Poema sobre Cultura
"A cultura urbanística fundamenta as disciplinas administrativas, econômicas e sociais que visam ao desenvolvimento racional e humano das cidades, promovendo uma cosmovisão criativa que valoriza de forma atemporal seus princípios e propósitos de viver."
Rafael Serradura, 2024
Meu nome é Everton Lima.
Meu talento é fazer rima.
Meu verso é matéria-prima,
é cultura e é ligeiro.
Do soneto ao cordel,
desempenho meu papel
com rima precisa e fiel,
cantando quadrâo mineiro.
A cultura é essencial para expandir os horizontes da nossa alma, e não se trata de uma questão de elitismo ou presunção. É, antes, uma maneira de crescer, de rasgar as paredes do nosso pequeno mundo e de nos entregarmos ao universo. Fechar os olhos ao que nos rodeia é limitar-nos a uma vida estreita e sem cor. Procurar cultura não nos torna arrogantes; é uma forma de iluminar o espírito e enriquecer a existência.
Viajar, mesmo que seja até ao fim da rua ou até ao fim do mundo, é essencial para que o mundo nos mostre mais do que a nossa redoma. Encontrar novas paisagens, cruzar olhares desconhecidos, tudo isso alarga o horizonte do coração e da mente. Permanecer em casa, a ver televisão ou a navegar no tablet, pode restringir-nos do mundo e empobrecer a nossa experiência. Sair, explorar, deixar que o vento e as palavras nos toquem, isso sim, é viver. É na cultura e na experiência do mundo que encontramos a verdadeira essência de ser, a plenitude de uma existência rica e verdadeira.
O poeta brasileiro Mário Quintana disse que "o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê." E aqui se passa o mesmo: o verdadeiro cego é o que tem visão e se recusa a ver. Pássaros com as mesmas penas voam juntos, mas é preciso querer voar. Não presumo estar certo, nem ditar aos outros como viver. Esta é apenas a minha maneira de entender a vida e de como procuro melhorar como pessoa. Cada um tem o seu caminho, e o meu é este, guiado pela curiosidade, pela sede de conhecimento e pela vontade de ser mais, de ser melhor.
me visto de floricultura
de flor e cultura
de amor e armadura
de dor e atadura
de alma e aura
de emoção e aventura
de fé e benzedura
de boa vontade e boa-ventura
de luz e brandura
de cor e brancura
de medo e bravura
de gentileza e candura
de liberdade e censura
de qualquer jeito e compostura
de relento e cobertura
de trapos e alta-costura
de espírito e criatura
de circunstância e desconjuntura
de mal humor e de doçura
de pavor e de tortura
de confiança e estrutura
de egoísmo e de fartura
de calmaria e de fervura
de mim mesma e de figura
de casca grossa e de finura
de glamour e formosura
de não me toque e de frescura
de ignorância e de leitura
de sensatez e de loucura
de pintura e de escultura
de classe e de postura
de doce ou travessura
de frieza e de quentura
de carinho e de ternura
de vida e de sepultura!!!
relógio que conta
a cultura
a leitura
a floricultura
a postura
a cura
a censura
a doçura
a fartura
a feitura
a lonjura
a loucura
a pintura
a procura
a ventura
a ternura
a aventura
a fulgura
a abertura
a criatura
a compostura
a escultura
a formosura
a belezura
a partitura
a releitura
a brandura
a clausura
a travessura
a mensura
a figura
a mistura
a nervura
a espessura
a cobertura
a pendura
a rasura
a assinatura
a secura
a textura
a estrutura
a temperatura
a literatura
a tontura
a alma pura
a minha jura
a quem atura
a noite escura
a mente impura
a dor que tortura
a amargura
a atitude imatura
a responsabilidade prematura
a sepultura
que me tomará porventura!!!
Ser feliz...
Busca real de todas pessoas,
em todos os lugares do mundo.
Sem distinção de cultura, nível social, nível intelectual ou etnia.
A verdadeira busca de todo ser humano!
INCELENÇAS NA SENTINELA
Muita cultura nordestina
A Bahia está incluída.
