Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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Escusa

⁠Eurico Alves, poeta baiano,
Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito,
Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant'Ana.

Sou poeta da cidade.
Meus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar O gás carbônico das salas de cinema.
Como o pão que o diabo amassou.
Bebo leite de lata.
Falo com A., que é ladrão.
Aperto a mão de B., que é assassino.
Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos nas cores das madrugadas.

Eurico Alves, poeta baiano,
Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da roça.

Manuel Bandeira
Antologia poética. São Paulo: Global, 2020.
Inserida por vitor_facco_calmon

⁠A voz do coração

No silêncio da noite, quando a lua velava,
o poeta viu a donzela, e sua alma clamava.
Ela andava entre sombras, um sonho a vagar,
e seu coração ardia, impossível calar.

Cada passo dela, um verso em chamas,
o céu sussurrava seu nome entre as ramas.
E o poeta, perdido em desejos e dor,
ergueu sua voz, transbordando de amor.

"Quem és tu, musa, que rouba o meu ar?
Que faz do meu peito um vulcão a pulsar?
És feita de sonho, ou de carne e essência?
És amor ou loucura, és dor ou presença?"

Ela sorriu, como quem sabe a resposta,
e o tempo parou, como a vida em aposta.
E assim, no olhar que ambos trocaram,
o destino selou: seus corações se encontraram.

Inserida por aden_brito

⁠Sabia que sou o poeta de palavras curtas?
Aquele que aparece de forma curta a cada folha de nova murta
Sou a escondida de tantos deveres
Escrevo apenas em poucos prazeres
Confesso que de nada sei bem falar
Mas que quando faço me esforço a tentar
Vejo por ai poemas de tanta poesia
De pautas ardentes em tal harmonia
E cá estou eu com uma obra prima em minha mão
Analisando seus olhos com tanta afeição
Olhos brilhantes como o vasto espaço
Negros sublimes mas quanto entrelaço

⁠Ser poeta é
traduzir em palavras
o que se sente,
se ouve,
se vê
ou se imagina,
na busca de um mundo
real ou fictício
que comova,
toque
ou envolva o leitor,
ou não.

Inserida por adrianovox

EST MODUS IN REBUS

Na antiga Roma, o poeta e filósofo Horácio formulou a seguinte frase em latim: “EST MODUS IN REBUS, SUNT CERTI DENIQUE FINES” que significa “haver uma justa medida em todas as coisas, existindo afinal, certos limites”. Ou então, simplesmente – modus in rebus, que é a moderação nas coisas.

Quinto Horácio Flaco, em latim Quintus Horatius Flaccus, (Venúsia, 8 de dezembro de 65 a.C. — Roma, 27 de novembro de 8 a.C.) foi um poeta lírico e satírico romano, além de filósofo. É conhecido por ser um dos maiores poetas da Roma Antiga.

Inserida por fefeu1951

⁠NO DIA QUE O CORAÇÃO DO POETA CHOROU.

No silêncio da noite, o coração chorou,
como chuva que cai sem que ninguém notou.
O poeta, que sempre pintou céu azul,
viu-se perdido num mundo tão nu.

As palavras, outrora tão doces, tão leves,
tornaram-se pedras, pesadas, em breve.
O verso calou-se, a rima fugiu,
e o peito doeu onde o sonho ruiu.

Era o dia em que o sol se escondeu,
que a lua distante ao abraço cedeu.
Um vazio tão vasto, um eco de dor,
o poeta aprendeu do que é feito o amor.

Mas mesmo em pranto, há força que nasce,
no chão das memórias, a flor se refaz.
E o coração, ainda que chora e se parte,
não desiste jamais de transformar dor em arte.

Inserida por aden_brito

⁠Nasci e me criei no Ceará.
E tendo alma de poeta,
A dor não me afeta
Pois a sina é superar.
E se vejo alguém rimar
Sobre chuva no Sertão
Dou graças pelo feijão,
A canjica e o bovino.
Eu também sou Nordestino
Do jeito que vocês são.

Inserida por osaviovinicius

E AGORA, POETA?

