Monólogos impactantes para treinar expressão e sentimento
Monólogo da ausência.
A verdade é que não sei viver,
O mais fácil mesmo é se esconder,
De mim,
Dos outros,
Viver vestida de sorrisos vastos,
Assim como as incertezas são,
Trocando sim pelos nãos,
Porque?
A vida acontece sem a gente querer?
A maior parte das escolhas,
Independem realmente das nossas próprias,
Vivemos numa algema de dinheiro,
De sociedade...
Sei que nem tudo é maldade,
Mas,
Ensurdecidamente,
Ela envaidece,
Os seres humanos,
Como semente plantada,
Cresce e floresce em dor,
No coração de outras pessoas,
Tão humanas quanto ela...
Então, porque isso acontece?
Essa verdade me entristece,
Muita gente padece,
Adoece,
Enquanto a esperança permanece,
Quero ser a mudança,
Permanecer em Constância,
Escopa de quinze.
Alegria em viver,
Prazer em conhecer.
Durante noites em claro, criei monólogos
Para que minha loucura se esquivasse
Dos paradigmas e prepotências ainda vivas em mim
E fizessem um acordo com as letras sem nexo,
De algumas folhas em branco.
"A oração não pode ser um monólogo e sim um diálogo com Deus.
Por isso se faz necessário o silêncio,é nele que Deus age".
🗡️ Monólogo da Guardiã do Amor (O Primeiro Alvorecer) (Aquela que guarda meu amor)
No silêncio entre a última lágrima e o primeiro raio de sol, ela fala:
"Eu estive aqui o tempo todo.
Mesmo quando você me esqueceu.
Mesmo quando você tentou se tornar tudo, menos você.
Eu não fui embora. Eu apenas esperei."
"Você me chamou de dor, me chamou de sombra,
mas eu era só a parte sua que ainda amava,
e por isso, doía."
"Enquanto você buscava lá fora,
eu cavava por dentro.
Enquanto você corria atrás de amor,
eu guardava o que era seu por direito."
"Veja… essa espada?
Nunca foi para ferir.
Foi para proteger o que você achou que tinha perdido.
O amor."
"Você não precisava encontrá-lo.
Só precisava parar de fugir de mim."
"Eu sou você sem medo.
Eu sou você quando não precisa se defender.
Eu sou você… quando ama sem condições."
"Esse alvorecer?
Não é no céu.
É dentro de você."
"E agora que você parou…
que você permitiu sentir…
eu posso finalmente entregar o que sempre foi seu."
"Você é o amor.
E eu…
sou apenas a lembrança que guardou esse segredo até que você estivesse pronto para se lembrar."
Monólogo em J
Jamais pensei que o júbilo pudesse se transformar em júbilo ferido,
em junção quebrada entre o que foi e o que nunca mais será.
Janelas se fecharam lentamente,
sem gemido, sem gesto,
apenas o jazer silencioso
do que antes era jardim.
Jazem as palavras que não disse,
jazem os abraços que não dei,
jaz, sobretudo, a alegria que um dia me justificou.
Jornada interrompida,
jamais concluída,
mas sempre revivida,
nos labirintos da memória onde só eu caminho.
Julgaria ser forte ao seguir adiante,
mas julgo ser mais sincero ao permanecer neste lugar,
onde o juízo vacila,
e só a saudade é justa.
Jardins secos se espalham por dentro,
flores que murcharam antes da primavera,
mas cujas raízes,
ainda assim,
persistem em doer.
Jogo-me, às vezes, na esperança
de que, em algum tempo além do tempo,
as janelas se abram outra vez,
e a jornada recomece,
mas sei…
já sei…
Junto ao que fomos,
resta apenas a sombra do que poderia ter sido.
Jorro lágrimas que ninguém vê,
junção líquida de um amor que jaz,
mas que, estranhamente,
jamais morreu.
E que, nesse monólogo,
possamos ter ainda,
no final do dia,
o interesse de
flertar com a vida,
mesmo nos dias
mais difíceis.
Monólogo de um ser apaixonado
Não agüento ficar distante
De você,
É como estar faltando
Alguma coisa em mim.
Não sei o quê!...
Gostaria de traçá-la
Nas nuvens,
Mas mesmo assim
Triste!
Pois sei que elas se desmancham!
Não sei se suporto
A sua distancia
Mas queria
Morrer abraçado
Com você!
Monólogo do vazio.
Tudo desmorona, quando o ego vem à tona,
Minha Alma em estilhaços,
Lábios se fecham,
Se calam,
No escuro da dor do vazio,
Sozinho,
Sou escrava de mim,
Dos meus pensamentos,
Lamentos,
Tormentos,
Não me aguento mais,
Não sei como correr atrás,
Só queria fugir,
Desse mundo insípido,
Insosso,
Covarde,
Vadio,
Miserável,
Intragável
Que me esmaga todo dia,
Sem alegria,
Minha única companhia,
Canta e papel...
Como sempre,
Um nada.
Monólogo da solidão.
Eu sou assim,
Um quebra-cabeça,
Incompreensível,
Intrínseco e extrínseco,
Criptografia,
Hieróglifos,
Não sei de mim,
Sempre fui assim,
Aí de mim que o destino é o Só,
Sou meus versos,
Sou meus paradigmas,
Sou enigma,
Aí de mim que o destino é o só.
MONÓLOGO Um Futuro (não muito distante)
Oque seria um futuro(não muito distante)?
Algo amanhã? Ou daqui anos?
Oque esperamos do amanhã?
Oque queríamos pra hoje?
Essas são umas de tantas perguntas que
EU ou Nos não conseguimos responde;
Já percebeis como uma musica
Pode colocar o seu dia de ponta cabeça
Ou fazer você caminhar de novo e as
Palavras que escutamos que podem
Nos fazer sorrir,chorar,os dois ao mesmo tempo
Ai percebemos que todo tem dois lados
Um dia bom,um ruim o uma vida feliz,uma triste
Será mesmo que precisamos definir tudo
Com dois Lados?
NÃO,não precisamos!
Pois em um Hoje ou em um Amanhã
Você foi ou será feliz...Triste...
Oque os resta são as pessoas,Sim pessoas
Que conhecemos...ou iremos conhecer
Pois elas sim são o FUTURO
E ter a certeza que o amanha é INDEFINIDO.
O monólogo não precede o silêncio
Não em uma mente barulhenta
São os gritos que ninguém ouve que ensurdecem
Não há trégua quando se luta contra si mesmo
Quando vieres a aplaudir
talvez o palco esteja vazio
e o monólogo recolhido,
agora exausto e silencioso,
na solitária coxia da vida.
O monólogo alto,
O alto do monólogo,
Quando a consciência exterioriza em palavras o que você sente no peito,
Sem respeito,
As ideias me rasgam,
O sentimento me corta,
Me embaraça,
O relógio avança,
Enquanto a vida me dói.
O monólogo do tempo perdido.
Se existe algo que me arrependo é de não ter estudado naquele tempo...
Enquanto jovem me achava curtindo a vida,
Enquanto curtida estava sendo por ela,
Me sinto cansada e esmagada,
Pela luxúria e falta de empatia,
Da maioria que te passa por cima,
A dor dos que tem menos de todo dia me dói hoje,
Sem desistência sigo,
Correndo atrás do tempo perdido,
Esbaforida,
Mas, nunca vencida,
Embora insista a ideia da desistência a cada esquina,
A cada tombo,
A cada gongo que se experimenta dia à dia,
Me sinto presa,
Escravizada pelo sistema,
Embora tenha prazer em servir,
O prazer de quem me pisa,
Parece ser sempre maior,
Eu quero vencer,
Mas, não quero me tornar desamor,
Não quero ter o peito petrificado em ouro,
Quero permanecer sendo sangue, quente, amor,
Que o prazer de ajudar não me deixe,
Prefiro a morte,
Ao viver como esses defuntos em vida,
Que fedem e ferem,
Que se acham maiores,
Embora em fim,
Na partida se tornaram desnudos e suas partes em decomposição,
Como todo cidadão,
Turbidez,
Desabafo,
Fácil,
Poucos vão ler,
Talvez ninguém,
Porque no mundo de hoje,
Ninguém se importa.
Monólogo do eu.
Porquê?
Nunca, do nunca há satisfação?
Meu eu é implícito no ser...
Tropeço em qualquer distração,
Ímpeto do meu ser,
Só sei que nada sei...
Fazer é meu eu em metáforas,
Incomplexão do incomplexo,
Intrínseco,
Foda.
Né? Mato ou desmato?
No mato!
Incomplexão do ser.
Eu mesmo no mesmo...
Desconexo,
Do ímpeto do ser.
Monologo
.
Se me fosse meu o teu amor
Não me haveria assim
Tamanha dor,
.
De não ter a quem eu amo
E me lhe entregar
A esse amor.
.
O meu prologo de dor,
Que de mim se apoderou,
Não minorou o meu amor.
.
Só aumentou a minha voz
No ecoo forte do silêncio
Em que lhe entrego o monólogo deste amor.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
