Pranto
Mais um ano!
Tem seca por todo canto
o nordeste pede pressa
não se ouve nosso pranto
ou ninguém se interessa
quem pregou aqui de santo
a sua ajuda por enquanto
ficou mesmo na promessa.
Branco, puro
Sujo pranto
Lindo, grande
Antes sinto
Sangue puro
Amargo e sujo
Antes, pranto
Risos brancos
Dor de cabeça
Dor no corpo
Na consciência
Relicário
O último beijo
A última chance
O último suspiro
Meu primeiro pranto, de tantos
Depois daquele adeus, meros conhecidos
Mas já fomos amantes, constantes
Incontestáveis delírios de amor
Amor que escorria pelos dedos e refletia nos olhos
Desejo, fome, obsessão
Meus dentes rangem minha saudade
Meu corpo exala teu suor
Como se estivesse aqui
Sem nunca ter ido
Como se fosse a primeira vez
Sem nunca ter sido
Mas foi
E num silêncio gritante
Se foi
CANTO SIMPLES PARA UMA MOÇA
Moça,
Ouça
Este
Canto!
Ouça,
Moça,
Sem
Pranto!
Moça,
Ouça,
É
Teu!
Ouça,
Moça,
Sou
Eu!
Moça,
Ouça,
Sou
Só!
Ouça,
Moça -
Tem
Dó!...
PRANTO (MEL /28/10/11)
O pranto da solidão
é aquele
que ninguém quer ouvir
no entanto
é quando mais precisamos
ser socorridos...
mel —
"Nestes tristes dias me senti pequeno em demasia, mas meu pranto foi passando, passando..., percebi que era pranto passarinho"
Metamorfose
Oh lua que ilumina meu pranto!
Porque me entristece assim?
Repousa sobre a noite o seu manto,
Afastando a tristeza de mim.
Cruzando o céu de norte a sul,
Configurando lindos romances,
Cintilando as ondas do mar azul,
Demonstrando em diversos lances.
Oh pequena e bela morena,
Tu és estandarte em meu coração,
Na metamorfose de uma Lorena,
Tornou chamariz da minha atenção.
Olhos iguais a faróis de milha,
Iluminando além do horizonte,
Desenlaçando de suas anilhas,
Para alcançar o pico do monte.
Como a águia mirando sua presa,
Deslocando em alta velocidade,
Pensamento repleto de surpresa,
Sempre em busca da felicidade.
Du’Art 11/ 12/ 2015
Por que DEUS salgou a lágrima
Para regar o pranto?
Porque, se a adoçasse,
As pessoas chorariam mais
E não sorririam tanto
Sede.
É dos olhos que deságua
todo pranto do sertão
que sofre sem sentir mágoa
da dor que maltrata o chão
que enxerga num pingo d'água.
o destino de cada irmão.
Não quero a ideia sem pranto
Lamento sem encanto
Não quero a fera ferida
A presa abatida
Quero choro e canto
Quero o tesouro da traça
A ferrugem da lata
Quero da vida a farpa
É dessa ideia que vivo
É esse o encanto
Agora o que me resta
Senão o coração sofregado
Com sua partida
O peito ferido
A vida do bandido
Quero aquela que foi da fera da fera
Que largou essa lápide
Enterrada no meu peito
Sem dó, a torto e direito
A bela mais bela
Leve embora, ao menos, o que deixou
Se é que um dia me amou
Já que se vai como o vento
deixando a folha caída
roubando o perfume, a brisa
Leve as folhas mortas sortidas
Leve a fera ferida
Leve a presa abatida
Leve resto que restou"
Apague, ao menos, o rastro que ficou
meu bem, enxugue esse pranto
não carece esse chorar
mais vale um amor voando
que nunca ter podido amar.
Tanto amei
Que me acostumei às facas
Me sinto nu, sem feridas
Me sinto seco, sem pranto
Tanto amei
Que se o tempo fosse tanto
E a vida fosse mais
E descuidasse de nós
Eu ia brincar de amar
Pouco tango
pra tanto pranto
Muito canto
pra pouco encanto
Muita flor
pra pouco amor
Pouca cor
pra tanta dor
O vazio, o infinito, o piano
O vento, teu sorriso, teu pranto
Teu olhar, teu sonhar, uma noite de luar
As árvores a balançar
Um nó, uma dor, sem dó
A água, a alma, a calma
As folhas, o ar, a solidão
O silêncio, as luzes, aqui dentro
Aqui, assim, sem fim
Esse vazio que preenche-me
Depois de um acordar
Nessa noite de luar
A lua a me chamar
E eu em ti pensar
Do riso se fez o pranto.
Hoje poderia ser mais um dia lindo e brilhante.
De repente, não mais que de repente, as plantas parecem murchas e as flores sem perfumes.
O sol escaldante, queimando a alma, ja nem sei mais se alma tenho.
Falta-me forças pra caminhar.
Só me restas banhar-me na lágrimas que ainda insistem em rolar...
Para onde foi? Se perdeu no deserto em meio a variedades.
Desapareceu-se de mim quando o alheio apareceu.
(Kare Santana)
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