Crônicas de Violência
ENTERRAMADO
Eu sou a muito tempo a petrificação da raiva.
Meu corpo já foi assim.
Meu corpo já foi liquidificado.
Meu corpo já juntou na terra.
Eu já fui enterrado,
em terra amarrado,
enterramado.
Meus pais, filhos e avós já choraram,
E já desistiram de lacrimejar.
Minha compania já se casou no verão,
Nem vem mais me visitar.
E eu sou solidão,
Aqui no fundo do mar.
Do mar bíblico,
onde o colosso da justiça,
lança o pecado.
Cá estou .
No mundo do esquecido.
Oque fiz eu pra isso?
Bom não me lembro,
morro esquecido.
Lembro do pior acontecido.
Morri.
Não foi de febre,
Nem de saudade,
Não foi porque quis,
Nem pela idade.
Morri por má sorte,
Porque encontrei no caminho o espírito covarde.
E os anjos estavam ocupados.
Sei lá, talvez no céu ceavam.
E eu fui machucado.
Me espancaram.
Me mutilaram.
Me enforcaram.
Me alvejaram.
Me estruparam.
Me jogaram no lago.
Mas calma,
não foi simples assim .
Me machucaram, quando voltava da missa, próximo do ponto de ônibus me raptaram, me doparam, me usaram.
Me quadricularam, me puserram fogo,
me deixaram na terra.
E como esses, meus outros também me abandonaram.
Me espancaram, quando fui ouvir minha música favorita,
riram da minha roupa,
me chamaram de bicha,
me jogaram no chão,
arrastaram pelos cabelos,
me segaram com os próprios dedos, arrancaram minha roupa e enfiaram todos os dedos em mim.
Depois levaram minhas feias roupas,
sem deixar meu corpo eu cobrir,
nem minha mãe me descobrir,
eu não tinha nem um dente,
minha cabeça se fundiu com a calçada, quem me viu ,
até hoje não consegue dormir,
minha mãe acha até hoje que na verdade eu só fugi.
Me mutilaram, quando neguei dois tragos.
Me espalmaram a cara,
me prenderam no quarto,
e tiraram do peito meu filho,
me empurraram pela casa,
me levaram pra fora,
levaram também uma faca,
ela andou por tudo,
andou bem mais que as minhas lágrimas,
só perdeu pro meu sangue na caminhada,
com cigarros me queimaram,
onde já nem doia,
doía deixar meu filho ainda no início da vida.
Me largaram lá mesmo do lado de fora as traças,
depois do jornal eu fui capa,
meu filho já estava longe,
e eu nem constava no mapa.
Me enforcaram, quando menti dizendo que não sabia onde ela estava,
tinha medo que ela acabasse enforcada,
fui levada pro banheiro,
ajogada na privada,
eu gritava mas a TV estava ligada,
me deram vários tapas na cara,
me ergueram pelos cabelos,
me estrangularam na mão,
deixaram a vida me escapulir de olhos abertos,
foram perversos.
Me alvejaram,
perto de casa,
eu só caminhava com uma sacola de pão,
a morte vinha automatica,
seu barulho eu conhecia,
me veio não sei de onde,
foi de costas possívelmente,
esse tipo de morte,
por satisfação e lazer nunca vem de frente.
Corri mas já era tarde,
senti sede mas nessas horas a garganta arde,
a vizinha gritou,
chutou a roda do covarde,
a sirene soou mas já era tarde.
Na sirene mais alarde,
na minha morte mais covardes.
Me estruparam,
quando fui tomar banho de rio,
quando me escondi atrás da pedra,
Escondida do meu tio,
quando corri entre a plantação de pinho, quando me espremi entre os frepinhos, quando cai em meio aos espinhos,
quando eu não tinha nada,
nem sabia falar os corrigindo.
Me deixaram ali as margem do rio,
e naquele dia choveu,
fui pra depois da fronteira,
o porco da selva fria meu corpo comeu.
Me jogaram no lago, quando beijei ele depois da aula,
se consumiram de inveja,
me seguiram até a passarela,
me pediram satisfações,
eu não tinha pra lhes dá,
então levaram meu celular,
gravaram eu apanhar e me empurraram de lá,
aproveitaram que ninguém viu chamaram seus primos,
e me tiraram da água,
brincaram comigo,
me lançaram no fundo do lago,
que é tão frio que até hoje existo.
Em dois planos em alma vivo,
entre esse lago ou aquele do destino esqueçido.
Há quem sou ,
Ou melhor quem eu teria sido.
