Moacir LuÌs Araldi

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Tempestade dividida,
Oculta em um véu
Metade viu a chuva
A outra viu o céu.

Inserida por Moapoesias

Por escrito

Um anjo vem me ver, por escrito.
Sem gritos.
Grifo-te em negrito.
Adiciono-te aos favoritos.
Sem faniquitos.
Subscrito, vão meus versos.
Acolher-te sem atritos.
Alcançar-te sem conflitos.

Inserida por Moapoesias

Agradável é lembrar por vontade própria e não por ser impossível esquecer.

Inserida por Moapoesias

Pensamento soprado

Como quem sopra um balão
Soprei meu pensamento ao vento.
Fiquei vibrante aqui no chão
Ao subir deu-me um alento.

Vai pensamento
Corta os ares da cidade
Siga firme em silêncio
Vá, como eu, sem maldade.

Vá dizer aos sofredores
De todos os cantos do mundo,
Que ainda existem amores
Buscando-te a cada segundo.

Vá levar a esperança,
Onde impera a tristeza
Leve alívio às crianças
Torne farta sua mesa.

Leve uma mensagem de fé
Aos descrentes e abandonados.
Lembre que na baixa da maré
Também podem ser abençoados.

Leve cura aos enfermos,
Conforto a todos os seus.
Lembre a eles que nenhum termo
Supera a vontade expressa de Deus.

Leve água aos nordestes do mundo
Pra colheita incrementar
Umidade bem no fundo
Pra vertentes brotar.

Como última missão te peço,
Leve motivo a todos os povos
Pra superar os tropeços
E acreditar em tudo de novo.

Inserida por Moapoesias

Compensação

Não sei amar como Jesus amou,
Mas sei amá-lo.
Não tenho a fé de São Francisco de Assis,
Mas tenho uma vida Franciscana.
Não sei escrever como Quintana,
Mas sei ler Quintana.
Não tenho a Julieta do Romeu,
Mas tenho um amor que é meu.
Se não consigo viver em Pasárgada,
Vivo feliz em Passo Fundo.
Se não posso ser William Shakespeare,
Posso ser um homem de poucas palavras.
Ou não.
Se não tenho respostas,
Pesquiso.
Sem beleza,
Esbanjo simpatia.
Sem dinheiro,
Capricho na economia.
Evito lentes,
Por não ter fotogenia.
Tendo tristezas,
Combato com a alegria.
E se tem câmeras,
Ria. Só ria. Sorria.

Classificada entre os 250 a serem editadas no concurso poesia livre 2013

Inserida por Moapoesias

Empréstimo.
Pedi a meus sonhos um adiantamento de felicidade. Como estou em débito com a esperança, foi negado.

LETAL
A fidelidade jurada foi carnal,
Trair-te não me põe pecador.
Devaneios não causam mal.
Traio mais nego amor.

Pois se desejo, sou desejado.
Excetuando as trapalhadas
Não amo, nem sou amado,
És letal nos sussurros das gargalhadas.

Seguimos indiferentes na condição
Não é amor, apenas é bom.
É carne. Nunca será pão.

Outro deleite bem casual
Fitamos o universo a procurar.
Mero acaso, nada proposital.

Inserida por Moapoesias

SOU

Sou sonho
Que se escreve desejo.
Sou esperança
Que se escreve pó.
Sou angústia
Que se escreve nó.
Sou amor
Que se escreve talvez.
Sou infância
Que se escreve distante.
Sou passo
Que se escreve muleta.
Sou criança
Que se escreve doçura.
Sou conta nova
Que se escreve dívida.
Sou desejo
Que se escreve vontade.
Sou ânsia
Que se escreve chocolate.
Sou busca
Que se escreve tentativa.
Sou “homem não chora”
Que se escreve falso.
Sou medo
Que se escreve insegurança.
Sou natureza
Que se escreve extinta.
Sou verdade
Que se escreve dureza.
Sou solidão
Que se escreve tristeza.
Sou o eterno
Que se escreve “até onde der”.
Sou ternura
Que se escreve mulher.
Sou o “estou bem”
Que se escreve mentira.
Sou sólido
Que se escreve derrama.
Sou poesia
Que se escreve... Em versos.

AMIGOS PARA AMAR

Procuro amigos.
Amores não mais.
Em toda vida busquei. Desisti.
Procuro só amigos que não tenham que partir.

Amigos podem ter defeitos.
Gordos. Feios. Mal acabados.
Amores não.
Amor tem que ser perfeito.

Amigos podem ser desengonçados,
Basta que sejam leais e esforçados.
Ao contrário da amizade
O amor te faz enciumado.

