Exílio

Cerca de 146 frases e pensamentos: Exílio

⁠SEPARADO (soneto)

À saudade que sofre, em segredo
De ti, no exilio o peito a suspirar
Palavras sem sentido e enredo
Chora, e faz o poema lacrimejar

Com que estro e aperto azedo
Amargam os versos a lamentar
Causando nas rimas tal medo
Que fende com a dor a rasgar

Nem só desejo poetar o amor
Desejo, nem só canto de amar
Me basta, trovas do teu beijo

Assim, poder ter conto rimador
E as estrofes do seu doce olhar
Na esquina da poesia, almejo...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/06/2020 – Triângulo Mineiro, MG
Sertão da Farinha Podre

Inserida por LucianoSpagnol

Sei que se tratava de um exílio, de uma fuga, de um ato imposto pela força, mas não será toda migração forçada por algum desconforto, uma fuga em alguma medida, uma inadaptação irredimível à terra que se habitava?

Inserida por pensador

Ao Coração na Sofrença

Ao coração na sofrença, dilacerado
Em silêncio, no exílio, que aqui chora
Assim me vejo, no sertão do cerrado
Separado, onde o amor foi embora...

Suspira e lamenta, pra ser consolado
Não me basta saber do desejo agora
Da ilusão de ter um poema delicado
Não me basta saber da perdida hora

E se fui amado, não me basta saber
Não me basta o afeto puro e sagrado
Ter o sabor do beijo e, assim alentar!

Mais causa ao coração pra não sofrer
É ser na maior pureza, e se maltratado
Se dê ao amor, e assim de novo amar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11 de abril de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Habitar-se é um tipo de exílio sagrado!
Sinto como se não tivesse sido feito da mesma matéria dos outros.
Minha infância era um espelho embaçado,
onde ninguém parecia me reconhecer.
E compreensível ou não, as vezes ainda carrego a mesma sensação,
como se o mundo me oferecesse moldes
que nunca abrigaram a forma da minha alma.
Tudo em mim
sempre foi um pouco desalinhado,
como se eu dançasse um ritmo
que só meu peito escutava.
Descompassado ou não, era o espetáculo que eu entregava - sem holofotes,
Sem plateia, somente a alma.
Nunca vi como os outros viam.
O mundo me parecia um palco deslumbrante e distante
e eu, um espectador melancólico,
sentado à beira do próprio abismo,
tateando sentidos com olhos em carne viva.
Ainda assim,
sempre que alguém cruzava o meu destino,
eu me doava inteiro!
Sem reservas,
sem cálculos,
sem planos de fuga.
Investia o que em mim era força,
o que era luz,
e até o que eu sabia que me faria falta depois.
Porque amar, mesmo que em ruínas,
é para mim,
uma das formas mais sinceras de tocar a vida que se deseja.
Mesmo que por um instante,
eu me permitia vibrar naquela realidade sonhada!
Ali onde o toque era cura,
a presença era templo,
e o “agora” … bastava!
Mas depois do “até logo”,
a maré me levava de volta à margem de mim.
Fechava os olhos ao mundo
e encarava, no escuro,
as rachaduras que ninguém via.
Tentava, com as mãos nuas,
tapar os vazamentos da alma,
ainda que tudo escorresse pelas frestas do silêncio.
Às vezes parecia inútil.
Às vezes era mesmo.
Mas nunca deixei de tentar.
Nunca deixei de viver com tudo que carrego.
Porque, mesmo nos dias em que a existência dói,
ainda creio que viemos experienciar a vida!
E por inteiro!
Não só o riso,
mas também o pranto,
o vazio,
as perguntas que giram sem respostas, nem repouso.
Creio que todos os dias são bonitos.
Mesmo os que machucam,
os que confundem,
os que silenciam demais.
Bonitos porque existem,
porque me atravessam a alma,
e sobretudo, me ensinam!
Alguns chegam com flores,
outros com pedras,
mas todos me convidam a sentir.
E em todos,
me mantenho aceso.
Contudo, alguns são apenas sobrevivência,
tormenta mental sem fim triunfante,
um salto visceral para os corredores mórbidos das camadas que me compõem.
E então compreendo, em silêncio:
as partes que em mim se partiram
não pedem camuflagem,
pedem reconhecimento.
Como ensina o Kintsugi,
não é preciso ocultar a rachadura -
é nela que o ouro se deposita.
É o que rompeu que revela,
é o que feriu que desenha
a cartografia exata do que sou.
E talvez, a beleza mais honesta
não esteja na perfeição preservada,
mas na imperfeição assumida
e transformada.
Porque habitar-se é um exílio, sim,
mas é também a única forma
de não se perder
no mundo dos que jamais se permitiram sentir demais.
Nem sempre por vontade,
às vezes só por não caber em lugar nenhum.
E quando não se cabe,
volta-se.
Para dentro, para perto,
para algo que ao menos ecoe,
para onde a existência faça algum sentido - mesmo que breve.
É ali, nas entrelinhas do sentir e do viver,
no ateliê invisível do tempo,
que acolho meus cacos com reverência
e os ressignifico em arte —
não para esconder a dor,
mas para deixá-la visível,
abrilhatada com ouro,
com presença e vida.
- Por Daniel Avancini Araújo