Não vale a vida ,
Se na verdade nada é vívido.
Não tem razões me dar um nome,
se passar o resto dos anos no subsolo pérfido.
Não queria ter pisado nesse mundo perdido.
Não tenho se quer um túmulo vazio,
Eles casaram,
Morreram de velhice,
Foram condecorados,
Praticaram outros assassinos,
Voltaram pra casa e almocaram.
E eu estou aqui,
pra sempre calado.
Eu sou o morto,
Eu sou o que colhe os frutos do cruel.
Se existir justiça,
Ela não está nem aí na terra,
Nem aqui no céu.
Medo e Fantasia, Uma Perigosa combinação
O medo faz das pessoas, presa fácil de manipuladores.
O medo faz com que acreditem em fantasias sem sentido.
O medo se torna ódio e violência.
O medo é uma arma poderosa.
O medo é uma das melhores ferramentas, que boçais utilizam para alienar a população.
O medo é uma forma de controle.
Fica esperto, ou você será o próximo a ser enganado!
-Sheila Tinfel
Não posso ser filha de mais ninguém, ninguém vai me amar como meu pai e minha mãe me amam
Houve um revés no planeta e nem todos os pais e mães são maravilhosos quanto os meus, nem todos os pais são dignos de terem tido filhos, muitos não tem noção do mal que fazem para sua cria e para a sociedade.
O olhar de quem não estava prestando atenção era do Paulinho, um menino de cinco anos que convivia com gritos e surras desde que estava na barriga de sua mãe, mãe omissa e doente.
O pai se casou com uma mulher gostando de outra e não cansa de repetir isso aos quatro cantos do planeta, a mãe uma pessoa estudada que acredita em cada choro de arrependimento, mesmo que apanhe novamente dez minutos depois.
Paulinho nunca sorrir, nunca soube o que é autoestima elevada e na cabeça dessa criança todas as família são assim, ter família é chato, talvez uma prova de tolerância ele pensava, lógico que com a cabeça de uma criança não com essas frase de uma escritora que não consegue traduzir a confusão contida na cabeça dele.
Os vizinhos começaram a violar a privacidade daquela família por causa de gritos constantes pedindo socorro pelos maus-tratos, os vínculos sociais livremente aceitos pelo machismo não imperava naquela rua e ninguém tinha o pensamento mesquinho de que aquela mulher e aquele filho mereciam apanhar.
Em meio aos próprios preconceitos e cheia de condicionamentos que aquela era a única família que a mãe de Paulinho poderia ter, com uma agravante que ela era proibida de trabalhar, dificultava que ela saísse de casa.
Apesar do clima fora de controle, havia paz e serenidade naquela mulher que acreditava no ser interior daquele homem nojento, asqueroso, imbecil, ok, sem ofensas, mas a mulher achava que tinha chance de salvar aquele homem, achava que o mundo deles (família) poderia ser feliz e harmônico.
Foi difícil estancar o sentimento de culpa daquela mulher que se achava digna de cada bofetada, de cada empurrão, de cada soco, chutes, murro, nunca foi saudável essas agressividades e eu não acredito que ela mereça passar por isso e que é mulher de malandro, essa senhora está completamente doente psiquicamente e precisa de ajuda e não de julgamentos e o Paulinho precisa entender que esse mundo não é para ele.
“Ao `cidadão de bem` assiste o direito de andar armado.
Mas esse `cidadão de bem` precisa ser bem explicado.
Talvez aquele que auxilie a velhinha a atravessar na faixa ou o que paga
suas contas em dia e não tenha inadimplência na Caixa.
Quem sabe aquele que seja decente, não traia a esposa, cuide da família
e frequente a igreja semanalmente.
De bem é aquele que devolve o troco corretamente e é responsável com
o meio ambiente.
Não deve portar aquele que frequenta o bar, o que discute no trânsito ou
o que agride o seu par.
Precisa ser emocionalmente equilibrado, não tomar remédio controlado,
nem ter ficha com o delegado.
Mesmo sendo o tal `cidadão de bem` é preciso saber até que ponto assim
ele se mantém.
Tem cara bem comportado que sai da linha quando é provocado.
Tem aquele que é bipolar, do nada ele cisma em matar.
Pra não complicar mais esse tema, é melhor encerrar o poema.”
Os Vermes
Eles dizem duvidar da nossa força
mas eles nos temem
Eles tentam nos calar
mas nossa voz ecoará ainda mais
Eles nos olham com asco
mas não somos nós, os vermes
São eles!
