Jorge Luis Borges

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Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.

A esperança é o mais sórdido dos sentimentos.

Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.

Hoje não me alegram
as amendoeiras do horto.
Me lembro de ti.

em vão espero
as desintegrações e os símbolos
que precedem ao sonho

O casamento é um destino pobre para uma mulher.

Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz.

O livro é uma extensão da memória e da imaginação.

A imagem que um homem só pode conceber é a de que não toca ninguém.

A morte usa-me incessantemente.

Sob a lua
a sombra que se alonga
é uma só.

A velhice poderia ser a suprema solidão, não fosse a morte uma solidão ainda maior.

Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.

Não há prazer mais complexo que o do pensamento.

A história universal é a de um só homem.

Sob o alpendre
o espelho copia
somente a lua.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.

Nunca releio o que escrevo. Prefiro viver em função do futuro.

Para a tarefa do artista, a cegueira não é totalmente negativa, já que pode ser um instrumento.

O tempo não existe. É apenas uma convenção.

Por vezes à noite há um rosto
Que nos olha do fundo de um espelho
E a arte deve ser como esse espelho
Que nos mostra o nosso próprio rosto.

A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.

Só se devem ler livros escritos há mais de cem anos.

A velha mão
segue traçando versos
para o esquecimento.

A vida é pobre demais para não ser também imortal.