Coleção pessoal de Machadisses_ac

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⁠Muito ou pouco
será sempre a medida de uma expectativa e uma comparação.
A exceção é você mesmo.

@machadisses_ac

⁠Você não passará por todas as provas, tão pouco aprenderá todas as lições, talvez por que não serão todos professores, os que irão lhe ensinar.
É provável que você perceba boa parte dos sinais, os fins e intervalos e em algum momento entenderá que de fato a vida em muito se assemelha a uma escola.

@machadisses_ac

⁠A cada dia mais um eu.
Escrever é em muita ou pouca conta se autobiografar e assim me faço controverso, dúbio e entre outras coisas diverso.
Sou um recorrente, caindo e voltando ao ponto onde me perdi, sou desses e de outros e preciso me dizer sempre,
Assim eu sou hoje, amanhã me conto.
@machadisses_ac

⁠Boa parte da vida é quase,
talvez uma vida inteira.

@machadisses_ac

⁠Há coisas que a solidão não permite a não ser que seja na imaginação ou até no torpor de um desejo instintivo. O beijo por si só, o mais intenso carinho, não discute a geografia, seja o alvo específico ou no corpo inteiro espargido, alado, certeiro ou sem destino. tudo lhe cabe e é devido, na intenção ou na volúpia do contato último, na fronteira final pulsa o ser eletricamente movido. Só não lhe compete o vazio, o espasmo do abismo,
de todos os verbos como se conjugaria um beijo sozinho?

@machadisses_ac

⁠Num gesto vago, mas nem por isso menos eloquente, num trejeito entre olhares e meneios de cabeça...
Numa palavra cirurgicamente trazida, (es)colhida.
Assim sendo humanos, capciosos, timidamente, fazemos, sem nunca assumir,
nosso especulativo discurso de entrega e consequente sedução.

@machadisses_ac

⁠Para esta minúscula aventura, escolhi Andrés Segovia como pano ou pane de fundo.
Um piano ao cair da tarde, era um programa antigo de rádio.
Procurei uma lapiseira, questão de gosto, compõe o modus operandi do tagarela que não vos fala, mas agora escreve.
A cena é de certa forma bizarra, no mínimo pitoresca
Numa avenida, uma mulher, feliz pelo semblante, humilde pela vestimenta, passa... empurrando um carrinho de supermercado, dentro dele um cachorro, naturalmente pouco a vontade e sem nenhuma ação em comum com quem o carreia mundo afora.
Parou no canteiro entre as duas vias e conversava animada e afetuosamente com um conhecido ou amigo dela sobre o que não imagino, não consegui prestar atenção.
Isso durou alguns minutos, uma dezena de copos de cerveja e uma coleção de interjeições verbalizadas.
A impressão que eu tinha é que ela literalmente não se conectava com o mundo que eu via, era o mundo dela que valia a pena e talvez nem existisse outro...
Sim, foi um alívio ver que não foi xingada nem atropelada, ela continuava feliz...
Me dei por satisfeito.
Sorri como outros tantos que ali estavam.
Não sabia exatamente se podia definir aquela demonstração de afeto e puro “non sense”, acho que continuo sem poder, continuo sorrindo.
Não a vi mais, nem o cachorro...
Preciso fazer umas compras no supermercado.

⁠às vezes um avanço no espaço ondeme despejo,
noutras estranho a confusão de tantas coisas onde sempre me disperso,
pontes e becos, estalos ao redor,fuga em doses e descompasso.
fecho os olhos e desperto

⁠Ser
é um verbo de definição permanente
no entanto eu sou aqui, isso que você me faz ser.
Ali, em outro lugar com outros,
serei outro e amanhã serei outro
com você
Por que ser é na verdade uma interação
com tudo e todos que nos cercam,
que se adapta e se transforma
a cada instante.

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

Era um encontro entre váriose dentro deles eu...
indo em direção a mim mesmo.
foi incrível, trocamos muito,
nos perdemos depois