Eles nos chamam de imorais
mas são eles que escondem a verdade
Dizem que somos pecadores
mas são eles que matam por ódio
Falam que tudo o que fazemos é ilegal
mas se esquecem que a lei nem sempre é justa
A lei já defendeu a escravidão, meus caros!
Eles acham que estamos errados,
mas não somos nós que usamos da ignorância para resolver conflitos
Eles dizem nos odiar
mas é mentira!
Eles odeiam a si próprios, e sabem que se transformaram em parasitas
e agora nos culpam por isso!
Eles sabem o que são
e precisam humilhar os outros para se sentirem melhores
Eles querem ser superiores a todos
Acreditam que são o centro do universo
Não aceitam opiniões diferentes das deles
Não amam ninguém, alem de si mesmos
Não lutam por uma causa justa
e sim pelo PODER
E pelo "direito" de ofender os que não se adequam aos seus fantasiosos padrões
Humanos? Não!
Eles são vermes,
Parasitas
Não passam de patifes fanáticos
São monstros que assassinaram sua própria humanidade
É isso o que eles são!!
Bang Bang ao narcotráfico: pedrada, soco, ponta-pé, facada, tijolada, detenção, repressão, abandono, descaso, corrida armamentista e violência. Proprina com pessoas do próprio Estado ganhando dinheirinho...... sistema corrupto jurídico sendo favorecido.... Famílias destruídas e dependentes no caos. Fronteiras abertas. Clínicas desumanas. Cadeiões degradantes. Gente grande ganhando um dinheirão. Ricos e pobres chapando os cocos aliviando as dores do abandono. Vamos pensar fora da caixa pessoal? O crack dominou e o Estado o que fez ? E segue o baile...tim-tim. Plim. Plim. Controle populacional desenfreado. Mode ON.
Nem tudo que reluz é revólver. Às vezes é ignorância, ganância, preconceito, crime organizado. Antes de adotarmos velhas práticas que já não nos servem mais precisamos compreender um pouco da realidade. Violência gera violência sim meus irmãos. E isso não é luz. É escuridão!
Como se pode superar a vingança ou até mesmo a «justa» punição? O Evangelho propõe atitude nova, a fim de eliminar pela raiz o círculo infernal da violência: a resistência ao inimigo não deve ser feita com as mesmas armas usadas por ele, mas através de comportamento que o desarme.
(nota de rodapé - para Mt.5,28-42)
Consciência Negra: Há o que comemorar?
Precisamos compreender que fomos educados dentro de uma cultura “branca”, onde a Escola é Branca, o Hospital é Branco, onde o Símbolo da Paz é Branco, onde Deus é Branco! Onde o termo “negrice” é aceito com a maior naturalidade, e o termo “denegrir” é usado em documentos oficiais...
Recentemente foi publicado um estudo intitulado "Mapa da Violência 2015", sobre a violência contra a mulher. Neste mapa destaca-se a acentuada diferença entre a agressão à mulher branca e à mulher negra, no Brasil.
Importante deixar claro que qualquer tipo de violência é abominável! Contra a mulher, contra a criança, contra qualquer Ser Humano, contra animais... Porém, há que se refletir sobre os resultados deste "Mapa da Violência 2015".
Quando pensamos na questão da Consciência Negra, somos, irremediavelmente, remetidos a um passado recente, quando nossos irmãos negros eram espancados até a morte, em praça pública, transformando o dia em feriado, para que todos pudessem assistir à maldade branca, à maldade dos senhores e serviçais desalmados, de ontem e de hoje, sem qualquer consciência sobre sua demência, sem qualquer consciência sobre o fato de que qualquer poder sem amor é loucura, é doença.
E quanto poder sem amor se espalha por este mundão de Deus! E quanta hipocrisia!
Por que não se fala sobre isso nas Escolas Ituanas e Brasileiras? Por que isso não está nos livros de história?
Continuo me perguntando se nas comemorações feitas em Itu, uma cidade aristocrática, de ontem e de hoje, haverá espaço para pedidos de desculpas pelas maldades em praça pública, ou para agradecimento aos verdadeiros construtores dos casarões, das igrejas, e das praças onde eram espancados.
Será que a dignidade, enfim, falará mais alto, e se curvará à verdade, reconhecendo um passado recente, que nos enche de vergonha?
Quando me vejo cristão e me compadeço com o sofrimento do Cristo, nosso exemplo maior, me pergunto se o sofrimento ao qual foram submetidos centenas de milhões de irmãos nossos, não só nas Américas, mas em todo o mundo - e continuam sofrendo, não é digno, também, de compadecimento e reconhecimento público.
