Contos de Fábulas
Uma Aventura Chamada Livros
Desde de pequena algo nas palavras escritas me chamava atenção, minha mãe lia pra mim os contos de fadas, e eu entrava na história , hora como um personagem que lutava com os heróis , hora como um narrador distante observando toda aquela trama.
Fui crescendo e conhecendo novos autores novas histórias, novas aventuras cada uma mudava meu mundo e meu modo de ver a vida.Sou uma aventureira em busca de novos lugares que exijam a minha presença, busco nos livros os tesouros escondidos para distribuir para as pessoas.
Nessa minha jornada já vivi em varios séculos em varios lugares do mundo, já fui vampira, bruxa, dama, princesa, amazona e por ai cai, mas o mais importante é que fui a mim mesma pois muitas vezes um livro se torna um espelho de nossa alma.
Embarque em uma aventura sempre que puder, as palavras podem salvar as pessoas, levar conforto, entreter ou simplesmente contar uma história.
Livros são um manifesto da mágia nesse mundo, eles são os portais para um novo mundo.
Embarque em uma aventura!
Meu coração está cheio de dúvidas...
Será que de entregar ele pra alguém que nunca toquei, cheirei, senti...
Esse medo de me machucar está me corroendo por dentro. Acredite, nunca mais tinha perdido o sono por ninguém,
Qual mulher não quer se sentir desejada, necessária, respeitada, amada?
Com você eu me sinto assim...
E é tão bom quando esse sentimento é recíproco...
Por isso esse meu medo todo...
Porque toda mulher quer um conto de fadas...
Mas todo conto de fadas tem um príncipe e tem uma bruxa má...🤦🏼♀😰
A Besta
Era domador de sua besta interior: não reagia às carícias do padastro bêbado, aos colegas o surrando na saída da escola, aos gritos do sargento no quartel, às reclamações da esposa, ao chefe, ao mundo. Por fim, encostou um cano prateado na têmpora esquerda. A besta voou como borboletas vermelhas.
— Shhh... — ele a silenciou com o dedo indicador. — Que todo amor seja leve, e todo mal seja breve — disse, acariciando sua face.
Ela fechou os olhos e sentiu aquele toque divino...
Um toque que a transportava para outro mundo...
Um mundo onde não havia dores...
Um mundo onde não havia câncer...
Um mundo onde todo amor era leve...
Um mundo onde todo mal era breve.
[Quote do conto]: Ouça o seu coração
NOITE CHUVOSA DE INVERNO
Era uma noite de tempestade. O vento forte, que balançava os postes e as árvores da Rua Roberto Konder, entrava parcialmente pela janela do quarto de Camila. A peça se localizava na lateral da casa da família Garcia, um imóvel humilde, de cor verde-floresta, que frequentemente recebia a visita de vizinhos tamanho era o carinho de seus anfitriões.
Camila conseguia sentir o frio do vento invernal. A garota de dezesseis anos, de cabelos castanhos e bem-cuidados, jeans rasgado e camisa xadrez, estava deitada em sua cama encarando o teto. A decisão que tomaria dali a dez minutos poderia mudar a sua vida. Ela achava que nem os seus pais, sentados no sofá da sala e conversando tranquilamente ao som do Fantástico, conseguiriam lhe ajudar.
- Se ao menos o Rodrigo estivesse aqui... Ele saberia o que dizer – suspirou Camila, desolada, lembrando-se do irmão mais velho que saíra para estudar fora no ano anterior.
Camila Garcia entrara em conflito pela seguinte razão: o seu caso amoroso esfriara nos últimos dias. A paixão inicial havia passado. O rapaz, que tanto alegara estar perdidamente apaixonado pela moça, mudara de uma maneira repentina, justificando que necessitava estudar para as provas finais. Camila sabia que estava mentindo.
Entretanto, não era isso que a estava tirando do sério. Era o maravilhoso sorriso de Larissa Santanna, uma garota de sua escola, de lindos cabelos loiros e olhos azuis, líder do grêmio estudantil, que estudava um ano acima do seu; era o carisma em pessoa. Saber que Larissa estaria na festa que estaria começando em dez minutos, no seu bairro, fazia sua cabeça girar e imaginar diversos universos possíveis se fizesse o que o seu coração estava mandando.
