Piano
SELVAGEM
Mordi-me
Nas teclas do piano
Presas ofuscadas
Nas visões rebeldes
Escancarei-me
Na tua boca
Dum beijo dado
No último suspiro
Seduzi-te
Nos desejos devassos
Das palavras mudas
No meu corpo em ti
Amei-te
Numa cama qualquer
De suados lençóis
Tive-te
No mar tempestuoso
De desejos selvagens.
✿╯¸.•¨.¸.•*¨*.•*¨. ¸.•*¨* (¸.•¨*
Scusa se ti amo e se ci conosciamo
Da due mesi o poco più
Scusa se non parlo piano
Ma se non urlo muoio
Non so se sai che ti amo
O vazio, o infinito, o piano
O vento, teu sorriso, teu pranto
Teu olhar, teu sonhar, uma noite de luar
As árvores a balançar
Um nó, uma dor, sem dó
A água, a alma, a calma
As folhas, o ar, a solidão
O silêncio, as luzes, aqui dentro
Aqui, assim, sem fim
Esse vazio que preenche-me
Depois de um acordar
Nessa noite de luar
A lua a me chamar
E eu em ti pensar
O amor é como um piano. As mulheres são o teclado. Não é possível tocar uma grande sinfonia numa tecla só.
Estou toda eu uma sinfonia...Não me faltam as teclas de um piano e nem tampouco as cordas de um violão. Estou ereta, pareço uma bailarina clássica, e assim prescindo completamente do arco do violino. Dos insubstituíveis instrumentos de sopro, a única coisa a fazer lembrar deles a existência é esse tufão de vida que me faz cantar. E essa sinfonia que me retrata não é a consonância que só era produzida pelos intervalos de oitava, quinta e quarta justas. A consonância que se faz em mim é entre o ser e o estar feliz.
"Vê-la tocando naquele piano me fez lembrar as sensações de você estar ali produzindo aquele som. Aquela paz que só você compreende e me ensina a entende-la. Poder sentir em pequenos milésimos aquela paixão que vem de você, me deixa muito feliz. Um som produzido pelas suas mãos que tranquilizam minha áureas durantes incontáveis dias. Imagina-la bem, acalma minha alma.
Me deixa perplexo pela maneira que você desenvolve o seu amor pela música e a transmite para quem está ao seu redor. Recebo a cada dia quando a vejo, aquela paz quando você tocou aquele piano velho."
- John.
A morte é uma música de fundo, lenta, tocada no piano e com notas minuciosamente escolhidas. Ninguém quer saber tocar. Ninguém está preparado para ouvir. Mas todo o mundo sabe, que em algum lugar, esse piano está parado, esperando um descuido, um momento inoportuno, ou alguém com perpétua coragem para dedilhar-lhe, deixando fluir sua música calma, e em câmera lenta, o momento se concretiza.
Um piano abandonado, viu-se inútil sem um bom pianista que pudesse tocá-lo.
A cidade inteira não se importava com seu som.
Muito menos com todos os arranjos e orquestras nos quais participou.
Sua história de nada valia, pois sua música era ultrapassada demais.
Muito triste e sem perspectivas, o piano tocava apenas em 'Dó'.
A poeira cobriu suas teclas, e suas cordas estavam desafinadas.
Havia virado uma mesa, uma tábua forrada com jornais amarelados.
Contudo, em uma manhã, um velhinho entrou na loja querendo sorrir.
Com seus passos lentos retirou seus óculos e com um lenço os limpou.
Mirou o velho piano, cheio de saudades e cercado de 'Sol'.
Abriu sua carteira, contou as notas e moedas que economizou por 'Si'.
Levou o velho piano, limpou, afinou e lustrou o marfim.
Sentou-se ao piano em frente a janela, que se iluminava à luz do jardim.
Tocou o velho e o piano, uma música-saudade que os enalteceu.
Os vizinhos que não se importavam, logo se encantavam ao som que surgia dali.
A cidade logo repensava, porque tanto tempo ouviu música ruim.
E o piano encontrou o seu tom, o velho o seu dom e se fizeram arte assim.
Gotas de Novembro
As flores reluzem como estrelas, e o toque de brilho soa como nota em um piano.Os passos pelas calçadas, como o bater de asas de um anjo, espalham um suave sentimento entre os que creem no que é belo.
Os carros na avenida levam e trazem lembranças, há música pela cidade! Ao Contorno das luzes que preenchem o vazio e dão mais vida a este momento.
De um lado a outro um pouco de você, e em cada canção composta pela cidade, frases que eu gostaria de lhe falar em uma manhã qualquer de novembro.
Desvendando assim através da natureza o som do vosso coração.
Piano, que me transmutas en viento,
que elevas mi alma en mi arrobamiento,
que trocas en calma todo lo violento
y lo apacible violentas tornándolo cruento.
