Tag velhice
é apenas um ciclo:
a vida que esvai
mais ancião fico
enquanto a ficha cai
não guardo dinheiro:
com minha lavra
sou rico,
sou inteiro.
Que importa que outros subam as escadas que eu já desci...
Olhar para o futuro só é mais importante que relembrar o passado quando se é jovem.
A busca incessante por grandes vitórias deve ser encarada como desafio para jovens.
Assim como o descanso é necessário e merecido, é preciso desacelerar a vida lentamente, trocando o trabalho pelo lazer.
A leitura traz conhecimento pelo puro prazer de saber. Viajar e conhecer muitos lugares são pequenos aclives que levam tão alto como muitas escadas.
Quem lê e quem viaja, ocupa mais o cérebro e suas múltiplas funções com lembranças prazerosas.
Quem ocupa esses espaços com preocupações e novos desafios a cada dia, pode estar trocando possíveis conquistas por velhas vitórias e como num jogo, arriscar-se pode ser bom, mas a perda é sempre uma derrota.
Que me importa que outros subam as escadas que já desci?
É preciso avaliar sempre as perdas, contabilizar as vitórias, arquivar as derrotas e deixar lustrosas as medalhes e troféus que conquistamos ao longo da vida.
Um jovem quando arrisca e perde, tem muito tempo para reverter a situação.
Quando se é velho, as derrotas são sempre mais doloridas porque importam em reconhecer que lições não foram aprendidas
Quem convive com uma pessoa mais velha deve guardar para si as vitórias por galgar degraus e respeitar quem já subiu essas escadas e não deseja repetir façanhas.
Escolher, ter, estar com alguém e fazer parte, permanecer junto e caminhar lado a lado é uma decisão, uma escolha de sacrifício, de fidelidade e dedicação. E nem sempre estamos dispostos e disponiveis a dar isso a quem escolhemos. São tantas as opções que aparecem a todo instante, e não nos damos conta, nos empolgamos e esquecemos do que realmente importa, o todo, o conteúdo da coisa. Nos prendendo ao que passa, pois o tempo passa, os corpos perfeitos e bonitos acabam, vem as estrias, as gordurinhas, a flacidez na pele e o viço da juventude se vai. A maquiagem na cara bonita, sai com a água e a juventude não é eterna,. O que fica o que deve permanecer é o conteúdo, o conjunto do que desejamos, a dedicação, contemplação, envolvimento a quem escolhemos estar do lado.
Para quê você está vivendo ? o que você está fazendo ? Qual velhice você almeja ? procure fazer coisas ao qual você faria infinitamente com prazer.
VIVER MAIS NÃO É SINÔNIMO DE VIVER BEM
Já sorri. Já chorei. Menti e disse a verdade. Briguei e discuti. Magoei e fui atacado. Maltratei e me comovi. Lutei, venci e algumas vezes perdi. Assim como não existe o mal necessário, também deixa de existir o bem desconsiderado. No mundo temos dois tipos de seres humanos, os que querem viver mais e os que querem viver bem. Nem sempre quem vive mais, vive bem. Deixar de lado o que gostamos para prolongar nossas vidas seria abrir mão da verdadeira essência de viver. Somos todos iguais, o que nos diferenciam são as escolhas que tomamos .
Autor: Massáo Alexandre Matayoshi
A bondade contida no íntimo de um ser humano, torna aquele que antes era feio em uma pessoa bonita em sua meia idade e ao contrário também se aplica. Quando olhamos para o passado e ao comparar com o presente nos desgostamos do que nos tornamos, o culpado não é o tempo que nos envelhece e nos torna menos atraente, mas é sua essência lhe mostrando o verdadeiro reflexo aparente de suas intenções. Por isso a beleza "esta contida nos olhos de quem a vê".
Autor - Massáo Alexandre Matayoshi
“A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.”
(trecho extraído do livro "Elogio da Sombra", Editora Globo - Porto Alegre, 2001, pág. 81 projeto releituras)
Respeitar pessoas mais velhas não significa apenas respeitar aqueles que se tornaram "obsoletos",
Obsoleto: "Quando a unidade de energia ou as unidades de carga se tornam obsoletas não é necessária a substituição de todos os elementos."
Ou em um termo mais amistoso "Obsolência vem de obsoleto, ou seja, algo que já não existe. Normalmente este termo é empregado à alguns objetos de origem fabril que são feitos propositalmente no intuito de ter pouca duração."