Camila, então, se decidiu. Tentaria a sorte nessa noite chuvosa de inverno. Vestiu sua melhor jaqueta, pegou seu guarda-chuva, despediu-se de seus pais e saiu pela porta rumo à felicidade.
Cecília não sabe amar
Cecília não era uma mulher de beleza padronizada ao que se diz perfeito, não tinha as melhores roupas, não sabia caminhar e beber água ao mesmo tempo, ao ficar nervosa sua cor nitidamente virava pimentão e suas palavras não saiam como queria. Não conhece o mundo nem sabe viver nele, tem medo do que não é como imaginara ao mesmo que tem fome de extraordinárias descobertas.
Vinte e três anos, muitas histórias tristes para contar com um grande sorriso no rosto preenchido de formas e linhas que a representam mais que qualquer coisa, cabelinhos negros que ela insiste em mudar, noites em claro, pois na sua vida a noite é o começo e não o fim.
As novelas que via na infância a fizeram ver o amor como algo bom que com sorte um dia teria o prazer de viver, porém, a vida não foi tão generosa e para ela a coisa toda para todo mundo se torna injusta quando o assunto é amar e ser amado. Persiste procurando, seja uma brecha, uma esperança que as pessoas podem ser boas o suficiente para desfrutar do privilégio que é o AMOR, mas em seu caminho só encontrou espinhos e seres espinhosos em que a incessante luta pelo Ego é mais importante do que dar e receber uma dádiva tão simples e que na verdade é o que tem de mais sublime na vida de qualquer miserável.
Segue andando sobe seus caquinhos sem apanhá-los, pois, o que se foi renova-se. Mas o que faz falta é doloroso demais para ser remexido e melhorado. De todas as esperanças perdidas, só o amor ainda insisti em brotar em seu peito, o que a faz acreditar que é só isso de fato importa na vida, que o amor não é uma escolha e sim um dever, uma lei a ser cumprida aqui na terra e além dela e que no fim só o amor explica tudo e dar sentido ao que não tem sentido.
- Andrêssa Agnel .
Para uma história realmente chamar a atenção do leitor, é necessário entreter e desperta sua curiosidade. O enredo deve possuir uma estrutura muito linear e cativante: exposição da situação inicial, apresentação do protagonista, construção da tensão, mais apelo na construção da tensão, um personagem contrapondo uma tensão absurdamente crescente, um antagonista que não seja uma alternativa barata à resolução da trama e o arremate.
Os personagens de contos de fadas não são ambivalentes; eles são ambos bons ou maus, como todos nós não somos na realidade. Cada personagem é completamente bom ou ruim. O homem quer um mundo onde o bem e o mal está claramente discernível como é seu desejo, inato e indomável.
Escolher animais como protagonistas atende uma gama de aspectos e invalida outros. Julgamentos antes da compreensão podem ser obtido com a utilização de animais. Lobos são maus, ovelhas obedecem, formigas são trabalhadoras e burros são petistas. Humanos são mais animais; o que força algo que chamamos – e quando digo, “chamamos”, acabo de chamar – de paradoxo-da-decisão-do-que-fazer.
Os cabelos ruivos contrastam com a personalidade forte e constantemente entra em conflito com a menina que poucos conheceram. A sua felicidade contagia qualquer um que passe pela sua vida, e eu nunca vou esquecer a primeira vez em que nos vimos, eu assistia alguns amigos tocarem em um barzinho, e ela dançava freneticamente enquanto tomava uma cerveja.
E quando eu percebi já conversávamos todos os dias, e ela já sabia um monte de coisas sobre mim, e vice versa. O tempo voava quando estávamos juntos, e a cada despedida eu tinha mais vontade de pegar ela pela mão e sumir.
Mas chegou em um ponto que não tinha mais como fingir, estava ficando sério, e nenhum dos dois estava preparado para isso, é irônico como o universo conspira nas piores horas. E o que nem chegou a começar, terminou. No começo foi difícil, acordava constantemente sentindo sua falta, olhava as fotos, e pensava se ela estava bem, se precisava de um abraço, criava na minha cabeça motivos para falar com ela uma última vez. Nesse ponto ela sempre foi mais forte que eu. A ficha caiu quando soube que ela tinha voltado para um relacionamento antigo, agora estava decidido, e o que me restou foi guardar as lembranças de uma das melhores temporadas de verão que passei nesta cidade. O tempo passou, e a vida seguiu, e muitas vezes me peguei lembrando das suas caras e bocas, ria sozinho da minha falta de sorte. "Ela deve estar feliz", dizia para mim mesmo.