Amigos que me recebam sorrindo.
Que me incluam em seus programas.
Que não permitam que eu dirija embriagado.
Mas que nas minhas recaídas estejam ao meu lado.

Que deem abraços.
Que entrem sem pedir licença.
Que peçam meu terno emprestado.
Que transmitam a certeza de muitas presenças.

Amigos de qualquer idade.
Que respeitem minhas vaidades.
Que zombem sem ter maldade.
Mas que admitam sentir saudade.

Inserida por Moapoesias

Amor sentinela

O meu amor não se mede
Não tem tamanho.
O meu amor faz
Todas cheias minhas luas.
O meu amor não tem físico.
Mora em mim.
Dorme em mim.
Belo, intenso, ausente.
O meu amor sentinela.
As vinte e quatro horas é dela.
Você sabe como deste amor esquecer?
Guarde pra você
Eu não quero apreender.

Inserida por Moapoesias

PAPA FRANCISCO

Um novo comandante da minha fé
Agora começa a reinar.
Só de saber quem ele é
Já serviu pra me emocionar.

Um religioso latino-americano
Com o desfio das renovações.
Sinto-me representado no Vaticano
Dirijo a ele minhas orações.

Justifico a alegria que de mim não sai
Além do catolicismo que acredito,
Francisco era também o nome do meu pai.

Chico pai e papa também,
Deus te guie e ilumine
Hoje e sempre. Amém.

Inserida por Moapoesias

TRAVESSEIROS

Num devaneio alvissareiro
Na cama coloquei dois travesseiros.
Quiçá amanhã um terá teu cheiro
Ou repousará ainda inteiro.

Sinfonia, bem baixinha, de Chopin.
Foco de luz no quadro de veleiros.
Pra lembra-te amanhã
Ou esquecer-te por inteiro.

Perfume pra deixar em você o meu cheiro,
Roupa de grife parecendo natural.
Peças pensadas no tabuleiro
E uma ansiedade sem igual.

Poderá ser um fato magistral
Ou afundar em ilusão.
Vejo-te deusa colossal
Imagino-te em extrema excitação.

Encanto-me ao vê-la se aproximar
Meu desejo haverá de se realizar.
Champanhe e taças pra brindar.
Um deslumbre! Ela acaba de entrar.

Inserida por Moapoesias

TRAVESSEIROS II

O dia se fez as onze.
Um travesseiro sem cheiro
Feito medalha de bronze
Ao lado da cama, ainda inteiro.

A sinfonia vinha de dentro.
A luz ganhou foco exuberante.
Num único travesseiro,
Duas marcas e o cheiro dos amantes.

A noite foi de magia
Como a muito não se via.
Minha deusa da alegria.
Dona das minhas fantasias.

O cabelo desalinhado.
Agora um velho jeans desbotado.
Um perfume desodorizado,
E um sonho de amor realizado.

O champanhe abandonado
Por água de coco trocado.
Os desejos retomados.
Ela feliz ao meu lado.

Inserida por Moapoesias

SE É AMOR

Se é amor...
É natural.
Nasceu sem semear.
No inverno não vai murchar.

Se é amor...
Tem seu sabor.
E ninguém conseguirá comparar.

Se é amor...
Basta um olhar. Palavras podem atrapalhar.
Mantenha segredo, nem precisa contar.

Se é amor...
Diga baixinho.
Ninguém mais precisa saber,
Só eu.
E talvez você.

Inserida por Moapoesias

LUZ ACESA

Desta busca ao impossível
É que sou sobrevivente.
Tantas faces insensíveis.
No caminho estão presente.

Desta busca a felicidade
É que rondo de luz acesa.
Busco todas as possibilidades
Se não as encontro abasteço de tristezas.

Desta busca ao verso inexistente
Escrito com alma latente.
É que perdi os melhores poemas.

Buscando a rima rica
Que pra mim pouco se aplica.
Fui tropeçando em pobres fonemas.

Inserida por Moapoesias

REFLEXÕES.

Do nada, chegou á conta.
E a informação que vence agora.
Porque não foi paga?
Pode até ser cedo.
Contudo a hora é esta.
No horizonte ficou a onda de expectativas chamada vida.
E agora? É permitido abandonar a festa assim bruscamente?
Não fiz tudo o pensava fazer.
Não sonhei tudo o que pretendia sonhar,
Não amei tudo o que queria amar.
Não contei todas as histórias que sabia.
Não transmiti toda a experiência acumulada.
Não chorei todas as lágrimas.
Não dei todos os abraços.
Não disse todos os “eu te amo”
Não escrevi as últimas poesias.
Não pedi todos os perdões que precisava.
Não surpreendi nem inovei o bastante.
Sequer esqueci a fórmula de Báscara.
Em quantas chuvas deixei de brincar.
Tive a humildade suficiente para ser entendido?
Fui sempre fiel aos meus conceitos e valores?
Fiz sempre o meu melhor a ponto de não me envergonhar?
Unifiquei discurso e prática?
Apenas dei conselhos ou fui exemplo?

