Um Estranho Impar Poesia

Cerca de 261317 frases e pensamentos: Um Estranho Impar Poesia

SONETO EM BRANCO E PRETO

Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta

Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos

Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta

Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos

Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

ALVORECE DE NOVO NO CERRADO

Alvorece de novo o alvorecer no cerrado
Em cada manhã nasce um novo amanhecer
Num novo dia, outra vez de novo, a haver
De um renovo do velho pro novo, airado

E nesse amanhecer de um novo romper
Quero ser o novo, e do velho desanuviado
Dos gestos gastos deixá-los no passado
Desabrochando o ser prum novo querer

Assim, nesta festa do novo engrinaldado
Deste cada novo amanhecer... o reviver
Em botão, florescendo, amor engalanado

Então, quero crer, no novo, ao amanhecer
Metamorfoseando a vida no novo denodado
Onde amanhece o novo a nos surpreender

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

"ESTEPES" GOIANAS (soneto)

Mergulhei nas "estepes" goianas, por acaso
Foi um pulo no meu destino nunca imaginado
Cá vim, então, em missão para o cerrado
E aqui as quimeras ficaram fora do prazo

Um infinito onde o céu é bonito, fui abandonado
A poesia virou companhia, e o luar, com prazo
Pulsações e confusões no meu fado, um arraso
Onde amar e perdoar tornou-se hábito silenciado

A paisagem esfumou-se e confundiu-se no olhar gazo
De uma poeira fina, varrida do coração embaçado
Deixado de lado, sonhei, e com os sonhos desenhei parnaso

Assim, perdi-me nos atalhos do devaneio inquietado
Nas braçadas da saudade o ribeirão tornou-se raso
E nas "estepes" do Goiás, o meu lírico plangor foi dissipado

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DESCRENTE

Dor que amarga o ser contente
Ilusão tanta aos de expertise
Tanto, nada ou um só deslize
Para se desenhar o descrente

O legado é bom, infiel é a crise
Se no coração há brecha vertente
Que inflama a fé na crença poente
E aos sonhos leva pra uma eclise

A sós não se está sozinho, se crente
Pense com emoção, não só analise
A razão está em ser integralmente

Então, suporte, e o melhor avalize
Não se fica pior, a vida é discente
Num sobe e desce, ato e reprise

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO IMAGINÁRIO

Imagino um soneto do imaginário
Que escorra da doce imaginação
Com o seu ilusório jamais solitário
E cheios de quimeras e de emoção

Que tenha na sua existência itinerário
Não só formas, nem aparência, ação
Onde os sonhos são seu mobiliário
Aduzidos dos cômodos do coração

Quero com que seja o meu amuleto
Guardado no peito tal qual a oração
Em mantra, não como simples objeto

E se, assim, brotar do tal poço secreto
Dos poetas, que venha com inspiração
Imaginando satisfação por completo

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Um poema festejando 15 anos

15 anos, segue o caminho
tem desvio, sol, chuva, frio
tem bandido, tem mocinho
tem amor, suspiros, tem feitio.
Se tem choro, também carinho...
Tem primavera e outono com desfolha.
Momentos em companhia e sozinho.
Siga, e faça a sua escolha!
A que escolher, contigo eu alinho...

Feliz anos dourados!
Feliz aniversário!

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE IMPROVISO

Vem desse ar seco do cerrado
Um soneto tangido pelo vento
Que retumba do ipê frondado
Brisando odor no pensamento

Uma canção mágica de alento
Tal qual um afago resbuscado
Desfolhado em encantamento
Inebriando o estro engasgado

Um sopro de tão suavemente
Sentido, tão leve se presente
Que a alma sente sem perceber

É visão poética e contundente
Que traz fascinação para gente
Bela, que no encanto a de haver

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ALEGRO

Amanheci com um pensamento
Pensando nesta vida consoante
Consoante, porque é tão vibrante
Vibrando por cada um momento

Se dela sou mero participante
Participo com afável contento
Contente e não só de lamento
Lamentando se é descontente

Então me vou firme e sedento
Sedento de vida inteiramente
Inteiramente e com sentimento