Até que um dia recebo uma mensagem dela, e na semana seguinte não teve um dia em que não trocamos mensagens, e ela continuava linda e alegre como no dia em que a conheci. Rimos quando comentamos o quanto nos demos bem, e resolvemos marcar um reencontro. Senti um frio na barriga, afinal fazia muito tempo desde o ultimo encontro. Qual seria a minha reação ao ver aquele rosto que por um tempo me trouxe alegria e inspiração. Me policiava constantemente para não dizer nada que a assustasse, pois a verdade é que eu nunca a tinha esquecido, apenas tinha guardado as sensações que eu imaginava que nunca mais teria, a ternura de um sorriso, o cheiro de sua pele, o primeiro beijo.
Ao ver ela, parecia que alguém tinha apertado o botão "pause", e todas essas sensações, guardadas em uma caixinha lacrada, apareceram quando a vi parada na minha frente, e nada mais importava além de ver ela sorrir e reluzir. A verdade é que existem pessoas que estão ligadas antes mesmo antes de se conhecerem, e era visível como tínhamos uma boa relação.
(...)
No Recanto Abandonado
O sol ardido no meio da tarde pulsando sobre a cabeça despreocupada de quem anda pela secura do chão como se fosse um carneiro. Um caminho aleatório tomado em meio à grande planície vasta carente de vegetação, perdida entre serras e serrado, sob o céu azul sem nuvens estalando o capim marrom, que se mistura ao vermelho do chão qual o vento sopra poeira no horizonte camuflado pela distancia.
A boca seca, sedenta por um gole d'água, seca cada vez que o cigarro de palha é tragado insaciavelmente para dentro dos velhos pulmões batidos dependurados entre as costelas salientes da esguia figura andante. Muito ao longe ouve-se o ar calmamente balançando a fantasmagórica dimensão de terras infindáveis que estendem-se preguiçosas por quilômetros trazendo o som de alguns insetos perdidos e pássaros solitários á caçá-los.
Embriaga-se de espaço, de tempo e altas temperaturas. Cambalea-se pisando sobre as pedras soltas, esqueletos de outras terras, outros tempos. Vê turvamente uma sombra dançando à frente, uma pequena árvore avulsa tomando o eterno banho de sol do verão sem fim no mundo esquecido onde ninguém vai. Sentindo-se convidado a sentar-se à sombra, automaticamente tira mais um pouco de fumo e vai enrolando mais um longo palheiro, que é apetitosamente devorado em seguida.
Junto ao estreito tronco, sentado, magro, fumegando um rastro de fumaça aos céus, pensa que é capim, enraizado no solo árido onde nem rastos vingam. Como toda rara vegetação do lugar, deseja água, olha para o céu e não consegue ver nem uma nuvem, fecha os olhos e tenta apalpar as profundezas do chão, estica suas raízes até onde consegue alcançar, mas nada encontra. Torna a olhar para o céu, e fita a vastidão azul tão infinita e inacessível quanto a terra estendida ao longo das distancias incontáveis deste lugar nenhum.
O entardecer vai esfriando e entristecendo o coração de mato do pobre sujeito que adormece em meio a ventania que sopra areia sobre suas pernas como se fosse o coveiro dos sertões misturando-o, transformando-o em rocha, levando o pó de sua existência a se espalhar para além de onde se possa juntar. Adormecido, não vê a noite seca chegando aos poucos, matizando o céu profundo que se escurece atrás das cortinas de poeira.
Sonhando tão profundamente quanto suas raízes de capoeira, entra em contato com o pequeno grupo de plantas ao seu redor, aos poucos sintonizam-se e passam a relembrar das chuvas passadas, do alvorecer umedecido, do frescor da noite, das flores e dos pássaros. Logo protestam contra o clima, pois engolem seco o passar dos dias ouvindo chover nas serras ao horizonte na espera de que o vento traga algumas gotas, e morrem aos poucos pelo castigo da insensibilidade da natureza com aquele vasto recanto abandonado.
