Navegante
O caso é que o navegante filho de deuses marinhos
Traçou no mar um caminho pra chegar no Oriente
Zarpou e foi em frente naqueles mares bravios
Topou o desafio: outras terras, outras gentes
Lá, laia, laia, outras terras, outras gentes
Cruzou com feras tamanhas e heróis da mitologia
Provou sua valentia em grandiosas façanhas
Comprou e fez barganhas na busca de especiarias
Com ondas e maresia o mar é um perde e ganha
Mas a viagem valeu. Eis o Oriente afinal!
O seu feito monumental muitos outros feitos rendeu
Pra sua glórias e de seu lindo Portugal, tão legal
E a saga que escreveu inspirou Cabral
Lá, lá, laia, Vasco!
Lá, lá, laia, Vasco!
Diz que foi por acaso que aportou na Bahia
Ventos ou calmaria, hoje isso não vê ao caso
Dois mil, mil e quinhentos, quinhentos anos de história
Brasil chegou sua hora!
Vamos soprar puros ventos
Lá, laia, laia, vamos soprar outros ventos
Graças aos navegantes, o Vasco depois o Pedro
E até aos réus de degredo, mandados pra tão distante
Depois naus e galeras nos pés de alto almirante
E a cruz emocionante. . . virou esfera das feras
Como o Gama que o batizou, se afirmou nas regatas
Pôs negros na Cruz de Malta, e fez uma revolução
Salve Nossa Senhora das Vitórias e os milagres de São Januário!
Nossa bandeira é o Santo sudário
E o Vasco é religião.
Meu barco andou buscando um navegante
Que se esquecera ao longe e, muito embora
Venha das sombras de um país distante,
Vai demandando a luz da eterna aurora!
Quantas vezes chorei no barco antigo!
Eram tempos de trevas e tempestades,
Vagas de dor, em noites de perigo,
Chuvas de pranto, névoas de saudade...
Mas, um dia, Jesus deu-me a ventura
De revelar o viajante amado
O grande sonho, o anseio de ternura,
A esperança no porto desejado.
Desde então, o outro barco, enchendo as velas,
Vem, quase rente ao meu, sem descansar!
Não mais só!... Adeus morte, adeus procelas!
Nós dois sigamos pelo mesmo mar.
Navegante
Já naveguei por muitos mares.
Vivi calmarias e tormentas.
Guiei-me pelas estrelas e por instrumentos.
Algumas vezes cheguei, outras não...
Mas sempre busquei um motivo maior
Para continuar navegando.
Meu leme é forte, acredita em terra firme.
Assim, olho sempre o horizonte
E acordo sol nascente.
E um grito espreita sempre
Na garganta: TERRA A VISTA...
Meu navio vai zarpar, princesa...
Já não se tem mais tempo
E nem esperanças daqui aportar.
Vou partir de volta aos mares,
Há léguas a navegar.
Vou levando o que trouxe:
A promessa de bem querer,
Os beijos que foram dados
E a vontade de ficar.
Levo, também, minha velha bússola,
Porque no céu a tempestade
Fez da noite escuridão,
Não tem estrelas a me guiar.
Mas, levarei comigo,
Meu bom companheiro, o diário de bordo,
No mar tudo é possível, morena,
Com certeza as lembranças viram me visitar.
Pra elas levo o rum, vinho não faz sentido,
Pois já não há mais poesia,
Nem a mulher amada,
Só a imensidão do mar.
Vou navegar sem tripulantes,
Meu roteiro é a solidão e
O meu leme é o sorriso, menina linda,
Que você me fez imaginar.
E vou cantado na minha viola,
Os versos e as trovas,
Que na ventura dos meus dias,
Traduzi em poesias,
Para você se apaixonar.
Por fim, vou navegar...
Aportar novo cais,
Viver outros horizontes.
Não digo adeus, digo até...
Até outra poesia.
Até o sol nascente.
Até a lua crescente
Até a maré alta.
Até, minha querida.
