Coleção pessoal de GESIACASSIALIMA

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⁠"Nem tudo são flores"
O dito popular vira profecia
Às vezes tudo é dores
Quando muito é nada
E o pouco parece transbordar

Na balança fraudulenta
do sentimento
A dúvida é a medida
Quase sempre as certezas
se atracam com ela!

⁠Eu te amo
Sem filhos
Sem problemas
Sem contas
Sem segredos
Sem mais nem menos
Cem vezes mais
Eu te amo!

Apesar dos tropeços
Insubmissão
Ciúmes
Tão diferente de mim
Apesar dos pesares
de você ser assim
Eu te amo!

⁠ESGANADOS

Sacudiram-me da cama
as ansiedades do amor
Levantaram-me num grito
Fugiremos?
Agitaram-me os pensamentos
Esganados por tempo!

⁠Para de dizer:
"Preciso te conhecer"
Como se falasse a uma
total estranha
Acaso se conhece?
Quem nos dirá completamente?

⁠Algumas pessoas conseguem ver o mundo numa dimensão maior que a sua casa, seus bens materiais, seu homem, sua mulher, seus filhos, maior que seu umbigo. Arriscam-se a viver possibilidades impensadas.
Gente, cuja teimosia reina soberana sobre os seus desejos e sonhos e, sem desconsiderar ninguém, realiza-os um a um. Qual carvalho não se enverga. Parece feita de matéria de anjo.

⁠Esse lugar confuso
é o seu coração
Que bate assim:
quernãoquerquernãoquer
Fim!

⁠A folha caiu
levada pela ventania
Tão frágil
Coitada!
Queria agarrar-se ao galho
mas se foi
Chorando a sua dor
A chuva passou lavando tudo
E a roubou!

⁠As palavras sangram
como boi furado
Jorram veneno
Não há como estancá-las!

⁠⁠Para me acostumar
a tua infinita ausência
engano o meu coração
dizendo que sei me virar
Então vêm músicas, lugares
ciúmes e planos
a me torturar
E é assim...
"Você jamais saberá querido,
a falta que você faz em mim"

⁠Quando você me olha
e diz: EU TE AMO
Ama a quem você projetou
idealizou
esculpiu em sua imaginação
ou a essa pessoa
que de fato eu sou, meu amor?

⁠Esse cheiro de guardado
Que a gente sente
não importa a idade
Parece alguma coisa
trazida do passado
Não sei se alegre ou triste
É cheiro de saudade

⁠Aquela dor
me come
por dentro
Como se fosse bicho
faminto
"Estou bem" - invento!

⁠A cada dia
Um dia a menos
Mas nunca vou te esquecer
Seja a olhar o céu estrelado
As flores, o verde
A lua cheia
Um cheiro...
Tudo a minha volta
Traz você!

⁠Minhas manias
você conhece muito bem
Não é, meu bem?
Então nem vem
que não tem!

⁠VIDA

Quem fabrica
Tece
Emenda
Ou corta a linha de seda
de nossa vida?
Fios desejáveis de uma teia
Emaranhada
Costurada em vontades
Enredada por desejos
Sonhos
e manhãs!

⁠CORAÇÃO FDP

Desapegar é coisa
de coração moderno
O dele é um fdp!
Arregaçado
Estrupiado
Viajou mundo afora:
Deu coices
Recebeu pontapés
Fudeu com o mundo
E agora tá com essa cara!
Ferrado
Dopado
Perdido!

⁠PALAVRAS ANAVALHADAS

Vestia intemperanças
como roupas
Palavras anavalhadas
Cortaram-me!
Água salobra
contaminada, ruim
são as injúrias!

Um cinto sempre atado a ele
são as afirmações injustas
Estão sempre lá
com suas verdades incontestáveis
Sinto-me só
Como uma sombra que desaparece...

⁠O VERÃO SE DESPEDE

O verão se despede sem calor ou piedade
Parece que nem veio e já se foi
Sem mais nem menos
Vê?
É o vento do outono sorrateiro
Fingindo ser inverno
Inverna em meu coração
O hoje?
Aparece assim
Desdenhando de mim
O jeito é parir história
de outono que parece inverno
dum verão que pouco aqueceu
Primavera que nada floriu
Sonhos, sombras, saudades!...

⁠ÁRVORE DESARVORADA

Eu sem você
sou árvore desarvorada
Um braço de rio que carrega as flores caídas
trazidas pelo outono
O vento quer soprar por aí
a minha solidão...
E fico eu sem você assim
Nesse vazio
Cheia de mim

⁠Conversa de comadres: Palma

Terra seca: Palma
Fome aperta: Palma

Mãos furadas: Palma
Boi babão: Palma

_Sabe, comadre: Não é todo mundo que sabe preparar a palma!
_Deus nos livre de engolir um espinho!
_Perde a voz! Perde a vida!

_Oxente, comadre!
Barriguda sabe preparar palma como ninguém!

_Como o boi nunca se engasga, comadre?
_ Sei lá! Vai ver a gente precisa aprender a ruminar!
_Ruminar a vida!...