Mini Textos de Ana Maria Braga
É meu teu coração...
Sou Maria que ama,
e que é amada!
E sentir-me-ei
por ti abraçada.
Meu amor, és
meu reflexo..
Já materializei
o teu sussurro
e agora o meu–
teus amplexos.
Sabes que
a mim pertence
todo o teu–
meu coração...
Eis que quero
tomar posse
é você minha
ambição.
És pra mim tudo que almejo
E todo meu o seu desejo...
E bem sei que
para sempre
é tão longe...
tempo demais.
E não penso
e nem creio
na iminência
de um jamais.
Não padece
tanta dor
uma história
de amor...
Sendo esse
meu receio
sendo meu
maior temor.
É de minha vontade,
Aniquilar essa saudade!
Compreenda...
inda me habitas!
Pulsa-me!!!
Adentra meu âmago.
Exalo-te!!!
És meu amanhecer...
e meu dormitar.
Meu desfalecer...
E realentar.
Sol, incandescente!
Viço das manhãs!
Vislumbre da noite!
Inconstante afã!
Gosto d’água ardente!
E agradável odor
d’um amor urgente.
Ó tempo barbárico e ardil...
Clemência! A esse amor febril!
Todavia, amigo
lhe é justo saber,
não posso iludí-lo
melhor lhe dizer:
Vivo de véspera,
de mágoa e de luta.
Minha vida imputa -
e veda-me impor
um lugar,um isntante
a viver esse amor.
Por ora não ouso,
e nem determino.
Sequer ainda
me é dado poder.
Por ora me resta
Refrear e conter,
E enquanto não nos vemos
Vai mantendo-nos...eternos...
A espera mortifica
o viver, meu existir
Me envenena
esse absinto...
é você meu elixir!
E não pense
que consinto
com esse fardo
a me exaurir.
Eis o meu legado:
Enquanto amar
nos é podado
vede bem os teus
– meus olhos
Para assim nós
nos tocarmos.
Neste momento eu te enlaço...
Sinta também o meu abraço.
E aí enfim teremos
tantos ósculos,
tão merecidos.
Outra vez o
nosso tempo!
Mui felizes,
concernidos !
Ver-nos juntos
tal um dia fomos:
mãos laçadas,
mil abraços!!!!
Peles tocadas...
Único passo!
Olhos no olhos
a mirar, reluzente.
Ser e estar...
Eternamente!
Carta a Maria Lídia Magliani
O telefone não pára de tocar, querem entrevistas para todo canto sobre estar-com-AIDS. Me recuso — quando o “gancho” é o vírus pelo vírus. Argh. Quero falar do meu trabalho, pô! Se perco o pé acabo no sofá da Hebe dizendo coisas do tipo ah, o HIV é uma gracinha…
Você crê que Maria pede por você a Deus, hoje, da mesma forma como pediu nas Bodas de Caná?
Então pegue o que mais necessita neste momento, coloque nas mãos dela e diga:
Mamãe, pequeno sou.
Pega-me no colo pois estou triste.
Sinto-me impotente diante da minha dificuldade, e não sei que atitude tomar.
Estou sem recursos.
Leva-me em seu colo até a solução do meu problema.
Faz-me enxergar.
Serena meu coração, enxuga minhas lágrimas, ameniza minha dor.
A senhora é tão boa, Mãe.
Quero receber de Jesus, através das suas mãos, a cura para a minha dor.
Não rejeite o meu pedido.
Obrigada Mãe.
Amém.
Maria
Marias foram sumindo no tempo
Não nascem mais Marias
Quanto anos tinha Maria?
Não nascem mais Marias?
Maria era a mãe da vó de Maria
Depois ficou Mariazinha
Porque era a ultima Maria
As Marias eram tantas
Que tantas mulheres se chamavam Maria
Até os homens se chamavam Maria
Mario,José Maria ...
O tempo passa até que Maria virou rosa Cristina
Virou Sabrina
Mas a mãe de Sabrina morreu
Rosa Cristina virou de novo Maria
Maria Rosa ,Maria Cristina
O tempo abala de novo Maria
Virando Marisa ,Mariana ,Mirian,Marcia
Mario,Marta...
E assim as Marias sobrevivem
E de novo começa Maria ...
Me salve, Maria...
Assim iguais aos ventos, me perdoo. Estou sendo mais ligeira, agora, estou prestando linhas, querendo ser a sombra que te acompanha sempre, sempre...Ando tão calma, que até a minha aura pode ser vista por qualquer olhar.
Mas, agora que estamos em mudança, tu e eu, Maria, vamos nos abrigar nas ideias plantadas... Somos inteiramente ligadas à noite, quando sentes que o sol se deita...e então, a minha tranquilidade do dia, vira danças à noite, e me acordo toda vazia...
Escute a minha voz, gritando baixinho em qualquer canto, nem com reza poderosa, nem com sambas, nem com bambas, nem com Boi de Mamão...Nem a Mãe nem o Pai, nem com Bernunça...sem a ternura da Ilha, e suas tradições tolas, me vejo ligada a ti, como nunca me liguei a outrem...quantas reticencias pregarei, nos poemas de manhã, serei mais alguém perdida, ou voltarei a ser o que sou agora, tenho tantas estórias e desastres que prefiro perder a memória, do que lembrar de como foi errado, dizer ser o que não era, e convencer que a minha passagem por aqui não é contornada de erros, viagens e desapegos...
Vem, Maria!
Vem, Maria... Mãe de Jesus!
Vem… Maria, acenda a minha luz
Vem… Maria, enchei o meu coração
Rezo... todas as noites esta oração
Maria… tira esta lança que atravessou o meu coração
pois em Ti, tenho muita devoção
Maria... em ti eu confio todo o meu ser!
Maria... sem Ti eu não sei viver!
Vem... vem… vem… Maria, mãe de Jesus!
Com o meu coração em contrito!
Muitas tristezas eu passei
Só tu... ó mãe, tira este conflito,
Muitas vezes eu chorei
Desesperado em mim... fiquei
E tu em minha vida... eu encontrei!
Vem... vem… vem… Maria, mãe de Jesus!
Maria… só Tu me destes o calor
Maria… só em Ti... tenho imenso amor
Te adorarei... por toda a minha eternidade
No meu existir... sinto o teu doce cheiro
Vem... vem.… vem, Maria, me dê a liberdade
Tens o coração... que abarca o mundo inteiro
Vem... vem... vem... Maria, mãe de Jesus!
Cubra-me com o teu manto sagrado… ó Maria… Mãe das dores
E que reine dentro de mim a tua paz!
Que afastes de mim estas dores
Sei que contigo em mim sou capaz!
Vem... vem… vem... Maria, mãe de Jesus!
Boneca de Pano.
Num dia de frio de inverno a pequena Maria deitada em um fofinho acolchoado de penas de ganso, olhava sua irmã, alguns anos mais velha, costurando e dando vida ao sonho da pequena Maria de ter sua boneca de pano. Os retalhos da saia da mãe transformava-se em corpo e vestido, fios de lã feitos no tear pela avó, formavam os cabelinhos e a boneca tomando forma, tornando-se viva.
Depois do almoço feito no fogão a lenha e, de uma deliciosa compota de figo da tia, a irmã de Maria terminou a boneca de pano costurado dois pequenos e espertos botões pretos no rosto feito de pano branco, que passaram a ser os olhos da boneca e, com linha preta, desenhou um lindo sorriso de alegria, esperança e vida.
Um sorriso de boneca que iluminou a sala e se multiplicou na face de todos. Nasceu a boneca de pano.
Começaram chás imaginários com bolos de fubá de verdade e amigas de faz de conta.
Com sua nova irmã de pano, Maria brincava de inventar histórias até o sol se esconder e a luz da lua assumir a função de iluminar os sonhos.
A boneca nunca teve nome, porque era a única boneca que Maria conhecia, então não precisava de nome.
Passaram-se dias, passaram-se noites, passaram-se meses, passara-se anos e a boneca não cresceu, mas Maria sim.
Virou uma moça e foi estudar na Cidade, levou livros, levou sonhos mas deixou junto com a saudade, a boneca de pano.
Lá na cidade, cresceu mais um pouco, estudou bastante e quase esqueceu o campo.