Urandi também faz parte,
Pois sua terra está inserida.
Todo povo tem a cultura
De como enterrar defunto.
Urandi também tinha a sua,
Veja como era o assunto.
Velório antigamente
Era muito traumático,
Porque ficava angustiante
Com o ritual dramático.
Bebia muita cachaça
E cantava o tempo inteiro.
Batucava fazendo caixão
E o povo era um desespero.
Na hora que morria
Colocava vela na mão;
Abria porta e janela,
Ainda fazia muita oração.
Dava banho dentro de casa,
Enchia boca e nariz de algodão,
Estendia o corpo no banco
E atava a cara e pés com cordão.
Cobria o corpo com lençol,
Acendia do lado um candeeiro.
Até a mortalha ser costurada,
Saia a procura de um coveiro.
Só enterrava com 24 horas,
Não preocupava se ia feder.
Se o caixão ficasse pesado,
Caçava uma vara pra bater.
Muitas vezes transportava na rede,
Atava cordão de São Francisco,
Carregava também em escada
Embrulhado com pano de risco.
Só enterrava com sete palmos
E a família toda vestia luto;
Chamava quem morreu de finado
E hoje esse nome nem mais escuto.
CULTURA EXTINTA
Durante a escravidão
fazia cerca de pedra;
carregava pedra pesada
que nem trator arreda.
Fazia cerca de madeira,
tão junta, que chega veda.
Fazia casa de enchimento,
dormia em cama de jirau,
cobria casa com palha
ou com casca de pau,
fechava porta com vara,
rezava pra livrar do mau.
Dormia em couro de boi
ou em colchão de palha,
bebia água de cabaça
ou de pote numa galha,
cozinhava em panela de barro
e fazia renda sem uma falha.
Antigamente não tinha carro,
Iam pra São Paulo a pé.
Iam à Lapa de pau de arara
ou caminhando pela fé.
Comia farinha com rapadura,
pagava promessa e cheirava rapé.
O gado era criado solto,
vaqueiro tocava boiada,
passar perto de arco-íris
tinha sexualidade trocada,
acreditava em superstição,
a mulher vivia confinada.
Dançava forró de sanfona,
fiava linha pra tecer,
cantava cantiga de roda,
fazia penitência pra chover,
jejuava na Sexta-Feira Santa
e dava da comida pra peixe comer.
Moça tinha que casar virgem,
senão ninguém queria ela.
Se galo cantasse fora de hora,
tinha rapaz raptando donzela.
O pai escolhia o noivo da filha,
e na última, quebrava a panela.
No outro dia da fogueira,
rodava a cinza com coroa.
Fazia simpatia pra saber
se as águas seria boa.
Fazia compadre e batizado;
e apagava o fogo com garoa.
Usava pedir a benção,
tinha confissão de pecado,
fazia muito benzimento,
mulher quebrava resguardo,
mascava fumo e pitava cachimbo,
havia arataca e mundéu armado.
A cultura mudou muito
com a chegada da televisão.
Em Urandi começou na praça
com Diógenes, na sua gestão.
Ficava na parede da prefeitura
e o povo sentava até no chão.
LAPINHA DE URANDI
A arte de fazer presépio
é uma cultura popular.
Imitar o morro da Lapa
é uma inspiração secular.
Narra o nascimento de Cristo,
fazendo a maquete do lugar.
Faz morro de papel
com pintura artesanal.
Essa tradição católica
comemora o Natal.
Coloca areia, enfeites
e planta pequeno arrozal.
Tem o tempo de armar
e o tempo de desmanchar,
mas o Dia dos Santos Reis
sempre precisa esperar.
Recebe muita visita,
até reiseiro pode chegar.
Tem gente que solta foguete,
um sinal de lapinha no lugar.
Acende vela toda noite
e até reúne pra rezar.
Coloca imagem pra frente
e depois vira para voltar.
O reisado de antigamente
cantava na porta ao chegar;
fazia ritual ao Menino Jesus,
o dono da casa mandava entrar;
oferecia bebida e comida
e uma prenda tinha que dar.
