Textos Melancólicos
EM TI QUE A ALMA AQUENTA (soneto)
Inverno... de prosas macilentas
Cheia de saudade, melancolia
Tão triste as trovas friorentas
Carregadas de soturna poesia
Pardo inverno de horas lentas
Sempre iguais, densa melodia
Ó versar, por que te apoquentas?
Não soluces mais, adoce, alivia!
Tudo é pressa, passa, é correria
Dos dias invernados do cerrado
Vai-se na poética que acalenta
Verás sim, soneto de invernia
Que canta o canto orvalhado
É em ti que a alma aquenta.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/06/2025, 14’45” – Araguari, MG
MEUS VERSOS (soneto)
Meus versos, assobio do vento no cerrado
A alma melancólica devaneando na rima
O sentimento escorrendo de sua enzima
Do grito do peito do sonho estrangulado
Mimo das mãos no verbo que a alma lima
Ternura na agonia, voz, o lábio denodado
Galrando sensações num papel deslavado
Que há no silêncio do fado em sua estima
Os versos meus, são o olhar em um brado
O gesto grifado no vazio sem pantomima
Vagido da solidão parindo revés entalado
Meus versos, da alacridade me aproxima
Me anima, da coragem de haver poetado
Ter e ser amado, o telhado, riso e lágrima.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2017 - cerrado goiano
Amores perdidos
Anda pela estrada melancólico.
Quantos amores foram perdidos...
Habita em seu peito um coração pulsante
pela dor completamente ferido.
São demais os perigos da vida.
Depois de cada curva o que pode encontrar?
Nas noites mais escuras...
Segue trôpego seu caminhar.
É tão grande esse espaço.
São tantas rotas pra seguir.
O que virá depois do próximo passo.
Só... sente só vontade de pra bem longe fugir.
No caminho
Solitário
Segue solitário uma estrada triste, melancólica.
Amores perdidos... passos desperdiçados...
Em seu peito habita um coração pulsante...
Pela dor sentida completamente ferido.
Só buscava um hoje diferente do de antes.
Tantos são os perigos da vida.
Depois de cada curva o que pode encontrar?
No fim da rua o que lhe está a esperar?
Noites mais escuras...
Segue trôpego seu caminhar.
Imenso esse espaço por onde vagueia.
São tantas rotas pra seguir.
Sente-se preso por amargas teias...
Sofre com o medo de não conseguir: o próximo passo, apagar as lembranças, ferozmente prosseguir.
O que virá depois do hoje cinzento?
Que sentido seguir no cruzamento?
Olhar perdido.
Pés machucados.
Coração pelos enganos envenenado.
Só... sente só vontade de para bem além do agora fugir.
melancolia
Não há quem queira ouvir o que eu tenho pra falar.
Sob o céu cinza, as sombras que me acompanham, dançam silenciosamente à minha volta, ecoando a melodia triste da minha solidão.
As memórias desaparecem como folhas secas ao vento, deixando um vazio profundo no coração.
Entre choros e risos, o tempo me faz escrever saudades que soam como murmúrios melancólicos na alma, enquanto o crepúsculo se despede em tons alaranjados.
Na consciência, os ecos do passado ressurgem como fantasmas silenciosos. Sussurram lembranças entrelaçadas com tristeza.
As lágrimas, deslizam pelas linhas do rosto da criança interior, carregando consigo o peso das despedidas não ditas, dos abraços não aproveitados, dos beijos não dados.
Entretanto, a liberdade tece sua teia, envolvendo o coração em sombras de um lamento eterno.
Som emocionante de uma melodia intensa, doce e melancólica,
cuja personalidade é autêntica, encantadora,
que remete ao forte sentimento de saudades, trazendo uma parte importante do passado ao agora,
que começa discretamente e vai ficando cada vez mais à vontade numa soma crescente de notas
como uma visita agradável, familiar, que se aproxima aos poucos, passo a passo, um pouco insegura,
até perceber que na verdade está de volta a sua casa, uma forma de reencontro
consigo,
um recanto bastante aprazível para a sua alma, o seu próprio paraíso.
Bipolar Nata
Sou melancolia que abraça,
sou pureza que acalma,
sou sedução que queima.
Troco de pele como quem respira:
uma hora sou cura,
outra hora ferida aberta.
Minhas fases assustam,
meus abismos contagiam,
minha intensidade pesa.
Mas não sei ser menos.
Nasci assim:
bipolar, inteira,
sempre demais para caber em pouco.
"A Melancolia Que os Alunos Carregam Dentro Deles.”
As salas de aula parecem cheias de vozes, risadas e movimentação, mas, se olharmos com atenção, veremos algo escondido por trás dos cadernos abertos e das telas iluminadas: uma melancolia silenciosa que muitos alunos carregam.
Ela não é sempre visível. Às vezes se esconde num olhar cansado, num suspiro diante de uma prova, na falta de entusiasmo para responder a uma pergunta simples. Outras vezes aparece no corpo que está presente, mas na mente que vaga para bem longe.
