Coleção pessoal de alfredo_bochi_brum
ENCONTRO
E o que afinal te traz aqui?
Será a busca por um novo mundo?
Outro lugar não há além de ti!
Pra encontrar o que é de mais profundo
Não há que ser de fora o evoluir
E descobrir em ti o mais fecundo!
INCANSÁVEL
Os despertares nunca são iguais
Invocação profunda ao Grande Pai
O que é realmente Belo não cansa
Teimoso que aponta sempre à Esperança.
(Alfredo Bochi Brum)
INCERTEZAS
Que bom vê-la coagida
Em voltar brincar com a vida
Assim, meio na chibata
No açoite que arrebata
As incertezas do medo
Permitindo um novo enredo
Deixando o que não importa
Virar chave à outra porta!
EM CANTO
Que não te cause espanto
Porque estou em pranto
Agora enxugo o manto
Ao céu invoco um canto
Pois és tu meu encanto!
POLIMENTO
Com que lentes vês o mundo?
Sorris da própria tristeza
Transformas cada segundo
Em oportuna beleza
Nova vida ao moribundo
Polindo o olhar da leveza!
VOO RACIONAL
Sei que não há nada mal
Em um pensar racional
Afinal também importa
Pra não titubear a rota
Sem fla"gelar" a emoção
Deixa voar o coração!
FRIO
Daria um certo tudo
Para repetir mudo
O segredo noturno
Desse bem sobretudo
De um carinho veludo
Me deixou moribundo
Quase meio sem rumo
Na geleira do mundo!
CORRIDA
Não sei bem qual o motivo
Que eu chamei o aplicativo
Nem sabia onde ir
E tão pouco estar ali
Não foi muito o que esperei
Mas o fato é que embarquei
Gratidão pela corrida
Mais que um beijo a despedida!
TONHO
Uma Taura velho medonho
Repontador de alegria
Esse era o amigo Tonho
Que nos deixou nesse dia
Transformou a vida em sonho
Rastros de amor e família.
COMANDO
Independente à dor que sangra
Convém arregaçar as mangas
Confirmar que ainda comanda
O que quer e por onde anda!
O QUE SOBROU
Quando nada mais resta
Buscar rumo sem pressa
Pro tino abrir a fresta
Clarear o que não presta
Serenar as arestas
Redefinir as metas!
INSÂNIA
Em meio a tantas agruras
Que já vêm de lonjuras
Por que agora apuras
Se nem o tempo cura
As estocadas duras
Rasgaram a lisura
Que um dia foi pura
Nessa insana loucura.
ESCONDERIJO
Quando se fita ao longe
Longe de ser monge
Olhar sem saber onde
Alguma luz responde
E sai de onde se esconde.
TINO GRATO
Do que era um fino tato
Não há mais nem contato
Melhor pagar o pato
Não sendo um insensato
Assim me fui ao mato
Pra não virar um trapo
Voltar ao tino trato
E o que parece fraco
É fortemente grato!
AMARGO
Meu mate hoje ficou solito
Num coração que sufoca o grito
Tentando amenizar o atrito
Dos mesmos erros que eu repito
Com eles peleio e insisto
Sorvendo esse amargo eu não desisto
E sei que não berra o bom cabrito
Pra ver se alguma paz eu conquisto!
SEM RUMO
Quando tudo perde o brilho
Mesmo em momentos de glória
Terás que cambiar o trilho
Construindo nova história.
ENCONTRO DAS ÁGUAS
Com pensamentos meio alerdes
Vai despertando a madrugada
Mais vigilância há de terdes
Sobre tua própria empreitada
Seguindo o Sol ninguém se perde
Invade o mar cuia cevada
Purificado mate verde
Nesse Santo encontro das águas.
ESQUIVA
Torcem o meu destino
Pruma mirada esquiva
Um furto consentido?
De minha própria vida
Não! Chega de se torto!
Já quase um suicida
Não me entrego nem morto
Nada me desatina!
NAVALHA
Quando nada mais te serve
Só no outro encontras falha
Flerteies alguma verve
Prum horizonte que o valha
E a ti mesmo observes
Deixando de ser navalha!