Essa cultura está acabando,
ninguém quer continuar.
Está ameaçada pelos jovens
que não gostam de apreciar.
Os idosos vão todos embora
e a cultura gosta de acompanhar.
Finados
É importante e faz parte da cultura de todos os povos enterrarem seus mortos.
É o primeiro passo para a elaboração do luto diante dessa finitude.
Crer na ressurreição prometida por Jesus é um grande alívio, conforto e aceitação.
Renovemos nossa fé, oremos pelos que já partiram.
A desvalorização da escola pública e dos profissionais de educação, arte e cultura é nítida, manifestando-se na diminuição de salários e na ridicularização social.
Atribuir a culpa exclusivamente à população é uma simplificação capitalista.
A felicidade atrelada à satisfação dos desejos é um paradoxo numa cultura obcecada pela busca constante por mais e mais.
Nenhum objeto traz plena gratificação.
Ancestrais nossos parentes de sangue, de origem, de cultura, de dons, de essência, de raiz.
É necessário entender de onde vem tua ancestralidade para compreender tua essência, teus costumes, teus dons, tua sensibilidade mediúnica, tuas manias, teu gosto.
Sete gerações, sete linhagens diferentes, sete essências, sete culturas.
Não force tua natureza, o sangue que corre em tuas veias carrega a essência de tua origem como ser humano, aceite quem és e torne-se quem quer ser, mas saiba, que tua ancestralidade te acompanhará.
Boa sorte na tua busca, aceite tua origem para ser quem você quiser ser usando todo potencial de tua ancestralidade.
O poeta é entendedor
Da cultura popular.
Vai do sertão a Europa,
Sem sair do lugar.
Conhecedor do passado,
Do presente é letrado,
Não tem como comparar.
Pra o futuro é diplomado,
Com a imaginação vai além.
Já o profeta é enganador,
Falando o que lhe convém.
É um Grande apostador,
Pensando que é doutor,
Tentado enganar alguém.
A cultura, outrora um agente catalisador de transformações sociais, progressivamente evoluiu para se converter em um instrumento de sedução.
Sua finalidade atual não reside mais na iluminação intelectual das massas, mas sim em atrair e cativar seu interesse.
Em vez de satisfazer necessidades preexistentes, sua função é gerar novos anseios, perpetuando um ciclo de insatisfação constante.
A subordinação integral da cultura filosófica à agenda política suscita um potencial dilema, no qual a busca pela verdade objetiva e a análise imparcial se encontram em risco de comprometimento.
Este fenômeno sugere a possibilidade de uma influência desmedida de visões ideológicas particulares sobre o discurso filosófico, resultando na supressão da pluralidade de perspectivas e na prevalência de posicionamentos políticos preponderantes.
Tal cenário compromete a integridade da reflexão filosófica ao relegar a primazia da análise crítica e da exploração multifacetada de ideias em prol da adoção acrítica de premissas políticas específicas.
Não nego minha "porção mulher" rs...
E olhe que dentro de uma cultura machista como a nossa não é fácil para um homem de verdade mostrar sensibilidade, vulnerabilidade ou emocionar-se até às lágrimas em público. Sou pisciano, sou sensível, emotivo e romântico como é bem da natureza do signo.
Eu já vivi o suficiente para ter medo de parecer afeminado por exibir sentimentos que a sociedade considera privilégio das mulheres.
Sou o tipo do homem que não sente prazer em dizer: “vou te dar porrada!”. Eu me sinto macho de verdade é quando posso dizer, “Vou te dar um abraço!”.
Como dizia Pepeu Gomes, pai de seis filhos, “ser um homem feminino não fere o meu lado masculino.”
Alguém já disse: “Viver é fácil, mas tem gente que complica tudo"!
Amassai feito banana
a curta cultura humana,
Espremei desesperados
gota a gota
Os postulados, teoremas
e tratados de uma vez.
E vede se esse sumo
mata a sede devida.
Nordeste minha morada
da cultura e da beleza
tem água doce e salgada
e no sertão tanta riqueza
quem fala da terra amada
ou não entende de nada
ou é burro por natureza.
