Poesia sobre a Seca
Sertanejo Guerreiro
Imensidão de terra, um punhado de coragem.
Terra seca, muito sol,
Terra árida regada pelo suor do trabalhador,
Calor que seca a esperança,
E faz brotar água nos olhos daqueles que vivem no Sertão.
Não falta coragem,
Porém sobra tristeza para aqueles que ali nasceram.
Vivem buscando maneiras de encontrar razões para ficar.
Coração cheio de incertezas do futuro, mas que não deixa de sonhar.
Maneira guerreira de levar a vida,
Sertanejo deixa no chão passos pesados, cansados,
Marcados pela rotina de sofrer.
Povo esquecido, sem direito, sem chão.
Maneira guerreira de lutar pela vida.
Carrega calos nas mãos, buscando na terra seca um punhado de ilusão.
Calor que seca a esperança
Que endurece o coração de quem ama o sertão!
As vezes por ouvir dizer
que essa terra é seca e quente
o cabra fala sem saber
zomba até do nosso oxente
mas quando vem conhecer
se encanta e quer viver
aqui bem pertinho da gente.
Frágeis.
Antes..!
Eu era frágil...
Era como folha seca....
Que ao pisar....
Se triturava em pedaços....
Pensei que era um simples copo de vidro....
Que ao cair no châo....
Em caquinhos se desfazia....
Ou até uma porcelana....
Que se quebra facilmente......
Qualquer palavrinha.....
Me machucava.....
Possou o tempo.....
A maturidade chegou.....
E ela.....
Veio acompanhada de uma lâmina de aço....
E ao esperimentar-la
Vi que posso cortar tudo aquilo que possa me ferir...
Homem da alma blindada.....?
Não...!
Todo dia é dia...
Somos frágeis sim...
Mas devemos suportar as dores que vem...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
Meu sentir após a infecção por covid…
Após tal três meses por mim passaram;
Mas a tosse seca ainda em mim ficou;
Mas graças a tal, meus pulmões limpou!!!
De muitos dos lixos que em mim entraram.
Importou foi passar-me: o faltar de ar;
Tal como os distúrbios intestinais;
Ao fim de passado um mês ou mais;
Embora ainda a mim fuja o paladar!
Tem-me também fugido o bom olfacto;
O que me leva a vestígios sentir;
Mesmo passado o tempo que passou!...
Daí saber que dela em mim ficou;
Gravado este vírus nesse fluir;
Que por muita sorte venci de facto.
Porque no prazo de nove meses [apesar de “muito” cuidado] já
fui infectado duas vezes, tal como já em anos anteriores venci duas pneumonias sem internamento hospitalar (embora bem medicado e muito bem cuidado) digo: nada de pânico, pois, ele veio para em nós ficar; mas só nos matará se com uma possível febre nos desleixarmos. Logo, se a tal (febre) em ti sentires e após toma de antipirético (paracetamol) verificares que a mesma não baixou, contacta os serviços de saúde e/ou dirige-te imediatamente para o hospital, pois a mesma (neste caso de infecção pela covid) quando aliada a falta de ar poderá significar que em pneumonia para a ti matar, se encontra a transformar.
O sertão parece ser tão calmo,
Até o anúncio da irrigação,
O solo se torna alvo,
Na seca se encontra o pão.
SEM DÓ!
Na seca o gado morre.
A chuva nem dá sinal.
A fé é quem socorre.
O verde do matagal.
Até que o sangue jorre.
O sertanejo não corre.
Da sua terra natal.
Somos folha seca que cai da árvore e que será consumida pela terra. Cada um de nós é semelhante ao vento, que chega e vai sem avisar. Somos nada no meio do nada. Um dia tudo passa, tudo acaba.... Nada dura para sempre...E a nossa vida ? Vaidade das vaidades, já dizia o Grande Rei.
Atila Negri
Quem ama este nordeste? É eu e tú.
Quem sabe um dia floresça a seca do meu sertão,
Onde apenas quem tem dinheiro, tem água pra plantação.
A beleza é feita por Eu e Tú, Que mesmo só tendo o verde que vem do mandacaru, transborda um a beleza Que ganha do Norte e Sul.
Sou caboclo esquecido, por governantes abandono, mas feliz eu sempre fui, coisa quem ninguém tem me tirado.
A felicidade vem do simples jeito de ser, de ser um nordestino arretado, jeito bom de viver.
Ainda tem quem crítica, tudo que á em mim, e ainda sinto saudades da minha princesa Mimi.
Não é a minha sobrinha, nem mesmo parente de Sangue, mas tenho saudades dela, isso em mim é constante.
A seca me trouxe o pranto
mas eu disse não aceito
não arredo do meu canto
minha terra é meu direito
o Nordeste é um encanto
e aqui dentro o amor é tanto
que mal cabe no meu peito.
Não deixe-me.
Não deixe-me!