Significa MUITO mais respeitar aqueles que nos deram lugar nesse mundo. Não só no âmbito da experiência prática, mas também das experiências teóricas, que foram vividas por esses antes de nós.
É também olhar para o passado, e enxergar, e também reconhecer, que eles podem nos trazer algum tipo de carga de experiência e vivência, reconhecer muito mais, deixando o orgulho de lado, que só somos o que somos hoje, graças a esses "velhos", que, ainda, em suas devidas épocas, pensavam da mesma maneira que nos pensamos hoje.....
ISSO É O QUE MAIS ME ENTRISTECE NA JUVENTUDE DE (2016)
Atenção e carinho estão para a alegria da alma, como o ar que respiramos está para a saúde do corpo.
No que pensas linda moça?
Me lembro da juventude de outrora que ainda pulsa na memória.
Me lembro das danças de roda, do olhar e do gosto do amor vivido.
Estão ali, tão reais como você, acredite.
Ainda posso sentir o cheiro doce do perfume do meu amor pelo ar.
Mas me deixe aqui nos meus pensamentos.
Já não me sinto só, todos estão aqui comigo, nunca me deixaram.
Mas não pense que estou triste.
Eu creio, tenho plena certeza.
Logo tudo irá recomeçar e voltaremos para casa.
E um dia meu jovem, estaremos todos compartilhando da mesma ciranda.
Apenas estaremos mudando de lugar na roda da vida.
Porque a vida é isso, um breve momento passageiro, que se renova tão rápido como um amanhecer.
Sente-se e sinta.
O calor da fogueira, a vida que pulsa.
A velhice é apenas o entardecer, de um lindo dia de verão.
Te amo por inteiro, de dentro pra fora.
Mesmo quando o tempo chegar para nossos corpos, quando a velhice atingir a nossa beleza. Te amarei muito mais, pois eu amo a beleza da tua alma e essa beleza nunca passará, a alma nunca envelhecerá!
Aí você acorda e se olha no espelho e percebe seu rosto com rugas e marcas de expressão profundas... Dá um suspiro e se pergunta: - Onde foi que eu errei? Mas, a gente não erra, e sim ao nascermos viemos com o propósito de lapidar arestas mal resolvidas, e esse caminho, muitas vezes árduo e cheio de espinhos espetam nosso rosto e vão deixando cicatrizes que só na maturidade é que vamos entender e compreender o porquê dessas marcas de expressão... Tudo é transitório, tudo é efêmero e tudo se renova, tudo se desfaz, e a renovação celular entra em outro ciclo e nova vida se faz...
Ao longo da vida é prazeroso viver bem,
amores, festas, viagens,amigos por perto, formar uma família,
porém o que realmente importa e trás a verdadeira felicidade é você chegar a velhice em suas condições gerais com saúde, sorrindo e realizado e ainda com a certeza de ter feito seu melhor.
A fragilidade é natural por isso a trajetória deve ser bem planejada para estar feliz para não precisar mais conquistar e sim apenas usufruir de suas realizações e resultados.
O único consolo que temos na velhice é saber que, aqueles que hoje são novos, amanhã provavelmente serão velhos.
Muitas pessoas abandonam seus sonhos e objetivos porque se sentem "velhos demais" - mesmo tendo mais experiência, conhecimento e habilidade do que nunca para conquistarem tudo aquilo que sempre sonharam! Não abandone seu potencial, desenterre seus sonhos!
O brilho nos olhos muda com o tempo
Desfaço-me de meus planos
e mudo de direção,
rumo para o norte
pretendendo a sensatez.
A muito abandonei esta história de sorte,
não que seja definitiva esta minha escolha
é que ando meio desacreditado desses jogos,
sabe como é não é mesmo?
Ando sendo direcionado pelos ventos,
os que vêm do sul.
Ando me deixando levar pelas correntes torrenciais
que movem as marés,
sigo agora navegando por novas águas
explorando mares novos,
desconfio que a maturidade muda-me aos poucos
e mudando-me, mudam também as minhas escolhas.
Sinto meu corpo envelhecendo,
minhas mãos estão cada vez mais lentas,
os olhos já não têm o mesmo brilho.
Meus segredos mudam com o passar do tempo,
desnuda-me o tempo,
assim como desnuda-me o espelho
e desconforma-me o vento.