Inserida por DanielAvancini

⁠O Avulso de Si Mesmo

Há um tipo de exílio que não se faz com fronteiras, mas com espelhos, um tipo de desenraizamento que não ocorre no espaço, mas na alma. O avulso de si mesmo é aquele que, embora habite seu corpo, não mora em sua identidade. Vive como quem assiste à própria vida pela fresta de uma janela, incapaz de cruzar o umbral entre o que é e o que poderia ser.

Neste ser que se desenlaça de si, há um silêncio antigo, como o das bibliotecas abandonadas, onde as palavras não encontram leitores e os significados jazem órfãos de intenção. O avulso de si não é apenas o desajustado, é o desencontrado, não com o mundo, mas com o próprio eixo interno. Sua existência é um poema sem sujeito, uma frase que começa, mas não sabe como se conjugar.

Talvez o avulso seja o herdeiro contemporâneo de Narciso, não mais encantado com a própria imagem, mas cindido por ela. Não se afoga no reflexo, mas naufraga na ausência de reflexo autêntico. Vê-se no espelho e não se reconhece, porque entre o rosto e a essência há agora um abismo escavado por expectativas alheias, performances sociais, simulacros de felicidade.

Ser avulso de si é carregar uma espécie de anemia ontológica. Os dias passam, mas não se enraízam. As decisões são tomadas, mas não se pertencem. Tudo é transitório, inclusive o próprio eu. Vive-se, mas não se habita o verbo viver.

A filosofia existencial nos advertiu que o homem é um projeto, e não uma substância. Sartre nos sussurra que estamos condenados à liberdade, e que o eu não é dado, mas tecido. No entanto, o avulso não é o que não teceu o eu, é o que, ao tecê-lo, perdeu o fio.

Nietzsche falava do eterno retorno como prova da afirmação da vida, mas o avulso de si não suportaria o eterno retorno, pois retornar ao que nunca foi plenamente vivido seria um suplício maior que a morte.

Ser avulso de si é, em última instância, ser órfão do próprio nome. Não no sentido nominal, mas ontológico. Um nome que não reverbera, que não ecoa dentro. Um nome escrito na capa de um livro cuja história nunca foi escrita.

Talvez, no fundo, todo avulso sonhe com a reintegração, com o instante raro em que o pensamento coincide com o gesto, a emoção com o olhar, o silêncio com o significado. Um instante em que o tempo deixa de ser sucessão e torna-se presença.

Enquanto isso não ocorre, resta-lhe o vago, o quase, o entre. Resta-lhe a condição poética e trágica de ser um inquilino do próprio abismo, um ser que caminha por dentro de si como quem atravessa ruínas à procura de uma porta que ainda não foi construída.

E no fundo, talvez, o avulso de si mesmo seja o mais humano dos humanos, pois carrega em si não a resposta, mas a pergunta intacta, e há mais verdade na pergunta que sangra do que na resposta que estanca.

Filósofo Nilo Deyson Monteiro

⁠O exílio mais árduo não é o da terra natal, mas o de si mesmo — quando a alma se esquece do caminho de volta ao coração.

Inserida por Davi-Roballo

⁠O que é o exílio senão uma forma forçada de saudade?

Inserida por euclides_santos

Exílio da amargura

Há um peso nas pessoas que arrastam o próprio céu para o chão,
um cinza constante que cobre qualquer raio de sol,
não importa o quanto ele brilhe,
não importa a beleza do dia.

São aquelas almas que amarram as mãos da alegria,
que bloqueiam a porta do riso e a trancam por dentro,
sempre com olhos vazios e palavras pesadas,
que destilam o azedo sobre tudo que tocam.

Como é cansativo estar perto de quem nunca vê a flor
e se perde nas pedras, nas sombras, nos galhos secos,
quem respira o mundo com desdém e despeito,
e transforma cada instante em um lamento.

Há uma exaustão em suportar o eterno suspiro de quem se sente vazio,
de quem planta desgraças e colhe ingratidão,
de quem rejeita a leveza como se fosse uma afronta
e abraça a escuridão como velha amiga.

Eu me afasto, pois há um limite para o peso que se pode carregar
quando a alma quer leveza e se recusa a afundar.
Prefiro voar longe dos que se recusam a ver o céu
e me exilar na paz de uma mente aberta,
onde a vida se reflete sem filtros amargos,
e o belo encontra, enfim, espaço para existir.