E os amigos que não visitei?
E as tarefas que não conclui?
E os amores que não vivi?
E a despedida que não houve?
E meus perfumes?
A comida que eu mais gostava?
E a minha música preferida?
A fé que não externei?
O café que não tomei?
E a pintura que deixei inacabada?

Eu já sabia que você viria. Mas sem aviso.
E isso são horas? Não vivi tudo ainda.
Eu preciso desocupar a mesa.
Eliminar pista.
Destruir provas.
Organizar meus trecos.

Justo agora que pretendia mudar alguns conceitos.
Queria encontrar o ponto de equilíbrio.
Queria amolecer comigo mesmo.
Queria dar mais “bolas fora”
Arriscar e, se preciso fosse, errar.
Errar muito, errar mais.

Inserida por Moapoesias

CERTEZA

Se um dia fiz amor, foi com você.
Se por vezes senti calor, foi o seu.
O ombro que te apoiou, foi o meu.
A magia do amor aconteceu.

No jardim desta lírica vida.
De primaveras imensamente coloridas.
Fostes a rosa escolhida
Perfumada e atrevida.

A respiração pulsante, própria dos amantes,
Sentimos bem abundante.
Na noite que foste minha.

Quando na areia você escreveu.
O recado que me deu.
Tirou a dúvida que eu não tinha.

Inserida por Moapoesias

CASUAL

A fidelidade jurada foi carnal.
Traio-te sem me por pecador.
Devaneios não causam mal.
Aventuro mais nego amor.

Pois se desejo, sou desejado.
Excetuando as trapalhadas
Não amo, nem sou amado.
Letais vivências das madrugadas.

Outro deleite bem casual.
Mero acaso, nada proposital.
Fitamos o perverso a procurar.

Seguimos indiferentes na condição
É carne, nunca será pão.
Não é amor, é um simples amar.

Inserida por Moapoesias

FESTA DO TRABALHADOR

Quando recebeu o convite pelo correio eletrônico interno, nem leu.
Não iria. Nunca gostou das “festas da firma”.
Antes aproveitaria o feriado e faria um programa mais a seu estilo.
Achava muito estranho que no “Day after”, destas festas, sempre aparecia alguém, cabisbaixo, vindo dos recursos humano demitido e com a informação que a cerveja era para todos consumirem.
Só mudou de ideia quando os amigos mostraram a ele que aquela seria uma festa diferente.
Haveria um duelo imperdível. Uma atração muito especial. Quando, voltou ao convite para, de fato ler, confirmou presença na hora.
A chance de fazer uma grande descoberta se abriu ali, bem diante de seus olhos. Oportunidade imperdível pensou.
Dali pra frente foi um dos grandes entusiastas na divulgação do evento e ajudou a torná-lo o maior de todos.
Quando estacionou seu carro a duas quadras do local, por ter sido a única vaga que encontrou, sentiu que os objetivos de mobilização estavam amplamente atendidos.
Ao abrir a porta ouviu aquele barulho típico das grandes junções, dos grandes shows, dos grandes eventos. A música com volume exageradamente alto só aumentava esta certeza.
Adentrando o recinto acabou ficando mais ao fundo. Gostava de observar tudo. A música realmente era interessante e a iluminação apropriada tornava o ambiente festivo. Sem contar aquela algazarra típica. Ninguém entendia nada, contudo todos falavam ao mesmo tempo.
Como de costume, chegou o horário marcado e nada de começar. É incrível como sempre atrasa. Finalmente ás vinte duas hora e dezoito minutos a luz do salão foi diminuindo até apagar por completo. Apenas um canhão iluminava o palco. Rigorosamente vestido entra o apresentador.
Figura conhecida da mídia nacional contratado para o evento.
Após os tradicionais senhoras e senhores e vocês são os melhores do mundo e outros puxa-saquismos, anuncia a atração esperada para noite.
A minha direita, com toda a sua vivência e experiência Senhor Trabalho. Senhor work, brincou. O sujeito entra todo mascarado, em uma das mãos uma CLT na outra, processos trabalhistas, patrocínio abundante nos calções. A grande maioria de centrais sindicais. Músculos reluzentes. Aparentando agilidade, faz alguns movimentos no palco e recebe aplausos e gritos histéricos de algumas jovens mais saidinhas.
A minha esquerda... A dengosa. A imprevisível. A indesejada, Senhora Preguiça.
Ela entra lentamente sobre fortes vaias e assobios de desaprovação.
Ele ali firme em seu propósito de fazer a grande descoberta.
Ao final do embate, que mais pareceu um massacre se aproximou do Senhor trabalho para tentar seu objetivo. E conseguiu. Num descuido da segurança aproximou-se e perguntou:
-Senhor trabalho, quem é teu pai, quem te inventou?