Segure na minha mão,
Minha boca está seca,
Meus olhos salgados,
Meu pensamento te procura,
Na escuridão da noite melancólica.
A lembrança dentada,
Alavanca a engrenagem,
E o coração bate por ti,
Só por ti.
O estrondo das batidas,
Como um bumbo,
Ensurdece os ouvidos,
Rasga a pele.
Tua imagem duplica,
Multiplica, exponencia.
Refletor mágico,
Transporta lembranças,
Em presenças.
Quase posso tocá-lo,
Tão intenso se encontra
Dentro de mim.
É toda presença
Que necessito para existir.
Meu chão, minha terra,
Meu Sol.
• Você é como o cheiro da terra seca quando chove em uma tarde quente
• Você é como o primeiro raio de sol em uma manhã fria
• Você é como a lua em uma noite com o céu limpo
• Você é como o nascer do sol no horizonte de um mar tranquilo
• Você é como água gelada que sacia a sede
• Você é como um oasis no meio de um deserto
• Você é como a calmaria de um final de tarde ensolarado depois de um dia cansativo
• Você é como um arco-íris após uma tempestade
• Você é como o calor de um abraço apertado daquele parente mais amado
• Você é como o beijo do amor que por muito tempo foi esperado
• E a ti os meus versos e poemas sempre serão dedicados.
A seca é um tanto voraz
quem passa tem cicatriz
quem parte deixa pra trás
história, sonho e raiz
nas voltas que o tempo faz
voltar ao nordeste é capaz
de eu ser novamente feliz.
Guardei a flor que me deu
E mesmo seca, ainda é linda
Lembro das promessas ao me entregar
Imaginei todas
Todas
Em minha cabeça imagino a continuação de nossa história
É lindo.
O nordeste visto em outrora
só se via fome e tristeza
miséria, seca e escora
e prato vazio sobre a mesa
mas quem tá vindo de fora
que vê o Nordeste agora
se encanta com tanta beleza.
Você será como uma folha seca, se não tiver o amor de Deus!!
Busque a Deus todos os momentos de sua vida e verá as grandes maravilhas!!
No outono cai a folha,
seca, morre sem calor,
vento traz a primavera,
cores e aroma de flor.
E se mudam estações,
instigando corações
a se abrirem para o amor.
Na Carroça de Senhorinha
"Na minha carroça carreguei água na seca e o meu trabalho para vender nas feiras toda semana.
Saía nessa carroça do sítio na madrugada, de Alagoas para Pernambuco, levava para vender o que podia produzir, agradecendo a Deus por ter saúde para trabalhar nas feiras e conseguir o meu sustento"
Senhorinha (1895-1986)
Ansiedade piorando,
o corpo denunciando,
só consigo ver o mundo girando.
A boca seca,
o que está acontecendo?
Respiração tão rápida,
quanto o coração batendo.
O homem sertanejo
Meu Sertão é seco, mas não é seco por ser mais pobre, é seco porque a seca é uma das paisagens do Sertão.
É fator do clima e do solo da nossa região.
Região que é rica em demasia quando se tem chuva e pobre de fazer pena quando não tem a bendita água nos açudes e barreiros.
Mesmo diante dessa paisagem da vida, o sertanejo é valente, persistente e um vencedor, pois a batalha é constante desde os primórdios do desbravamento do Sertão.
Nunca se cansa e nem se amolenga diante das dificuldades do tempo e do espaço no imenso Nordeste.
O sol escaldante, o solo seco e a paisagem cinzenta, não são desestímulos ao homem sertanejo.
A dificuldade faz até renascer o espírito de bravura.
Meu Nordeste de caboclo trabalhador, de coração sincero e devoto de vários Santos.
Sertanejo que se alegra com o som da sanfona, da zabumba e do triângulo, que faz esquecer as agruras da vida, embolado no forró, xaxado e xote pelo Sertão.
Homem amante das paisagens e dos animais mais comuns do seu dia a dia.
Sertanejo que embreado muitas vezes nas matas e serras à procura do boi, da ovelha, do mel de abelha, da arribaçã, do tejo e do tatu, do preá, do tamanduá, tem aí muitas vezes o alimento do dia.
O homem do Sertão sofre, mas não é um sofrimento com lamentações, pois o sertanejo é corajoso e não reclama fácil diante da tormenta e segue alegre em busca de um novo alento.
Conversa de comadres: Palma
Terra seca: Palma
Fome aperta: Palma
Mãos furadas: Palma
Boi babão: Palma
_Sabe, comadre: Não é todo mundo que sabe preparar a palma!
_Deus nos livre de engolir um espinho!
_Perde a voz! Perde a vida!
_Oxente, comadre!
Barriguda sabe preparar palma como ninguém!
_Como o boi nunca se engasga, comadre?
_ Sei lá! Vai ver a gente precisa aprender a ruminar!
_Ruminar a vida!...
