Resistência
A passividade é vista, por muitos, como fraqueza — uma árvore que se curva ao vento, sem resistência, sem carácter. Dizem que quem tolera é porque teme, que quem se cala tem medo do confronto, que quem se afasta é um submisso, um "banana". Mas o silêncio não é fraqueza, nem a calma é covardia. Há uma força que se revela na quietude, uma sabedoria que prefere a distância, uma paz que não se oferece à tempestade.
Mas aqueles que julgam com olhos curtos não sabem que, por trás de cada gesto contido, há um limite invisível, um ponto de ruptura que não se anuncia, que ninguém vê até que se quebre o silêncio. Eles pedem para que mostremos as garras, para que nos revelemos como lutadores. E quando, por fim, o tom de voz se altera, o rosto se endurece e o coração se solta, os mesmos que pediam a batalha recuam, como quem teme o fogo depois de o ter provocado. Querem a calma, mas não entendem a violência do espelho que, por fim, reflete a sua própria face.
E eu? Eu sou passivo, mas não estúpido. Calmo, mas não resignado. Aceito o fardo da paciência, porque sei que não sou um boneco de marionete. E quando me chatear, quando o peso se tornar insuportável, os que me pediram para mostrar os dentes não gostarão do que verão. A passividade tem o seu valor — e eu sei, melhor do que qualquer um, até onde posso ir sem perder o que sou.
A passividade, muitas vezes confundida com fraqueza, carrega em si uma outra forma de força, que escapa aos críticos. Aqueles que a julgam, acreditando que se trata de medo ou covardia, não percebem o poder de quem escolhe o silêncio. Quem exige que se mostre as garras, que se revele a fúria, não entende a quietude de quem não sente necessidade de expor as suas intenções. O que parece fragilidade pode, na verdade, ser uma forma de resistência que não se traduz em palavras ou gestos, mas numa serenidade que recusa o confronto sem razão.
E, contudo, existe sempre um ponto onde a quietude deixa de ser sustentável. Quem escolhe o silêncio sabe que, eventualmente, o tom mudará. E quando a paciência chega ao seu limite, quem tanto desejava a luta, ao tocá-la, recua, desconfortável com aquilo que antes queria ver. A passividade não é uma fraqueza, mas uma maneira de não se submeter ao ruído do mundo, de não se deixar arrastar pelas expectativas dos outros.
Sou passivo, mas não sem entendimento. Calmo, mas não submisso. Respeito o meu próprio ritmo, porque sei que a verdadeira força está em saber não ceder às pressões alheias, em manter a calma mesmo quando tudo à volta pede uma reação. Quem me conhece entende que o silêncio não é vazio, mas uma forma de escolher o momento certo para se mostrar.
Em Decadência
Vi a árvore do saber
Plantada pra humanidade
Mas ninguém ler suas folhas
Talvez por temeridade.
Senti grande resistência,
E vi que a decadência
Tornou-se prioridade.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
03 Setembro 2018
Reavaliar crenças e paradigmas ou
Entender a si próprio leva tempo,
Sabedoria e muita paciência.
Impossível não entrar em pânico às vezes
Saber chorar é preciso para aliviar.
Tudo acontece para nos ensinar que
Êxito teremos no momento interno certo.
Não conseguiremos nada com agressão.
Cada vida tem histórias, derrotas e vitórias.
Importante ter equilíbrio emocional.
A vida passa rápido, viva o presente, ame-se.
“Eu penso e lembro muito de tudo que passei. Então, o meu silêncio contínuo é por causa das coisas que ficam na minha cabeça.”
PERSONAGEM.
Não em todas as ocasiões em que fui eu queria ir, nem em todas as vezes que eu fiquei eu queria ficar.
Chorei quando deveria sorrir, sorri quando deveria chorar.
Tive muita vontade de ser forte quando estava fraquejando, senti vontade de fraquejar quando estava sendo forte.
Nos dias exaustivos, eu queria estar calmo mas fui me moldando, fui me lapidando. Com o tempo, fui aprendendo.
Hoje, nada mais me apavora, é que no final da história, ninguém se importa com os autores, só querem saber como terminou o personagem.
Talvez a única coisa imutável seja a morte,
todas as outras,
boas ou ruins,
mudam,
se transformam ou desaparecem.
A força de uma mulher é como a maré constante que molda a costa. Ela é resiliente, capaz de enfrentar tempestades e ainda emergir, serena e poderosa, no rescaldo. Essa força não se mede apenas pela sua capacidade física, mas também pela sua coragem, determinação e habilidade de perseverar diante dos desafios.
Uma mulher forte é como uma árvore de raízes profundas, que permanece firme mesmo quando os ventos da adversidade sopram com intensidade. Ela não se dobra facilmente, pois carrega em si a tenacidade necessária para superar obstáculos e prosperar, independentemente das circunstâncias.
A força de uma mulher se revela em sua capacidade de equilibrar múltiplos papéis e responsabilidades. Seja como profissional, mãe, amiga ou parceira, ela desempenha cada papel com dedicação e maestria. A multitarefa é apenas uma expressão da sua habilidade intrínseca de lidar com as complexidades da vida.
