Alessandro Lo-Bianco
O capitalismo destruiu a forma adequada de vida há anos no planeta. Agora, não dá mais. As pessoas já começaram a morrer.
Preciso subir o morro, e escutar um samba honesto.
Na minha infância, eu vivia como se nenhum problema existisse no mundo. Até que eu cresci, e descobri que a vida é dura...
Hoje, temos algumas opções ao nosso alcance. Dependendo de nossas escolhas, poderemos até mesmo participar do impulso natural que há por trás da matéria.
Difícil mesmo é o que vem antes. É o agora. É o contorno da caneta, a textura do papel. É o peso da matéria.
Por alguns momentos, escute num absoluto silêncio, mais extenso e mais forte. Por essa experiência, num dado momento, nos veremos a sós com o mundo inteiro.
Por isso, ele ainda circulará. Para que se sintam intimidados com nosso correio. Não temos nada a temer. Nossas cartas não fazem mesmo diferença para eles. Poderão ler tudo, mas não entenderão. Não podem senti-las. Então, as mensagens continuarão a circular. Chegarão a seus bons e verdadeiros destinatários. Estamos nos comunicando!
O espelho multiplicou o número de homens que existe em cada um. E o verdadeiro sujeito não se aceitou e corre perdido por aí.
As vozes clamam por ajuda! Elas esmolam honestidade. Representam o que há de mais sincero na sociedade, mas, na maioria das vezes, não ecoam a lugar algum...
Às vezes, suas consciências e seus corpos são tão usados, que seus pedidos tornam-se totalmente dispensáveis. Nossos sentidos agora podem escutar muitas destas vozes e, de maneira alguma, poderíamos pedir por calma. Nosso alarde é uma perda entre tantas, sufocado pelas mãos opostas e aplaudido pelas esperanças.
Olhem bem essas máquinas barulhentas! Barulhos que todos os dias poluem o nosso silêncio! Que despejam ruído na comunicação, transformando o desenvolvimento intelectual numa necessidade... Faz sentido? Também, são tantos barulhos...
Foi mandado hoje embora e sua conta anda mal. Preocupado vai pensando, como cobrir o cheque especial?
Há no Brasil muitas belezas, mas há também muitas misérias. Como pode tão rico, ser pobre? Tão rico e tão pobre...
Hão de ter pessoas ricas e hospitaleiras com reduzidas e grandes ações de solidariedade.
Se o passado não se repete aqui, o presente não mais se difere também, discretamente estaciona.
Mas antes que eu me esqueça! Tens aqui a bomba d´água!
Mas não consegue ver que ainda temos sede?
Escrevo por entre espantos meus. Fico assustado com o que vejo. Mas, ao mesmo tempo, percebo-me interagindo com meus próprios espantos. É difícil não participar. É fácil perceber. Está a realidade a me acusar; escrevo, então, para me defender.
A classe pobre nada quer. Acostumou a contentar-se com o que tem. Ali, a fé em Deus é o importante, pois quem não tem Deus não tem ninguém.
A classe média está desesperada, não quer repartir tudo o que tem. Quem teve pouco e agora tem mais ou menos sempre vai buscar mais do que já tem
A classe alta continua a mesma - sempre ganhando mais no vai-e-vem. De pai pra filho vai passando, quando tudo já não tem. Mas de todas essas classes, a pior é a classe média, pois, mesmo próxima do povo pobre, cultuam os ricos com inveja.
Da silva andava mais pisando do que andando, desviava dos obstáculos da cidade grande.
Da silva corria com pressa! Batia, mas fingia que não via; às vezes apenas via, mas fingia bater. Assim, conciliava o silêncio à esperteza.
Ele sabia que, mesmo os outros não percebendo, fazia tempo bom lá fora.
Na prisão da liberdade, fui condenado à pena perpétua. Esse é o mínimo a pagar, pra quem escolhe a vida certa!
As possibilidades se ajustam a diversas verdades. As mais prováveis serão as isentas de preconceitos. Por isso, ela ainda está experimentando outros caminhos; assim, se um dia descobrir que há apenas uma verdade, será então provável que já compreenda...