Textos para Mãe Morta

Cerca de 4152 textos para Mãe Morta

Nordeste

As serras ao longe brilham em meu peito
E o tempo aqui é hora morta
Quando ao meio dia os pássaros adormecem
Debaixo das copas das poucas arvores
E uma carreta envelhecida com um jumento cansado
Que vai Murmurando e maneia a cabeça
De um sol agreste que o vai queimando.

As terras secas em vales profundos
E um povo amável do fim do mundo
Que Suspira e respira a poeira das fabricas
Do gesso absurdo.

Enfim no fim de tudo
Nem uma escultura gesso existe neste pequeno
Paraíso de um Adão e de uma Eva
Para que a memória dos seus antepassados
Deixe de ser escura.

Inserida por israelwest

DILÚCULO

Luz da manhã
como o ouro da montanha alta,
intocável virgem,
conforto da noite morta...

Sonhos à brisa fresca
beijando a face das flores,
o verde das árvores,
a alma vagante da noite...

Calor do sol
aquecendo os túmulos brancos
e os negros, e os perdidos
na esperança do conforto...

Luz da manhã
como a face dos anjos eternos,
dos sonhos inocentes,
das estradas silenciosas...

Mesmo o meu corpo frio
desconhecido aos céus,
nas promessas eternas do tempo,
elevai as minhas grandezas...

Luz da manhã,
que os teus sorrisos eu não perca
nas horas do dia,
no crepúsculo da vida...

Inserida por acessorialpoeta

Ela está morta...
Procurarei outra
Por que
Se encontra apenas o vazio
Não conheço o amor
Nem mesmo esse vazio
Desconheço a imensidão
Não tenho mais um coração
Somente as sombras que lhe rendeu
Tantas sobras perdidas além desse vazio
Já que sou apenas solidão que nunca foi
Deixei o mesmo espaço dessa existência
Imediatamente está em um paradoxo...
Imerso em um poço feito pelo destino
No qual abandone este ferimento que foi
Logo tempo para maiores medos
Embora que nunca tenha conseguido
Sentir se fora um grande sonho
Entre as regras da perdição nunca...
Se encontra nas suas sobras de maiores
Sombras de um pouco de um deleite
Abandonei tudo bem como acordei.
Por Celso Roberto Nadilo

Inserida por celsonadilo

“Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr”. Provérbio africano

(do livro em PDF: A confissão da leoa)

Inserida por portalraizes

TASCA MORTA

Escreve por descaramento
Onde afoga-se entre surdos
Roucos, porcos e sujos
Sem estatuto dum louco
Parvo de vício já sujo
Vazio de troncos podres
Mão do homem fracassado
Revoltado com o café da manhã
Pão seco sem cheiro que revela
Torna-se ópio da boca pobre
Abdica espontaneamente da alma
Chora tantas vezes em seco
Perdeu a conta às lágrimas
Que já derramou pela vida
Choro negro de tanto riso
Nos degraus de pedra dura
Altar para tapar a minha urna
Último abrigo num inferno
E afinal morto já ele estava.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

- VERDADES CRUÉIS -

Em noites tristes, caladas
Quando a vida parece morta,
Há silêncios pela estrada
E ninguém bate à nossa porta!

Em dias floridos, com vento,
Passam flores a cismar,
Passa a vida, passa o tempo
E até cansamos de esperar!

E tudo passa sem parar
E passamos nós também
Passa a vida devagar
Neste eterno vai e vem!

Inserida por Eliot

"- Mesmo ela não estando lá, a não ser na cabeça dele.
- Ela estava morta, mas o que importava?
- Quão diferente é de qualquer relacionamento?
- Quanto nós esperamos de nossos companheiros?
- E por que diabos precisamos tanto?
- Felicidade, de certo modo, é uma criação da mente?"

Inserida por bolet0

Se hoje és tu, esta casa vazia, esta casca morta...
Então, eu não quero mais voltar.
Já tive teu sorriso, já senti teu calor...
Mas você renegou meu amor, partiu sem olhar pra trás.
Não, não quero restos, não aceito migalhas.
E ainda que no fundo, não tenha deixado de te amar.
Não quero me voltar para as paredes, pra este seu coração vazio.
Que um dia, julguei ser meu lar.

Inserida por Ricardo_Silveira

RODA MORTA-VIVA

Demétrio Sena, Magé – RJ.

A não ter minha essência preservada,
é melhor não ter nada e nada ser;
estancar os projetos de uma vida;
ter a vida volátil dos insetos...
Se não for como sou, como serei?
Quem terei pra mostrar ao meu espelho,
meu silêncio, meu recanto mais fundo,
pra que o mundo me veja quando olhar?
E não tendo a mim próprio, que teria
para dar ao momento em que me dê
à magia dos relacionamentos?
Não me peçam pra ser conforme a moda,
pra dançar como a roda morta-viva
ou a dança das massas amestradas...

Inserida por demetriosena

Abandono

Quando você abriu a porta e saiu
A casa ficou morta e ruiu
Desabrigado e com a vida rasa
Meu corpo também ficou sem casa
Na primeira curva da estrada
Voltou-se, sorriu, acenou com a mão
Ofertou-me sua face amargurada
Herança de tristeza e solidão
Na sua partida a noite chegava
Cobrindo tudo de luto e agonia
Ainda esperando se você voltava
Alma e corpo penando em muda sintonia
Não suportando a terrível dor
Minh'alma seguiu você bem de mansinho
Coisa sem alma, vaso sem flor
Meu corpo perdeu-se pelo caminho

Inserida por RemissonAniceto

GOTAS DE ENTUSIASMO


Morta a ilusão, sepulte-a e siga em frente
e não lamente o que se foi, passou.
Desate os pés, alce vôo pelo espaço,
busque outros braços, outros laços de amor...

Tudo na vida tem limite e tempo
e não convém estagnar o seu viver.
Plante outros sonhos, sementes de esperanças
e certamente novos frutos hás de colher...

Inserida por isabel_santos_1

MORTOS-VIVOS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

‘Falo com gente morta,
O tempo todo’.
Gente que criou lodo
e virou porta.
Vivo com gente fria,
sem emoção,
sem sentimento.
Que ficou vazia,
verteu no chão,
sobre o cimento.
Gente sem veia, calo,
feito rebanho,
de alma torta.
Parou entre o ralo,
o banho
e o rodo.
‘Falo com gente morta,
O tempo todo’.

Inserida por demetriosena

Humildade morta
Talvez nunca chegue para ficar,
Nem nunca levante para ir embora.
Talvez a multidão escondeu
No tremor da respiração
Em que você se perdeu
E foi-se pela contramão.

Nem mais copo, nem mais corpo
Acolhendo os desejos acordados.
Não há boca esperando outra,
Apenas um movimento sem jeito
Um corpo conduzindo a roupa.

Na parede pendurado um recado
De um tempo a ser lembrado,
Um sorriso nunca esquecido
Contrastando com o hoje amarelado.

Findou assim, sem terminar
Foi tudo e sempre tudo será
Amor que ama tem vida eterna
O que morre é a humildade de amar.

Inserida por MoacirLuisAraldi

A PORTA

De tábua és construída
ao vento e a poeira corta
marca chegada e partida
viva e morta: sou a porta

Eu abro para quimera
me fecham no temporal
sou tramelada, espera
proteção, da casa ritual

E neste abre e fecha
a escada é o meu chão
lá fora eu vejo pela brecha...
O bem, é a porta do coração.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Meus pêsames

Para minha criatividade que com o tempo foi morta.
E ao meu coração que em suas mágoas se afoga.
Para minha felicidade que foi embora.
E as minhas boas memórias.
Para a solidão que de mim sente saudades.
E os arrependimentos que senti mais tarde.
Para todas as rosas que colhi.
E todas as vezes que menti.
Para todo o amor que me restava.
E as promessas que hoje não valem mais do que nada.

Inserida por Dichter

Sete Palmos Abaixo da Terra
Eu estava morto para você
Você estava morta para mim
Chame isso de preto e azul
Desça facilmente

Acho que me perdi
Estou tão longe?
Você conheceu outra pessoa
E tem sido tão longo, querida

Quero que você me queira
Quero que você precise de mim
Eu juro que é a verdade
Esperando que você me chame
Saiba quando você me ver

Eu estarei lá para você
Eu estava morto para você
Você estava morta para mim
Nós éramos preto e azul
Nós éramos preto e azul

Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite
Tem sido um sono infinito
Loucos quando éramos mais jovens

Nunca deveria ter dito nossas despedidas
Então, querida, você não vai me deitar
Puxe meu coração para fora do chão
Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite

Amor de cemitério
Fumaça dentro dos nossos pulmões
Eu poderia usar o seu toque
Poxa, sou tão exuberante