Até a minha volta.
CORAÇÃO NAVEGANTE.
Márcio Souza
Flutua-te coração, sobre as ondas das marés,
Além do infinito em que o mar alcança,
Navega-te para onde quiseres
Em busca do amor e da esperança.
Leva-te as minhas saudades,
Rumo ao incógnito infinito
Meus sonhos de liberdade,
O som da voz dos meus gritos.
Vais buscar nesse mar sem fim,
Levas meus abraços e beijos,
Traga/me amor e carinhos
De quem eu amo e desejo,
Vai-te coração triste e sofrido,
Flutuas por esse mar,
Encontras o meu amor nesse infinito,
Para que eu possa amar.
Márcio Souza.
NAVEGANTE
Voltei
Voltei com a alma liberta
e com asas nos pés
Precisei sair um pouco desse
mundo louco
Sair de cena e
voltar-me somente pra mim.
Tem dias que sou mesmo assim:
Um passarinho acabrunhado
Uma folha jogada ao relento
Uma borboleta escorada no vento...
Preciso debruçar silente na janela
da minh'alma e passear por entre
espinhos e alvoradas
desertos e estradas
becos e manhãs...
Fui...
Encontrei com pardais em êxtases
de suas preces
Vi borboletas fazendo rodopios
com seus encantos
Beijei o vento e soprei pra bem longe
qualquer tormento que ouse
pousar por aqui
Dei de cara com a beleza dos lírios
e encontrei os bem te vis melodiando
pazes tão sutis.
Ah... Estou tão feliz !
Tem dias
que preciso navegar fundo em minh'alma
e trazer a tona toda minha calma
Por isso fui
a me ser retirante em qualquer lugar
que cintile luzir
Nasci navegante
Livre
e com sede de beber mar anis
em meus afins.
Minha alma navegante pertence ao mar
Que de sagrado leva todos os meus medos e aflições.
Me encoraja em nunca desistir seguindo sem medo de me enfrentar.
Vela, veleja oh navegante
Não temas o mar nem coisa vil
Embala o vento com estorias mil
Nos mais revoltos, nem hesitante
Vela, veleja oh navegante
Parte na sina da descoberta
Espera-te fortuna ou sorte incerta
Alem do monte, a jusante
Vela, veleja meu amigo
Que no suor e árduo labor
Fermenta o pão com mais sabor
Vela, veleja com valor
Lembra-te dos teus no desabrigo
No coração, leva-os contigo.
A Estrela e o Navegante, e em pensar que algo tão insignificante e distante, significa para o homem o caminho de volta para casa.
Vida de Navegante
A cabine é teu lugar sagrado
Terra firme já não é o seu lar
Pelo oceano estás apaixonado
Sentido só há no partir e retornar
Vida repleta de tanta aventura
Tiveste prazer com mulheres de todas as cores
Cada qual com sua história e cultura
Deixando em cada porto lágrimas e amores
Como a Estrela Polaris eu queria ser
Para você meu Capitão em mim se encontrar
Mas de ilusão não posso viver
Convicta sou de que serei mais uma a chorar.
Enquanto o navio não parte
Vamos brindar, dançar e sorrir
Atiçar essa chama que em meu peito arde
Armazenando memórias pra minha alma nutrir.
Um barco segue rumo ao norte
com sorte chegará ao sul
esta é a sina do errante
navegante, que não calcula
...... a força e a direção do vento
que não ouve a voz do silêncio,
este barco sou eu e tu....
Solitário, solidário.
Eis a jornada luminosa e edificante do navegante.
Embarca só e
Desembarca só, em meio ao mar da vida,
Que o convida como tripulante à pilotar o veleiro ao destino certeiro da Luz, não olvidando de ser solidário aos que na nau conduz.
Solitário, solidário.
Eis a jornada luminosa e edificante do navegante.
MARINHEIRO, NAVEGANTE DO AMOR
Profª Lourdes Duarte
Nos horizontes longínquos
Meus pensamentos voam até lá
Talvez nas águas do mar bravio
Meu marinheiro, hei de te encontrar.