Inserida por samia_lourena

⁠EXÍLIO
Quando você começar a compreender e aceitar sua companhia.
Quando você entender que não há mal algum em estar contido em sua solidão.
E quando você se locupletar, aceitando que o que importa antes de estar bem com o outro, é estar bem consigo.
Isso é solitude.
Lenitivo à alma.

Inserida por NICOLAVITAL

EXÍLIO






O pior exílio do Éden não foi Adão levar consigo a serpente, mas esquecer que levava também a árvore da vida que frutificou no segundo Adão, Jesus Cristo



O Paraíso perde-se duas vezes: por quem o nega, e por quem o cerca de doutrinas.



As Escrituras são asas, quem as transforma em cova, expulsa-se do Éden.



António CD Justo

Inserida por antoniojusto

Amor em exílio

(Eliza Yaman)

Exilado de ti, sou estrangeiro,
num país onde o amor não tem fronteira.
Falo tua língua, sou teu parceiro,
mas não cruzo o abismo da bandeira.

E mesmo longe, ainda te pertenço,
como o céu pertence ao mar que o espelha.
Sou teu, embora o mundo me dispense,
sou tua ausência, tua centelha.

Inserida por eliza_yaman

Pátria que não se apaga

(Eliza Yaman)

Não há exílio que apague o que sou,
nem língua que me roube a identidade.
Minha pátria é o canto que ecoou,
na infância, na fé, na liberdade.

Mesmo que o mapa diga que estou longe,
o coração não muda de lugar.
Sou Brasil — sou raiz, sou horizonte,
sou saudade que insiste em voltar.

Inserida por eliza_yaman

PIOR QUE O EXÍLIO.

O exílio
eterna dor,
mas pior
que o exílio
é viver eternamente
sem saber
qual é o lugar da gente,
é morrer
sem saber onde
a alma pertence
e o coração regressa.

Inserida por cristiane_neder

Livros no exílio são até a solidão que seja marcante até fins dos dias.

Inserida por celsonadilo

Exílio

Num relacionamento falido, de todos os tormentos vividos,
Nada é pior que a solidão.
Não falo daquela que vem depois da partida,
Da cama vazia e do café com gosto de saudade.
Digo aquela que te faz se sentir abandonado,
De parecer um só, ainda que esteja acompanhado.
Amar sozinho deveria ser verbo proibido.

Inserida por RosaneTorres

_Exílio_
Dos sentimentos,
Abrasivos em tons negros,
balbucia em tramites virtuosos
sussurros em vertigens sinuosas
cálida propicia de temores alienares
julgo bem querer sob suspiro
nutri estado infindável do amor.

Inserida por celsonadilo

É só as vezes esse sentimento calado, que grita das profundezas do meu exílio, querendo te encontrar, viver nossos sonhos, ousar mais uma vez, descobrir que podemos e devemos ficar juntos, porque sem você eu não sou nada... por ande andas, porque ainda te demoras a me encontrar, estou te esperando só não sei por quanto tempo ainda poderei suportar esse desejo te amar minha doce desconhecida.

Inserida por paulo_educapelli

Quanto distante sejas o caminho, lhe acharei, meu perdido amor num púrpuro exílio...

Inserida por ricardo25vitti

Os corvos me coroaram rei
com o meu alfanje
em meu perpetuo exílio
túmulo de vermes
espírito contrario
lado negativo
represento o profano
os espíritos malignos
a destruição da guerra
o vazio da morte
sou o sol e a noite sem lua
o véu de cailleach no inverno
a areia que abraça o deserto
o navio de uma profecia dada a uma vidente
a besta incarnada no deus pagão
a ira devastadora da cólera
sou concebido em abundância
sou parte da mentira alheia
eu sirvo ao legião
ao ódio do deus pagão
comandante das terras amaldiçoadas
as memorias póstumas do ceifador

Inserida por Endeavor

Exílio

Dê-me sua mão adentre no meu mundo sem receio, olho em volta ao meu redor à falta da sua presença me causa desespero, desacertado em pensamentos conflituosos, imagem que surgem sem o meu querer, vive distante do meu mundo pensando em você. Supondo fantasias longínquas na qual nos amamos em meio ao paraíso e nada mais importa quando me deparo com sua face meiga, as explicações se tornam obsoletas tenho a impressão de que o seu olhar penetra o profundo da minha alma fico feliz por saber que só sinto isso com você, e ninguém mais tem esse poder sobre mim, luto categoricamente para não permanecer emudecido quando sinto sua doce presença. Por você, o mais terrível do abismo saltaria sem pestanejar se minha recompensa fosse encontrá-la lá.

Inserida por TiagoDutra

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp