Coleção pessoal de Raileza

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Ela aprecia flores, mas meu caro, jamais dê flores de presente a ela. Dê um livro, se este contiver uma história enigmática, melhor ainda. As músicas que ela ouve, são diversas, então durante um tempo você irá estranhar, mas logo aceitará essa diversidade absurda e perceberá que a diversidade dela não para aí.

Ligue somente, caso seja extremamente necessário, caso contrário, duas ligações ao início e ao fim do dia está ótimo. Não ache que ela não te ama, por ela não te cobrar nada, ou por não aparentar se importar demais. Ela tem um jeito todo dela, de amar as pessoas. E você e o resto do mundo, jamais compreenderão isso.
Em hipótese alguma à acorde, com exceção de casos emergências, como atraso ou incêndio. Não, nem para um café da manhã ao som de Radiohead. Não a acorde, ou o próximo furacão também terá nome de mulher. Ela não funciona sobre pressão, detesta cobranças e gosta de ficar sozinha por muito tempo, então deixa ela respirar.

Amigo, ela é alegre, porém é conhecida pelo gênio forte, grosseria e inconstância. Mas o que não sabem é que ela é sensível e ainda tem uma fé incrível nas coisas e nas pessoas, apesar de em boa parte do tempo, prefere usar a racionalidade e desconfiar de tudo.
Ela não gosta de restaurante chique, detesta festas e eventos formais, então, não faça questão de tê-la ao seu lado nesses momentos, e leve-a a um bar vagabundo com música alternativa ao vivo e lhe ofereça cerveja e cigarros.

Ela não é daqui, mas Marte também não a suportaria, ela não se suporta, então aproveite-a, que logo ela irá, e quando ela for, alguma coisa ficará, mas você não entenderá o que é, e seguirá em frente. E essa moça, vai continuar buscando algo que ela não sabe o que é, ela não faz ideia do que procura, mas é apaixonada pelos encontros, no caminho dessa busca!

“Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho”.
Foi lendo exatamente esse trecho acima, em um dos textos de Bernardi, que ela percebeu, que havia se tornado uma pedra de gelo, e que de quente, só o café.
Sofreu tanto, se dedicou tanto. Tinha se tornado – meu Deus – aquele modelinho de moça feliz, pra salvar relacionamentos. Fingiu ser feliz pra fazer alguém feliz.
Foi traída, humilhada, viu bocas sorridentes, vomitar mentiras, tão perfeitas que duraram anos. Ouvia “eu te amo”, e logo depois, eu te odeio.
Lembra-se de quando, você se declarava, olhando ela nos olhos João? Ela gritava por dentro, a dor que sentia, sabendo de todas as mentiras, pedindo a Deus e ao Diabo, liberdade. Queria forças pra mandar você pro-raio-que-o-parta João, você e todo aquele amor miserável que ela sentia por ti. E todas as vezes que completavam mês, que ela te preparava algo, mesmo sabendo da sua dupla personalidade, cheia de mentiras e de farsas. Dessa máscara de homem correto, quando você era só mais um bundão mentiroso e sínico, fingindo se importar com algum coisa que não fosse esse mundinho medíocre que você vive. E quando você perguntava, o que podia fazer por ela, pra fazer ela se sentir melhor. Sabe o que ela queria? Que você voltasse o tempo, exatamente pra o dia que vocês se conheceram, e ia pedir pra naquele dia, você ficar em casa.
Ela cansou de chorar João. Suas lágrimas secaram e ela tem tanto rancor, tanto ódio, tanta raiva e si mesma, que ela não consegue ver nenhuma oportunidade de ser feliz. Então João, faz um favor. Morre! Morre e leva contigo todos os dias que ela tentou ser melhor e nunca conseguiu, porque viver com você era uma barreira pra vida, que ela merecia ter.

Não há reforços para o amor. Não há simpatias, nem macumbas, nem planos diabólicos ou promessas para santos. Não há como pedir o amor, nem como forçar alguém a ama-lo. O amor acontece, talvez venha de algum plano superior feito antes de nascermos ou vários deles, porque, conheço pessoas que dizem ter amado inúmeras vezes.
Eu não tenho certeza do que é o amor, assim como em tudo na minha vida, prefiro não pensar muito nas hipóteses do amor, ou no que eu venha a ser após ele. Não gosto de maquiar situações, tampouco tentar planejar algo que não é do meu domínio. O amor deve ser como, aqueles números de ilusionismo, a gente nunca sabe como será, mas quando ele é desvendado, parece que não existe, porém, está ali.

Ela era indiferente, independente, grossa e bastante intolerante. Ao mesmo tempo tão sensível. Era sozinha em meio a tanta gente. A maioria dos que convivem, não a conhecem, pudera, ela não se conhece. É intransigente. Não muito, adepta a regras, porém, aceita fingir seguir algumas, para melhores convivências. Gosta de café, porém não tem algum sequer em sua casa. Em anos nunca usou um pacote se açúcar, talvez a falta de doce, transformou sua vida tão amarga. Tornou-se forte com o tempo, em dias de sol até gosta de sorrir e ir à praia. Quando a noite chega, o tempo fecha, em seu mundo chove, e os trovões, não mais a assustam, porém ainda tem medo do escuro.
Então, João. Ela seguiu, afiada nas palavras, grosseiras nas atitudes e carinhosa, quando lembrava-se que um dia foi bem feliz. Continua a trabalhar, a fumar o cigarro mentolado e a tentar perdoar, todos os erros daqueles que ela ama, e os próprios. A vida segue. Não trilhou caminho algum, segue o caminho que acha que foi trilhado pra ela, às vezes foge da rota, rasga o mata, e corre pra floresta, mas logo volta ao inferno da cidade, suporta a fumaça dos carros, o barulho do comércio e passa dia após dia, pelo seu maior desafio: As pessoas!

Ele tinha um cheiro bom, mas o comportamento desagradável. Sempre bebia demais acreditava que o retrocesso era normal e me tratava como escrava. Lembro-me de por noites não dormir, com as ordens gritantes dele em minha mente. Quando sóbrio era homem de entregar-me flores, nas quais nunca gostei, preferia um livro ou uma bebida quente. Mudamos de estados cinco vezes por conta do trabalho dele. Me perdi nas contas, de quantas matriculas fiz na faculdade e tive que trancar. No dia 23, de um mês qualquer cansei de toda bipolaridade suportada, peguei uma faca, enfiei na garganta dele e o deixei pra morrer. E aqui em San Diego, olhando pro mar, fumando um cigarro e tomando um drink, mal consigo lembrar se ele realmente morreu.

Tinha a mesma sensação, de quando dormia na casa dos avós, onde pela manhã, o sol entrava timidamente, dentre os espaços da cortina branca de renda. Sentia algo bom, ali o dia começava bem, a luz entrava aos poucos permitindo-a despertar vagarosamente e feliz. E quando o via, sentia-se lá, na casa dos amados em um sítio na pequena cidade de Mari. Parecia que nos olhos dele, também havia luz, esta que invadia a janela da sua alma e alojava-se no coração.

Eu voltei a fumar, João. Me afoguei em bebidas, comidas, seriados forenses, mas era o cigarro que me faltava. Não o cheiro, era o gosto da vida que tínhamos juntos. As 18:00hs, na varanda quando te esperava chegar e observar a cidade calando aos poucos. A fumaça subindo. Esse gosto mentolado é exatamente o gosto que me faz te ter por aqui de volta. Então eu fumo, mas calma João, eu ter saudade do gosto da nossa vida, não me.faz quere-la de volta

Maria não era comum, tanto quanto seu nome. Aliás, de comum, Maria não tinha nada. E isso nunca teve algo haver com a forma louca que levava a vida. Tampouco com o fato de que ela era alguém que simplesmente não se importava com os pensares e dizeres alheios. Maria, era grossa, incompreensíva em muitas vezes, insatisfeita, inconstante e mais alguns "in", que pudéssemos colocar em algumas várias palavras. Fumava seu cigarro quando nervosa e bebia mais que seu pai. Mas Maria, era o centro do furacão. Conseguia ser a pessoa mais sensível do mundo depois de um ataque histérico e agressivo. Maria, tinha amado demais, bebido demais, fumado demais e dormido demais. Suas duas graduações, e seu salário altíssimo, no emprego que tanto queria em uma multinacional, não mais a satisfazia. Então, assim como Verokina, de Paulo, decidira morrer. Então deixou um bilhete e enforcou-se em sua linda sacada, no décimo terceiro andar do prédio mais luxuoso de Brasília.