Essa melancolia nasce de muitos lugares: da pressão em ser perfeito, do medo de decepcionar, da comparação constante, da falta de tempo para viver fora da escola, do peso das expectativas. Nasce também da solidão disfarçada, da sensação de não ser ouvido, de que suas dores são pequenas demais para importar.
No fundo, cada aluno carrega uma batalha invisível. E a escola, que deveria ser espaço de descoberta e crescimento, tantas vezes se torna palco de ansiedade, cobrança e silêncio forçado.
A melancolia dos alunos é um pedido de pausa, de escuta, de acolhimento. É o coração dizendo que aprender não pode ser apenas decorar fórmulas e datas, mas também encontrar sentido, encontrar lugar, encontrar-se.
Porque só quando a escola aprender a enxergar o que os olhos não mostram, os alunos poderão estudar sem sentir que precisam esconder dentro deles a parte mais humana que possuem: a fragilidade.
Semear o Eu
Sou feita de paixão,
Melancolia,
Música,
Solidão
e
Poesias.
Sou feita de muitas coisas,
Coisas que fazem eu ser eu.
Sou feita para mostrar o eu,
Mostrar o eu que ninguém conhece.
Sou feita de tudo aquilo que semeio,
Tudo aquilo que semeio em alguém.
O ato de semear aquilo que sou,
Faz-me semear profundamente.
Compêndio de Chuva
Cai a chuva, melancólica e lenta, como um grito que o tempo inventa.
Em cada gota, um som, um tom, que o vento leva — e traz o teu batom.
O teu rosto vem, em bruma e luz, como se o céu em ti se traduz.
Enquanto o mundo se desfaz em água, o meu peito arde, embora os meus olhosse alaguem em frágua. O teu toque é sinfonia de chuva,
que compõe a minha alma, e acende lua turva . E eu, perdido entre trovões eos relâmpagos do meu silêncio, encontro-te em cada canto da minha pele em compêndio.
Que chova, amor — que o mundo escorra, que o tempo pare, nesta dor de masmorra. Pois se é na chuva que te penso e vejo, então que chova, só para te ter no beijo.Chove, e o meu mundo sopra o teu véu, as ruas das minhas veias choram sob o cinza do céu. No vidro, escorre o teu nome, lento, feito melodia, feito tormento.
Sou prosa... sou poesia
No silêncio da madrugada sou o caos e a bonança.
Sufocada por nova crise.
Dormindo feito criança.
Ora tempestade… ora calmaria.
Às vezes sou chuva tensa… chuva densa.
Às vezes sou sereno o mais sereno.
Sou alegria.
Sou melancolia,
Ora sou paz total.
Ora, guerra mortal.
Sou prosa… sou poesia.
Nesse mar de variação… vivo inteira o meu dia a dia…
FRIO (cerrado)
Quem o contentar dirá destas noites de frio?
Corre no cerrado de galho a galho, arrepio
Dum vento seco e bravio. E eu, aqui tão só
Em queixas caladas, calafrios, é de dar dó
Recolhido na tristeza do invernado cerrado
Cheio de solidão, de silêncio e de pecado...
Que corrosiva saudade! Esquisita e estranha
Uma está lembrança forjada na entranha
Do inverno, caída de outrem, fluindo amargor
Onde, em sombrio sonho, eu vivendo a dor
Sem querer, na ingratidão, com indiferença
No vazio da retidão, da ilusão e da crença
Que acirrado frio, sem piedade, ofensivo
Que me faz reclusivo, neste cárcere cativo
Insano, em vão, duma melancolia lodaçal
Que braveja, me abraça e me faz tão mal...
Por que, pra um devaneador esta paragem
Que ouriça, e é tão deslocada de coragem?
Ah! quem pode me dizer pra que assim veio?
Se está tortura é passageira, assim, eu creio.
E a minha miséria aberta, escorre pelo olhar
Receio... e mais gelado fica em mim o pesar.
Uma prosa alheia, uma penitencia escondida
Se é só o frio, por que esta insânia homicida?...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de julho de 2019
00’17”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Tenho medo de errar
Tenho medo de te perder
Tenho medo de um dia você não aparecer
Nunca mais voltar
Sou insegura
E vivo nesse caminho de medos
Sinto que não sou capaz
Já perdi muitas pessoas
Não quero te perder também
Achava que era forte, que já estava acostumada
Mas eu sempre estive errada...
Quando o amor não dominar o mundo.
As rosas serão ainda mais vermelhas, e os beijos ainda mais doces, a chuva será mais intensa e o céu ainda mais belo, a lua brilhará mais e mais estrelas irão nascer. Quando o amor não dominar o mundo não haverá casais tristes, não existirá um mundo interior partido e nenhuma alma perdida. Quando o amor não dominar o mundo as palavras em cartas terão mais vida, suas músicas não trarão lágrimas, seus olhos não chorarão. Quando o amor não dominar o mundo, o seu mundo não irá mais sangrar, você não irá mais chorar, você vai sorrir, viver e ser feliz, quando o amor não dominar mais o mundo.