Um dia a saudade apareceu e Maria voltou. No caminho foi recebida pela natureza com flores que a primavera colocou a beira da estrada.
E a cada quilometro, foi reencontrando lembranças como o cheiro da chuva na mata e o canto dos passarinhos.
Quando chegou na casinha ao lado da figueira, o tempo voltou em meio a abraços de mãe e irmã e a saudade da avó.
Depois do almoço enquanto apreciava a compota de figo da tia, olhando para o quarto, Maria enxergou num cantinho em cima do acolchoado de penas de ganso que tanto lhe aqueceu, a boneca de pano com os olhos de botão pretinho e o mesmo sorriso esperando para relembrar os chás de faz de conta e as brincadeiras de verdade. Foi então que a saudade ajudou Maria a dar um nome para sua amiga de pano: Chamou de felicidade.
Açude
Lembro-me daquele açude
Lá no sítio de tia Maria
Onde a água refletia
Meu rosto com plenitude
Lá estava a juventude
Que nunca mais revivi
Só me restou, por fim
A pior das crueldades
Me banhar com a saudade
Que a gente sente de si
(Jefferson Moraes)
10/09/2014
Olinda, Pernambuco
Uma tia iluminada (Dedicado a Maria Adelaide Martins)
Autor:LCF
1
O Brasil, um país lindo;
Com uma Natureza resplandecente;
E uma economia gerida autonomamente;
De lá conheci um ser bem-vindo;
Uma pessoa maravilhosa;
Apresentada como uma bela rosa.
2
Charme, elegância, personalidade;
Adjetivos não faltam para qualificar a minha tia;
Desviando-se da total agonia;
Conquista-me a sua amizade;
Não reconheço aspetos negativos;
Apenas contemplo assuntos positivos.
3
A nossa divina comunicação;
Carateriza-se por pensamentos liberais;
Sobre as verdades atuais;
Orgulho-me desta situação;
Aprecio a franqueza;
E estranha é a minha ligação com a fraqueza.
4
Mas a Maria Adelaide demonstra;
Uma alma purificada;
Uma forma de se expressar abençoada;
E uma útil ferramenta extra;
Qual é?
A eterna fé.
Um passo de cada vez…
E então Maria voou para longe. Afastar-se significava um holocausto até experimentar a primeira gota do desconhecido. Pairou por céus mais claros, sofreu ventanias mais suaves, frequentou lugares inimagináveis, tragou outros lábios, inalou de outros perfumes, apaixonou-se pelo próprio reflexo e, uma vez, por outro de olhos claros também. Maria nadou mares e não descansou na praia. Fez morada provisória em corações alheios - permaneceu em alguns. Dançou, brincou, desatou seus nós, embriagou-se de liberdade. Amou, mas não desamou. Por outro lado, abriu as portas de sua sina. Tornou-se insenta a quem quisesse entrar e mais ainda a quem desejou sair. Deixou ir, mas também deixou ficar. Conheci Maria quando a mesma não me interessava tanto e agora que a olho de baixo, tão perto me parece tão distante. Logo, uma fagulha de curiosidade me afligiu e procurando Maria a questionei das aventuras e desventuras, dos homens e dos meninos, do acaso e de tudo que a acercava. Perguntei o que eu podia fazer para alcançá-la. E então, descendo até mim, Maria me sorriu daquele jeito que me fascina, olhou-me bem nesses olhos que vacilam e disse:
"Me surpreenda, Zé. Ou do contrário, nem perca seu tempo pensando".
AS MARIAS
Há Maria de todo tipo na minha vida,
Há Maria da vida que sorria maquiada,
Que é ajuda o cão de rua e fala palavrão.
Há a Maria beata que tem cara fechada
Que não está bem com a vida e faz uma oração.
Tem Maria composta e Maria simples,
Como tem a culta e tem a dita culta,
Tem a Maria simples e tem a Dona Maria.
Tem preta velha com nome de Mãe Maria,
Como tem pombo gira chamada Maria,
Tem Santa católica como nome de Maria,
E a mãe de Jesus também era Maria.
Sou cercado de Marias, são brancas e pretas,
Marias gulosas, faceiras e femininas.
Marias masculinas, corajosas e assumidas.
Como também há homem com o nome de Maria.