Nesta dança iluminada pela lua
Me dê mais uma chance
Dormir com seu fantasma todas as noites

Quer que você me queira
Quer que você precise de mim
Eu juro que é a verdade
Esperando que você me chame
Saiba quando você me ver

Eu estarei lá para você
Amor de cemitério
Fumaça dentro dos nossos pulmões
Eu poderia usar o seu toque
Eu poderia usar o seu toque

Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite
Tem sido um sono infinito
Loucos quando éramos mais jovens

Nunca deveria ter dito nossas despedidas
Então, querida, você não vai me deitar
Puxe meu coração para fora do chão
Nosso amor está a seis pés abaixo
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite

Então podemos devolvê-lo à vida?
Podemos trazê-lo de volta à vida?
Zumbi, zumbi, zumbi, zumbi

Podemos trazê-lo de volta à vida?
Podemos trazê-lo de volta à vida?
Zumbi, zumbi, zumbi, zumbi

Nosso amor está a seis pés abaixo
Sim, isso me faz pensar
Talvez possamos ressuscitá-lo hoje a noite
Tem sido um sono infinito
Loucos quando éramos mais jovens

Não, nunca devemos ter dito nossas despedidas
Então, querida, você não vai me deitar
Puxe meu coração para fora do chão

Nosso amor está a seis pés abaixo
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite
Tem sido um sono infinito
Loucos quando éramos mais jovens

Nunca deveria ter dito nossas despedidas
Então, querida, você não vai me deitar (o bebê não vai deixar você me deitar)
Puxe o meu coração para fora do chão (puxe meu coração para fora do chão)
Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra
Sim, isso me faz pensar
Poderíamos ressuscitá-lo esta noite.

Inserida por UmCriminoso

O MEU CONFORTO

Sol poente... noite fria! Cá estou! Sou eu.
Eleva-me à fragrância da flor morta...
Que do dia, me restou a vossa porta
Por voltar à luz bendita que morreu!

Sou do teu conforto de saudade
O teu grito erguido em trevas de infinito...
Prega-me à cruz da insanidade
Que sou de ti a história curta de um mito!

Sou eu! Cá estou! Abra-me seus espaços,
Minha cruz, onde morre a minha dor,
Que já breve volta à luz os meus cansaços...

Noite fria... solidão! Oh, meu amor!
Dá-me o conforto dos teus braços...
A ilusão dos meus instantes de primor...

Inserida por acessorialpoeta

NOITE MORTA

Nesta noite angustiante que aqui estou,
Lembro-me todas as coisas ditas por ela
Naquela voz fina, naquela voz bela...
Todos aqueles instantes em mim ficou.

Amo-te tanto porque tanto me amou...
Naquela noite fria de uma luz tão singela,
Que era o clarão da lua ao entrar a janela
Iluminando aquele instante, que parou...

Ao tempo, minha bela, de voz alta...
Todos aqueles momentos, que me falta
Quero gritar ao mundo o que era meu!

Mas como estrangular contentamento
Se não tenho o seu amor, neste momento
O sonho daquela noite em mim morreu!

Inserida por acessorialpoeta

Tem alguns dias que me sinto morta por dentro, mas do que qualquer outra pessoa em estágio terminal.
Meus movimentos são contados ao bater do relógio na sala. Meu coração é impulsionado levemente a bater.
São esses dias que me mostram o quanto a vida é bela. Porque mesmo morta por dentro ainda consigo viver.

Inserida por BreendaSantoos

RODA-MORTA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Muita gente não veio ao mundo para ser gente. Não em essência. Uma gente urgente, marcada para correr. Para nunca saber que o presente é tempo, e que o passado é uma escola da qual não devemos abrir mão, por mais que a vida nos leve avante. Ele nos orienta pro futuro, e revela que o mesmo estará sempre lá, quer corramos ou não.
Gente que vive para ter o que os olhos não alcançam nem os anos de vida justificam. Faz filhos que os outros criarão, e com isso, gera crias do acaso e das babás. Crias que herdarão muitos bens e serão marcadas para correr, chegar na frente, vencer o próximo, e depois sentir que lhes falta o maior bem. O bem-querer.
Esses filhos também terão seus filhos, e nas horas urgentes, dirão que "Deus proverá", como forma de justificativa... como sustentáculo e manutenção da roda-viva de gente que não vive... que transforma tudo que tem numa eterna isca para ter mais. Essa gente não é. Apenas está. Distorce o dom de viver... e troca o ser pelo ter.

Inserida por demetriosena