# Disse um coração partido, que amou, ao seu diário.
Sozinho. Na vitrola toca um jazz. O rítimo descompassado comeca.
Acendo um cigarro. Mallboro, eu acho. Dou uma tragada. Mallboro, com certeza. Sento na minha poltrona. Reclino o encosto. Mais uma tragada.
Acabou o Fantástico. Céus, amanha é segunda . E eu estou acordado.
Estamos acordados. Eu. O Porteiro. A Viuva do 208. Aquele pequeno meliante no aguardo do próximo transeunte. A mulher da janela do prédio da frente.
A música acabou. Só escuto o chiado da vitrola. Vou virar o LP. Ou devo trocar? Vou trocar. Billie Holiday comeca a tocar.
Todos devem ouvir ao menos uma vez essa mulher cantando. Vou pegar outro maço de cigarros. Não! Charuto é melhor, combina mais com Billie Holiday.
Ah! Charutos sao como vinhos. Sao feitos para serem apreciados. E tudo que é apreciado não deve ser usado até o final. Deixarei a bituca pro Santo . Ou pras formigas e baratas . Nunca vi formiga indo atras de Charutos. As de Cuba devem ir.
Sozinhos. Estou sozinho e começa a tocar Gloomy Sunday. Comeca a me tocar. O tempo voa, ou para, não sei ao certo. Ja é de manha e acordo com gritos na sala de casa! "morreu?". "Uma fatalidade". "Deixou alguma carta?". "Não". "A vitrola tava ligada, o vinho estava pela metade, o maço no chão e o charuto junto com a pistola".A viuva só lamentava. O Porteiro estava preocupado com toda aquela bagunça. A morte de um vizinho é algo trágico e satisfatório. A dor do fígado alheio é sempre agradável, convenhamos.
Impossivel encontrar nas pessoas a pureza de um bom vinho, charuto e Jazz.
Nao pense voce que pensei em família e amigos. Não é por mal. É que essa trindade é a base do meu ide. Do meu ego. Não existe ser que foi capaz de suprir o meu intimo . Somos apenas carne e osso. Não precisamos de mais carne e mais osso pra alcançar o Nirvana . Fui ter um encontro comigo mesmo.
NOSTALGIA.
Tarde nebulosa com previsão de chuva forte, ouço uma canção e observo as ruas vazias e chego a pensar que apenas eu sinto essa nostalgia. As horas horas passam tão rápido quanto os meus pensamentos que ao embalo da canção buscam encontrar você.
Na melancolia da minha imaginação, encontro destino para os sonhos não realizados,caminhos desencontrados,amores passados e tomo uma decisão:continuarei aqui de mãos dada com a nostalgia.
Cinzeiro cheio
Cheio da poesia de cada um
Passaram por ele
Amor e jejum
O amor dilacerado
A esperança de mais um
Acumulou tantas cinzas
Que até são bem vindas
Para um poeta coração
Achando-as lindas
Escrevendo e admirando
Cor morta
Com o cigarro noutra mão
A caneta rabiscando
Um poema sem perdão
Cada palavra ali passada
Acompanhou uma emoção
Desde a profunda companhia
A mais amarga solidão
Existe ali tanta poesia
Que me traz mais gratidão
Por escrever e por sentir
Por amar o que me dão
Trago a dor de cada verso
Trago o que está na minha mão.
O papel me olho com deboche
Risquei com raiva e medo
Com esse café preto
Aqui no canto esquerdo
Ri e escrevi com zelo
Novamente
Tinta escorrendo livremente
Sem qualquer compromisso
Apenas deprimente
Melancolia novamente
Tudo novamente
Melancolia, Mario Quintana já dizia:
Sofrimento romântico
E eu discordaria?
Apenas entoo o velho cântico
Romântico.
INTROSPECÇÃO
Quero poder falar a você,
Meu amigo, minha amiga,
Que a vida vou levando,
Vou vivendo, vou cantando
E de quando em quando,
Ou por tristeza ou alegria,
Sem projetar ou desejar,
Derramo lágrimas sem parar
É a vida do poeta...
Parece sábio, pensador, cordato
Não transparece rebeldia
Somos como as ondas do mar, sempre girando
Muitas vezes, somente calmaria
Mas na grande maioria das vezes
Cheios, impregnados de melancolia
E aí o mar revolto nos projeta ao ostracismo
E ao desconectar, perdemos a sintonia
Estranhos de nós mesmos
É navegar no ceticismo
Nos fechamos para o mundo,
Momentos necessários, fundamentais,
Introspecção pensada,
Para que os futuros poemas, sejam reais
O poeta se calou
Das palavras desistiu
Ao ver o que escrevia
Não traduzia o que sentiu
O silêncio o tomou
O desespero invadiu
Aquele coração tão nobre que agora
Não passa de um sonho que ruiu
A melancolia, sua nova morada
A solidão - sua amiga vil
Desperta desse sonho agora
Tu que nunca desistiu
Veja no amanhã uma possibilidade de sorrir
Um novo sol que se levanta
De onde nunca imaginaria que iria surgir
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