Falas do Texto a Caixa de Pandora
“Três coisas que irritam a gente:
a) quando estamos na fila do mercado e acaba a bobina da caixa registradora.
b) quando o carro que o aplicativo mandou avisa que está terminando uma corrida nas redondezas antes de vir nos buscar;
c) e por último, quando a moça da previsão do tempo informa sobre o clima do Brasil inteiro, menos da sua cidade.”
Seja o gordinho que leva flores e uma caixa de bombom….
O magrinho que fás (serenata) com sua guitarra velha e voz de pato. Seja o cara
que faz o bolo de chocolate que ela adora… O inocente que acredita que com ela tudo é possível… Seja um tremendo romântico mesmo sem saber poema e palavras clichés… Seja o iludido, Mas não seja o que ilude… isso é atitude de moleque… E mesmo se tudo der errado… bom, Sorria… Você encontrou um motivo pra SER onde só avia tempo para ESTAR apaixonado.
A caixa quadrada de vidro tem seis lados. Dos lados, dois lados de dois. Em cima e em baixo, dois lados.
Ela tem vários design; cores, espessuras e beleza ímpar. Valor significativo.
Mas, ela é de vidro - quebra, em pedaços e/ou caquinho.
Para os outros, o destino é o lixo, pois não serve mais. Mas, para o dono que pagou um alto preço, nunca deixará de ter valor, mesmo que "não" sirva mais para ser usada.
Mesmo quebrado deus sabe o teu valor.
LUIZ SOUZA TNT
O que seria a vida sem sofrimento?
Sem lágrimas ou sem decepções?
Talvez uma caixa superfícial onde nada se sente
Ou onde nada "se" vive.
A vida sem a dor, não é vida.
Ninguém vive só de alegrias.
Ninguém vive sorrindo,
Pois quem sorri demais,
está desesperado.
Percebo que a dor é essencial
Pois a dor, a tristeza, nos mostra que estamos vivos.
Um livro
E uma beleza
E uma caixa mágica
Só de surpresa
Um livro
Parece mudo
Mas nele goste
Descobre tudo
Um livro
Tem asas longas
E leves
Que de repede
Levam a gente longe... Longe
Pai um livro
E um parque de diversão
Veio de sonhos coloridos
Cheio de cloros sortidos
Cheio de luzes e balões.
A ideia de que o corpo carrega duas caixas – uma caixa de ferramentas, na mão direita, e uma caixa de brinquedos, na mão esquerda – me apareceu quando me dedicava a entender santo Agostinho. Pois ele, resumindo o seu pensamento, disse que todas as coisas que existem se dividem em duas ordens distintas. A ordem do uti (ele escrevia em latim) e a ordem do frui. Uti, “o que é útil, utilizável, utensílio”. Usar uma coisa é utilizá-la para se obter uma outra coisa. Frui, “fruir, usufruir, desfrutar, amar uma coisa por causa dela mesma”. A ordem do uti é o lugar do poder. Todos os utensílios, ferramentas, são inventados para aumentar o poder do corpo. A ordem do frui, ao contrário, é a ordem do amor – coisas que não são utilizadas, que não são ferramentas, que não servem para nada. Elas não são úteis; são inúteis. Porque não são para ser usadas, mas para ser gozadas. A tradição cristã tem medo das coisas que são guardadas na caixa dos brinquedos. Nessa caixa se guarda a origem do pecado: o prazer…
(Do universo à jabuticaba)
Época de "abrir" a caixa de memórias !
todos nós temos algo, lá dentro,
que trazemos para fora
para dar uma boa olhadinha:
É mamãe que faz falta,
as comidas que papai tanto gostava,
os odores e sabores da infância perdida...
A casa em polvorosa,
a roupa de cama cheirosa,
os copos, para ocasiões "especiais",
cuidadosamente lavados.
As recomendações para nos portarmos bem à mesa,
diante das visitas, que eram "gente muito fina"
e amava(m) as galinhas recheadas que mamãe fazia!
Varre o quintal menina!
e não esquece de alimentar o cachorro !
Bem, vou fechar essa caixa, correndo...
para abri-la novamente o ano que vem!!!
Dias na caixa,
asfixiado,
espero,
cansado!