Sempre existe algo de bom na vida, mesmo na velhice. Rimos novamente de piadas que já ouvimos há muito tempo e esquecemos. Olhamos com mais carinho coisas que eram totalmente contrárias a nós. Temos felicidades pequenas quando revemos nossos amigos da mesma idade. Relembrar também é uma maneira de viver. Não somos apressados, apreciamos mais as paisagens. Apreciamos as lindas mulheres e os lindos homens (se mulheres) mas temos já certa ideia que isso não é mais assim tão importante que a personalidade e o caráter podem nos trazer mais que bonitezas. Não corremos tanto assim, mas sabemos que nossos cérebros podem correr por nós. Apreciamos mais as longas conversas. Temos mais paciência em escutar. Temos alguma coisa para ensinar mesmo que seja "coisa de velho". Tem muitas coisas boas, seria difícil enumerar, mas apenas uma coisa incomoda um tanto e nos acalenta outro tanto: a viagem está indo para o episódio final e há tantas coisas para viver, mas, ao mesmo tempo nossos recipientes não estão mais vazios. Temos coisas para levar para outra vida. De lá, começaremos tudo de novo.
Inventei que precisava comprar filtros e saí pela rua como um embriagado a buscar os filhos num abrigo, mas a barriga tremulava café e a boca necessitava mais um trago. Passei pelo beco, esperando encontrar uma caçamba de entulhos, mas a rua estava limpa, vazia. A casa velha da rua de trás, intacta. Me ofendendo por estar tão viva, também acolhera em seu quintal de mato alto uma ninhada de gatos de olhos verdes acusadores e ferinos, olhos que me encararam. O silêncio deles, eu de chinelos e meia, a rua toda parada e a velha lá em cima, vigiada por um homem de chifres e cara de boi. Tudo funcionava como a suspensão do respirar de um mundo. Estava no ar e crescia em mim, percebi, quando os gatos fecharam os olhos e se ajuntaram para descansar – e uma mariposa passou voando sobre eles e sumiu no mato – percebi: de nós todos, eu era – eu era –, eu era; eu era a mais irrefletida das criaturas.
Quando a velhice chegar
Quando a velhice chegar
Tenho que estar preparado
Posso ser discriminado
Problemas vou enfrentar!
Quando a velhice chegar
Não é motivo para desespero
Não podemos ficar com medo
A fase não é de lamentar!
Quando a velhice chegar
Não quero morrer de tédio
Mente sã é o melhor remédio
Os sonhos não podem parar!
Quando a velhice chegar
Estarei com mais sabedoria
Devemos sentir alegria
Muitos não chegarão em nosso lugar!
Quando a velhice chegar
Quero continuar trabalhando
Aos jovens estarei ensinando
O velho ainda pode ajudar!
Na infância são jogadas na terra e espalhadas no ar as sementes que vão nascer na velhice; de gratidão ou de insatisfação com o sabor amargo das lamúrias.
Você sempre começa uma história pensando em alguém. Poderão considerá-las românticas demais ou exageradamente sentimental, considerando meus trinta e poucos anos. Sentimentos que, contados em histórias, o bálsamo do tempo da escrita arrefece qualquer coisa. Histórias como daqueles que casam depois de haver gozado e bem, a vida de solteiro. Se conhecem e percebem a reunião, a um só tempo, da beleza de corpo e alma. Após o encontro, fazem-se amantes, em qualquer sentido que se queira dar a palavra. Constroem um lar perfeito e geram uma prole de filhos. Vivem juntos, tipo uns 50 anos; nesse período, passam bons e maus momentos, amparando-nos reciprocamente. Observam a família aumentar com a chegada dos netos. De repente, em poucos dias, esse amor é interrompido por uma doença insidiosa, inesperada, que arranca um dos braços do outro. Quem fica, sofre na alma a violência de um coice. Já estavam beirando os 100 anos. A tristeza é plenamente normal e justificável. Durante um século, embriagaram-se com o amor um do outro. Com a perda, passa a sofrer uma depressão, sem dúvida, decorrente da saudade, e esta, a queria sempre bem latente para nunca esquecer. Não permitia que médicos desbravadores da mente, com seus artifícios freudianos, expulsassem da sua memória, ou, pelo menos, amenizassem a saudade, que em verdade era a razão da sua vida atual. Na concepção que faziam do termo, os quase 100 anos, um ao lado do outro, era a única história que haviam escrito juntos, movidos pela inspiração provocada por esse único, grande e insubstituível amor. Durante todos os anos de felicidade, dedicavam-se as próprias felicidades. Destas, algumas que encontrei em cartas e bilhetes que guardavam dentro de uma caixa de sapato, preferi protegê-las com o véu da privacidade que considero inviolável, tão somente agora; mas um dia ainda escrevo um livro com essa história. Saudades.