Num mar bravo e revolto
Em ondas de fortes movimentos
Dois amantes se encontraram
No sentido mais romântico.
O brotar de nobres sentimentos
Nesse mar, gigante, imenso!
O viver com esperança
De um grande amor,
Soprado pelo vento.
Como um pássaro cruza os mares
Meu coração te encontrará
Fascinação da minha vida
Sob o céu, ou sobre o mar
Meu amor por ti viverá.
Reinas entre a natureza!
Na imensidão deste mar,
Marinheiro, navegante do amor,
Nas idas e vindas outra vez,
Hei de te encontrar.
***************
Às vezes Deus acalma as tempestades, às vezes Ele acalma o marinheiro. Outras, Ele nos ensina a nadar.
Tem um verso de Guibson Medeiros, que diz assim:
DESTINO
Soprava o vento
na vela de um veleiro
e o marinheiro
aportou em outro cais
fecha os portais
do coração aventureiro
que o verdadeiro
amor não se desfaz.
O amor quando é verdadeiro, vence até os mares!
Se ir com a maré é o que o navegante deve fazer: Que eu seja o pirata; um navegante digno de minha própria tripulação.
A SOBREVIVÊNCIA - MANGUE
- Recife -
POEMA I
E a ponte esvai-se pelo rio
trêmula navegante nula;
nas suas cáries residimos
logicamente crustáceos.
Bípedes arquitetando sombras,
planos rostos refletidos: nunca,
no aquático espelho dos sobrados
sustém o eco dos sentidos desusados
que mordem das impegadas mãos o tato.
Incerta lama convivida:
alma lama reanscida ao sol.
Anfíbio (caranguejos, siris, meninos)
o peito ereto, as mãos para cima,
trazem as bandeiras de medalhas-lama.
Do céu ganhou a armação
em ossos; um nato esquife.
E o recheio, que lhe desse o rio.
Lá na Ponte Giratória, por mais que gire:
ossos que vivem a sobreviver de ossos!
(Publicado na antologia Presença Poética do Recife, de Edilberto Coutinho, Arquimedes Edições, SP, 1969 e 2ª edição, UFPE, 1977.)
Assim como uma bússola guia o navegante em mares desconhecidos, o planejamento estratégico é a bússola que direciona o sucesso pessoal e empresarial, transformando sonhos em rotas claras e objetivas.
' ONDAS DE EMOÇÃO '
No imenso mar revolto,
Navegante solitária, sou,
até que um dia, eu possa
atracar o meu barco
no porto seguro do amor
Enquanto Penso em ti
navego pelo mar da vida
Abraço essa grande paixão
no silêncio grita seu nome
Bem no fundo do coração
Espero encontrar-te breve
nas ondas da emoção
Saciarei minha sede
Com carinho e devoção
Maria Francisca Leite
Sua família te cria lhe dá um abraço e um beijo vá com Deus...
Seu barco vai navegante sobre as asas do rio...
Por enquanto faça tudo que puder e quando der...
Recebendo ajuda, as crianças são aproveitas e violadas
na violência desta época a vida se chama ter um sustento...
Para tantos um pouco de comida é dignidade.
O Mendigo
Na calçada fria, ele se estende,
navegante só, sem porto, sem cais,
veste a rua como manto e abrigo,
sem nome, sem rumo, sem nunca ter paz.
Olhos perdidos, sem brilho, sem cor,
mãos que tremem na busca de pão,
a vida escorre como chuva no rosto,
levando esperanças ao chão.
Um passado, quem sabe, o levou até lá,
talvez sonhos partidos, talvez um amor,
mas hoje é silêncio, poeira, e as horas
passando, sem rastro, sem calor.
E ele segue, invisível à cidade,
nas sombras, no frio, no vão do alvorecer,
como folha caída que o vento desfolha,
esperando apenas o nada acontecer.