Num instante,
a chuva que passou,
o vento carregou,
no qual agitou minha mente!
Desespero eminente!
Descrente na chuva que vinha,
rendeu meras lembranças!
Por um minuto o ar se distanciou,
o senhor vácuo chegou!
Oh, senhor vácuo!
Por que faz isso senhora chuva ?
Deixaste parar por um mero vento;
que falta de maestria!
Deixa cinza,
vira e se espanta com o vácuo.
Sem vento, não a chuva que se move...
E o mar observa,
enquanto beija a terra com suas ondas...
E escuto sua lamentação de um eterno grito mudo ao eco.
"Entrega Especial"
Sabe o que tem dentro desta caixa lindeza? Eu não saberia dar o melhor presente como você merece, então pedi a Deus que embrulhasse todas as bençãos que Ele queria te dar e colocasse aqui dentro e que eu entregaria e falaria que este presente não e meu. É dEle. Ele sabe de tudo que vocé precisa. Receba amadinha. Feliz cumpleaños e seja mais que feliz.
─By Coelhinha
Desabafo
Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhor idoso:
- O senhor deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
O senhor pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje meu senhor. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.
- Você está certo responde o velho senhor
- Nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reúso e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo.
Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisávamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente.
Até então, as fraldas de bebês eram lavadas porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente naqueles dias.
Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naquele tempo não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam com eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente.
Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. As canetas, recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar um número incontável de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Dá vontade de rir vendo que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada.
Que tal pensar em viver um pouco como na minha época?
Saudade de um tempo...
Arrumando algumas coisas hoje deparei-me com a "minha caixa". Por mais infantil que possa ser, ainda guardo, dentro de uma daquelas caixas enfeitadas - que hoje em dia só as mocinhas românticas da novela tem - cartas e cartões que ganhei ao longo desses 33 anos de vida.
Lembrei então, de um tempo gostoso, em que ainda não existiam os celulares. Por aqui eles só apareceram quando eu tinha 14 anos e só pude ter um aos 18, então... as cartas e o telefone - o fixo - não o celular, não o de casa (porque tb não tinha um) - o orelhão - eram os meus meios de comunicação.
Lembrei da sensação de esperar o carteiro. Nesse tempo conhecíamos o carteiro. Sabíamos o seu nome. Sim, esperar o carteiro era um evento! Era o ponto alto do meu dia quando eu estava aguardando ela - a resposta. Era assim: a gente mandava uma carta. Calculava-se 3 dias, que era o tempo de chegar ao destino. Aí a gente dava 1 dia para a pessoa responder (porque responder uma carta também era especial. Vc se preocupava com o que iria escrever, se conseguiria passar suas emoções, sentimentos, enfim). Depois, mais 3 dias para a carta retornar. E era assim que eu chamava: "o dia da resposta". Ah, que sensação gostosa! Sentir aquele cheiro de papel, de cola, de rasgar o envelope e ler aquelas palavras, que apesar da distância fazia com que sentíssemos a pessoa tão mais perto... e havia ainda as cartas surpresas, sem vc esperar. As anônimas. Minhas preferidas... Hoje em dia não conhecemos mais o carteiro, e a correspondência se resume a faturas das contas do mês.
Lembrei dos telefonemas. Com hora marcada. Comprávamos ficha - é gente, sou do tempo da "ficha". Enfrentávamos fila no orelhão, ouvíamos a conversa dos outros e os outros ouviam a nossa conversa no telefone, que na maioria das vezes, eram confissões apaixonadas... Até porque a gente não se abalaria a sair de casa, enfrentar fila para ligar pra tia, muito menos para a mãe, já que morávamos com ela.
E o que eu fico pensando é que apesar da falta de celular, facebook, whatsapp, instagran, nós sabíamos nos comunicar! Ah, como sabíamos...
INTERAÇÃO ENTRE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA E A MATÉRIA
Chacoalhamos uma caixa fechada para descobrir o que está dentro. Da mesma maneira, radiação (eletromagnética) é muito usada para chacoalhar os sistemas que queremos estudar. A radiação, luz por exemplo, é uma sonda que é afetada de alguma maneira pela matéria sob estudo.
