Teto
“Eu acho que a gente se acerta.
Na mesma fagulha, no mesmo teto. Na correnteza contrária, no elo infinito. Num beco da vida, num banco de praça. Ah, a gente se ajeita. Num cômodo pequeno, em foto 3x4. Em ideias fúnebres, em um blues anos 60. A gente se ampara até nos desencontros. Nos contrapontos, rumo contra o tempo. A gente se restringe a uma história por dia e três sorrisos por mês. Matamos quatro lembranças e dois dragões por sonho. A gente se acerta nos erros, na curva do engano, na rota do ego, na estrada dos ensejos. Ah! Sim. E chegamos a fingir que os sentimentos suspiram como balas perdidas inesperadas, e nos enganamos, pela milésima vez, de quê somos de naipes diferentes, peças de quebra-cabeças totalmente distintos que se encaixam de vez em quando. Que não ligamos para a laceração do orgulho ou pro precipício da eternidade. Acho que a gente se acerta. Você aí e eu aqui. Evitando os olhares certos, os lugares errados, a hora hipotética apenas para não se render aos encantos de um perfume doce. E posso até cogitar que a gente se equilibra. Na solidão das queixas, no vazio ao qual o preenchimento ainda é uma incógnita. Na carência flamejante, na cama desarrumada, respiração desregulada. Percebo então a falta do xeque-mate, da surpresa que não surpreende mais, nos carinhos intermitentes. Porque eu aceito as circunstâncias da confusão para que o segredo das mordidas no pescoço continue oculto. Eu suporto o peso regresso, as sensações anacrônicas, mas nunca a risada sarcástica das despedidas que pesam os teus ombros, e nos meus olhos. E assim eu acho que a gente se acerta. Você com os olhos negros distantes e eu poetiza dissimulada. Ambos sonhadores e criminosos.
Ah, a gente se ajeita.
Quando dá, a gente até se fantasia de criadores de caso e adoradores do caos pra nunca se perder de vez.”
- Ao regresso que odeia despedida.
Anestesiada da vida (alma) e num corpo em estado de dormência fico oscilante entre um teto e um chão (sina).
Eu tenho estrelas no teto do meu quarto. Sim, muitas estrelas, porque meu quarto é grande. E o teto dele também. Nele também tem uma lua. Linda lua. Sabem onde eu moro? Eu moro na rua, eu moro na rua...
estava olhando sorridentemente o teto encardido
quando ao longe ouvi mansamente uma voz
suave e tão solitária como as paredes que nos aprisionam.
Assim sou eu!
A imensidão no infinito do universo...
Estrela que brilha no teto do quarto,
Sou sol que amanhe e anoitece,
Sou o sonho na escuridão dos olhos cegos.
Assim sou eu! Sou brisa sem frio...
Vendaval em tempestade,
Vento inquieto que sopra sem destino certo,
Sou andorinha sem verão.
Sou tempo nebuloso ou inverno tenebroso?! Não,
Assim sou eu! O som do barulho
E o silêncio do vazio,
Sou dias e noites a fio em busca do tempo perdido.
Assim sou eu! Galho seco imerso no verde esperança,
Sou deserto sedento por um pingo de alento,
Sou balsamo para solidão
E sombra que surge no sol escaldante.
Assim sou eu! Boca sem céu azul...
O sorriso da felicidade,
Retrato da vida no passado, presente e futuro dourado,
Sou chocolate puro? Não, chocolate com leite e açúcar!
Assim sou eu! Sou perfume, cheirinho de aroma...
Sou tulipa vermelha do campo
E sangue que pulsa fora dos corações
Sou essência do eu imponente.
Eu sou assim! Amor sem fronteira...
Liberdade ávida em companhia,
Carrossel sem giro perfeito
E criatura com saudosa lembrança da infância
Sou o desenho criado pelos dedos de Deus.
Assim sou eu!
MAIS UM JOÃO
(Matheus Maia)
Sem teto,
Sem muro,
Sem rumo,
Com alma,
Com mundo.
Mais um Féla... Felá... Feliz!
Sem teto, não levo problema pra casa.
- Eu me vi numa Situação precária . Eu não tinha dinheiro , mal tinha saúde , no meu teto tinha goteiras i pingava não entendi porque Ja havia uma semana que não chovia , não tinha água, não tinha encanação , não tinha prefeito bom na prefeitura que pudesse me ajudar , meu caso era sério , complicada era minha condição de sair vivo , mais me coloquei de pé , com fé em algo , em mim , foi o possível . Foi o que me fez ser mais forte que eu, me fazendo ser mais forte que tudo e todos !
Meus fantasmas não vão me deixar orar. Olho para o teto, coberto de falsas estrelas. Tudo neste quarto é falso. Exceto o meu desespero.
Te quero tanto...
Então te tento
Você me tenta
E em meu teto
Eu te atento
Te quero tanto...
Quero amar-te
Amor de fato
Tatuar teu âmago
Pelo tato
Te quero tanto...
Que te espeto
Que te espanto
Provo teu prato
Bebo teu pranto
E, no entanto
Te quero mais...
Mais que tanto
Tão mais que tanto
Que fico tonto.
Com um teto sobre a cabeça, quando chove você reclama. Antes disso lembresse de quem clama para sair da miséria, vivendo na sujeira e na lama.
Um regreso , um tempo ,um vasio, a esperança,o pestaneja,um cigarro ,olho pro teto...tudo nao e o mesmo...
Eu Choro
Eu choro de noite sentado na cama sozinho olhando o mar ou o teto ou os lençóis...e eu choro quando acordo, olhando a cômoda que me olha como se fosse um Kafka me olhando...
Eu choro
Eu choro
Eu choro a morte como se fosse a vida (ha alguma diferença?)
Me diz? Tem Auguma Diferença?:
Como Se Mede O Valor De Uma Vida Hoje Em Dia?
Nesse Mundo
Na Siria
Ou No Morro Do Alemão
Ou Em Cairo
Ou na Vieira Souto num Triplex de Luxo?
Como se mede a vida?
Eu choro de noite sentado na cama sozinho olhando o mar ou o teto ou os lençóis
Eu choro vendo as besteiras que POSTAM no Facebook
no Twitter e no Instagram porque...
Devaneios Noturnos I
Deitada.
Olhando a escuridão do meu teto branco.
O vento frio que entra pela janela.
E afogo – me no mar de cobertor.
Fecho os olhos.
Não durmo.
Apenas penso.
A nuvem que esconde a lua que tenta brilhar.
É a mesma que esconde a minha dor.
A estrela que acaba de apagar.
É a mesma que se apaga em meu olhar.
O sorriso que já não existe.
É aquele que você levou.
Não peço que me devolva.
Apenas guarde o que restou.
O rancor de seu coração.
É maior que o amor que sentiu.
Embora seja justo.
Perdoe-me! Mas nem tudo é o que ouviu.
Fiquei no esquecimento.
Ou na parte ruim de sua vida.
Resta – me seguir.
Ou terá outra saída?!
Caso ainda lembre.
Amei-te eternamente.
Cumpri minha promessa.
Guardei o que ainda me resta.