Mas existem outros pontos a serem discutidos, a serem colocados “à prova de consciência”, antes de nos colocarmos a defender isso ou aquilo para os nossos irmãos negros.
Por exemplo: Você concordaria que sua filha, branca, se casasse com um negro? Você receberia sua neta, branca, com o parceiro negro, para posar em sua casa, almoçar à sua mesa, com a mesma disposição que a receberia se estivesse com um parceiro caucasiano? Você respeita seu genro negro? Seu chefe negro? Seu comandante negro? Seu médico negro? O policial negro? O pedreiro negro?
Quanta hipocrisia, meu amigo! Quanta hipocrisia!
Aliás, quantos de nós aceitam fazer consulta com um médico negro? Quantos de nós aceitam um professor negro? Quantos de nós aceitam que nossos filhos e filhas frequentem a casa de amiguinhos negros, e vice-versa?
Indo um pouco além: Em uma Sociedade com 51% de negros, quantos vereadores negros temos, prefeitos negros, deputados negros, senadores negros, promotores negros, professores negros, juízes negros?
Há muito que caminhar, ainda, e esta é a CONSCIÊNCIA QUE PRECISAMOS TER. Precisamos compreender que fomos educados dentro de uma cultura “branca”, onde a Escola é Branca, o Hospital é Branco, onde o Símbolo da Paz é Branco, onde Deus é Branco! Onde o termo “negrice” é aceito com a maior naturalidade, e o termo “denegrir” é usado em documentos oficiais...
Aliás, que tal levantarmos TODOS os termos pejorativos aos negros e pedirmos que sejam retirados dos dicionários de língua portuguesa?
Tenho a honra e a alegria de ter tido, em minha infância, inúmeros amigos negros, de ter recebido, em minha casa, na minha juventude, colegas negros de Ensino Básico e Médio, para estudarem comigo. Tenho a imensa honra de viajar, semanalmente, e trocar impressões, com uma gentil amiga negra, uma mulher de imenso valor, Educadora das mais destacadas. Não cito seu nome aqui, por não estar autorizado, mas ela sabe do respeito que tenho por ela e por todos nossos irmãos negros. Um beijo terno a você, doce amiga, onde quer que esteja agora.
Consciência, negra consciência!
Consciência!
Negra!
Consciência sobre um passado
Negro!
Um passado negro de negras ações
Negras atitudes de um branco com alma negra
Um negro passado!
Consciência!
O negro passado a limpo
O príncipe, negro
Com um passado limpo
Limpando a alma, lavando o espírito
Um príncipe, vários príncipes!
Guerreiros, heróis, crianças e velhos
Homens e mulheres, príncipes e heróis
Fantoches de um branco sem consciência
Consciência!
Consciência sobre a maldade
Consciência sobre o passado
- O passado, passado a limpo!
Feriado!
O passado em praça pública
Para assistir à maldade inconsciente
De um branco onisciente, de um branco insano
Agredindo ao negro
Em praça pública!
Agredindo ao negro de alma branca
Que lhe traz a consciência de sua alma negra
Negra nas intenções
Negra nas ações
Negra nas maldições
Maldições que hoje voltam
Vão e vem, em um vai-e-vem sem fim
Até que haja a consciência, plena!
E a aceitação...
Consciência!
Lavando a alma, trazendo a calma
A esta alma negra
Lavando um passado e construindo um futuro
Consciência!
Em uma só palavra, a ciência, conosco
Conosco o conhecimento, sobre nós mesmos
Sobre o que fomos e o que somos
Consciência, paz, amor
Com ciência!
O mundo sem cor, sem amor
As vezes pergunto como será o mundo sem o amor.
Cade as flores que desapareceu?
Hoje o mundo está sem cor
que não favoreceu o sol
Mas... cade a vida onde haja a liberdade
que a violência está aumentando
puxa, onde podemos descobrir a felicidade
É, portanto, que ocorre no mundo... desabafando os casos
Onde podemos sentir saudades de pessoas que nos já fizemos mal?
Não há resposta e solução neste mundo.
Só Deus estuda e observar os nossos comportamentos e fé!
Dor inédita
Estou a procura de uma dor inédita
Uma dor que não doa durante a noite
que não doa tão aguda no coração
e se doer, que seja breve
que se encerre antes mesmo de o sol nascer.
