Coleção pessoal de CikaParolin

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⁠E naquelas noites consteladas,
olhávamos o firmamento,
sentados no quintal da nossa infância!
A jogar conversa fora, sentindo a brisa noturna,
sentíamo-nos plenos de energia vital, como se
nenhum mal pudesse nos atingir, como se as estrelas,
lá do alto, conspirassem para nosso bem-estar.
Aquelas noites eram tão belas!
Nada havia de mais importante
que vivenciar aqueles momentos que por si só, para nós,
tinham o significado de bênçãos e nossa alma se curvava
em gratidão e prece.
Cika Parolin
27.06.2023

⁠E se chega àquela idade
em que seus erros e seus acertos,
seus amores e desamores, seus sucessos e fracassos
já não despertam o menor interesse, nem especulações em torno deles. Como se de repente se ficasse invisível
e os olhos de todos se voltassem a outras histórias.
Seus contemporâneos, um a um,
vão tomando outros rumos e os perdemos de vista.
E assim, implacável, o tempo vai se encarregando levar suas experiências ao esquecimento. Assim é e assim sempre será!
Por um curto tempo seremos lembrados pelas coisas más e ainda menos pelas coisas boas que tivermos feito.
E "La Nave Va"
Cika Parolin 01.07.2022

⁠Quando a mão insensata
colhe a rosa,
ninguém pensa
que está se lhe tirando vida!
Flor longe do pé e da terra
é como poesia não lida:
Perde o sentido de existir
se arrancada
ou em algum vaso esquecida.
Cika Parolin
registro na BN sob o número 704.278

⁠Leio-te Poeta! E como tu,
"Já tive em mim todos os sonhos do Mundo".
Hoje continuo sonhando,
não mais a boneca da época,
não mais a beleza eterna,
não mais o amor ideal,
não mais a família e a vida perfeitas.
Hoje a alma alça voos mais amplos
e se estende além das "coisas".
Já me basta navegar no oceano das palavras
e dos sonhares mais amenos.
Bastam-me o aconchego dos meus afetos,
um lápis
e uma folha de papel em branco.
Cika Parolin - 09.06.2021

⁠Sem nem mesmo saber como,
as palavras nascem em mim.
Elas brotam,
desenvolvem-se,
florescem...
Como as flores:
Algumas perfumadas,
outras nem tanto;
Algumas delicadas,
outras têm espinhos;
algumas melancolia,
outras puro carinho.
Cika Parolin

⁠A Lagarta e a Borboleta
Em um pessegueiro em flor havia um casulo.
Dentro dele uma lagarta muito pessimista.
De sua janela via as borboletas felizes, de flor em flor
e invejava a sua liberdade.
Chorava se sentindo esquecida pela sorte, até que num dia de sol, uma borboletinha pousou à sua janela. Vendo-a chorar lhe pergunta: Por que choras?
Porque eu também queria voar e estou presa aqui dentro...
Ao que a Borboleta responde: Então não sabes de onde, nós borboletas, viemos? Nós viemos de casulos, iguais ao seu.
A Lagarta surpresa e vibrando de alegria sorri feliz...
Compreendeu, finalmente, que para tudo há um tempo. Tempo de ser Lagarta e tempo de ser Borboleta e tratou de esperar que tudo acontecesse no seu tempo.
Cika Parolin
da coleção de pequenos Contos Infantis

⁠MUDANÇA INESPERADA
Um menino e sua irmãzinha
viviam aprontando artes na sua infância plena de liberdade. Passavam os dias correndo no campo, subindo em árvores e tomando banho de riacho...
Um dia, sem aviso prévio, seus pais decidiram ir morar em um lugar maior e lá foram os irmãos conhecer a vida na cidade grande! Passaram a andar "arrumadinhos", os sapatos machucavam os pés, a roupa espetava e os novos amigos, muito chatinhos. De repente tiveram que se adaptar à ausência de seus gatos e do amado Rolly, cão companheiro de todas as horas.
O tempo passou e eles não mais voltaram ao paraíso da infância, mas jamais esqueceram do lugar onde foram tão unidos e felizes.
Cika Parolin

⁠A gralha, tagarela como ela só,
gritava na floresta :
"Ninguém canta mais bonito que eu".
Uirapurus, rouxinóis e pintassilgos, cujos cantos são maviosos,
se apiedavam do seu agir.
Hipnotizada pela própria vaidade
não percebia que é importante gostar de si,
mas jamais se acreditar melhor que todo mundo.
A pobre Gralha esqueceu-se que a vaidade em excesso é o caminho mais rápido para a solidão
e foi deixada gritando sozinha...
Teria muito que aprender.
Cika Parolin