Refração, Reflexão
Se o sistema tem dimensões maiores do que o comprimento de onda, podemos introduzir os conceitos de refração e reflexão. Um arco-íris é o resultado de refração e reflexão da luz do sol por gotas d'água.
Espalhamento
Se o objeto tem dimensão comparável ou menor do que o comprimento de onda da radiação incidente, o conceito de espalhamento é mais útil. No caso limite de partículas muito menores do que um comprimento de onda (uma molécula por exemplo), a radiação é espalhada igualmente em todas as direções. O céu é azul porque luz azul é espalhada mais do que luz vermelha.
Absorção
Para certos comprimentos de onda, a radiação incidente afeta a molécula. Podemos visualizar isto em termos do fenômeno de ressonância. Nem sempre a radiação desviada pela matéria mantém o mesmo comprimento de onda.
Ondas e Partículas
Até agora descrevemos a radiação como fenômeno ondular e a matéria como constituída de partículas. Mas no início do século 20 ficou claro que existem circunstâncias em que precisamos atribuir propriedades ondulares (um comprimento de onda e uma freqüência, por exemplo) a partículas, e propriedades de partículas (momentum e energia) a ondas. Para o fenômeno de absorção de luz pela matéria, que acima descrevemos em termos das freqüências de ressonância das moléculas, é útil colocar a visão clássica de ponta a cabeça: descrevemos luz como um coleção de fótons (pacotes de energia E = hf, momentum p = h/λ) e descrevemos a matéria, em particular os elétrons em volta dos núcleos, como funções de onda. Mas cuidado! Os fótons são partículas não convencionais no sentido que não tem massa e que não faz sentido falar sobre a posição de um deles. A função de onda não é uma onda convencional no sentido que não há alguma coisa "real" vibrando ou variando no espaço e no tempo. O quadrado da função de onda dá a probabilidade de achar a partícula (o elétron) numa determinada posição.
Com estas novas imagens na cabeça, podemos tentar entender o fenômeno de absorção de novo. Da mesma maneira que uma onda confinada numa região no espaço não pode vibrar harmonicamente (senoidalmente) com qualquer freqüência, mas é obrigada a vibrar com certas freqüências discretas, assim a função de onda de um elétron confinado em volta de um núcleo pela atração elétrica somente pode vibrar com certas freqüências discretas, e portanto o elétron pode estar somente em determinadas energias discretas. A luz que usamos para investigar a matéria e que incide sobre os átomos ou moléculas, consiste de pacotes de energia, fótons, de energia hf = hc/λ. Os fótons podem ser absorvidos (e assim levar o átomo ou molécula a um estado de energia maior) somente quando têm uma energia igual a uma diferença de energia entre os possíveis estados dos átomos ou moléculas sob estudo.
Nasci de 7 meses foi criado nos primeiros dias em uma caixa de sapatos Vulcabras, enrolado com folhas de banana verde, pois a minha pele era muito sensível e se colocasse um simples lencolzinho colava em meu corpo, alimento com leite de cabra e jega preta. Luizin, Ika e picolé de asfalto alguns dos meus apelidos de infância.
Sou convencido da minha missão, pois sempre sobrevivi aos obstáculos. Eu sou um vencedor. Eu sou o seu amigo Luiz Motivador. Saúde e Paz!
DEVANEIOS
As vezes me sinto qual caixa preta a cirandar
Boiando sobre as águas do mar num vai e vem.
As ondas e os ventos dão o tom do seu bailar;
Espumas brancas misturam-se no azul do além.
Na vastidão dos oceanos, espalham-se um olhar,
Nele contido, estão meus projetos dourados
Acalantados pelo fresco da brisa a me soprar,
Mesmo que sejam projetos ainda não realizados.
Neste cofre hermeticamente fechado, estou eu
Que no vôo dos devaneios também sou um viajor,
Sou um cúmplice da informação que o tempo deu,
Há mistérios nela contidos; não há decifrador.
Ali esta minha história, muito pouco revelada;
Falo da vida, do gosto, das preferências aqui,
Mas ela não diz tudo, passamos nesta caminhada
Levando frases guardadas, que mesmo eu não li.
Minha estória é semelhante a muitas, nunca igual a
alguma.