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Os Incômodos da Beleza
Dia desses uma amiga me falou que na sua época de faculdade ouvia de suas colegas comentários ferozes que diziam que ela só tirava boas notas por que o professor dizia abertamente que ela era bonita e também outros apelos menos estéticos e mais digamos sensuais...
Me vi pensando em quanto a beleza é nossa imperatriz e o nome (imperatriz) já sugere coisas, impera a atriz; ou seja: o disfarce é a tônica, no caso a força vem de atributos exteriores, físicos, quase que palpáveis á mão, no caso aos olhos de quem te julga muito antes de te ver.
A beleza na sociedade atual é um componente que se iguala ao caráter, indistintamente pelo gênero, sejamos quem for.
Voltando ao episódio da maldade ou pelo menos do pré-julgamento alheio, aliás a maioria dos julgamentos é de fato ou antes, alheio, porque se antecede ao nosso próprio julgamento, as boas notas que minha amiga obtinha eram de fato, por sua capacidade e discernimento e não pela harmonia de suas linhas e cores e outros quesitos relacionados à estética da vez.
Tudo isto ou isso, para chegarmos á conclusão que a beleza na verdade acaba por nos tornar reféns de algo que é mais que cognitivo, a beleza é consequência biológica de nossos antepassados, ninguém se torna belo por ação de meios exteriores, as pessoas nascem e são belas, pura e simplesmente, sim? Ou não?
Alguns risos devem agora estar presentes no semblante de quem lê, claro, estamos em pleno século vinte e um e a indústria da vaidade é e será um grande e lucrativo negócio, mas por quê? A explicação não está numa constatação de um fenômeno social ou nem passa por um exame antropológico de nossos tempos, ser belo é uma questão íntima, todos queremos ser vistos como belos, a primeira impressão que o mundo tem de nós é essa, percebida pelo grande e imperial entre os cinco sentidos: a visão!
A visão é planetária, nem apenas humana ela é, os insetos, os cães, os golfinhos, as águias, os pardais, as aranhas, todos veem!
Bendita e maldita esta nossa tão espetacular capacidade de ver!
E a partir dessa quase estapafúrdia de tão evidente constatação vem as próximas verificações e a consciência da razão: essa é a primeira camada da nossa superficialidade e depois o que vem?
Vem muita coisa, sabemos todos nós, vem o caráter, o discernimento, a sensibilidade, a cultura, a empatia e outras tantas características que faltaria espaço para elencar aqui.
Não iria recorrer á modernidade como um recurso barato para dizer que a beleza é uma grande instituição de nós mesmos e que hoje por conta dos recursos tecnológicos a beleza se compra, não a beleza sempre foi sim levada muito em conta desde que o mundo é contado em prosa e verso, muito antes da escova progressiva ou do botox, a beleza é tão velha quanto essa planetinha azul que ora habitamos.
O que não posso me furtar a dizer é que o esvaziamento de nossos valores deu valor muito maior a beleza exterior e que sim, é impossível para qualquer mulher que ganhe um salário apenas razoável, investir uma boa parcela de seus rendimentos para fazer as unhas da mão, do pé (e onde mais puder passar esmalte), o cabelo, as sobrancelhas e isso para ficarmos no popular “basicão”, a conta não fecha...
Voltando uma vez mais a incômoda questão de minha amiga que tirava boas notas e não porque seu professor a enxergava como um belo espécime humano do sexo feminino, fica uma indagação, justificando o título do artigo:
- A beleza incomoda.
Sim, incomoda a quem não dispõe dela naturalmente, por obra e graça do seu dna e incomoda a quem a possui, por que a beleza inibe e se sobrepõe a outros muito mais substanciais e importantes valores, se sobrepõe a sua história de vida e a toda luta pessoal.
A beleza é uma característica estética que lembra um refrão antigo:
“Um elefante incomoda muita gente” uma beleza muito grande, incomoda, incomoda, incomoda, muito mais...

⁠seus espaços, lugares, suas respostas
e tudo mais que é seu (mas não está com você),
nem sempre te espera para um café... descubra-os,
lute por eles, convide-os, pergunte: onde estão?
não espere que venham em cavalos encilhados,
em pacotes dos correios, há muita coisa
que não se entrega naporta da casa da gente.

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠personagem que faz de conta, não tem conta pra pagar,
mas tem segredo dos bons, não toma analgésico,
não pega fila em lugar nenhum, personagem só tem característica,
não tem vício nem defeito, nada de calo no pé, verruga, feijão queimado,
sal demais, nossa que coisa! personagem tem porta aberta em todo lugar, fala fácil, nem sotaque têm, nem Tio perdido, irmão em outro estado (nem líquido, nem gasoso) as mães de personagem também são sempre boas, nada de gente desgovernada, nunca vi fazer xixi, pedir segunda via de nada, nem esquecerguarda chuva, não pega senha, gripe, credo!
ônibus lotado! só a gente mesmo,
personagem é tudo de bom

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Você já se deu conta
que não muda
muitas coisas na sua vida
não por que acha melhor
continuar do jeito que está
mas por que vai te dar um trabalho que você não tem disposição para enfrentar?

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Ìngreme

O justo pesar do exato conluio
do verso e do tema: luzir!
A expressão que se estampa na tensão da vida
em cada dia a sua eloquência desesperada.
Sucumbe o delírio num centésimo olhar
que me invade o existir
Sou eu, ainda sou e já sou e nem vi!
Olhar de miçangas e glitters, strass!
Que brilhos fatais, sou eu, é demais!
Tu, burilas atroz as sardas e os nós
E irrompe a fusão de sangue e energia
Mutilas a paz e esqueço o verniz,
te entrego então a raiz do ventre
que umbilical me fecha os olhos
a este sono que não vem
por que não sei, talvez eu tenha que esperar
outra vida

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Há pessoas tão superlativas
que encontram soluções demais
para problemas de menos.

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Nos encontraremos logo ali,
onde desde sempre havia
um lugar destinado a todos
e a ninguém.

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Dê corda!
uns fazem laços,
outros se enforcam...

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Celebro as mutações,
eu não sou mais ontem,
amanhã de novo,
me apresentarei a mim mesmo

Antonio Carlos Machado
@machado_ac

⁠Se precisar de mim,
nem pense
em me procurar,
me procure sem pensar!

Antonio Carlos Machado
@machado_ac