Passado algumas horas da madrugada tal manifestação foi surtindo efeito, os ventos cada vez mais fortes vieram varrendo ilusões das esquecidas planícies enquanto as nuvens relampiosas jorravam feches de luz escondendo toda escuridão embaixo dos pedregulhos. Em poucos minutos a água desabava ferozmente contra o chão fazendo levantar a poeira que era lançada pelos ventos em redemoinhos dançantes num espetáculo que aos poucos tornava-se medonho. Apavorado o homem desperta com os olhos esbugalhados, cheios de areia, e num pulo deixa de ser capim e passa a ser folha, flutuando pela tempestade, esperando pousar sobre um lago, se o acaso lhe desse esse prazer. Era a última coisa que desejava, para descansar em paz no fundo da água, tornando-se barro, alga, limo esquecimento.
Introdução ao réquiem
Venham todos e prestem atenção
Vou falar sobre uma maldição
Alguns a chamam de vida
E outros de causa perdida
Sim é sobre os amores
E tudo o que ele traz
Nobre capataz
Que floresce todas as cores
Sentido do viver
Em fim sem sentido
Devora tudo que é detido
Pelo sentimento sem querer
Constante errante
Constantemente irritante
Irreversível atroz
Comumente a nós
Um passado olvidado
Este é um fato verídico e sua narrativa advém de um homem com a mente senil, dotado de imaginação obsoleta. Não há em nenhum ponto de sua memória, resquícios das lembranças de sua juventude, no entanto evidencia o total desterro de suas recordações. A narração será, naturalmente lenta e compassada, pois com o passar dos anos o indivíduo extenua e perde toda a sua inerente diligência. O estranho neste enredo é que em nenhum momento lhe faltará decoro, pois o assunto em questão é peculiar e se afeiçoa a hombridade do narrador. Ao engajar o seu início, em momento algum deve ser interrompido, pois uma abrupta intervenção fará com que os corredores de sua mente se entrelaçam, pondo em risco a retidão de suas recordações. O motivo de todo esse desvelo é para com a integridade do palestrador, pois um pequeno vislumbre em sua atenção descarrilará a locomotiva dos trilhos de suas memórias, pois ministrar o seu relato é atribuir valores ao fenômeno imêmore de um passado olvidado.
A alma encontra uma parte de si mesma,
em um amor do a alma foi esculpida,
no começo dos tempos todos era um só,
ate um dia a flor se partir por sonho,
no qual foi o primeiro desejo,
nesse desejo um anjo dividiu sua alma,
procurando o prazer mais intenso,
seu corpo era carne e o prazer foi...
profundo tão fundo que tempo parou...
todos tiveram mesma ideia,
ate que templo fica se vazio,
as almas tornaram se solitárias,
no vaco da esperança a unica...
virtude seria a busca do pedaço perdido,
deram lhe o nome de amor...
pois a busca seria profunda em cada ser,
mostrando que a eternidade...
é pequena diante do amor.
por celso roberto nadilo
O gato rajado e a mulher de cabelos dourados
Ela tinha os cabelos dourados e longos mais lindos que eu já havia visto em toda minha vida, seus olhos eram castanho-escuros. Seu rosto era meio arredondado e seus cabelos traziam certa paz. Uma espécie de segurança e quietude. Algo que realmente me confortava e só que as pessoas que estivessem em paz conseguissem sentir. Seus olhos, pelo contrário, demonstravam tristeza e solitude. Seu rosto era bastante fofo. Katharine era o seu nome. Soltou um suspiro com ar de tristeza. Passou a me olhar sem dizer sequer uma palavra. Depois perguntou como eu estava.
- Você está bem?
- Estou com você Katharine – disse a ela – então estou mais do que bem.
Bem, isso era um incomum uma vez que nossos diálogos eram ricos em risadas e não apenas sobre “- Você está bem?”
Abriu a bolsa, removeu uma pequena fotografia e tirou algumas notas fiscais e as colocou sobre a cama. Tinham aproximadamente dez ou vinte notas fiscais, todas esparramadas ali em cima.
Ela voltou a se sentar.
- Você se lembra destas fotos? – disse ela – são as nossas primeiras fotografias juntos. Olha como sorriamos e olha só como a câmera capturou bem seu sorriso doce enquanto eu te falava a raças de gatos.
Ela continuava a segurar a foto em suas mãos já tremulas e suadas. O que você quer dizer com isso Katharine? Perguntei.
E ela inclinou-se com a cabeça diante a cabeceira da cama e começou a soltar pequeninos soluços. Como se as lágrimas quisessem fluir. – Você me ama – perguntou Katharine – o quanto você me ama? – Muito – respondi – eu te amo muito.