Meus passos desconexos
procuram nada mais que o destino,
meu olhar percorre o infinito
divagando a esmo,
sigo por ruas incompreendidas,
vou como quem soletra o coração,
descrente daquilo que já nem cria,
nas entrelinhas a seguir em solidão,
cúmplice da minha hesitação,
se sou o último ou o primeiro, nada sei,
só sei que sinto falta de mim,
porque em mim só vejo o meu eu,
desperto, disperso, e penso na vida.

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Livro: A poesia da calçada não vende ilusão (2020)
20 de outubro- Dia do poeta.

Inserida por BeneditoMorais

⁠Hoje é dia do poeta
E a chuvinha lá fora
Toca a melodia perfeita para comemorar
Entre versos e poemas
Uma frase que define o parágrafo
Perfeito
Feliz dia poeta
E viva a poesia!

Inserida por Starisy2

⁠PARA DIZER NO SUPOSTO DIA DO POETA

Demétrio Sena - Magé

Sinto muito pelas pessoas com quem tenho proximidade, mas que temem respingos das consequências de conviver comigo, em razão de meu poetar contundente. Minha poesia, mesmo quando romântica, protesta contra injustiças sociais. Eu até poderia ser menos expressivo e silenciar, dentro do possível, mas isso não adiantaria muito. Na verdade, não adiantaria quase nada. Como não adiantaria minha presença ser discreta, obscura e, minhas participações em saraus e outros eventos, quando se descuidam e me convidam, serem rasas e fugazes. Mesmo em silêncio absoluto, meu olhar expressa indignação social; minha expressão facial é combativa; cada gesto meu é polêmico; até a minha respiração protesta contra injustiças, desigualdades, hipocrisia, selvageria capitalista, preconceitos e obediências servis; civis ou não.

Nunca fui ajustável nas minhas vísceras, na postura natural nem nos sorrisos, que nunca se abriram espontaneamente para quem representa oportunidades de quaisquer naturezas. Mesmo quando romantizo, eu sou um poeta que brada pelos poros e denuncia nos poemas de amor. Realmente não tenho como me ajustar nem fazer com que se ajustem à minha inquietação. Para mim, as relações corporativas, sociais ou de afeto não precisam ser entre pessoas iguais, mas entre pessoas que se veem e se recebem com igualdade. Não com ajustes, mas aceitação espontânea, livre, sem nenhum preconceito... nem o velho (e mau) preconceito educado e assistencialista dos que olham por cima feito senhores e senhoras de engenho que tratam escravos com "fineza", mas não abrem mão do andor, da estampa nem do título senhorial.
... ... ...

Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

⁠O poeta me pede uma lista de amigos
sim, tive muitos, mas
onde eles estarão?
Busco nas memórias juvenis
nas lembranças escolares
no quadro da formatura
vejo tantos especiais
nos lugares onde trabalhei
havia tantos, como eu,
jovens, de vida e de sonhos
ainda os tenho no coração,
mas eu não sei,
não sei mais onde
eles estão.

Inserida por MoacirLuisAraldi


FEITO PESSOA

Demétrio Sena - Magé

Ando mais fingidor que o poeta que sou;
que a pessoa, o Pessoa, que todo poeta
sobre a face tão sonsa do chão em que piso
como quem se completa no próprio vazio...
Finjo crer que não fingem que sou invisível,
que deixei de contar nos espaços de afetos,
me tornei muito crível, fiquei muito à mão,
feito insetos que agora não podem voar...
A pessoa, os anseios que habitam meus ares
não encontram mais pares, mas finjo que sim
e não deixo saberem o quanto não mais...
O Pessoa que atua na minha ribalta,
sente falta infinita daquelas pessoas
que fingiam em mim, no meu eu, meu olhar...
... ... ...

Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

⁠Entre becos e vagões,
avenidas e vielas,
o vazio mesmo em multidões
faz, molda o poeta.

Afirmaram-se minhas intenções,
amoleceram-se minhas pernas,
não preciso de soluções,
só de emoções sinceras.