Estou em busca de uma dor que não doa tanta
e que também não provoque tanto lamento
procuro uma dor inédita, ainda não descoberta
que talvez tenha mesmo de ser inventada
tão incerta quanto a sua procura
uma dor que não provoque tontura
e se a vertigem for um de seus preceitos
que se possam pintar constelações inteiras
bem diante dos olhos rotos, tomados por sua maldade.
Procuro uma dor de verdade
não essas dorzinhas da cidade
aquelas bruscas do campo, que provocam feridas na alma
procuro uma dor inédita, dessas que só se vê em filme de horror
diante de tanto pavor sigo sem chão
chorando com a mãe que enterra seu filho adolescente
vítima das mazelas da periferia das grandes cidades.
Procuro uma dor de mãe, a beira da cova de seu filho
chorando rios de lágrimas, estraçalhada por dentro
de tanto lamento e dor comum que há por aqui
pela falta de zelo dos políticos e dos governos
por tantos enterros e perdas
por todo esse descaso com os jovens
que são condenados a morte antes mesmo de nascerem.
Procuro a cura ou um remédio qualquer
que nos livre da fúria desses imbecis
que não se doem ou sentem dor qualquer
por tanta barbárie e falta de senso
que não se lamentam ou percebem um lamento sequer
de tanta dor comum existente por aqui.
Será que de tão cegos não percebem?
Chega de lamentar por tão pouco
chega de dores comuns
se só nos resta sentir dor
então chega de dores fajutas
ficaremos só com as dores inéditas.
O sistema do SISTEMA
Grito... Grita, grita alto, mais alto, mais alto ainda!
Não que o teu grito não seja alto o suficiente
para ser escutado por todos.
É muito mais alto do que tu podes imaginar.
O sistema é que se cala, finge-se de morto.
O problema não está no teu grito e sim na deficiência do sistema,
que finge não haver qualquer problema em seu engenho magnífico.
Que finge não ouvir o quão alto e desesperado são os teus gritos
e o de todos que gritam, mesmo que gritem por dentro, em silêncio
silenciados, inauditos, sob interdição.
O sistema é a máquina mais perversa e controversa já criada.
Mais até que a bomba atômica - que só é utilizada em ocasiões especiais.
O sistema é uma máquina criada para operar na dimensão do perverso
sua função não é trucidar os sujeitos, nem moê-los feito insetos
nem mesmo criar monstros sociais totalmente adaptados à sua incoerência.
Isso é deficiência humana mesmo!
Provocada por mal caratismo, ingerência e incompetência ao manuseá-la.
Em seu modo cotidiano mata, estripa, dissimula...
Inaugura placas de cobre com letras douradas, estátuas e totens
em homenagem a seus feitos incríveis.
Por fim, ostenta em praça pública toda essa maldade.
Bebo porque tenho sede
Choro porque tenho vontade
Rir é uma contradição
Grito por não ter opção
Não sou uma cobaia de laboratório
Não me meça, comensure e nem me avalie
Me explore, violenta com vontade
Me coma e me vomite
Me consuma, me explore
Mas não me entenda
Não me explique
O que é o homicídio?
Para mim é uma coisa medieval e de outros tempos.
No futuro as pessoas não vão acreditar que existiam aqueles que matavam uns aos outros, assim como nós ficamos chocados com muitas coisas e modos de ver que existiam no passado.
Aquele que mata o próximo é alguém que não sabe resolver seus problemas, um covarde. Ainda piores aqueles que fazem guerras, não sabem resolver os problemas e ainda envolvem várias pessoas, a maioria inocente.
Violência é uma lembrança de que somos todos animais e de que não somos muitos superiores a nenhuma outra espécie.
NOTA DE REPÚDIO
Venho através deste, declarar meu total repúdio ao processo de “Jagunçagem” instalado no transporte público coletivo, por ônibus, na periferia da cidade de Belo Horizonte. E reforçar minha total repulsa ao ofício destes “Leões de Chácara”, que andam tocando o terror na população usuária deste modal de transporte, principalmente na linha 712, que atende ao bairro São Bernardo e adjacências.
