Periferia
A injusta “roda da vida”
Mais um inocente “viaja”.
A periferia rebelde faz mais uma vítima.
Enlouquecida, esquecida, cega, atira em desalinho.
Os soldados do crime em constante desequilíbrio, não escolhem quem será o próximo(a).
A rebeldia ofuscada clama por inclusões!
Historicamente excluídos não adquiriram condições, de reconhecer o "rei dos ladrões".
O povo em constante desespero foca o soldado. Cego da mesma forma, a diferença é somente o lado.
Os coronéis da marginalidade sorriem.
Boca escancarada, ar de satisfação,
pois foi usado mais um rojão.
Com a certeza que amanhã outro será vendido e assim mantendo sua "indústria" em circulação.
A Bahia pede socorro! Negões e mulatos (as) estão em apuros! Enquanto o povo grita, a burguesia comenta somente com sussurros. São desempregados, analfabetos, sem amparo social.
Sacrificados por um sistema estruturado na exclusão social.
Avante meu povo! Necessitamos urgentemente de mudança! O concreto, a festa e a propaganda,não sustenta a tão clamada esperança.
A agonia da violência nos assusta,
e impulsiona o desespero.Fazendo o povo com medo, agir mesmo dessa forma. Pois a ânsia pela vida nos transforma,
e a luta segue como o último enredo, talvez de mais uma vítima, ainda em vida, que “roda”.
Sou de opinião que cada nova escola inaugurada dentro das comunidades pobres violentas das periferias das grandes cidades brasileiras deveriam homenagear nossos heróis, os bons lideres comunitários, bons professores, bons policiais, que tombaram nas lutas de defesa para a não violência da própria comunidade.Parar com esta coisa de colonia imperial estrangeira homenageando figuras internacionais publicas, que nada tem haver com nossa historia, nunca visitaram o Brasil e nada fizeram para melhorar a nossa caótica e cada vez mais dura e violenta realidade.Devemos saudar e homenagear nossos heróis e demarcar com a legalidade e o vigor cultural constitucional todos os lugares re conquistados.
Rotina
“Bom dia,
Mais uma manhã se inicia,
O sol no céu e a polícia na periferia.
Helicópteros sobrevoando e as crianças pra escola caminhando.
Seis da manhã vocês não querem nem saber
O que pode acontecer? Só Deus pode saber.
Na prece de cada um “que eu não seja mais uma vítima, amém”,
A culpa é do governo que não enxerga o que há além,
Há amor e luta, sobreviver aqui é maior loucura.
O bandido vende seus bagulhos pelas de cem, mas os políticos lá do Plenário lucram também.
A TV ensina que somos maus: as pessoas de cor, os gays, os favelados etc e tal.
Não nos querem nas praias, não nos querem na Zona Sul,
Mas se eu der calote, chego até em Istambul.
Polícia, pare de nos matar porque é moda! Na hora cês não pensam, mas tudo que vai, volta.
Polícia do Estado é o veneno. Por que fazem isso com a gente? Não compreendo.
Tô cansado, tô exausto de ser tratado desigual por ser favelado.
As pessoas daqui não merecem seu respeito? Tô cansado de ignorarem nossos direitos.
Parem de nos matar, eu imploro, só queremos respirar!”
FLOR DA PERIFERIA
Se eu fosse flor
Queria ser flor do caminho
Daquelas que não se vende
Ninguém se preocupa em molhar a raiz
Cresce fincada à terra
Entre espinhos e pedras
Se eu fosse flor
Não gostaria de ser rosa, orquídea
Ou um frágil lírio
Queria ser flor que nasce em ruelas
Em becos
Flor de periferia
Daquelas que passam despercebidas
Rejeitadas
Quando se percebe já se espalhou
Tirou forças da terra seca
Cresceu sozinha
Espalhou sementes
Já não adianta arrancar.
Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.
Abrem se as janelas, das casas e barracões,
De tábuas e alvenarias
E começa um novo dia.
ANOITECER NA PERIFERIA
PARTE III – epilogo.
É chegada a hora, a tarde vai-se embora.
E o anoitecer vem chegando às periferias.
A noite vem se apresentando e, com ela, os transeuntes.
Passando de um lado para o outro, uns vêm das fábricas.
Outros vão para as igrejas e muitos já estão ingerindo geladas.
40 ANOS.
Porque muito se diz:
“A vida começa após os quarentas”.
E na periferia é assim, a periferia é assim.
Periferia, tiros.
Pá, pá, pá...
Sangue no jornal.
Abandono total.
Quarenta anos de periferia
Não era o que queria.
O que eu queria mesmo.
Era me mandar...
MARGENS
Gosto
De habitar
A periferia.
Prefiro
Extremos
Do que centros.
Me alimento de sarcasmos
Diante de ironias.