Nunca gostei de exigências, não funciono sobre pressão e detesto cobrança. Minhas amizades são feitas de distâncias e ausências, e a melhor delas é assim há mais de sete anos. E sempre falamos sobre isso, nunca precisamos nos cobrar amor ou presenças. E o que eu quero dizer com isso, é que eu sempre espero que as pessoas entendam, que eu sou indisciplinada mesmo e super ausente, mas meu amor sempre - ou até me decepcionarem - será o mesmo. E eu sempre estarei com meu colo pronto para os que eu amo. Porque dinheiro não, mas amor eu, ainda tenho por algum por aqui.

A fumaça do teu cigarro parece ter entrado pela janela do meu quarto ontem, ficou impregnado em meus pulmões, assim como teu cheiro, assim como teu ser. Ontem, ironia ou não - também tocou Seven Devils, e me vi obrigada a lembrar de como você gostava dessa música e era performático ao canta-la, e assim dormi ao som da sua banda preferido. Ah, João. Quando eu acordei, adivinha? A maldita música estava lá novamente, me atormentando, juntamente com aquele cheiro do seu velho e bom cigarro. Ao abrir a porta, o vizinho o vizinho estava ali, pacato, ouvindo a sua música, fumando o seu cigarro, e ao fim de mais um dia de lembranças, beijando a sua mulher. Desculpa João, não deu pra não te procurar em outrem.

Ah, se eu conseguisse escrever pra ti o que penso sobre cada gesto seu. Cada movimento dos olhos quando fala. De como eu acho lindo seu carinho. Se eu pudesse mostrar o quanto esse sorriso de canto, tímido e desconcertado é incrível. Não saberia explicar a forma doce de como seu lábio toca o meu, tampouco te mostrar que delícia é ouvir sua respiração. Ah, se eu pudesse te mostrar o quanto você é isso sim, e muito mais. Eu precisaria pedir muito mais que 24hs, talvez pediria a eternidade para te analisar detalhadamente para que um dia tu pudesse enfim, se ver com meus olhos e ver exatamente a perfeição que eu vejo.

Maria foi a uma feira livre, chegando la achou que podia expor sua opinião e seus julgamentos segundo seus achismos, mas na entrada gratuita, esqueceram de dizer à Maria, é que ela não é Deus, tampouco um exemplo digno a tal. João acessou um site de compra e venda de sua cidade, e lá em buscar, tentou achar moral, mas havia ele perdido a mesma ha muitos anos, quando achou que podia ser o melhor e preocupou-se tanto com outrém que esqueceu de si.
João e Maria não entenderam, que o mundo não é de acordo com suas vontades e que nessa passagem cada qual que cuide do seu templo e que o umbigo deles não é o sol!

A realidade é que ninguém ta nem aí pra você mesmo! Pronto, aceite!

Esqueça os outros, esqueça esses falsos amore e cuida de si, da sua vida, do seu futuro - se tiver - , e não creia que alguém virá te salvar de algo. Cada um só olha pra si e ponto

Era um elo. um poder.
Uma ponte de conexão entre a calmaria e o turbilhão. Um querer.
Uma mistura de rap com samba. Ela, a insana. Ele a parte sã.

Quando o sol entrou pela janela, clareando seu rosto, ela acordou lentamente e olhou ele adormecido, dormindo torto e com um semblante feliz. Levantou em silêncio, recolheu suas roupas, as vestiu na sala e saiu de fininho. Descendo as escandas, ela balanceou o medo da vontade de ficar e o que vivera ali naquele aptº. Pensou alguns minutos e retornou, fez um belo café da manhã e levou ao quarto para aquele belo rapaz. Pela primeira vez conseguiu sair da zona de conforto de sempre sair de fininho, sem deixar rastros e ficou pra pagar o preço da escolha, que porque não, ser a felicidade!?

Eu ando tão infeliz, sufocada em malditas lembranças que diariamente reabre feridas. Ah, João, eu sinto tanta raiva de não conseguir te perdoar. Dói tanto aqui dentro. Eu não tenho dormido direito. Meus pesadelos estão frequentes. E não há esforço que eu faça, que eu consiga de fato de perdoar. E eu quero tanto João, tanto. Quero me livrar do fantasma que você se tornou na minha vida, quero viver minha paixões e quem sabe João, retribuir um desses carinhos que eu recebo em uma esquina qualquer. Nesse momento eu sinto um nó na garganta, dá vontade de te ligar e te falar tanta coisa, falar das coisas que você jura que eu não sei, das minhas mágoas, de quanto você foi a maior decepção da minha vida. E não era mera expectativa João, você já foi um bom rapaz, decente, confiável. Você mudou João, abriu uma porta pela qual eu passei e nunca mais consegui entrar de volta. Eu venho sempre nela, fico perto de você, mas nada mais do que isso, as vezes eu te olho pela janela mesmo. E João, enquanto eu tiver essa mágoa, o meu ódio e meu suposto amor estarão aqui. Me corroendo feito ácido, estragando meus dias e impedindo minha evolução. Eu te odeio tanto João, tanto. Eu te amo tanto, João. Você deveria morrer, ou eu deveria morrer.