Sentimento este dependente
Dependente do amor, alento
Alento a alma, ao fado, tente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AGORA

o cerrado tornou-se anuário
um conflito de cada vez
um desvario diário
e no calendário, vário, era o mês

foi então que o tempo eu vi
num número, na saudade
uma dor, que na dor eu senti
cada sabor, amor, tudo banalidade
pois, o hoje é aqui...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O POETA

O poeta
É um mago ator
Tira de sua maleta
Trilhas de dor e amor
Encenando com a caneta
Atos com cheiro e sabor
Da criação
Para o ledor,
espectador...
Assim, nesta atuação
Dum eterno amador
Desfia fantasia da imaginação...
Em cenas, como autor.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Vaso Chinês

Porcelana frágil, bordado ao acaso
Com um tal dragão nele cunhado
Em perfumado luzidio dourado.
Delicada forma, reflexo Parnaso.

Vaso chinês, arte, audaz talvez,
guerreiro, porém, alma de vaso.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Maio de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ABACAXI

Espinhada coroa
Casca grossa, fonte tupi
De versos tão atoa
Um poema, um abacaxi!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Vaso na janela

Ela uma janela
Ele um vaso
Dê uma espiadela
Não tenha descaso
E nesta aguarela...
A janela e o vaso.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

INSPIRAÇÃO

Há no amor um ato de explosão
“big bang” de corpos, olhar aflito
em um êxtase de pura inspiração
de duas almas em um único rito

Um conto de luz, força e surpresa
do desejo num vário suspiro aflito
escoando pelos beijos em pureza
onde do coração urge audaz grito

É o mistério dos devotos amantes
revelados nos versos em teimosia
o qual tem laços em cada abraço

De encontros e fidelidade soluçastes
que traz pra vida, sentido e harmonia
de elos da paixão, num passo a passo

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AS PAIXÕES

As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;

São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...

Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,

Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE

Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado

No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia

Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura

Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

FAREWELL

Vai morrendo assim! Morrendo a cada dia
Assim! de um vazio assim!
A força, tácita e fria
Fria! silenciando tu e eu, olhos calados
Esvaindo dos meus os teus beijos gelados

E numa hora assim! Um assim! E assim não quisera
Tudo acaba, tal o bucólico fim da primavera
Sonhos, inspiração, rasgando o fundamento
Flores pelo chão, solidão, o som do vento
A alma apertada em um canto despencada...

E, aqui no peito... medos, quimera em retirada
Nós dois... e, entre nós dois, o austero adeus
Decompondo os desejos meus e os teus...

Eu, com o coração retalhado, - tão ocupado
De ti, e no desespero, de não mais ter-ti do lado
amarguradamente,
Me vejo com sentimento tão ardente
Estes que um dia foi nosso!

E eu afastando! E afastando... posso! não posso!
A noite, o dia, a doce poesia, num troço
E tão solitário, em um palpitar de despedida
Despeço de ti, e me ponho de partida!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, junho
São Paulo
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Pequizeiro no caminho

Há um pequizeiro ali
No cerrado, solitário
Onde canta a Juriti,
Num doce cenário...

Onde o vento, venta bom
Onde o tempo tem razão
E o coração cala no tom,
No horizonte do sertão...

Cá tudo é calma, espera
Quem testa, a alma adoça
O gosto é de quimera,
E o povo, gente da roça...

Na poesia, agridoce canção
Deste seco chão, de cheiro
De primavera, de inspiração,
No caminho, há um pequizeiro...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE CARNAVAL (de outrora)

Distante da folia, o cerrado me afigura
A saudade como um saudoso tormento
Lembrar dela é uma sôfrega tal tristura
Esquece-la é nublar o contentamento

Ausentar de ti é a mais pura amargura
Todo momento é gosto sem fomento
Máscaras sem brilho nem alegre figura
Uma fantasia no samba sem afinamento

E no saudosando os tempos de outrora
Enquanto fugaz vão-se os anos, enfim
O que tenho pra agora, só silêncio afora

De toda a diversão a quietude em mim
É regente, pois já não sou parte da hora
E meu carnaval vela o traje de arlequim

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Carnaval
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

(sal)gado

minha saudade além do cerrado
não chega a ser um uivo
ou tão pouco ouvidos calados
são silêncios em ruídos
vindos do gosto salgado
do mar, são sentidos
que sinto aqui no cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp