Tag naufrágio
Disfarço olhares,
Ao olhar para aqueles pares,
Em pares de pares,
Entre olhares,
De mãos dadas,
Na calçada,
Ou em qualquer outra parte da cidade,
Ainda que para isso, não haja funcionalidade,
Só a felicidade,
Do não desgrudar,
Amor na palma da mão,
Daqueles de perder o juízo,
De noites mal dormidas,
Um grude que é!
Sem tropé,
É vontade de se estender em qualquer lugar e fazer um colchão de corpo,
Enebriado,
Cheiros, gostos e toques,
Como quem tem o prazer de dançar na cozinha,
Ao som da vitrola,
Tocando Bossa Nova naquele Ap de praia no oitavo andar,
No centro de Floripa,
Amor de Pipa,
Voa no ar,
Sem se dissipar,
Mas, se perdeu no meio do mar,
Naufrágio no Campeche,
A alma se perde,
Nunca mais se reveindicou,
Amor louco amor,
De navio partiu meu amor,
E minha alma em si naufragou...
E como um barco a deriva
O capitão com a sua bússola quebrada
Sem mapa e com a sua luneta que também estava quebrada
Só lhe restava, a boa e velha garrafa de rum
Pobre capitão, que bêbado ele cantava
"Que ao sabor dos ventos o seu destino traçava"
Ele Fecha os olhos para sentir a brisa que na pele lhe tocava
Tenta escutar o canto das gaivotas
Que Fugiam da tempestade e ele nem imaginava o que lhe esperava
Percebeu que já era tarde,
O barco estava naufragando
Seus olhos refletiam uma vida de tristeza e solidão
Que aos sons do mar e de trovões
Ele dizia:
"Eu fui um bom capitão, guiei o meu barco até quando não tinha direção
Fui traído por quem eu mais amava e também pela minha tripulação
Hoje eu sou metade tristeza e metade solidão."
O barco naufragou nas profundezas da escuridão.
Servimos o amor como um verdadeiro comandante de um navio, que por amor ao cumprimento da sua nobre função, prefere naufragar entregue a sua paixão.
PROTOCOLO
De uma hora pra outra
Assim sem deixar escolha
A situação ficou torta
O vinho ficou com a rolha
Então o mundo parou
Vida virou protocolo
Tudo que sempre almejou
Ficou na lona e no solo
Esse flagelo contágio
Que há muito contamina
Vai prenunciando o naufrágio
Na estúpida rotina
Remoe aquilo que fala
Até que muito bonito
E na inércia se cala
Pois atitude é o grito
Dessa cólera desperta
Com audácia de Davi
A porta está sempre aberta
E a chave está em ti.
"Mente quem só conta vitórias. A vida é feita de derrotas por igual. Chego a acreditar que inevitavelmente, como o baloiçar das águas em que se navega, naufraga-se aqui e acolá."
(Gladston Mamede. "Memórias de Garfo & Faca". Instituto Pandectas)
Barra do leme
Meu próprio luto.
Sofri um naufrágio...
Estado total de triste apatia.
Em nenhum lugar me encaixo...
Pode o mundo virar de cabeça pra baixo.
Quando minha cabeça toca o travesseiro...
Cadê aquela guerreira?
Âncora levantar.
Por esse marzão imenso navegar...
Sem roda do leme, sem governo, sem timão...
Nunca mais atracar.
Só... e só as batidas do coração.
Vontade imensa de a chuteira pra sempre pendurar...
Atribuir seus fracassos a algo ou alguém não muda nada, por isso, pare de culpar o mar pelos seus naufrágios e comece a reforçar o seu barco.
"SÓ"ÇOBROU
Preciso muita astúcia
Pra transformar a angústia
Numa ponta de fidúcia
Corrente de emoção
Enchente em turbilhão
Vem tábua de salvação
Que a Fé seja mais alva
Traga um remanso que acalma
Pra descansar minha alma.
TOLERO MEUS NAUFRÁGIOS
"Tolero meus naufrágios
Tentando estancar meus emolumentos
E calibrar rumores sobre astros
Que sucumbem diante dos tormentos dos voos.
Circulo na causticidade imortal,
No pavor de fixar-me corpórea e envaidecida,
Não querendo orbitar no fogo de inúmeras corridas,
E sugo o instrumento da verdadeira sombra
Que anseia por constipar meus cânticos
E comprar-me encardida sob arco-íris arbóreos."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
Obersalzberg
Desloca-te das turbulentas águas sempre que o naufrágio for inevitável. Eis que de nada oportuno se mostra insubsistente base para o sustento de qualquer reedificcão
Encaro não paro preparo
Disparo
Fico ágil é claro
Trágico oferece o fácil
Reparo
Quebra a cara o frágil
Sem aparo naufrágio
Estamos no mesmo barco. E pelo visto está furado. Desejo que as velas caiam, a proa se rompa e que aconteça o naufrágio logo.
Os exercícios da reciprocidade e da solidariedade iniciam-se na própria casa.
Quando apenas um puxa o barco a tendência de naufrágio é grande.
Quando te conheci a sensação era que me salvava de um afogamento; no entanto, agora, o meu naufrágio parece pior, pois estou preso à vida que tenho e dela não posso sair.
Naufrágio
Não nego
no leito
um trago
te entrego
na palma
da mão
a alma
sossego
no peito
me acalma
no leito
da palma
da mão
um afago
com calma
Naufrago
no lago
da alma
e apago.
Naufrágio
Em meu barco em alto mar me arrisco em seu mar navegar.
Sem a bússola pra saber a direção, guiado apenas pelo coração.
Ondas lindas e visão de prazer, mas a noite cai e ao entardecer, me assusto com as marés altas, chego a temer!
O maneio ao navegar, arrisco minha vida em alto mar, toda essa agitação assusta meu pobre coração.
Me precipito ao pular antes do barco vir a naufragar, mas esqueci-me de que é um raso mar, logo me machuco e venho a me despedaçar.
ALQUIMIA DE NAUFRÁGIO
Numa alquimia sem bruxo
Altas ondas suportou
Mesmo náufrago, sem susto
Desespero afastou
Entre o fluxo e o refluxo
Tanta coisa que passou
Foi bem forte o repuxo
Algo em si muito mudou
Hercúleo esforço sem ter luxo
Novo porto ancorou.
Não há naufrágio mais medonho do que o do Pobre que naufraga no abismo das misérias, pelo prazer em comemorar a morte de um Rico.
“Se a vida é um oceano, minha casa é uma ilha, não me importo com os naufrágios, ou encontro meus sonhos, ou aprendo a transformar jangada em navio.”
