Coleção pessoal de LeticiaDelRio1987

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Na garupa do acaso

Subi na garupa do riso,
Com o vento no rosto e a sorte no abraço,
Pequeninas nós duas,
Mas cabemos no mundo inteiro,

Fomos de stand-up ao improviso,
Um brinde entre goles,
E planos disfarçados de acaso,
Quase um sussurro na direção do destino,

Me levou pra casa,
Como quem abre delicadamente a porta do peito,
Entre vinhos e pinhões,
Eu vi a paz no calor dos olhos dela,

A noite era feita de toques leves e peles coladas,
Dos suspiros que se entendem no escuro,
Do amanhecer com seu gato abrindo a janela,

Teve café com mãos de barista e alma de abrigo,
Teve pãozinho gostoso com tofu cremoso,
Teve tempero,
Nós aromas que não só os alimentos exalam,

Cheiro de início no pescoço,
Gosto de quero mais no céu da boca,
Com uma vontade louca,
De compartilhar de ter esse encanto a encantar.

Borderline

⁠Eu achava que sentia demais,
Abruptamente tudo era o máximo e na sequência tudo era o mínimo,
Sobrevivência?

Sumia no tempo do meu espaço que era escasso,
Em mim,
O que para os outros era sobra,
Era minha própria falta,

Me enfrentei, muitas vezes e já sem paciência,
Tentando me encaixar num mundo de caixa,
Que o jeito era de agradar a outrem,

Onde o pensamento do outro me chegava com força tamanha,
A ponto de mexer as entranhas,

Hoje respiro,
Não lido mais com isso,
Sou abrigo ainda frio,
Recuperado e restaurado em mim mesma,

Em meio a tanto clamor de rancor e ódio,
Sou inteira e o Universo se encarrega,

Nunca fiz parte do vago,
Estrago?
Nunca fiz mal de caso pensado,
E tudo isso se torna justificado,

Em contrapartida,
Pessoas levando o nome de "psico" envolvidas,
Bloqueando as saídas,
Ainda falando mal de mim no labirinto da vida,

Ainda assim, aguentei muito tempo,
Gritando no meio do silêncio,
Cercada de pessoas como se eu fosse uma ilha,
E elas, o mar que afoga,

Apitando,
Feito chaleira?
Não feito panela de pressão pronta a explodir,
E explodiu,

Foi assim que a ciência veio como redenção.
Veio com nome e com cura.
Não era carência,
Era dor não nomeada,

E agora, com nome, eu vejo.
Mas, eu é que não quero mais quem não sabe estar,
Não me demoro no vago,

Quem não sabe acolher a dor do outro sem julgamento só lamento,

Sei que ninguém é perfeito,
Mas, agora me contento em ser meu alento.

Letícia Del Rio.

*Todos os direitos reservados*

⁠Entre espirais e vinhos antigos

No traço do tempo que escorre na pele,
Uma mulher de tempestade nos olhos,
Cabelo colorido,
Tanto quanto a alma,

Dança com as nuvens,
como quem carrega o caos,
E o colo do universo ao mesmo tempo,

Na lente dos óculos,
Galáxias se refletem no espelho de mim,
Onde só almas velhas conseguem se encontrar,

A boca se fecha, mas grita,

Num silêncio de quem já viveu mil recomeços,
Vinho aguado estraga,
Mas, minhas veias tânicas,
Não oxidam de qualquer ar,

Uma taça sagrada repousa,
No centro peito,

Do universo que escorrem relógios,
O tempo que não prende,
Agora, antes, sempre,

Criada tua própria mitologia,
Tatuaste com deusas,
Numa fé que só os que ardem entendem,
Espero, mas vôo,
Fico, mas, transcendo,

Viver é arte.,
A arte é rito,

E nesse quadro pintado com óleo,
Horas em sorrisos, horas em dor,
Bebe-se o mundo em goles de luz,
A viajante entre dois mundos ou mais,
Que aprendeu a ser casa para si mesma.

⁠Enquanto você lê...

Te procuro no silêncio,
Lá você já está,
Com a cabeça nas nuvens,
Um livro sempre à terminar,

Tem sorriso que sussurra,
Olhar que voa sem pedir licença,
Um pezinho miúdo que pisa leve,
Mas, deixa rastro em presença,

Fala pouco por mensagem,
Fala muito quando fica,
Ainda que sem palavras,
Confortavelmente,
Olhando pela janela do meu quarto,

Buscando a lua que nem sempre tem,
Um holofote
Com seu teatro na alma,
Um vinho no fim da trilha,

Depois bota um filme para não assistir,
Mas deita no meu peito como quem sabe onde ir,
E eu?
Amarro teus punhos com cetim,
Não para prender,
Sou ninho, não gaiola,

Mas, naquela hora, quero despertar o desejo,
Te desenho com a ponta dos dedos,
Tua respiração tropeça em mim,
Você é poema, som no silêncio da paz,

Fala pouco, mas me escuta inteira,
Qualidade,
Não é quantidade,
Para duas pessoas inteiras.