Ela passou então a chorar, ela me agarrou e começou a limpar suas lágrimas em minha camisa.
- Kevin – disse ela – eu quero terminar o namoro.
- Por quais motivos? – Perguntei.
Tivemos então ininterruptos minutos de tristeza e dor. Olhares imaculados e sem sentido. As vezes tais minutos em silêncio, nos trazem tamanha dor, angústia que nem sequer nos esforçamos para ver, mas por outras vezes é bom – digo – eles nos ensinam a ouvir, aprender e analisar o que está por vir.
- Não damos mais certo – disse ela se levantando – pode me abraçar pela última vez?
E então me levantei e em prantos fui em sua direção, Katharine que agora guardava as coisas de volta na bolsa, dobrava a foto e colocava entre meus travesseiros. Puxei-a então pelos braços e num movimento brusco ela se virou. Beijei-a.
Eu te amo – disse a ela – meu coração sempre estará de portas abertas a você. O meu braço era longo e apertado e acabei por soltá-la.
- Perdão – disse ela – mais não damos mais certo. Você é meio louco.
- O que eu fiz? – Perguntei.
- Eu não quero falar sobre isso – respondeu – mais seu amor é obsessivo. Não quero mais viver esse triangulo amoroso entre euforias, alegrias e tristezas e com você eu já senti dores demais.
- Egoísta - respondi – e meus sentimentos e o tempo de nada valem?
Virou-se num brusco movimento e saltou para a porta do quarto, passou pela sala e correu até seu carro.
- EGOÍSTA – gritei novamente – EGOÍSTA!
- Kevin – disse ela – você esta me matando verbalmente há cinco meses. Você é obsessivo. Você não entende? Seu amor. Seu amor mata.
- Cinco minutos – disse a ela – se você me ama espere.
Katharine desligou o carro e me esperou. Saltei sobre o portão em longos passos, passei correndo pela sala e fui direto ao meu quarto, abri a última gaveta e tirei um revólver e uma bala. Voltei ao carro.
- Aqui está – gritei – aqui está, atira em mim, atira. Se você se for eu me mato. Atire!
Katharine passou a chorar mais uma vez, deu partida e eu joguei a arma sobre sua janela. Ela se foi. Não houve vestígios de volta. Voltei pela sala e fui até a cozinha, abri uma garrafa de vinho de cinco litros e comecei a beber. Já bêbado dei um salto pro meu carro e saí. Cheguei a casa de Katharine.
- SAIA JÁ – gritei – EU VOU ME MATAR. ESTOU MORRENDO, ME AJUDE.
Katharine abriu as portas e entrei. Sentei-me no sofá e passei a chorar e vomitar líquido vermelho. Era o vinho descendo.
- Espere. – Disse ela.
Esperei. Katharine voltou com o meu revólver engatilhado, apontou-o sobre mim.
- Ah Deus. – Disse a ela.
Ela se sentou tirando o revólver que estivera apontando em mim e o apontou sobre suas têmporas e se foi. O amor se foi e há tantas maneiras das coisas saírem erradas.
Desregulado
Uma vez um mecânico de pessoas partiu para regular uma pessoa, cujo o defeito era desregulagem na peça coração, disseram ao mecânico que o coração dessa pessoa não conseguia acompanhar o ritmo normal das outras pessoas, que é esperar o tempo certo para amar, essa pessoa amava a qualquer tempo, sem distinções de imagem ou coisas normas de escolher o amor.
Então o mecânico, coça a cabeça e diz, esse defeito custará tempo para ser concertado, pois terá que trocar a peça toda, o coração dessa pessoa é de um lote antigo, esta fora de linha há muito tempo, a empresa fabricante desse note faliu, pois não havia clientes interessados para o coração que ama como se não houvesse amanhã, o amor esta démodé, os novos corações já vem com conexão direta com o celebro e aos olhos, são mais eficientes pois não possibilitam dizer que o amor é cego e natural. E então o concerto foi inevitável.