Eu conheci outras pessoas. E sabe João, uma em especial me encantou. E é estranha essa sensação de "borboletas no estômago" carregada com essa indisposição de querer viver algo novo. Porque você não muda pro Japão? Exclui seu face, muda de número e some da vida dos nossos amigos? Ou quando você vai morrer? Não dá pra viver assim, com essa incerteza e essa loucura de não te querer mais e não permitir que você viva sua vida. É injusto porque eu tô vivendo a minha. Tudo bem João que minhas paixões são momentâneas mas, eu tô vivendo. Então João, eu to deixando mais um ir, pra você ficar e continuar indo e vindo na minha vida, mas ainda sim longe de mim.

Ah, João! É a forma com que você me olha, se perdendo em minhas pupilas que dilatam surpresas ao te ver. E essa mania incansável de me ligar pra querer saber se tomei café, mesmo sabendo que nem gosto tanto de comer cedinho. E pra quê João, me ligar as dezoito horas pra saber meu nível de estresse? Esse jeito bobo e preocupado de me querer bem. É algo, que ninguém faz tão bem quanto você. O Zé até que tentou, mas ele não levava muito jeito pra cuidar de alguém, gostava de ser cuidado. Então João, eu te ligo sábado depois do meio-dia, vamos beber algum etílico e ao entardecer ver o pôr do sol, aí você me conta como viveu esses mais de cinco anos, no qual eu não te respondi as inúmeras mensagens pra saber se tomei café, tampouco as ligações das dezoito horas. E quando for minha vez, a gente ouve Cotidiano, do Chico. E vai ficar tudo bem. Até sábado João.

Se o universo ecoasse, um som quando ela surge, creio que ouviríamos Jorge Ben, cantarolando Ive Brussel e toda a sensualidade da canção. Esse jogo de ora sedutora, ora punk levada da breca, confunde minhas mais firmes certezas, com exceção da minha imensurável vontade de embaraçar-me em seus cabelos. E aqueles olhos, que confundiriam até Paulo Ricardo, fazendo-o duvidar de qual número seria imposto a esse tal olhar de canto, acompanhado de um sorriso que equilibra e perturba deixando-me sem saber se ela quer me devorar ou só é uma simpatia distribuída a todos. É como se ela vivesse em um jogo, colecionando encantos, absorvendo fôlegos e destroçando corações. Não tem a mínima necessidade de concluir algumas conquistas. Não leva desaforo, nem mágoas pra casa, leva desejos e quem os desperta. Tem marra, valentia, é composta de liberdade, diversidade e loucura, mas em algum lugar perdido no seu universo interior, vasto e inexplicável, tem um recanto, onde ela chora e crer que há esperança e amor nesses dias emaranhados e loucos que ela vive.

João, voltei de viagem e trouxe na bagagem um livro novo. Ele fala sobre a forma certa de amar, e de alguma forma a descrição dele me lembrou você. Fala de como - nós mulheres - por hora, morremos sufocadas em nosso próprio amor, não próprio. Quase não recordo a forma exata que supostamente te amei, mas recordo de cada motivo pra não ama-lo. Eu me senti mal João, lembrei de que eu sinto falta de sentir um nó na garganta pela distância do ser amado e da lágrima de felicidade ao ouvir a declaração inesperada. Daí, eu lembrei da agonia interna de quando me fizeram sofrer, da dor e da falta de ar criada pela inexistente de vontade de viver. Então, decidi que o nó na garganta, a lágrima e a declaração, não barram a agonia da dor e nem são tão belas assim a ponto de me preparar pra tudo novamente. Então João, há uns meses eu li uma frase da Tati Bernandi que me coube bem: " Ela tinha um nojo da dualidade de intenções dos seres humanos que ora amam, ora usam, e preferia a clareza da sacanagem e a certeza do vazio." Então João, não vou dizer que a culpa não é toda sua, é um pouco sua, tanto quanto é de todos os outros que passaram por mim, mas a culpada principal sou eu, optei por viver com você, mesmo sabendo que não deveria, nem com você, nem como qualquer outro.