Prefiro
Os marginais
Do que beatos.
Palavras delirantes
Do que
Rezas
Vazias.
Entre o centro do Rio de Janeiro e a periferia existem mais vans do que supõe a nossa secretaria de transportes.
NATAL NA PERIFERIA
( de Madalena Ferrante Pizzatto )
Noite fria, na periferia de Belém,
na manjedoura de uma estrebaria,
Deus se fez humano e foi envolto em panos,
Divino menino nos braços de Maria
Na trajetória da sua humilde história,
apenas um berço de palha lhe foi dado
e por milhares de anjos foi homenageando,
rege o cosmos e nossas vidas cada dia.
Noite fria, em qualquer periferia,
tantas outras Marias vão parir também,
sem casa, sem berço, sem destino certo,
num abismo sombrio de palavras não ditas.
Neste mundo que maltrata e nos aflige,
o Natal traz a esperança perdida,
a paz se renova e a graça nos abriga.
Não vem achar que é fácil
Matar um leão por dia.
Não vem dizer que é frágil
A nossa periferia.
Minha vida sem regalia,
Na luta diária,
Não falha
O som que contagia.
Agradeço muito a Deus por ter nascido e sido criado na Favela, quebrada, comunidade ou periferia que seja, como querem chamar... E meu sonho é ir pro mundão e um dia poder voltar e fazer algo, algum projeto aqui bacana, alguma área de lazer, de estudo, cursos, facul e tals.
Deus olhai o meu povo da periferia
É tanta gente triste nessa cidade
É tanta desigualdade desse outro lado da cidade
Mas eu tenho fé, eu tenho fé eu acredito em Deus
Olhai por esses filhos teus
Senhor
Ó pai senhor olhai o meu povo sofrido da
Periferia
Moro num bairro da periferia de Belém e estou utilizando este meio para divulgar meus pensamentos sobre nobres sentimentos (MEUS), sendo essencialmente sinceros, pois não tenho "diário" ou amigos com quem posso compartilhar em muitos momentos, tão pouco, gostaria de obscurecer minha razão com falso julgamentos ou mero moralismo explícito. Falo especialmente de amor, família, amigos, "amada", e algum resto...
AMIZADE DO CÃO
VOU DE BUSÃO
DA PERIFERIA
ATÉ O CENTRO.
DURANTE O TRAJETO
VEJO MUITA GENTE
VIVENDO,
VEJO MUITAS GENTE
SOFRENDO.
VEJO GENTE
REVIRANDO OS LIXOS
À PROCURA DE ALIMENTO,
E ENCOTRANDO APENAS RESQUÍCIOS,
RESTOS QUE OS MANTÊM VIVENDO.
HÁ NA COLA DO INDIVÍDUO SOFREDOR
OUTRO SER
QUE SENTE A MESMA DOR,
É O SEU FIEL AMIGO
QUE NESTA TRISTE REALIDADE
TAMBÉM ESTÁ INSERIDO:
O SEU COMPANHEIRO CANINO.
AMIZADE DO CÃO,
PREENCHEM
MUTUAMENTE
O VAZIO
DA SOLIDÃO.
A mídia capitalista coloca burguesia contra periferia, periferia contra burguesia, hetero contra gay, gay contra hetero, branco contra negro, negro contra branco, escravo contra escravo...
Políticas afirmativas foram feitas para reparar, mas a mídia usam para separar.
Na periferia,
o braço do Estado oprime,
mas faz acreditar que reprime
o cidadão que caminha
carregando sua melanina
sem cometer um único crime.
A mulher negra da periferia sempre foi feminista. Por que? Porque a gente faz tudo, mas só não temos consciência disso. Minha mãe criou quatro filhos, de quatro homens diferentes. Ela sempre foi independente, sempre fez as coisas dela. Ela nunca se submeteu a nada, ela nunca ficou, nas palavras dela, sob o pé de ninguém. Ela criou três filhas dessa forma. Somos três mulheres e um homem. Às vezes lutamos de uma forma mais silenciosa, outras vezes a gente vai pra cima, mas a gente luta.
Quando falamos das habilidades do futuro, uma das barreiras na periferia são os termos do empreendedorismo. Você fala em flexibilidade, proatividade, empatia. Já ouviu falar? São todas habilidades que todo mundo na periferia já tem de forma compulsória. Somos proativos porque temos que buscar oportunidades, uma mãe solteira é flexível por ter que cuidar da família e trabalhar. Mais criativo que periferia não existe, mas aí é chamado de gambiarra. Na verdade, é a inovação da quebrada, a inovação do improviso. Então, é preciso se preparar para o futuro. Eles já têm as qualidades e precisam estudar a técnica para entrar no mercado. Falta juntar o talento com o conhecimento técnico.