⁠O PAVÃO E A GALINHA
Patos, galinhas, perus e marrecos
viviam em grande harmonia no mesmo terreiro,
até que veio morar com eles um pavão de nome Narciso.
Chegou com cauda armada em leque, mostrando penas em tons cintilantes de verde e azul. Todos se admiraram de tanta beleza e foram logo dar as boas-vindas. Pouco delicado, Narciso resmungou um "olá" de volta e pensou consigo : "Mas que bicharada feia"!
De imediato pegou a galinha Frederica pra Cristo.
Ela cantava o tempo todo e cuidava de seus pintinhos.
Narciso, arrogante como ele só, a ofendia desde cedo dizendo:
"mas que penas mais feias, seus filhos também terão penas tão feias?
Os amigos de Frederica que a tinham em alta conta, tomaram as dores e resolveram dar a Narciso, um gelo e dele se afastaram.
Desse modo o Pavão Narciso, com seu lindo leque de penas passou a ser ignorado. Andava pra lá e pra cá, completamente sozinho. Algum tempo depois vendo o Pato Astolfo de passagem, resolveu queixar-se: "Não entendo, sou o mais inteligente e o mais lindo de todos e não tenho um só amigo". O Pato Astolfo ouviu, pensou com cuidado e respondeu: " De fato suas penas são lindas, porém o que conquista amigos não é a beleza exterior, mas o que se traz de bonito no coração". O Pavão Narciso espantou-se com tanta franqueza e recolheu-se a pensar no que tinha ouvido. Pensou, pensou... ponderou e percebeu que estava muito errado.
Assim Narciso de "cauda baixa" foi pedir perdão a todos, a começar pela Galinha Frederica... Perdoaram-no, porém pediram-lhe paciência: " Pois para conquistar um amigo leva tempo e para reconquistá-lo, mais tempo ainda".
Cika Parolin

⁠Saudade
Teu amor
deixou marcas indeléveis
e hoje são registros
de emoções adormecidas.
Elas dormem, talvez,
entre os fios de cabelos brancos,
presos em coque,
entre as pregas das rugas
que se formaram na face
ou estão guardadas, num tempo qualquer,
onde só moram as Saudades.
Cika Parolin 20.01.2021

⁠Muito antes de surgir o primeiro livro, o homem primitivo, através de desenhos e sinais, iniciou um caminho sem volta, o Caminho da Literatura.
Desde então a comunicação escrita vem ocupando espaço em mentes pensantes, tanto de quem escreve, quanto do ponto de vista do leitor.
Hoje a chamam de arte, mas sem dúvida, a Literatura abriu portas para o desenvolvimento do homem impulsionando-o dos tempos do escambo à mais requintada tecnologia.
Nada disso teria acontecido se alguém, há muito tempo, não tivesse concebido o sonho de registrar emoções, ideias, invenções através da escrita.
A Literatura pois, é o fundamento, o pontapé inicial que alçou a humanidade ao crescimento intelectual.
Cika Parolin

⁠Nesse Natal,
tão humilde quando o Menino Jesus,
na manjedoura,
quero que seja diferente:
Sem aquela comilança toda,
e nem preocupação com presente.
Aqui em casa, em dois,
cearemos com simplicidade e preces,
como convém ao momento vigente.
Voltados ao Deus Menino,
intercederemos ao Pai
pelos que tão pouco têm
e pelos que estão doentes.
Assim será nosso Natal,
em paz, humildade e luz.
Cika Parolin 18.12.2020

⁠Um poema não é feito só de palavras,
mas de sentires
perdidos na infância,
num pôr de sol,
no amor que se foi;
nas noites insones
à espera de um simples verso
capaz de verbalizar o que vai no âmago.
Cika Parolin 13.12.2020

⁠O ato de escrever exige apenas algum traquejo. O difícil é colocar a alma no que se escreve e, de fato, que as palavras digam algo à outra alma.
Cika Parolin 03.11.2020

⁠É tarde.
Quase entregue à Morfeu,
no silêncio da noite,
penso em uma última poesia.
Olho a página em branco,
pensamentos fervilham
e o eterno tema "Amor"
sempre me sorri,
antes de qualquer outro.
Tua imagem,
a primeira e a última de todos os dias,
se impõe mais forte que o poema.
Sinto teus olhos negros fitando-me,
perscrutando-me a alma,
como se me dissessem,
"Descansa amanhã é outro dia"!
Acordo com a luz do sol,
lâmpada ainda acesa;
no chão,
caneta, papel e poesia incompleta.
A rotina me chama
e, sem demora, lança-me à realidade.
Fica para depois a escrita;
assim é a vida de Poeta.
Cika Parolin ( registrado em 29.10.2020)

⁠"Como na fábula das pérolas lançadas aos porcos ", sempre é bom reconhecermos que o nosso melhor nem sempre é visto como tal. Algumas vezes espera-se de nós apenas milho e nossas melhores pérolas são completamente inúteis ao que não as aprecia. MORAL DE HISTÓRIA: Proteja suas preciosas pérolas, não as distribua a quem não conhece o valor que elas têm.
Cika Parolin 20.09.2020

⁠Quase em prece,
busco refúgio em seus olhos.
Viajo em suas profundezas
e neles vislumbro o paraíso
das mais extasiantes sensações.
Cika Parolin 17.09.2020

⁠Na tenra idade,
a inocência de bocas que se tocam de leve, num primeiro beijo,
é apenas o doce ensaio de tantos outros beijos
que deixam um grande amor inexoravelmente marcado
como algo único e inesquecível.
Cika Parolin

⁠Gosto tanto do equilíbrio,
do saudável meio-termo!
Duas atitudes me assustam
e me fazem querer sair pela tangente:
"A demais e a de menos"!
comparando com o amor:
Demasiado, asfixia
de menos, esfria.
É preciso serenidade
para que um afeto crie raízes,
em processo lento e constante.
Cika Parolin

⁠Muitas doces lembranças,
algumas não tão doces... todas fazem parte do acervo de informações que construíram nossa "casa" interior. O que fizermos dessas informações é o que nos torna seres de bem com a vida, ou não. Cika Parolin