
A lança num golpe certeiro flagelou,
Mas a força interior te sustentou.
Aquele antigo pesadelo,
Retornou pra atormentar,
Em uma prisão de gelo,
Quer te encarcerar.
Na noite o seu pesadelo te encontrou,
E ao som do desespero despertou,
A lança num golpe certeiro flagelou,
Mas a força interior te sustentou.
No fundo do túnel você avistará,
Apenas alguém com quem contar,
Apenas alguém em quem confiar,
E do seu pesadelo te resgatará.
Na noite o seu pesadelo te encontrou,
E alguém em quem você confiou,
Te resgatou.
Brasil
Eu sou Brasil,
nunca o brasil da copa,
Eu sou o Brasil da seca do nordeste,
da falta de saúde e da insegurança,
O Brasil da corrupção de leste a oeste,
O Brasil que ainda tem esperança.
Um Brasil,
que sonha em ser campeão,
de um povo ordeiro e servil,
Livres da injustiça da corrupção.
Um sonho gigante de ser correto,
Totalmente liberto dessa ganância,
País que luta pelo seu povo,país certo.
País que ainda tem esperança.
Lourival Alves
