Poesia sobre Silêncio
Bom Dia!
Enquanto dormimos Deus em silêncio prepara a seara do amanhecer que repousa sob o orvalho prateado da noite. Com cuidado ceifa a Terra para que assim que o sol nasça semeie as suas sementes de luz. E assim se faz o encanto: ao primeiro sopro do dia, crepuscular ele surge no horizonte dando vida a tudo que toca. Em poucos minutos há uma explosão de cor, luz e calor e, é essa luz que traz o colorido a vida pede, a esperança que coração espera e o convite a uma experiência única pautada no milagre do novo.
Banho de luz
Nas águas que correm sou busca,
Sou verdes matas que a flor ofusca,
Sou silêncio, sou brisa, sou vento,
Sou um mistério em pensamento!
Sou em mim meu eterno encontro,
Vibro nas coisas suaves do sopro!
No simples manifesto desta vida
Sou vernissagem de cor resumida!
De certo que tudo ainda palpita
Quão forte feito o meu coração
Ou leve sopro que o sonar apita!
Assim, ainda desperta- me o sol
Banhada de luz sou feita oração
Debruçada no leito feito lençol!
DENTRO DO MEU
Dentro do meu silêncio
Há gritos, dores
Há mil árvores por plantar
Há mil flores por colher
Há mil sonhos para viver
Há mil viagens por fazer
Há um anjo adormecido
Há mil páginas por escrever
Há mil vidas para viver
Há mil afectos embrulhados
Dentro da minha alma
Há um coração, se ele explodisse
Coloriria o céu de varias cores
Dentro do meu silêncio
Há mil amores para amar
Por isso não tenha inveja
Olhe que acaba mal
Faça com determinação
O seu caminho
Que a sorte caminhará consigo 🌹
Espaço
No meu abrigo solitário,
Em silêncio no meu espaço,
Esse espaço em mim é desgraçado,
Eu odeio o meu espaço,
Eu não quero espaço,
Eu quero que o calor humano me invada,
Que o calor humano perfure todo esse espaço,
Como um tiro no espaço.
Insônia
O negror é frio e pesado
como um cobertor molhado.
O silêncio está mais calado,
como um retrato apagado.
E eu aqui acordado...
Não passa carro,
não canta um pássaro.
Os minutos adormeceram
e as horas se esqueceram
que estou aqui acordado.
Uma solidão tenebrosa.
Uma paz nervosa.
Alguém falou nada,
nem uma alma acordada:
ninguém me ouve?!
O que houve?
Quero embarcar na viagem,
mas não há mais passagem.
Há paredes, teto e ansiedade,
mais o terror da saudade,
um travesseiro apenas,
eu e meus poemas.
Eu queria te dizer
O silencio me consome
Você está tentando
E parece não saber
Tudo que tenho feito
É para ver o seu sorriso
Mas agora não estou direito
Seu abraço é meu abrigo
O vento está sereno
Tudo está tranquilo
Estou provando o veneno
Só me resta o vazio
Você não vê nada
Apenas o tempo passar
Eu sofro sozinho
Você tentou me ajudar
Quanto mais o tempo passa
Mais eu tenho certeza
Machuquei quem mais amo
Estou perdido na tristeza
Quero provar o contrario
O contrario é contraditório
Prefiro não provar nada
Mais uma para meu repertorio
Isso faz parte do processo
Não vejo solução
Não quero estar aqui agora
Não preciso ter razão
Não preciso de nada
Apenas de terra em minha boca
Essa é minha ultima escolha errada
Já decepcionei muitas pessoas
Vive...
Entra ..sai
Explode.... remete-te ao silêncio
Expõe-te
Arruma-te
Veste-te .. despe-te
Vive a vida......
Sê tu próprio
Sê original
Porque amanhã não sabemos se cá estamos.....(Adonis silva)05-2019)®
SOLIDÃO DE AMOR
No meio da solidão,
Sob o alto som do silêncio,
Meu coração está agitado
Por te ver, assim, tão calado.
Não posso me conformar
Com esse silêncio bobo
Que, deixando-me como um tolo,
Me põe sempre a chorar.
Tu és cruel
E andas na contramão:
Não sabes que o meu coração,
Que bate rápido, inquieto,
Sofre por ti, meu tesão,
Alguém a quem quero por perto.
Não faça isso comigo?
Não faça isso com a gente?
Troque tuas palavras mudas,
Que são mais graves que agudas,
Por meu beijo dado e bem quente?!
Nara Minervino.