⁠Fagulha.

Uma fagulha,
Cai do teto,
O fogo do silêncio que consome no ócio,
Não apagou,

Na força do pensamento que não compensa a lembrança,

E o sufoco?
É uma pedra na janela,
Quebrou, sem eu lançar,

Mas, quem foi?
Também não pude alcançar,

Logo agora que só sei voar,
Olhar,
Atento,
A dentro,

No lindo concerto intrínseco que ninguém ouviu.

⁠‎Dia 36

‎Você lembra que te contei que os presentes mais memoráveis, são os não monetizavéis?
‎Nós duas subindo a rua lateral de casa,
‎Abraçadas, felizes, rindo de tudo,

‎Tu achaste um bonequinho que parecia o R2D2, associou ao Star Wars que gosto tanto,
‎Me deu com aquele sorrisinho que vc prensa os olhos, que coisa mais linda que és meu amor 😢,

‎Eu sinto tanto sua falta em tudo,
‎Mesmo sendo completa,
‎Você é aquele detalhe sabe?
‎O que faz toda diferença,

‎A cereja do meu bolo,
‎O acorde dissonante na canção,
‎O banho de cachoeira,
‎A musa da minha inspiração.

‎Te espero,
‎Estou com saudades,
‎Não esqueça que te amo muito, muito,
‎Vou cuidar de ti como o bem mais precioso.

⁠‎Dia 37

‎Estava lembrando do dia que eu estava trabalhando e virei tua namorada fantasma kkk,
‎Irônia do destino ou karma?
‎Não sei explicar só sei que é assim,

‎Mas, não fico triste não,
‎Sigo minha opinião, meu coração e minha mente, que está completamente comprometida à ti,

‎Vou seguindo daqui,
‎Você daí,
‎O mundo gira,
‎Não podemos parar,

‎Só existe o continuar,
‎Nesse caminhar,
‎Logo menos afunila e nos cruzamos novamente,
‎Esse é meu pensamento latente.

‎Todas as melhores energias para ti minha guria!
‎Sim, eu tenho namorada,
‎E sim ela existe kkk
‎Quem viver verá.

‎Me lasquei mais uma vez kkk, postando pra deixar de lição.

⁠Dia 42.

Segue saudade,
No compasso do coração,
Me invade,
Sorrateira e covarde,

Passa-me a rasteira,
Deixa-me triste,
Sem eira nem beira,
Insiste,

Eu insisto,
Sou fiel ao meu amor não desisto,
No meu olho caiu um cisco,
Chorei,

A voz embargou na vontade,
Do abraço com cheiro,
Do beijo,
O tempero,

Daquilo que não passa ligeiro,
No teu olhar descobri,
Na tua voz vivi,
Faria tudo de novo,
Agora espero o novo,

Recomeço.

⁠Dia 43.

Preto e Branco sem ti,
Aguardo o teu pincel de cores,
Pintando o chato furta cor em arco-iris,

Que o quadrado ensolarado de queimar moleira,
Venha se transformar em cafuné de brise de mar,
Não vejo a hora de tua mão segurar,

Ver o dia chegar,
Depois ir embora,
Deitada num tapete na grama contando histórias,

O boi não vai dormir,
A vaca não vai voar,
E eu espero você chegar.

⁠Dia 52

Você foi a pessoa mais doce e sincera que eu conheci,
‎Em uma doçura quase que angelical,
‎Mas, no íntimo do meu coração,
‎Uma explosão de vários prazeres...

‎E esses olhos azuis...
‎Ahhh esses olhos azuis são o oceano onde observo da janela da minha alma querendo mergulhar todos os dias...

‎Os cachinhos dourados dos cabelos que eu quero me aninhar,
‎A pele tão macia que eu quero carinhar,
‎O aroma um tempero que não canso de provar.


⁠Dia 54/55

Amor meu,
Tanta coisa aconteceu nesses dois dias,
Gostaria muito de compartilhar e estou,
Ainda à distância,
Você está comigo em tudo,
Em todos os momentos,
Não esqueço um segundinho sequer meu amor,
Estou te esperando, na melhor versão de mim,
Só quero te abraçar,
Dar um cafunguinho,
Te deitar no meu colo...
E deixar o tempo se arrastar sem pressa.