Além disso, a força de uma mulher reside na sua resiliência emocional. Ela enfrenta desafios de frente, aprendendo com as experiências e crescendo com cada obstáculo superado. A capacidade de transformar a dor em aprendizado e de encontrar esperança em meio à adversidade é um testemunho do poder interior que a define.
A força de uma mulher não está em negar a vulnerabilidade, mas sim em abraçá-la como parte integral da sua humanidade. Ela entende que ser forte não significa ser invulnerável, mas sim ser capaz de se curar, se adaptar e seguir em frente com gratidão e dignidade.
A verdadeira força de uma mulher também se manifesta na solidariedade e na capacidade de inspirar outras mulheres. Ela não compete, mas apoia. Ela não diminui, mas eleva. O empoderamento feminino é um testemunho do entendimento coletivo de que juntas somos mais fortes e capazes de superar qualquer desafio.
Em resumo, a força de uma mulher é uma sinfonia de qualidades que se unem para criar uma melodia única e poderosa. É a coragem de ser autêntica, a resiliência diante das adversidades e a capacidade de inspirar e apoiar outras mulheres. É um lembrete de que a força não é apenas um atributo físico, mas uma qualidade profundamente enraizada na essência da feminilidade.
O palco da sociedade contemporânea é um mosaico de poder e fragilidade, onde representantes, outrora espelhos do povo, muitas vezes se transformam em artífices da alienação. A massa, sedenta por ídolos e distrações, torna-se presa fácil de ideologias que a manipulam, transformando-a em mera peça de um jogo de ambição e banalização.
A violência, antes restrita aos cantos sombrios da marginalização, irrompe em plena luz do dia, alimentada por conflitos que se perpetuam em nome de verdades distorcidas. A idolatria, outrora reservada aos deuses, agora se estende a figuras efêmeras, que ascendem e caem em um piscar de olhos, enquanto a esperança, como uma chama tênue, luta para não se apagar.
Pensadores e guerreiros, outrora aliados na busca por um mundo mais justo, agora se digladiam em um campo de batalha onde a espada e a letra se confundem com a bala. A luz da razão se esvai diante da escuridão da ignorância, e a verdade se torna refém das mentiras, em um embate onde as cores se misturam em um turbilhão de caos.
O povo, outrora detentor do poder, agora se vê subjugado por forças que o alienam e o marginalizam. A resistência, como um grito sufocado, busca romper as amarras da opressão, enquanto a paz, um sonho distante, se esvai diante dos conflitos que se alastram.
Em meio a esse cenário sombrio, a esperança teima em resistir, como uma semente que brota em solo árido. A luta por um mundo mais justo, onde a verdade e a luz prevaleçam sobre a mentira e a escuridão, continua a pulsar no coração de guerreiros e pensadores, que se unem em busca de um futuro onde o povo, enfim, retome o poder que lhe foi usurpado.
A mentira só resiste
quando o olhar é desatento.
Quem sabe ver, repara a vida...
O mistério está no espelho!
LIMONADA
Era um azedo limão
Que foi cortado e espremido...
Mas após tal aflição
Tornou-se doce limonada
Deixando uma rica lição.
Era uma pedra bruta
Que após bem lapidada
Transformou-se em escultura
Com tamanha formosura
Por todos admirada
Assim ocorre com a gente.
Após serem as dificuldades
Superadas com paciência
Surgem os bons resultados
Esta é a chamada “resiliência”.
Daí nasceu a expressão
Por tantos utilizada:
“Transforme o azedo limão
Numa doce limonada”.
A cultura e a arte negra amadurecida e consciente, deve se separar dos modismos como oportuna expressão.
Percebe a atual situação do país?
Essa situação de tentativas de tornar o mal, o irracional, os atos desumanos ser amenizado com a 'falha, ou necessidade do outro' virou uma tendência no país, está acontecendo na rede social, nas nossas casas, com vizinhos, na igreja, em templos. Um tempo que fila do osso é normal, que não investimento na educação é normal, que morrer em pandemia é normal, por isso tem que negar a ciência, tem que vender remédio sem eficácia, tem que lucrar por vacina sem comprovação científica, até a morte banalizaram.
DÓI DEBATER, ÀS VEZES HAVERÁ OFENSAS, MAS NÃO NOS INTIMIDEMOS.
NÃO HÁ MOTIVOS PRA NORMALIZAR BARBÁRIES!
SEJAMOS A RESISTÊNCIA DE UM PERÍODO CAPITALISTA, DE UM PERÍODO DE EGOÍSMOS!
Quando coisas ruins acontecem é de repente, sem aviso prévio. Os desastres naturais chegam, bagunçam nossas vidas, e não importa o quão possamos dar o nosso melhor. Apertamos nossos cintos, numa vã tentativa criamos barreiras afim de evitá-los, mas quando os tempos difíceis chegam, nada podemos fazer senão aceitar. E embora esqueçamos que as dificuldades surgem e também findam, o que importa é como reagimos durante esse intervalo. O que aprendemos nesses momentos e o caminho que escolhemos.