Se não bastassem os valores absurdos do transporte público em Belo Horizonte, os consecutivos e ‘ilegais’ aumentos no apagar das luzes e o total desconforto e falta de segurança dentro desses veículos, ainda mais essa, a contratação de homens “sem rostos”, absurdamente despreparados e aparentemente orientados para tocar o terror em qualquer um que se aventure permanecer na parte da frente dos ônibus. Mesmo que tenha a passagem em mãos ou o cartão BHBus, devidamente carregado com o valor da tarifa. Ou ainda, mesmo que tenha em mãos um valor bem maior, por exemplo, uma nota de cinquenta reais. E aí, nesse caso, corre-se o risco de ser surpreendido pelo agente de bordo, que alegará não ser obrigado a abater em valor tão alto o valor desta tarifa vexatória, que é quase um tapa na cara da sociedade, e respaldado por imbecis feito esses jagunços já citados anteriormente, plantados pelas empresas nos ônibus para garantir sobre qualquer meio (ameaças, agressão moral, física, etc.) que todos os usuários sobre coerção, avancem a roleta e paguem a passagem, mesmo que ainda não tenham chegado em seu destino final. Diante de tal prática, ilícita perante nossa legislação, relato o caso do usuário “Guilherme”, de dezenove anos, que foi covardemente agredido e submetido a todo tipo de situação vexatória que se pode imaginar, quando se deslocava dos arredores do bairro São Bernardo sentido Estação Pampulha, na linha 712.
Ao chegar à Estação Pampulha, o usuário Guilherme, foi impedido pelo dito fiscal de bordo (não identificado nesse primeiro momento) de desembarcar. Mesmo tendo em mãos uma nota de cinquenta reais para pagar a passagem, foi seguro e impedido de descer ou rodar a roleta (a agente de bordo alegava que não tinha troco para o valor dado a ela) e que não era obrigada a cobrar a tarifa, sob pena, de ter ela mesma de pagar o valor ao caixa da empresa depois. Com o respaldo do Jagunço que fazia a segurança do dinheiro da empresa, o mesmo foi mantido em cárcere privado por mais de dois quilômetros, apesar de outro usuário incomodado com a situação, ter quitado junto à cobradora do ônibus o valor da tarifa. Mesmo assim, foi impedido de descer e conduzido por pasmem, mais de dois quilômetros longe da estação, onde faria a integração com o MOVE para seu destino final. Após ser privado de descer em seu destino inicial, a Estação Pampulha, e ser obrigado a descer tão longe, continuou a ser ameaçado pelo dito fiscal da empresa que estava dentro do ônibus; e ao descer na Avenida Pedro I, em frente ao estacionamento do centro de compras ‘Via Brasil’, foi covardemente perseguido e agredido pelas costas a socos e pontapés. Diante de tão gratuita e covarde agressão, o que se viu foi um clima de total indignação dos demais usuários, que prontamente reagiram e desceram do ônibus, assumindo uma postura de defesa do rapaz. Apesar de tanta gente ter se indignado, apenas um ou dois sujeitos permaneceram no local apoiando e adotando as providências necessárias para um desfecho ao menos justo para toda aquela desumanidade presenciada. O rapaz perdido diante de todo aquele vendaval que invadiu a sua vida naquele instante, permanecia sem reações lógicas e racionais e esbravejava sua inconformação por ter sido a vítima da vez dessa situação toda. Ele chorava e falava do medo de andar de ônibus, devido aos perigos normais existentes, para qualquer usuário deste modal no dia a dia. Dezenove anos, dezenove... Covardemente agredido por estar no caminho de um imbecil, que pensa estar agindo de acordo com a lei, defendendo o patrimônio de abutres carniceiros que sugam e mamam nas tetas da população, prestando um serviço de quinta categoria em veículos extremamente desconfortáveis e insalubres.
O que conforta, é saber que a população está atenta e não aceita mais injustiças e covardia. Que a polícia, em seu ritmo próprio, apoia o oprimido e cumpre com seu papel de atender e proteger as vítimas de atos que venham ferir a lei e as individualidades dos sujeitos. Que apesar das injustiças e perante tanta ignorância e falta de senso, existem ainda pessoas lúcidas e capazes de surpreender a todos por sua capacidade de ser humano, de se colocar no lugar do outro e assumir com ele suas dores e angústias, visando a um bem comum em sua relação com o coletivo da sociedade.
Espero, angustiadamente, que esse rapaz leve a frente esse processo e que essa situação seja observada de perto pelas autoridades competentes, para que outros sujeitos não sejam agredidos também. Para que se evite uma tragédia futura, e para que os direitos das pessoas que se arriscam todos os dias a usar, após pagar tão caro por este serviço, sejam garantidos e mantidos no rigor e limite previstos em nossa legislação.