Inserida por bampipoeta

⁠SOU POETA (SIDNEY)

Sou poeta.
Sou alegre sou triste.
Vivo das contingências,
Que transformo em fatos.

Não tenho momentos.
Sou do acontece.
Se triste, lamento,
E me encasulo.

Alegre?
Rejubilo!
Igual natureza.
Transpiro beleza,
Procuro flores, papel lápis.

Mas sou poeta.
E como tal não sei meu momento.
Chorarei quando precisar.
Sorrirei quando apetecer.
Extasiarei com lástimas.
Ou exultações.

Acima de tudo sou poeta.
Poeta da dor
Do encantamento
Das ilusões
Poeta do amor
Poeta da vida.

Inserida por LuizVentura

⁠Quando o poeta escreveu
Em partes ele fingiu
Mas com certeza quem leu
No seu sentir se envolveu
E a dor dele sentiu.

Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
30/10/2024

Inserida por gelsonpessoa

⁠INEVITAVELMENTE, sonhos do poeta

A tarde caiu suavemente
Uma rajada de ventos
Conduz meu olhar ao firmamento
Num emaranhado de beleza
De brisa e folhagens em balanço
Inevitavelmente, a paz aparece tenra e calma
Os ensaios da noite que prometem colorir
Os céus, com uma chuva fina e leve
Nos conduz as quimeras de crianças
Sonhos de outrora, de belas borboletas
Que andam de um lado para o outro
A procura do néctar do prazer
Nas roseiras da imaginação
Bem de frente para o infinito
Nas férteis imaginações do Iracema
Eis que ressurgem do túnel do tempo
Reminiscências de rara bela
Onde a onda do amor verdadeiro me trouxe
Nesta realidade terráquea
Para amar as maravilhas da vida.
Imortalizando em singelas expressões
O dom de amar do poeta,
De extasiar com olhos lacrimejantes
Os belos momentos da vida
Feito arrebóis policromas
Que colorem as montanhas
Na mutação do dia para a noite de mais
Um dia que se esvai no infalível
Tempo que transcorre, silencioso e calmo!

Inserida por JBP2023

⁠Mesmo com pouco saber
Escrevo o que vem na mente
Pra eu então descrever
O que o poeta sente.

Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
18/11/2024

Inserida por gelsonpessoa

⁠Ser poeta por que
Para escrever e depois morrer?
Sim, eu quero ser, ao menos meus escritos ficarão estampados com sangue nas rochas da terra.

Inserida por sivilepoete

⁠Cortei o cabelo da minha cabeça, ele crescerá
ela foi não voltará
mas a minha missão como poeta continuará
Até o dia que me reúna com o meu pai no seol e tudo se consumirá.

Inserida por sivilepoete

⁠Poeta e a Casa do Mundo

No domingo, o sol se espicha e se esconde. O astro luminoso, solitário, vai se perdendo no horizonte, enquanto o poeta, quieto, se perde dentro de si.

Na pausa, chega em casa, mas a casa é estranha. Uma dúvida o atravessa:
Será que aqui é minha morada ou apenas o lugar onde me deixei cair?
Essas paredes me guardam ou apenas me observam, como a um estranho?
O silêncio, sempre atento, não diz nada.

Um raio de sol aparece pelas frestas, tímido, suficiente para espalhar luz por todo o interior. O poeta sorri, como quem encontra um velho amigo, e se ergue.
Renascido, momentaneamente, pensa que a vida é mais, mas só por um instante.

As paredes são companheiras caladas, que sabem muito, mas não falam.
Aqui, o poeta ainda tenta ser inteiro.
"Esta casa é o meu peito", diz o poeta.

Sai para fora de si. Respira. No breu, sente a frescura da noite.
Nota as estrelas lá no alto, tão pequenas e, mesmo assim, tão vastas.
O poeta se vê como um grão no deserto, um grão entre vários grãos.

Volta para dentro, com a alma um pouco mais cheia. Não está sozinho, nunca esteve. O mundo é a casa do poeta, e ele, um pedaço dela.

Inserida por Epifaniasurbanas

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