O romance perfeito
Tentar achar o romance perfeito, a pessoa certa, difícil missão, pra quem tenta enganar o coração, romance perfeito não existe não, mais existe aquele te faz flutuar, aquele que te faz descobrir a vida, que te carrega nos cheiros, nos detalhes, é aquela moça, perdida de paixão pelo rapaz, deseja encontros , deseja ser chamada de madrugada, deseja ser amada, ser carregada para uma cabana, quer ser beijada na alma, espera pelo amado, na estradinha, na matinha, na cabana vazia, na cabana abandonada, acende a lareira, prepara os ingredientes, se torna contente, esta segura, nas mãos do seu protetor, do seu amor, busca burlar o tempo, para que este nao lhe roube seu amor, se amam, se desejam, descobrem na cabana o cobertor, o banho quente, o mundo para dando lugar ao contente, o cheiro de sabonete, desperta saudade, bem querer, desperta romance perfeito.
Em um final de semana, o pai e sua filha estavam muito cansados porque foram em muitos lugares, como parques e etc.. Então já bem tarde, chegaram em casa, e o pai mandou sua filha ir dormir, porque no dia seguinte teria aula.
O tempo se passou e o pai ficou ate de madrugada resolvendo negócios de seu trabalho, perto das 3 horas da manha, ele escuta sua filha gritando do quarto chamando-o, chegando la viu sua filha na cama, com lagrimas escorrendo em seus olhos e olheiras em sua face, como se tivesse passado noites acordada, então ela resmunga, "á algo de baixo da minha cama" então o pai fala, "calma minha filha, não á nada de baixo de sua cama, mas o papai vai verificar!", então quando ele se abaixa, ele ve sua filha de baixo da cama agarrada com seu ursinho e diz, "papai, á algo em cima da minha cama"...
Perfil do Autor: https://www.facebook.com/carlos.gabriel.9250?fref=ts
Não era pra ser uma data especial. Sem falar que a palavra "especial" me soa muito clichê, uma palavra bonitinha que todos usam descaradamente pra acobertar o falso sentimento de compaixão e harmonia. E sem falar que naquele dia você estava mais bêbado que frequentador de boteco numa quinta. Você transparecia o vazio, a necessidade de ser feliz saía como odor da sua boca.
Naquele dia senti seu verdadeiro lado, aquele que você escondia. Sentia que tinha textura de carne podre. Você estava apodrecendo, se segurando a um sentido de vida manipulado. Você se enganou, não é assim que as coisas acontecem. Você não é um coitadinho sem meios de sobrevivência mais digno.
Migalhas,
Migalhas de você mesmo
Migalhas de medo inventado
Migalhas
Grito de socorro induzido por um passado que você se recusa a superar.
Não era uma data especial. Acredite. Aquilo foi um golpe da vida que lhe socou o estômago e você preferiu achar que o mesmo arrancou-lhe suas pernas.
Você corre em círculos
Círculos milimetricamente feito por você mesmo,
Desprezível,
Eu sei de seu drama, eu sei quem você é. Eu sei o que você quer.
"...Ah! não acredito! Então vamos comemorar. Mas primeiro dê-me um abraço"
Você me abraçava forte, bem forte mesmo querendo ter forças suficientes para segurar uma alma que se partia enquanto eu tentava não surtar. Você dizia que o dia seguinte estaria tudo bem do mesmo jeito que alguém não menos importante já dissera há meses atrás. Eu não conseguia sair do transe que meus olhos vidrados na escuridão da madrugada impôs. Sentia que meu espírito se esvaíra para algum lugar. Minha alma se partia e vazava constelações. Mundos que deixei de viver por estender a mão a um mendigo faminto; eu só queria acertar. Não me restara segredos a guardar. Não me restara loucuras a fazer. Não me restou nada além da dor inexplicável por não ter os pés no chão. Por não entender o motivo das estrelas não terem esmagado o mundo com o brilho feroz que destaca um céu que eu um dia toquei e me decepcionei ao sobreviver à queda. Que me julgue egoísta, mas não desejaria tamanhos pensamentos sem respostas a quem já sobrevive a dias difíceis...
Você me abraçava forte e me trouxe de volta quando sussurrou ao meu ouvido “Você foi forte, você ainda é. Eu sei que vai conseguir...”.
Deixe seu coração determinar sua ida.
O mundo é um labirinto semi-conhecido, só vire à direita se quiser.