Não pensem que acho correto as pessoas andarem de graça por aí, à custa dos outros, pois não acho certo também! Apesar de entender que se os impostos pagos por nós fossem melhor investidos, talvez tivéssemos não apenas um modal de transporte decente, e sim vários; integrados, eficientes, confortáveis, seguros mesmo que não fosse barato tudo isso! Pois, hoje já não o é. E você, o que faria se deparasse com situação semelhante? Aliás, devido à expansão desse processo de Jagunçagem nos ônibus da periferia de Belo Horizonte, e aos frequentes relatos de agressão e desmandos dessas pseudo-autoridades, será que você já não foi vítima e se calou, ou se calou diante de outras vítimas? Você tem algum parente, jovem, que estuda na escola Três Poderes? Esses têm sido vítimas frequentes deste tipo de agressão. Certo ou não, converse com ele, tente escutar da boca de um conhecido se procede ou não tais relatos.
Aconteceu hoje, dia 31 de agosto de 2015, uma verdadeira tragédia.
Mas, estamos de olho!
Obrigado pela atenção!
Doze balas
Todos os tiros disparados a queima roupa.
Doze disparos a esmo,
antes mesmo de o dia amanhecer.
Enquanto o sol ensaiava uma entrada triunfal,
o brilho do metal criava os contornos da silhueta das mãos,
mãos que tremiam mais que as pernas de uma criança no primeiro dia de aula.
Os raios de sol atravessavam as perfurações
e acenavam seu brilho aconchegante em nossos rostos
completamente embriagados de sono.
Dava pra ver as luzes das casas se acendendo
e as pessoas acordando do outro lado.
Toda aquela confusão formada
e os esquivos malfeitores saindo da cena de fininho,
se esquivando e camuflando-se nas sombras do fim de noite.
Dava pra ver... Se alguém olhasse veria! Mas ninguém se arriscou.
E antes mesmo de o dia clarear e a noite chegar ao fim...
As janelas e cortinas se fecharam
e ninguém sabe dizer o que aconteceu daí em diante.
A vida, foi feita para ser vivida, independente de que qualquer alma vencida pense que aqui na terra é o verdadeiro inferno. A mesma foi dada a nós como uma dadiva na qual temos que aproveitar e também concertar os nossos possíveis erros.
Ninguém sabe até quando vai poder aproveita-lá, pois a morte vem como um ladão na surdina da noite, e quando perceber, tudo que você almejava fazer, ficou só nas lamentações.
Aqui na terra só é um ´´inferno``, porque nós a transformamos num, pois nós seres humanos pensantes, é que fazemos da mesma um lugar habitável, coisa na qual com toda essa violência daqui a algum tempo não mas será.
A mentira engana, escraviza e mata; a verdade edifica, liberta e dá vida eterna.
Uma mentira religiosa tem consequências mais graves do que a violência: esta mata o corpo, aquela mata a alma.
O propósito da religião é religar o ser humano ao Criador. Porém, digo com dor, que uma religião que se estrutura na mentira, o homem de Deus desliga.
Se se pode religar, o que um dia foi desligado. Foi isto que ocorreu quando o ser humano deu lugar em sua vida ao pecado contra o Seu Criador. Como Criador do universo somente existe um, então o termo Religião só faz jus quando aplicado ao Real Criador.
A região que se fundamenta em tradições humanas mentirosas, anula e/ou abandona, segundo Jesus, a Palavra de Deus, que é a verdade.
Uma grande mentira é afirmar a relatividade da verdade, colocando-a sujeita a subjetividade da tirania da individualidade do ser humano caído e inclinado à mentira. É bom que se diga que a verdade precede e está acima da humanidade, pois a verdade é tão eterna quanto o é o Criador.
Uma afirmação ou é verdade ou é mentira. Jamais verdade e mentira ao mesmo tempo como prega a doutrina da relatividade.
Existem diferentes níveis no conhecimento da verdade, os quais vão desde o menor até o mais elevado grau possível ao ser humano. Quanto mais o nosso conhecimento se aproxima comprovadamente da verdade, mais elevado é o nosso conhecimento da verdade. Jamais relatividade da verdade, pois esta põe em dúvida a verdade e até mesmo a nega, põe em conflito os seres humanos como sujeitos do conhecimento e, por fim, atentam contra o Criador e Sua Revelação, a Bíblia. Defendendo-se a relatividade, defende-se que qualquer mentira é verdadeira, uma vez que cada um pode de forma consciente e pelas razões mais vis defender sua mentira como verdade.
Policial.
Certo dia um garoto chegou para o espelho e disse:
Quero ser policial!
Este garoto que pobre ou rico. decidiu que queria fazer a diferença neste mundo tão mal.