⁠Dia 65,

Despertei,
Sim, agora sou melhor pessoa pra você,
Porque aprendi a ser melhor pessoa pra mim,

Te quero porque te amo,
Não porquê nôs precisamos,
O amor é a arte da escolha de ser e fazer feliz todos os dias, Ainda que de longe, nosso caso;

Cuidar de si é cuidar de quem se ama,
Estou orgulhosa de ti,
De mim,
Da nossa caminhada de auto-conhecimento ,

Amar não está vinculado à posse,
E sim deixar o espaço,
A velha história do passarinho,
Tão lindo,

Pra que botá-lo numa gaiola,
Então, voa passarinho,
Sou ninho e não gaiola,

Me libertei das barras soldadas que me prendiam,
Estou pronta para amar,
Troquei,

O álcool por água de bolinha,
A ansiedade por atividade física,
As saídas noturnas por pedaladas diurnas,
Treino,

Bom alimento,
De corpo,
Alma e Espírito,

Sabendo que sempre serei neurodivergente,
Os remédios de cada dia nos daí hoje,
Mas, o equilíbrio persevera,
A Terapia coopera,

E meu amor por ti persevera.

⁠Dia 66

A saudade é minha companheira,
Fiel escudeira,
Ou seria ela carcereira?

Presa dentro de um tempo em que nada posso fazer,
Ainda que eu grite,
Não podes me ouvir,

Ainda que em gargalhadas,
Comigo não pode rir...
Síndrome de Estocolmo,
Estou como?

Me cuidando à esperar você.

⁠Domingos, sempre os mais difíceis...

Já ouvi tanta coisa,

Dos outros,

Ou da minha própria cabeça...

Mas, eu te amo e te espero...

Indiferente das barreiras,

Quando sair e ver tudo isso...

Saberá o quanto me importo,

O quanto te quero,

Quanta fidelidade te tenho,

E vontade de continuar nossa história que mal começou,

Mas, já deixou saudade.

⁠Sinto,
Intensamente,
Tua presença mais perto,
Meu coração bate mais forte,

Quase posso sentir o seu a aproximar,
Anseio esse reencontro mais que tudo,
Te amo na frequência do absurdo,
Nunca cansei de te esperar.

Vem amor,
Vem deitar no meu peito,
Vamos viver a vida feliz,
De todo jeito,

Sem mais entorpecer,
Fugir ou
Endoidar,
Somente a beleza da natureza,

E o som do nosso amor entoar.

⁠Hoje sonhei com você,
É consciente e subconsciente,
A saudade,
Já companheira,

Assídua,
Voraz,
Mas, o Amor,
Sim, só ele é capaz,

Supera tudo,
Desde que se haja paz,
Respeito mútuo,
E vontade de fazer dar certo.

⁠Passei o tempo todo pensando em ti ontem,
Pensando em nós,
Já deu o tempo,
É para eu te encontrar logo,

O coração estremece,
Como se fosse a primeira vez,
Na segunda...

Eu não sei o que será,
Mas, sempre vou te querer o melhor,
E hoje sou melhor para te entregar,
Quero estar contigo nessa nova jornada,

⁠Palhaçada

É como o tempo passa,
Outrora,
Emo,
Que sou (confesso),

Usando MSN e Orkut,
Ouvindo Fresno (ainda escuto),
Sofrendo em lágrimas e dores,
De amores que nunca existiram,

Banal?
Não,
Mas, é incrível lembrar de como era a tal!

Não de "me achar",
Nunca fui isso,
Mas, de arcar com as responsabilidades da vida,
Até um pouco egoísta na época,

Achando que trabalho enriquece,
Mas, quem adoeceu com o tempo foi a alma,
Com calma,

A maturidade tomou conta,
E a conta?
Sim,
Chegou, veio com força,

Recuperando o que é bom,
Sanando o que não,
Firme com a firmeza de prego que se move na areia,

Num mundo líquido onde as certezas da vida se tornam incertezas,
Amores, desamores,
E rumores em verdade inconcreta.

⁠Almas Gêmeas

A minha irmã querida,
Que amo além da vida,
Não de sangue,
Mas, se precisar te dou o meu,

Te amo mais que a vida,
Minha irmã querida,
Meus dias todos contigo,
São sempre mais floridos,

E até nos dias nublados ou frios,
Ou quando olhando para o lado,
Só o vento e calafrios,
Você sempre esteve lá,

Seja,
Para rir,
Seja,
Para me salvar..

Te amo amiga que hoje chamo de irmã,
Porque foi-se o tempo que esse tempo passou,
É eterno,
Tão eterno como sou, é e somos.

⁠Passa um pano para o tempo passar...

O passado é o que o nome diz,
Use-o como um livro,
Experiências são preciosas,

Nem sempre o livro é um romance,
Às vezes rola um drama,
Uma comédia,
E tem até aqueles de ficção científica ou terror barato de sangue que espirra em pó,

A decisão é sua de como usar em seu favor,
Conhecimento ou dor?
Guarde-os na prateleira da vida,
Releia os seus capítulos favoritos,

O que não te serve, deixa lá,
No canto empoeirado,
Onde nem espanador se arrisca chegar,

Deixe as traças da superação com ele acabar,
E siga alerta,
Vivo,
Nada contido,

De tanto ler,
Que agora escreve seus livros.