Calma e educadamente ele respondeu. Uma pena que barulheira do ambiente não possibilitou entender a resposta.
Uma pena.
É muito azar.

Inserida por Moapoesias

PAPÉIS PICADOS.

Hoje quero fazer uma poesia supostamente linda.
Como caminhar descalço a beira mar.
Como canção que não se fez ainda.
Como neve descendo ao luar.

Quero vê-la nascer de forma natural.
Como o calor dos corpos ao se amar.
Como um beijo de desejo matinal.
Como amantes ao se completar.

Quero festejá-la com papéis picados.
Com sorrisos estampado nos rostos.
Ver todos os protocolos quebrados.
Quero que todos tenham seus desejos expostos.

Quero abraçá-la em plena praça.
Gritar o amor para todos os lados.
Fazer-te agrados e te deixar sem graça.
Demonstrar amor muito exagerado.

Inserida por Moapoesias

HOJE

Hoje Deus, eu busco um abraço teu.
Quero te falar.
Bater no teu ombro e dizer:
E ai amigo como vai você?
Confessarei alguns segredos.
Contarei alguns medos.
Falarei de tristezas,
De planos.
De futuro.
Das frustrações.
De amores.
De paixões.
Mas acima de tudo,
Eu quero pedir-te:
Ensina-nos a sorrir.

Inserida por Moapoesias

PÉTALAS

Se brincarmos que seja com nossos corpos.
Que jamais se maltrate os sentimentos.
Que a doçura do amor venha de dentro.
Que não esvoace com o sopro do vento.

Que o amor seja eternamente livre e irracional.
Sem prisão viverá feliz onde desejar.
Que pouse lentamente como brisa matinal.
Nas pétalas das rosas para se perfumar.

Sai de você meu verso mais autêntico e lírico.
Vem como ondas leves e suaves do mar.
Entra em mim quando fundamente inspiro.
Encontra um cantinho nobre pra se acomodar.

Dos teus olhos vem meu intenso brilho.
No teu sorriso encontro minha inabalável alegria.
Tua beleza tem a exuberância e o perfume do lírio.
Amor real coroando minha fantasia.

Inserida por Moapoesias

Dieta

Despeço-me desta lida.
Tomo outros rumos.
Escrever já não me alegra.
Meus versos se esvaziaram.
Esqueço até de regras.
Já estou no mata piolhos,
Faltam-me dedos para alçar.
Sendo assim não vejo,
Razão para continuar.

Antes era fácil.
Eu espetava umas palavras,
Temperava com pedacinhos de sonhos,
Polvilhava com abundantes ilusões.
Pronto. Só degustar.

Agora não.
Palavras não me apetecem.
Temperos a vida já não contém,
Ilusões não fabricam mais.
Sonhos ficaram lá... Bem pra traz.

Entro numa dieta rigorosa.
Consumirei apenas aqueles olhos magros.
Mergulhados sobre os meus.
Sem os deliciosos beijos doces,
Sem os apertos gordos ofegantes.
Momentos pouco picantes,
Sem as cenas do romance.

Deixo a magreza poética me vencer,
Não farei forças para reagir,
Não vai fazer diferença.
Pra mim chega.
...Não quero mais escrever.
(Publicado na Antologia Poesias Encantadas V)

Inserida por Moapoesias

DESEJO-TE.

Quando digo que te amo.
Talvez nem devesse dizer.
Na verdade não te amo.
Eu vivo em você.

Quando digo que te quero.
É só força de expressão.
Na verdade não te quero.
Já moras em meu coração.

Quando digo que te desejo.
É porque te desejo.
Não tem nada de mentira.

Quando digo que serás minha.
É porque serás minha.
Meu querer muito te admira.

OUTDOOR

Eu não tenho medo,
De abrir a foto pra te olhar.

Eu não tenho medo,
De escancarar a porta pra você entrar.

Eu não tenho medo,
De desenhar de risco de giz
Um coração, pra te ver feliz.

Eu não tenho medo,
De te oferecer majestosos
Buquês de rosas.

Eu não tenho medo,
De ao mundo revelar
Todos os segredos.

Eu não tenho medo,
De dançar com você
Um bolero sertanejo.

Eu não tenho medo,
Do teu sentimento de reciprocidade,
Vou confessar este amor num
Outdoor, na principal avenida da cidade.

Inserida por Moapoesias