Sino
O SINO
Suave canto que clama
No leve metal a entoar
Um breve lamúrio que chama
Congregação pra rezar!
*soninha*
Um sino quando soa sozinho, mesmo desafinado, aparecerá perfeito a tantos. Somente um bom maestro entenderá entre tantos sinos, aquele que entoa melhor
A cada momento, a cada ação praticada, a cada palavra proferida...é como um sino tocando, entoando em algum lugar; cabe a cada um de nós, ressoar com sabedoria e discernimento uma melodia, que encante e atraia o nosso próximo, para interagir e comungar conosco a alegria da nossa esperança, o amor em Cristo propagado, irradiado; ribombando com maestria, no mesmo compasso da eternidade, a voz e a soberana vontade de Deus.
Mancha negra
Longe demais das catedrais
O sino não pode ser escutado
A cada súplica, mais e mais
Não tem razão o velho ditado
Mancha negra, ironicamente
Jovens criam um novo Papa
Ideias crescendo livremente
Há algo de errado no mapa
A tradição tão desrespeitada
Pode ter sua ausência sentida
Nossa geração, desesperada
Crê na ilusão que está nítida
Quando acaba esta tragédia?
Quem realizará o golpe final?
Qual o nome desta comédia?
Qual o seu lado: bem ou mal?
A madrugada e o seu delírio
Frequente imposição natural
Se a existência é um martírio
Que o paraíso possa ser real.
Que remeteu à puberdade,
Tingida de idealismos e anseio liberal.
Ouviu o sino e depois um hino
Vindo da igreja onde ensaiava o coral.
SONETO NA CONTRAMÃO
O badalo bate, o sino da igreja soa
Qual navalha o som corta a solidão
Chiando no silêncio pesar e aflição
E no relógio a hora a ligeireza ecoa
Num labirinto de saudade e emoção
A lembrança de asas no tempo voa
Desgovernando o sentimento a toa
Num vácuo de suspiros no coração
Então, o seu ganido invade a proa
Da alma, que se sente sem razão
E cansada de tantos ruídos, arpoa
Nesta quimera de dor e de paixão
Os olhos são cerrados pela garoa
Pingada das lágrimas na contramão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
ANUNCIAÇÃO
Momentos delicados,
Momentos sugestivos,
Movemos mãos
E batemos um sino.
É a anunciação
Diferente das demais
Tu já veio, agora vai
Me deixe sozinho que eu vou
Aonde ninguém quer mais.
Nem nos sonhos
Vivi tão bem
Mas o que é real
Não se oculta,
Afinal, gostaria eu de ter culpa?
Não, não gostaria
Mas tenho a minha
Culpa de velocidade,
Culpa de querer mais
Culpa de ser menor
Culpa de não ter seu calor.
Já fui quente.
Hoje sou equilibrado.
Mas não me atiça não
Que eu viro uma brasa
Queimando amor em teu abraço.
Sou poeta, sou sincero
Não vivo o que espero
Mas vivo. E vivo o que tem pra viver.
Só quero alguém pra compartilhar
E esse alguém, lá no fundo
Você sabe, é você.
Se não, por que sim?
Se sim, por que demora?
Se talvez, por que mantém?
Se nunca, por que abre?
SINO DOS PASSOS (soneto)
No sertão do cerrado um sino canta
15 horas, um sino num dobre triste
Canta... evocando os Passos aluíste
Do Senhor. Reclinai-vos é hora santa
Um sino canta... A alma no crer levanta
E ao vento soando em um dobre insiste
O canto solitário, que no tempo resiste
Em prece e o testemunho que encanta
Ao longe, num ar sombrio, arde o sino
Chora, e agradece com seus compassos
E o céu se cobre com o repicar em hino
E nesta hora de fé, ao chão os fracassos
Nossos, e o perdão ao nosso Pai Divino
No campanário, soa o sino dos Passos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 15’20” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Mary Scotland (Poesia Premiada pela Alacib)
Don...Don...Don
O sino anuncia
Já é hora
Outra cabeça fora
O reino espera
a doce donzela
de destino infeliz
Pobre flor-de-lis
Donde vêm
foi refém
Em muralhas
muito além
Para seu tapete
vermelho
o mais puro sangue
verdadeiro
Sua coroa reluz
Sob olhos acuados
Esperando todos dela
vingança aos desalmados
Desta coroação
Surgiu bela união
Enlace aclamado
Terá fim antecipado
Quando a guerra chegar ao fim
O rei sucumbirá
Sua amada rainha
o acompanhará
Don...Don...Don
Anuncia o sino novamente
Chegou o momento
a cabeça da rainha foi ao vento
Por amor...
Passei uma fita na alma..
Escrevi um poema e estampei...
O sino badalou nas noites frias...
Sem dormir...
Ali eu estava..
Das tristezas que eu sentia...
Por você não está aqui...
Você..
