Coleção pessoal de Deptulski

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Silêncio!
É madrugada.
Ouça os gemidos da noite
Parindo o dia.

Tem dias
Que a saudade dói tanto
Que a metade da dor
Parece o dobro
Da dor de verdade

Posto o sol, nasce a noite, pra que dela possa renascer o dia.

Estou aprendendo que as coisas que perco não são minhas. Na verdade, nunca foram. Apenas ficam no lugar que estavam antes de eu chegar.

Há uma distância grande entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento compramos nas cátedras. Sabedoria, juntamos os fragmentos da vida.

O tempo, estático, aguarda enquanto passamos e ainda assim, teimamos em teimar que é ele que passa... Passageiros de um trem, olhando as árvores correndo...

Sonhos e utopias são realidades ainda não realizadas.

A vontade nasce junto com a barreira da decisão. Entre a vontade e a barreira, há a inércia. Depois dela, o movimento.

Dizem da solidão
Quando está só
Saberiam eles
Que solidão maior
É estar na multidão
E sentir o universo vazio?

Se tivessem menos argumentos não aprenderíamos tanto.
É bom ter alguém que nos "esfrega" na cara prova de que não somos donos da razão

E viva os anestésicos. Não fossem eles, eu estaria a sonhar até hoje. Com eles, é possível cortar na carne e entrar no osso e transformar a dor em algo parecido com prazer. Masoquismo? Não! Muito distante. Muito mais além

O universo é um cara engraçado. Às vezes, penso que ele está de brincadeira comigo, aí, acontece algo pra me mostrar que eu estava errado. Ele está sempre certo. E faz isso brincando...

Às vezes, creio minha gaiola uma ilusão de ótica. Já não sei mais se eu estou dentro dela ou ela dentro de mim

Há momentos que gritar é imprescindível e vital, mas não conseguimos. Então, faz-se o silêncio... O silêncio mudo e ensurdecedor que nos corta a garganta e fere as fibras da alma, fatigadas pelo grito preso nas grades criadas pelo próprio eu

Tudo tem, não propósito, mas conseqüência. Se as raízes ferem, quando profundas, é porque a semente que foi fincada era de planta de raízes profundas e quem a semeou deveria saber que seria assim. Não aceito a idéia de vida como uma loteria ao sabor de ventos randômicos.

Há sonhos que sonhamos e, pela manhã, num flash, somem. Há outros que permanecem acordados pra sempre.

O ser humano não foi construído para viver em sociedade. Ele foi feito para ser solitário. É egoísta demais e orgulhoso em demasia para dividir seus tesouros com outras pessoas, por um tempo muito prolongado.

Hoje, me sinto como o aço; forjado no fogo pra ser frio; por mais que o aqueça a ponto de fusão, em pouco tempo ele voltará a ser frio, porque, hoje, é sua condição natural.

A loucura é nossa razão.

Às vezes somos considerados loucos por apenas tentar sonhar.