Tocándote sé que todavía siento,
que soy sólo espíritu y pensamiento,
que vivo, que muero a todo momento,
que en mí ya no existe ningún sufrimiento.
Tu música me abre al conocimiento;
me rompes y quiebras, me vuelves fragmentos.
De tus teclas brotan mil encantamientos,
me das tu armonía y tu alumbramiento.
Tus notas provocan mi resurgimiento,
mi Pasión y Vida, mi amado Instrumento.
O BAILARINO E A PIANISTA (By Jeff Cruz)
Os acordes eruditos do piano
Insistem em tocar logo cedo
É a expressão de fortes arquejos
Que me acordam num ritual fértil e dionístico
Nesse despertar prima-VIRIL
As partituras do corpo dela fazem-se de melodia nas manhãs
Cortinas ainda fechada e pálpebras
Minha bela adormecida de Tchaikovsky
Despertara sem meus beijos matinais
Nem arcanjos a te vigiar
Levanto-me com passos imprecisos de embriaguez
E sigo numa espécie de transe ate a janela,
Vejo o sol
Minha pianista tateando minhas costas
Agarra-me como se agarra uma harpa
Pronta a tocar, sirvo de instrumento.
Ela me guia e viajo num tension-release
Como ao ballet moderno de Martha Graham
Intenso é a sensação,
Penso que estou flutuando
Numa ‘volta’ seguro seu corpo e giro-a sobre mim
Contratempos, e voltamos para o berço.
Tombes e cabriolés, entrelaçamo-nos.
Seguindo mise-en-scenes calorosos
Bailamos suados em pas-de-deux
Eu e ela: O bailarino e a pianista
Ao fundo musical de Villa Lobos
Que figura bela, quase simétrica de formas geométricas.
Desenho com ela em meu colo
Eu sem collant, ela colando-se em mim.
Sapateias um fox trot, minha mênades!
Sapateias que te equilibro
Num sagrado-profano ritual dualístico da pele
Duelemos compenetradamente irracionais
E os acordes do piano não cessam
Enquanto não chegamos ao apogeu ufânico do prazer
Uma mulher é como um piano, cada nota deve ser tocada e sentida, para criar o arranjo mais harmonioso possível.
E toco meu piano loucamente...
Prisioneira que sou dessas melodias...
Que me levam a um voo imaginário...
E sonho... E fantasio... E devaneio...
Enquanto meus dedos deslizam sobre o teclado
E as notas musicais invadem a sala e o meu ser...
E caio numa bruma interior
Nas bordas destes sonhos perco-me em ilusões loucas...
E penso que preciso despertar do silencio das lembranças...
Ficar para sempre cingido aos sentires
Gritar e responder ao chamar de tua alma...
Afogar a solidão na insolência de minhas mãos...
Assim posso escutar teu coração ardente... E sinto que a minha loucura tomou conta da razão...!
Em toques de piano eu sinto a minha dor se esvair, sentimentos bons que nunca existiram mas espero que um dia existam, de um lado a melodia nasce do outro o sol está para nascer, e assim eu deixo a madrugada me levar, um canto, um pensamento, um raio ao alvorecer.
Melodias desafinadas.
Um piano desafinado,
rústico,
mal-tratado,
odiado,
esquecido pelo tempo,
injustiçado,
porém, esplêndido.
Cada nota, cada tecla,
sussurra, grita, geme, lamenta, declara
filosofias, verdades, mentiras, qualidades, angústias e bravuras no interior de seus ouvintes.
Mesmo com seu desarranjo, ele ainda ressoa na alma daqueles que se permitem ouvir o seu canto.
Os seus erros o fazem pior do que um piano afinado?
Não; suas imperfeições é que o fazem esbelto.
Minuciosamente, entre todas as teclas brancas e pretas, mora um segredo.
Em meio aos sons sem sentido, há arte.
Em meio aos erros, há acertos.
Em meio aos sons vívidos, há o silêncio que faz parte.
Em meio aos desejos, há os medos.
Em meio aos dançares dos dedos do pianista, há sonhos que cintilam e brincam nos céus do consciente, assim como astros, assim como crianças.
Ignorantes são aqueles que buscam a perfeição,
ignorando os cantares e significados que desafiam e brincam com suas verdades.
Você realmente é tão ruim assim ou apenas não se permite apreciar o timbre de suas teclas desafinadas?
Um piano desafinado não deixa de ser o que é devido às suas irregularidades; são elas que o fazem único entre milhares.
As notas imperfeitas não o tornam desconforme; é a maneira como ele as maneja que o torna forte.
Aquela era a trilha sonora
De uma vida, sobreposta
Aos pequenos erros seus.
E o piano que tocava
Era o coração que já amava
Sem o pianista, que era eu
O piano é mais do que um instrumento musical - é uma forma de expressão emocional que transcende as barreiras da linguagem e da cultura.
13/04/2023