É o lema do meu tema..
E o tema do meu lema...
Tentei disfarçar o que eu sentia...
Mais não consegui...
O meu amor por você...
Florou...
Você foi o caule da árvore dos frutos que eu comia...
Fostes as flores que vinham na primavera...
Fostes as folhas secas que caia para depois voltar a ficar bela e cheia de esperanças...
Foi Milagre do amor...
Sim....
Puro milagre e eu não sabia...
Ilusões talvez me levou a outro rumo...
Fazendo eu perder o bem mais precioso que eu tinha na vida...
Até que um dia eu acordei...
Quero eu agora...
A me entregar á ti...
Oh amor meu...
Faz-me eu te amar como sempre quis...
Faz-me sonhar como nunca sonhei...
Sei que quer o meu amor pra vc...
E como sei...
Quero tirar as pedras e nossas dores
Deixe-me tocar sua alma.
Não seja cruel e fria...
A tua armadura está aqui...
Não à quebre....
Regue e cuide...
Seguiremos juntos....
Nosso amor prevalecerá....
Dos estrelados que em há....
Sonhos mais que a magia...
Vivemos assim...
Eu sou o jardim...
E você é a flor...
Que cuida um do outro...
Não por troféu....
E sim...
Por amor...
Autor :Ricardo Melo..
O Poeta que Voa.
Rutilante Anoitecer
Foi-se o sol
E um lençol
De saudade
Invade-me
Agora...
E o sino badala
Na calada
Das seis...
Ave Maria...
E um pássaro
Sobrevoa
O céu
E eu
Da matriz
Vejo o sol
Se esvaindo
Como alguém
De mim, se
despedindo.
E antes que se ouça
Se vê
A homilia divina
No prisma
Do anoitecer...
SINO DOLOROSO (soneto)
Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta
Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário
Dessa realidade vil de uma tirania tão casta
Do afeto que um dia foi por nós necessário
Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta
Verdugos sentimentos solução no itinerário
Escorrem lágrimas que ao pranto não basta
Arde a emoção e a alma neste árduo relicário
Em repiques de pesar, em desilusão a finados
Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala
Em campas de sanhas, e de renhidos brados
Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta
Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala
Brandindo o amor com uma emoção nefasta
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
En mi primera defensa ninguno estuvo a mi lado, sino que todos me desampararon...Pero El Señor estuvo a mi lado, y me dio fuerzas.
Fui o silêncio
do sino das históricas torres das catedrais,
após seus dobrados.
E ouvi,
além da voz da brisa
em busca de paz,
o rebuliço das andorinhas
e pardais
confeccionando
seus ninhos.
Trecho do poema “Já fui silêncio”
DECLARAÇÃO DE AMOR
Meu senhor
foi um sino ruidoso
que estremeceu todo meu ser
Despertando sentimentos
Engrandecendo-me
Enobrecendo munha alma
Invadindo sem pedir licença,
chegou e aninhou-se dentro de mim
Secou feridas
Arrebatou-me com sua misericórdia
Consolo nas aflições
Somos cúmplices de sentimentos sinceros
Quero aprender, quero tua unção em mim
No calvário, sofreste
Fenômeno cujo amor
transcede a dor
Homem divino
na tua transparência, vê-se a luz
Que o renovar em ti,
é um constante movimento
Momento, que não exista tempo
O que fica, sem passar...
Olha a bola que corre,
Na igreja o sino bate.
Cão que late,
Chora e grita o menininho.
Bate o sino da igreja.
É o sino pequenino...
Chora menino de rua vadio,
num natal tão triste e tão só.
Papai Noel...
do céu, esqueceu de ti.
Papai do céu...
Noel esqueceu de mim.
Óh pai no céu, esqueceu de nós!
Tristeza que bate neste natal tão vazio.
Vi que o menininho vadio de rua, SOU EU.
#Abstracto#
Quando um sino toca
A multidão escuta
Ouve-se o barulho de uma broca
Numa gruta
O vento a passar levemente
Pela minha varanda
Parece um tridente
Que nossa Senhora manda
Quando te vi a chuva passou
O teu parou
Para mim a vida começou
E o meu país te amou
Sino Céu
Rasos sinos, tocados em acordes melódicos.
Cálidos, rasos sinos. Tal altura e imensidão.
Tocados em claves de notas. Risos ralos, solidão.
Abraços penetrantes. Fala do céu, magnetismo véu.
Sino do céu, raros sinos.
De seu som de seu tom ecoam o infinito.
Não pára. Tão alto que podemos ver.
Rasos sinos. Nos clama, nos chama. Sinos ralos.
Sinos céu. Quero entender o que quer dizer.
Provo o teu som, sino tom.
Não pára, sinos céu. Rasos sino.
Suas palavras de ontem é um sino que toca a cada minuto...Por isso eu sofrerei sempre...não consigo esquecer!
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