Monólogos impactantes para treinar expressão e sentimento
O monólogo alto,
O alto do monólogo,
Quando a consciência exterioriza em palavras o que você sente no peito,
Sem respeito,
As ideias me rasgam,
O sentimento me corta,
Me embaraça,
O relógio avança,
Enquanto a vida me dói.
O monólogo do tempo perdido.
Se existe algo que me arrependo é de não ter estudado naquele tempo...
Enquanto jovem me achava curtindo a vida,
Enquanto curtida estava sendo por ela,
Me sinto cansada e esmagada,
Pela luxúria e falta de empatia,
Da maioria que te passa por cima,
A dor dos que tem menos de todo dia me dói hoje,
Sem desistência sigo,
Correndo atrás do tempo perdido,
Esbaforida,
Mas, nunca vencida,
Embora insista a ideia da desistência a cada esquina,
A cada tombo,
A cada gongo que se experimenta dia à dia,
Me sinto presa,
Escravizada pelo sistema,
Embora tenha prazer em servir,
O prazer de quem me pisa,
Parece ser sempre maior,
Eu quero vencer,
Mas, não quero me tornar desamor,
Não quero ter o peito petrificado em ouro,
Quero permanecer sendo sangue, quente, amor,
Que o prazer de ajudar não me deixe,
Prefiro a morte,
Ao viver como esses defuntos em vida,
Que fedem e ferem,
Que se acham maiores,
Embora em fim,
Na partida se tornaram desnudos e suas partes em decomposição,
Como todo cidadão,
Turbidez,
Desabafo,
Fácil,
Poucos vão ler,
Talvez ninguém,
Porque no mundo de hoje,
Ninguém se importa.
O monólogo da depressão.
Eu só queria ter um motivo para levantar da cama,
Nesses dias escuros, onde tudo perdeu o sentido,
Tudo desmoronou,
Enquanto isso, respiro,
Sobrevivo, sem vontade de viver a realidade,
O mundo dos sonhos se torna mais coerente,
Patino, sem quebrar essa corrente, essas,
Não interessa,
Quem vê de fora não compreende,
Não sabe o quanto dói, não entende,
A luta é pesada,
As vitórias ingratas,
Eu só queria partir,
Sumir daqui,
De tudo, de todos e até mesmo de mim,
Dar um fim,
Enquanto isso, respiro,
Resisto,
Como um cisco no vento,
Mas, ainda...
Empurro com a barriga,
Sem força, sem vontade,
Numa vida inodora, insípida e invisível,
MIRAGEM
Não importa por onde andarás, te sigo,
Falo contigo em monólogos.
Febris, densos, intensos, insanos, suplicantes,
Sei que não pensas em mim,
Te pressinto a cada minuto,
Sinto tua presença em mim,
Na calada da noite vejo tua imagem,
É miragem, eu sei, mas dormes sereno,
Penetro calmamente no teu quarto,
Meus dedos no acarinhar os tua boca, queimam,
Sinto a brasa do teu corpo inerte incendiar minhas mãos,
Sussurro no teu ouvido todo o meu amor,
Tu não acordas,
Quero te amar,
Teu sono pesado não me sente,
Sou mulher perdida de amor por ti,
Te queria homem,
Que desnudasse meu ser,
Entre laços, abraços, calor,
Sem rumo, sem plumo, sigo,
Quando acordar quero que sinta meu perfume ainda exalando no quarto,
Quero que saiba que vim te ver enquanto dormias,
Sou criança, menina, mulher, verso, rima, estribilho, poesia...
Sou a brisa, tempestade que quer te alucinar,
Sou a Lua com estrelas penduradas,
O amor descampado, desnudo,
Sou bruxa, fada, princesa, rainha, sereia,magia...
Desejo você sem fim...
MONÓLOGO – vem do Grego MONOS, “um” e LEGEIN, “falar”. Indica que uma única pessoa é responsável por nos impor uma série de argumentos, sem ouvir outras partes. As aulas não podem ser um monólogo por parte d@s professor@s! O diálogo é fundamental!
A ansiedade não cria diálogos ,ela implora por monólogos,por ouvintes ,por quem escute sua dor sem questiona-lá,ela não vai te explicar o que nem ela consegue entender.
O monólogo não precede o silêncio
Não em uma mente barulhenta
São os gritos que ninguém ouve que ensurdecem
Não há trégua quando se luta contra si mesmo
O poeta é um diálogo,
monólogo,
solilóquio,
consciência em modo
quântico,
holístico,
pássaro em pleno vôo
Durante noites em claro, criei monólogos
Para que minha loucura se esquivasse
Dos paradigmas e prepotências ainda vivas em mim
E fizessem um acordo com as letras sem nexo,
De algumas folhas em branco.
"A oração não pode ser um monólogo e sim um diálogo com Deus.
Por isso se faz necessário o silêncio,é nele que Deus age".
Monólogo é um diálogo
tão prazeroso, muito edificante, que me ensina a ser uma perspicaz ouvinte, mui paciente, boa companhia de mim mesma.
É impressionante como a pessoa consegue ser tão criativa. É capaz de inventar um monólogo inteiro sobre o que eu disse, sem ter ouvido uma única palavra.
Dia 8
Cápsula criogênica,
Bola de pelo na garganta,
Um monólogo,
Não opcional,
Eu só queria ser amiga do tempo,
Falar pra ele passar correndo,
À nado,
Ou, fazendo um triatlon,
Te espero como uma criança que anseia muito por um passeio prometido,
Te espero de braços abertos e olhos descobertos para que possa eu te cuidar...
Não quero o efêmero,
Então, quero dar continuidade na nossa jornada,
Te guardo cada beijo,
Toque e carinho,
São todos seus,
Assim como eu.
O Monólogo do Abstêmio
São oito horas da manhã de um domingo,
Os raios de sol invadem a cozinha pela janela,
Uma paz enorme me toma,
Como que quando fechou os olhos pareço flutuar,
É como se eu estivesse nos braços do Universo,
Como um abraço,
Me sinto tão completa agora,
Tão feliz,
Uma força motriz,
De dentro para fora,
Enfim, consigo me enxergar,
Respirar,
Sem a face escondida pela máscara do vício em álcool,
Sem a depressão que só passava no fundo de um copo e num comprimido de Rivotril,
Comprimido era meu ser, minha alma,
Num engano intrínseco,
Em passar um pano,
Em fugir da realidade ao invés de enfrentá-la,
O álcool era minha bengala,
Velha, quebrada e que no final o resultado era o chão,
As perdas imensuráveis,
Os vexames inomináveis,
Que agora ficam só na lembrança,
Sim, tenho que me lembrar,
Porque para aquele buraco,
Nunca mais quero voltar,
Essa liberdade que agora sinto,
Eu voltei a respirar...
Poesia é quando escrevemos o monólogo de nossa alma, que se torna um diálogo com o leitor.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
MONÓLOGO
Para onde vão os meus lamentos
se já não mais me escutam?
Que terra vã e sem sentimentos
de ilusão. Pra onde iriam?
Aí, tudo está tão cego, esquecido!
Me perdi nas teias do mundo
quando no mundo tentei o infinito
e o infinito era só um segundo...
Para onde vão as minhas palavras
se versadas pra vida e não pra morte.
Quem ou alguém me escutavas?
Acho que nada, nem a sorte!
Então, o que pode, quem me acode?
Se nem de porre há resposta
ou tão pouco o fado é custode...
Pois, a alma na dor está exposta!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano