Coleção pessoal de EvandoCarmo

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⁠Nas sombras dos morros, histórias cruas,
De uma cidade que dança entre luzes e breus,
Violência oculta nas vielas, ruas,
Rio de Janeiro, onde o sonho perdeu.

No alto, palácios de zinco e saudade,
Onde a vida resiste, à margem do olhar,
Em becos estreitos, o grito da cidade,
Ecoa silencioso, difícil de calar.

As crianças brincam, sem medo do perigo,
Num mundo que esconde, um caos desmedido,
Entre balas perdidas e o amor bendito,
Semeiam esperança, num terreno erguido.

Nos olhos dos jovens, a revolta brota,
Uma guerra invisível, sem fim, sem derrota,
Onde cada esquina, guarda uma história rota,
De um futuro incerto, que a fé não adota.

O caos social, um monstro adormecido,
Desperta a cada aurora, faminto, destemido,
Na luta diária, um povo esquecido,
Busca na poesia, um refúgio perdido.

O Rio de Janeiro, ferido, encantado,
Contrastes que brilham, num cenário desenhado,
Onde o belo e o feio, num quadro mesclado,
Retratam a cidade, num verso apagado.

Os morros que cercam, são guardiões da verdade,
Espelhos de um Rio, que clama liberdade,
Entre becos e tiros, mora a realidade,
De uma cidade partida, em eterna dualidade.

⁠O medo de sair de casa me assombra,
se pelo menos soubesse que te encontraria,
numa esquina qualquer da vida.
Mas, na cidade onde moro, não há esquinas.
As ruas são infinitamente movimentadas.

[Verso]
Medo de sair pela porta
Desejando te encontrar com certeza
No barulho movimentado desta cidade
As ruas não têm mais esquinas

[Verso 2]
Multidões empurram dia e noite
Sentindo falta de lugares onde poderíamos
Nos encontrar na luz
Mas as sombras roubam nossa luta

[Refrão]
Cidade sem esquinas
Fora de controle
Não consigo encontrar amor no trânsito
Tudo está tão estático

[Ponte]
Rostos aleatórios passam por mim
Apenas reflexos nos meus olhos
Esperando que nossos caminhos se cruzem
Mas não há onde se esconder

[Verso 3]
Ruas intermináveis e solo agitado
Não consigo te ouvir no som
O ruído da cidade me mantém preso
Mas ainda espero que você apareça

[Refrão]
Cidade sem esquinas
Fora de controle
Não consigo encontrar amor no trânsito
Tudo está tão estático

⁠"Arte são instantes capturados pela lente da eternidade. "

⁠SONETO

Deixa que eu te ame como um ideal,
Como aquele que a tempestade arrastou
Mas que na verdade do corpo é puro e leal,
E no gozo físico transcendente se encontrou

Deixa que eu te ame sem pensar naquele,
Que ao mundo se entregou sem compreender, Ingenuamente solto, sem alma e pele
Sem saber quão vulnerável é se perder

Deixa que eu te ame com a imaginação,
Com a insegurança e com desespero
Com silêncio dos gestos, só com o coração.

Deixa que eu te ame até o fim, sem medo
Dessa ilusão que só nos faz sofrer,
Pois não há outro modo de amar, nem de viver

Por Evan do Carmo

⁠"A arte "música" é a coisa mais sublime
que nós desenvolvemos.
Estou certo de que ela, como criação divina, supera todas as outras capacidades humanas.."

QUERO VOCE DESSE JEITO

⁠Eu quero você, como eu quero!
E não espero que você seja outro alguém...
Sinto que, se você está por perto, está tudo certo
Tá tudo bem.

Eu quero você desse jeito...
Tão imperfeito... para o meu bem!
No fundo, o que importa é ser assim...
Você por mim...
E o mundo além...!

Eu quero você com certeza!
Sinto firmeza, e você também!
Eu quero você do meu lado
Estou cansado... de viver sem
Sem um carinho, sem um abraço
Você é laço que me faz bem.

⁠Assim pensa o poeta, em meio ao dilema entre fé e razão. Às vezes, ele anseia por acreditar, mas sua razão o leva a questionar a insensatez da fé. De forma inconsciente, a própria razão nega o que a fé propõe. E assim permanece a pergunta eterna: o que se esconde além do horizonte? O que existe atrás dos montes, sejam eles de retóricas ou metafísicos? Essa indagação, por sua mera existência, é capaz de gerar incerteza e dúvida.

No entanto, é justamente essa dúvida que impulsiona a pesquisa, a busca e a procura incessante por respostas. O ser racional se lança nessa jornada para compreender tanto o universo material em que está inserido quanto o metafísico em que foi gerado. Embora as respostas possam ser um simples "sim" ou "não", é essa ambiguidade que nos motiva a continuar. Afinal, na mente matemática, há um estímulo em explorar o que reside entre o "sim" e o "não".

⁠"O amor é um subterfúgio para as almas pequenas. "

+Aceitamos facilmente a ideia de que o inferno não existe, enquanto caminhamos impávidos rumo ao paraíso"

⁠A angústia de uma grande perda,
O desespero irrompe em todo ser,
Mas ainda encontra consolo na certeza,
De que a esperança há de renascer.

O medo te rodeia como um segredo, Guardado o sagrado em teu peito,
A confiança abalada, num degredo,
A ilusão desfeita, num grito sem jeito.

Poeta dos tormentos da alma,
Com maestria sabes os sentimentos, Transbordando em meio à calma.

Mas em cada palavra, uma luz se acende,
E o coração vê, em meio às sombras
Que a esperança persiste, e não se rende

Que homem é esse?

⁠Que homem é esse
Que canta encanta
Que tocar e retoca
Que flama e inflama

Que sabe poesia
Que inventa a fantasia
Que cede a rebeldia
E aceita a vilania

Que homem é esse
Que desce da montanha
Sem nada na cabeça
Que não aceita ordem
Nem quer que lhe obedeça

Que homem é esse
Um pai tão dedicado
Um filho rejeito
Fruto de um quase aborto

Nascido imperfeito
Num lar destroçado
Que cedo ganha o mundo
Por um estranho levado

Que homem é esse
Fruto de um amor desejado
De uma mãe generosa
De um pai respeitado

⁠Todo dia lido com a insanidade
Que tenta me envolver em sua teia
Mas resisto, combato com coragem
E me esforço para fugir desta cadeia

Não quero ser uma vítima desse mal,
Nem ser levado por sua crueldade,
Pois sei que a lucidez é fundamental
Para vencer na luta pela liberdade .

O mundo é um campo de batalha,
Onde a loucura dita suas regras,
Mas eu não me rendo a essa falha.

Persisto firme, sendo forte e leal,
Com a palavra como minha espada,
E a paz de espírito como meu ideal.

⁠"Segue a tua intuição, especialmente para fazer o bem, assim não serás juiz nem algoz de ninguém.
Quem julga se coloca acima do bem e do mal, quem acolhe, aceita
e respeita o desigual."

⁠Não abro mão da minha solidão
Quando sou vazio metafísico
No silencioso abismo de mim
Onde criou o imponderável.

Neste instante glorioso em que "sou"
Longe do mundo e das pessoas
Eu tomo meu café amargo
E me solto das amarras dos homens

Tudo é infinito e intocável
Para tudo além de mim
Sou natureza e instinto
Não importa se sou verdade

O que crio foge às convenções
A arte de viver é ser livre
A arte de morrer é negar
Julgar é tarefa para os mortos.

Enquanto vivo penso, existo
A crença de esperar o amanhã
É fuga e medo de sonhar
Não sou poeta, apenas minto.

⁠A bondade é a virtude mais preciosa,
Que ilumina a alma e o coração dos bons,
Com delicadeza, amor e luz brilhosa,
Espalhando pelo mundo muitos dons.

Ela é o sol que aquece e ilumina,
Que conforta os que sofrem e lamentam,
Que acalma as dores e nos refina
Abre os olhos quando os maus nos afetam

Sua força é imensa e incomparável,
Capaz de unir os povos e as nações,
E de fazer de todo homem um ser admirável.

Não há nada mais belo que a bondade,
Que transforma a vida em pura felicidade,
E nos guia sempre na direção da verdade

⁠Impossível viver só, sem amor ao lado,
A vida, então, seria um engano profano,
Pois o amor, divino sentimento abençoado,
É o doce canto que transforma o ser humano.

Como um vinho que embriaga a alma inquieta,
O amor encanta e envolve com sua magia,
Em seus braços, a solidão se desfaz completa,
E a vida ganha uma nova sinfonia.

No encontro dos corações, nasce a poesia,
Um vínculo eterno, sublime e sagrado,
Do amor, a essência que nos guia e alumia.

Impossível ser feliz, solitário e isolado,
O amor é o elo que entoa a melodia,
Um abraço divino, um encanto enlaçado.

Evan do Carmo

⁠O amor parece ridículo aos olhos meus
Tão incerto, tão volúvel, tão errático
Um jogo de azar, feito de modo tétrico
Um ímã que atrai, com poder hipnótico

Inebriado por seu efeito etílico
Caímos na sorte do sentimento único
Tão clichê, tão banal, parece satírico
Mas é real, é verdadeiro, é mágico

Por vezes nos perde, prova a bondade
Mas nos ensina a perdoar, a sermos fortes
Nos faz ver além, do ímpeto da vaidade

O amor pode ascender, e não ser ridículo
Basta deixar de lado o medo da sorte
E acreditar na sua pura verdade.

Evan do Carmo

⁠No abismo do caos, surge o medo aflito,
Envolto em vinho, busca-se o equilíbrio,
Na metafísica, a alma encontra abrigo,
E a angústia se mistura ao sublime grito.

Em cada gole, os sentidos se agitam,
O vinho embriaga, num manto de encanto,
No cálice, a essência de um sonho sacro,
E a mente se perde em versos que gritam.

Na dança etérea dos sentidos inquietos,
A metafísica encontra seu sentido,
E a angústia se dissolve em cada verso.

Num universo vasto, misterioso e lindo,
O sublime se revela em cada gesto,
E o vinho nos conduz ao amor divino.

⁠Oh, abismo da minha alma, tão profundo,
Onde jazem meus medos e tristezas,
Como enfrentar o caos neste mundo,
Sem sucumbir às suas incertezas?

A metafísica busca respostas,
Que a razão muitas vezes não alcança,
E no meio das prováveis apostas,
O vinho traz uma fugaz bonança.

Mas o verdadeiro poder sublime,
Não está nesses vãos prazeres terrenos,
Ele vem da paz que um coração prime,

E das boas ações que fazemos.
Então, seguir em frente é preciso,
E enfrentar o caos, mesmo indeciso.

⁠A Razão e a Alma: Uma Dança de Contradições

Na busca pelo caminho certo,
A razão assume seu posto de guia,
Buscando clareza, lógica e certeza,
Em um mundo cheio de agonias.

Mas, ah, quanta ilusão em tal empreitada,
Pois a alma pulsa em cada respiração,
Ergue-se em sentimentos e emoções,
Indomável e cheia de contradição.

É impossível agir sempre com a razão,
Pois somos seres repletos de humanidade,
A fragilidade da alma é nossa companhia,
Ela sangra e anseia por liberdade.

Suportamos agressões físicas,
Empurrões, socos, pancadas na cara,
Até mesmo a outra face podemos oferecer,
Mas a alma não pode ser ferida sem mácula.

Pedras que nos lançam podem doer,
E os tapinhas dos hipócritas machucam,
Mas na alma, no âmago do peito,
É onde as feridas mais profundas se acumulam.

A razão busca explicar, entender,
Colocar tudo em uma lógica racional,
Mas a alma clama por abraços sinceros,
Por afetos que transcendem o racional.

Não aceitamos que a alma seja ferida,
Pois ela é a essência que nos define,
No mago do peito, em nosso coração,
Reside a chama que nos faz sentir vivos.

É na harmonia entre razão e alma,
Nesse dançar de contradições,
Que encontramos a verdadeira essência,
No equilíbrio de nossas emoções.

Assim, abraçamos a imperfeição humana,
Aceitando nossas limitações e fraquezas,
Pois é nessa fragilidade que nos conectamos,
Com a profundidade da vida em suas grandezas.

Que a razão e a alma se encontrem,
Em um eterno diálogo de entendimento,
Pois é na união desses opostos,
Que encontramos a plenitude do nosso ser no tempo.