A felicidade
ela tem olhos negros
como a noite e seu silêncio,
o céu aberto; estrelas a admirar
tipo um teto com memórias escritas
reflexos do passado vivido por ti,
a lua representa você em seu dia
banhada pela luz do sol
a mesma que te aqueceu
presenciou e proporcionou teu bem estar
te acolheu sem te julgar
apenas foi e fez...
a cada raio de luz ao te tocar,
lá esta ela, a lua, e você a admirar
pois foi-se a tua vez
mas sabe que tem de retornar
como tudo nessa vida
tudo que nos pertence,
da mesma forma que o dia vai
da mesma forma que a noite vem
tudo a seu tempo,
e enquanto isso só nos resta admirar
esses acontecimentos presentes a nós!
Condenação
O meu silêncio grita,
minha tristeza sorri,
minha alegria sofre,
minha presença não está aqui...
meu desânimo é puro ânimo,
o vigor é ausente
mas presente na ausência,
e o amor? É minha sentença!
Perguntam o que penso,
ébrio, o meu silêncio é sincero.
Peço a saideira, ensaio a saída, outra rodada...
Perguntam quem sou.
Penso e não mais estou.
Mãos à obra,
pé na estrada,
o resto é prosa fiada!
No silêncio da madrugada
Em que se ouvem grandes barulhos
Das atitudes de nosso subconsciente
Coisas que aconteceram acontecem, vividas.
Presas ao passado na gaveta da mente esquecidas
Consciência ausente do mundo
No reflexo desses acontecimentos
Tal como a luz de um flash em fração de segundo
Corpo em repouso de um sono profundo.
Vem e volta torna-se vida
De algum lugar, do real distante.
Relativo ao consciente
Do passado ao presente até o submerso do futuro
Saltando a janela da mente
Faz-nos viver em um mundo paralelo a realidade
Dormindo ou acordado é a mesma verdade.
Só vamos entender o valor do SILÊNCIO quando aprendermos a nos CALAR para não ferir de volta, quem nos feriu primeiro.
🤐
Ausência
O Ar será o silêncio
Das faltas
Só terá nostalgia
Desse viver acelerado
Haverá lamentos,
Haverá angústias,
Mas o ser aprende
Que faltas são inevitáveis.
Preciso ir embora
O silêncio nunca feriu tanto a alma, tornando-se uma verdadeira diabete, a cada dia aumentado a ferida provocada pela ausência. Se um dia isso vai passar? Não sei. O que tenho certeza é que nunca mais a vida será a mesma, pois as rotas dos ventos mudaram de forma definitiva.
É no meu silêncio que encontro o meu barulho.
É no meu calar que escuto as respostas.
E no parar que vejo o quanto já caminhei e que ainda posso caminhar
Falo muito, mas calo ainda mais.
Calo meus barulhos com os meus silêncios
À BEIRA DO CAIS
De João Batista do Lago
O velhinho sentado à beira do cais
é silêncio puro
num final de tarde febril
no ocaso de um dia de abril
onde o sol não sorriu para os cabelos brancos
feito asas de gaivotas soltos na imobilidade do vento
Sento-me ao seu lado
vazio...
e calado...
e mudo na prenhez do tempo e do espaço…
Os meus cabelos ainda estão viçosos
alinhados e sem quaisquer querelas com o vento
estão nervosos
e bem mais sofridos que aqueles cabelos brancos sustentados de experiências
capazes de tudo falarem sem uma palavra sussurrar
E eu tão jovem querendo auscultar
o lamento que somente as ondas do mar ouvem
caladas e correm como loucas para...
para guardar na profundidade do seu mar profundo e eterno
as minhas queixas...
as minhas querelas...
e todas as minhas
mágoas guardadas na plenitude daqueles cabelos brancos feito asas de gaivotas famintas do peixe
De repente
o velhinho sentado à beira do cais
levanta-se
e sem me dizer uma palavra
sem um adeus
sumiu na plenitude do tempo e do espaço
Fiquei só sentado à beira do cais...
Quando a Boca Cala
No silêncio a alma confessa
Quando a boca cala
O olhar não tem pressa
Quando a boca cala
Os gestos falam sem promessa
Quando a boca cala
Tudo no direito de ir e vir, quando se quer ficar
Onde o que importa é acolher, é abrigar
Sem a ditadura de querer mandar
A emoção encontrada clama
Quando a boca cala
A paixão partilhada chama
Quando a boca cala
O desejo lado a lado é poesia
Quando o corpo é harmonia
Ai mesmo quando a boca cala
O amor fala!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/04/2013, 05’30”
Cerrado goiano
SILÊNCIO NA MADRUGADA
(01.09.2018)
Curiosamente me desperto na madrugada com a mente buscando as palavras concretas para dá vida e sentido a tudo. E encontro no silêncio a melhor forma de deixar a alma se manifestar.
Correr atrás?
Pode sim...
Uma, duas, até três,
no depois o silêncio encarrega em mostrar o outro lado.