Poema
Certa vez eu estava sobre o topo de uma montanha. Dali podia ver tudo ao meu redor. Fiquei ali admirante e entristecida, vendo sua beleza e destruição! Suas riquezas e pobrezas! Suas alegrias e tristezas! Homens cantando, homens chorando! Crianças nascendo, crianças morrendo! Velhos amparados e velhos abandonados! Enfim, tudo o que há em nossa terra amada. Um homem ali ao meu lado que também observava tudo perguntou-me:
— O que vê?
— Um mundo tão desigual que beleza não tem igual. Seus verdes e montanhas, seus coloridos me fazem delirar, mas, a desigualdade me faz chorar.
— O que pensa sobre isso? — perguntou-me novamente o homem.
— Não sei! Daqui de cima nada posso fazer pelas crianças que choram e pelos homens que não tem o que colher!
— Então, fique com isso e jogue até eles! — pediu o homem, me entregando uma âmbula cheia de grãos, e antes que eu fizesse uma pergunta ele desapareceu. Então, olhei ao redor, e dali do alto eu fui jogando os grãos, e as pessoas, cada qual foi pegando um. De repente percebi que os grãos havia se acabado e chorei, porque muitas pessoas não tinham pegado e nem para mim havia sobrado um. De repente me transformei em um pé de milho, e, algumas pessoas que sobraram se tornaram animais e começaram subir a montanha para me devorar, mas não conseguiram chegar até mim, porque, fracos, morreram pelo caminho. E a esperança novamente em mim nasceu, porque pude florir, e, espigas de milhos brotaram em meu caule, e, aos poucos fui me espalhando e descendo pela montanha, onde até hoje, sou alimento e esperança de muitos.
Assinado: Um grão de milho.
O gato
Um casal vivia em plena alegria, paz e harmonia. Eram recém casados, e faziam planos em construir uma família bem grande. Adotaram um gatinho que o homem encontrou abandonado. O bichano, compadecido pelo aconchego amor e carinho, passou a seguir os passos do acolhedor. Onde estava o homem, lá estava o gatinho, trançando em meio as suas pernas, todos os momentos. Chegado um dia, o homem teve que fazer uma viagem, despediu-se de sua amada esposa e adorado gatinho. Quando retornou, a esposa o recebeu com o mesmo amor... E o gato? O gato desapareceu horas depois que você seguiu viagem. — explicou a mulher. Horas mais tarde, o gato se colocou aos pés do seu dono, estava magro, desnutrido e faminto. A mulher também recebeu o animal com alegria, e fez questão dela mesma cuidar do animal que, em pouco tempo estava novamente recuperado. O homem então saiu em outra viagem, deixando a esposa e o gato. Quando retornou, tempo depois, encontrou a mesma situação. O gato outra vez havia desaparecido, e assim que ressurgiu, a mulher se colocou outra vez a cuidar do animalzinho. O homem, indignado, pela segunda vez, em ver os maus tratos que o bichinho viveu, começou uma longa discussão. Mulher ingrata, mentirosa, falsa, e tudo mais ela ouviu, mesmo procurando se defender pelo desaparecimento do bichinho. O lar não era mais o mesmo. Mal conversavam, mal se entendiam, e o gato era a razão de sempre começar um novo desentendimento. A paz já não mais reinava e o amor estava em segundo plano. Uma nova viagem surgiu. O homem antes de seguir o seu destino, colocou o gato nos braços da esposa.
— Quero que cuide do animal como se fosse nosso filho! — disse ele. — Não maltrate, não deixe passar sede e fome. Quando eu retornar, se encontrá-lo magro, desnutrido como já aconteceu por duas vezes, será o fim do nosso casamento. — e saiu sem mesmo dizer até logo. Quando retornou, não encontrou a esposa esperando por ele. Procurou com visinhos, parentes, e ninguém lhe deu notícias. Amargurado, desapontado com a mulher que tanto amava, chorou desiludido. E o gato? Lembrou-se ele do animal e o avistou vindo pela estrada, caminhando vagarosamente, se colocando aos seus pés, e vindo no mesmo caminho, a esposa seguindo o rastro do animal. Ele correu ao encontro dela, o abraçou com alegria:
— Mulher o que aconteceu? Onde estava? Porque saiu assim?
A esposa, desnutrida, faminta apenas respondeu:
— Da próxima vez que sair de viagem, leve o gatinho com você, assim vai poupar o bichinho de andar tanto, seguindo os seus rastros.
Moral da história — Para manter a paz, o amor e a felicidade tão desejada, muitas vezes o sacrifício vale a pena.