"As memórias com vida própria, ao contrário, não ficam quietas dentro de uma caixa. São como pássaros em voo. Vão para onde querem. E podemos chamá-las que elas não vêm. Só vêm quando querem. Moram em nós, mas não nos pertencem”.
(Trecho de "O velho que acordou o menino" [infância]. São Paulo: Planeta do Brasil, 2005, 14.)
CAIXA POSTAL
Estou morrendo por dentro
Só alivia com a sua presença
Que alegra o meu coração
Transformando a minha vida
Em profunda alegria diariamente
Me ajudando a sobreviver
O dia a dia da minha vida
Para que eu possa viver melhor
No dia a dia da minha vida
Porque eu espero que a estrela brilhe
Com mais força
Caixa Postal.
Meu chinelo
Acordei hoje e não achei o meu chinelo
Desci as escadas até a caixa do meu gatinho
E o bicho ainda estava dormindo
Dessa vez ele não roubou
Dei-lhe um cheiro e voltei
Voltei para o quarto
Sentindo nas solas os pelos do bichano
Procurei nas caixas de sapato
E na casa em todo canto
Achei moedas, remédios e pirulitos
Em sigilo dirigi ao quarto de mamãe
Forçando a porta para cima enquanto empurrava
Senão ela dava apito e minha mãe gritava
Caso perdido
Tropecei num tamanco e caí na cama
Mas ela acordou foi com o próprio espirro
Era pelo de gato aquilo!
Então bem rápido perguntei:
-“bom dia mãe, viu o meu chinelo?”
-“se cê num sabe eu que sei?”
Ok... Agora sei que está perdido
Se nem minha mãe viu, sumiu! rsrsrs’
Fui para a cozinha
Esquecendo que descalço estava
Um pão, tomate, mussarela e azeitona
Um café bem forte e fico à tona
Subo pulando para o terraço
Lá chego e piso numa poça d’agua
Que cocegas nos pés mais engraçada
Sinto o leve vapor subir
De uma geada que passou (de novo) de madrugada
E o Sol aquecendo me lembrou de espreguiçar
O vento leve batendo me fez assoviar
Os pombos juntando me fizeram migalhar
Alguma coisa de tudo me fez sorrir
Meu gato veio, espantando os pombos
Depois ficou bem no meu pé esquerdo
Achei que precisava de um calçado
Mas só fui acordar naquele terraço
Descalço
4:34 da manhã, um gole.
4:49, dois goles.
5:01, três goles e olho mais uma vez a caixa de mensagens na esperança de você ter me enviado algo.
5:30, quatro goles. Já está quase na hora de ir trabalhar.
Segunda-feira e eu aqui.
Voltei a fumar, acendo um cigarro e me troco.
Vou pro trabalho. Um dia normal.
Volto e meus olhos te procuram na sala, no quarto, na cozinha me esperando com vinho. Mas você não está lá.
Acendo outro cigarro.
O cheiro da fumaça já apagou seu cheiro da casa. E o tempo apagou os detalhes da sua fisionomia da minha mente. Lembro de você como um todo, e dos nossos momentos. Mas os detalhes...me foram tirados. A força.
Estou no modo autodestruição desde que você saiu rumo a sua nova vida e acabou levando junto a minha. Minha vontade de continuar sendo eu, agora que você não está mais aqui. E aqui estou eu. Ela. Ninguém sem você. Não deveria, mas sou dependente. Dependente de uma droga que ao invés deu usar, me usa.
Apenas.
A CAIXA
Caixa legal!...
D'água de som
de açúcar de sal...
balas e bombons.
Caixa de brita grita!
Com picareta no ar
e a careta até irrita
para a dita se quebrar.
Caixa de show, estressada
com seu eco pelos ouvidos
em grito alto por nada
pelo ar todo estendido.
Caixa d'água fria, boa
sempre à cima, gelo chuva
serenos, nuvens, garoas
caixa de encaixar pessoas.
Remexendo seus segredo
a caixa que guarda magoa
tanta draga que faz medo
fazendo furdunso n'água.
Na caixa d'água o peixe
com seus deixe e queixes
vivendo com enfeite
em mundo, com seus feites.
Caixa de macha que encaixa
na carreira do seu tempo
pela engrenagem da caixa
vai encaixando o momento.
Antonio Montes
GRACINHA
Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.