Este garoto que talvez tenha visto, o pai, mãe,irmão, amigo serem abatidos pela arma do inimigo.
Mesmo assim sentindo tanta tristeza, talvez chorando por dentro.
Não encontrando justificativa para perda de uma pessoa querida.
Cresceu, estudou, se esforçou.
Conseguiu vestir a tão sonhada farda.
A partir dali seria o herói da sociedade.
Com aquela farda surrada o colete pesado.
Uma arma em punho que por muitas vezes falhava.
Não foi reconhecido pela sociedade, que com muitas críticas aos poucos o matava.
Não foi reconhecido pelo Comando, que só o criticava, tirava deste policial toda dignidade.
Este policial lutava com alguns poucos amigos para continuar servindo e protegendo a sociedade.
Por vezes com fome, frio, medo ele encarava o temido bandido, sabendo que poderia ser abatido.
Caiu na emboscada do inimigo, que não teve respeito nem pena. " O MATOU SORRINDO"
Mais um homem caído no chão ferido, MORTO.
A família chorando e sofrendo os amigos de farda correndo para capturar o BANDIDO.
Assistiam nos telejornais e liam também, que os policias são despreparados, eles matam sempre alguém.
Nesta guerra desigual, quando morre um POLICIAL, a história é sempre igual.
Não é lhe dado o devido apoio, principalmente daqueles a quem ELE perde a VIDA tentando proteger do mal.
Ali presentes no velório,a família e amigos choram desolados.
Buscam respostas para a morte do herói abandonado.
Buscam consolo nas lembranças, da história do HERÓI que tinha tanta esperança.
Triste REALIDADE deste policial que só sonhou fazer o BEM.
Recebeu em troca o MAL.
ENTERRADO agora está, NADA mais pode ser feito.
Só uma breve oração.
A pergunta que fica é:
" SERÁ QUE AINDA TEM JEITO???
Uma homenagem aos 91 policiais mortos no Rio de Janeiro.
TRISTE REALIDADE!!!!
“Naquela altura, tudo denunciava o agravamento da situação brasileira, com o aprofundamento das contradições de uma sociedade em que o velho e o novo convizinhavam e defrontavam-se violentamente. O aspecto mais evidente, por essa época, estava justamente na violência que presidia o processo histórico e que era pouco habitual na vida brasileira. Nela surgiam, agora, e surpreendiam, traços antes desconhecidos, que haviamlevado alguns ingênuos a levantar teses superficiais, como a da cordialidade natural de nossa gente, de nossas mudanças sem lutas. Quem estudou a nossa história sabe que tais teses não encontram nela qualquer confirmação: as violências da repressão, em 1817, em 1824, em 1848,em Pernambubo, como na Cabanagem paraense, como nas lutas sulinas, como na repressão a levantes mais recentes, do início da República, desmentem tais teses. Agora, a violência reaparecia, no plano político.”
Nelson Werneck Sodré – A ofensiva reacionária
Textinho criança!
A criança que há em mim não deseja brinquedos, grandes ceias, ela não busca apenas o afago, afeto, uma aventura ou emoções perigosas. Essa criança deseja algo mais e não apenas a mão estendida. Essa criança tem sede de amor, igualdade social e teme o futuro das outras crianças que perdem a inocência cedo demais. Existe em mim uma criança alegre, saudável e sorridente, mas percebe o desamparo. A humanidade está perdendo seus valores, as crianças não entendem os problemas complicados dos adultos, mas sofrem com as consequências. As crianças apreciam a oferta de amor, carinho, compreensão, mas conhecem a violência. Sentem medo do escuro, essa escuridão tirou a visão dos adultos, que em seus próprios medos reagem como crianças desamparadas. As crianças não culpam as pessoas por suas ações equivocadas, mas lamentam por todo o desamor imposto pela humanidade. A criança que há em mim é a mesma que há em você, devemos conservar essa doçura e não deixar que evanesça. Pois a cada decisão tomada, precisaremos da opinião de um ser de inocência nata. Estamos brincando pouco com nossas crianças e isso intimida a criança interior. Elas têm um único propósito, nos trazer felicidade. De todos os períodos, a infância é o mais perfeito, pois as crianças não possuem maldades em seus pequenos corações, somente encantos. Quando crianças têm seus direitos asseguras, elas são apreciadas e amparadas. No entanto, infelizmente os menores sofrem abusos e injustiças. Vulneráveis e inocentes tornam-se vítimas da maldade humana. A minha criança interior não deseja brinquedos, mas lamenta o fato de não haver possibilidade para sonhar.
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