Vixe, como há Maria ao meu redor.
Maria que significa a mulher que ocupa o seu lugar
Salve as Marias seja qual delas for.
Assim como Salve as mulheres,
Seja em qual corpo for,
Pois o importante nessa vida é ocupar o seu lugar.
André Zanarella 25-03-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4755648
Doce Maria
Doce Maria, esqueça as flores
Pinturas a partir do momento, em cima de seu rosto,
E os anos foram passando sentado esperando por um longo, longo caminho
Não para atender ... ohhh
Não olhe mais
E o dia virá vestida de poesia
Você fala de sonhos que não se lembrava mais,
Ele o abençoará Doce Maria.
Doce Maria, olhos limpos
Olhos molhados é hora de ir:
E logo você vai se sentir o cheiro de manhã
E o sabiá cantar volandoti perto ... ohhh
Não procure mais.
E se você quiser alguém vestido de poesia
Ele te cobrirá com amor sem pedir mais
E t'accarezzerà Doce Maria
Por mais um dia eu agradeço,
Sinto em mim a presença infinita,
Deslumbra a paz de Maria e enterneço,
Mãe do meu Senhor e minha mãe bendita.
Ela me ensina seguir ensinamento,
Dado por Senhor Jesus o filho seu,
Nos primórdios tempos até o momento,
Para nossa salvação Ele prometeu.
Por mais um dia Senhor eu agradeço,
Me vejo a rezar e me acalento,
Encosto minha cabeça e adormeço
Na paz do meu Senhor um sentimento.
Sentimento profundo de alegria,
Que ao acordar me vejo novamente.
É bem cedinho um novíssimo dia,
Preciso agradecer eternamente.
TANTAS MARIAS
Mara maravilhosa Maria
Maria que diz ser flor
Profunda à sua cor
Maria de madalena, que não tem problema
Fruto proibido é a Maria
Aquela da Silva, vai conforme o ritmo
Dança noite e dia
Essa mulher só fala no grito
Forte, a Maria sorri
Vive feliz
Ela é a Maria de Jatobá
A princesa do arraiá
Ainda tem a Maria mulher
Que diz ter caído do céu
Corpo violão, Maria tem
Dizem que sua boca tem gosto de mel
É tanta Maria nesse meu Brasil
Marias do amanhecer, nos faz enlouquecer
São de salgar um dia sem sal
Liberam uma energia tão alto astral
Mas.. o que Maria tem que as outras não tem?
Talvez Maria dos perfumes tenha aquele cheiro
Porque nasceu num jardim bem tratado
Esse nome me persegue, me dá até medo
Silêncio.. a Maria vem aí
Ela vem chegando para destruir meus sentimentos
Não porque Maria é brava
Mas porque ela sempre me abraça.
OBRIGADO MEU PROFESSOR
Salve o seu dia!
Você me ensinou além da ave maria
Foi meu pai nas horas precisas
Me ensinou o beabá da vida
Não permitiu pelos seus conselhos
Que eu fosse condenado pelo tribunal da existência!
Pois esse sem parcimônia
Me condenaria lá nos confins do arrependimento
Obrigado pai baba do meu pai que não tive!
Quantas vezes, querido mestre, me deu a mão para que eu saltasse com segurança as intempéries da vida!
Te dou um valor inestimável e ai daquele que não entenda seus anseios e desilusões, pai amigo!
Pois além de muitos filhos que além de mim vc fez para essa caminho tão difícil de percorrer que é a VIDA.... foi para nós e para muitos como eu o primeiro e único PAI
OBRIGADO SEMPRE POR VC TER EXISTIDO EM MINHA VIDA!
João e Maria
Dizia Maria
- Que homem perfeito!
Ou caiu do céu
Ou não “caiu a ficha”
Perfeição não existe Maria!
Existe o João.
“João sem braço”
Sorria.
Porque era melhor rir
Do que chorar?
Ou era aconselhável
Desestigmatizar o João?
-Põe João pra correr Maria
Porque ele não é perfeito!
-Pisa no chão Maria
Deixa o João crescer!
(gritavam-na)
Maria e João
João e Maria
A perfeita combinação
Maria rima com azia
João com indigestão
Porque Maria imperfeita
Queria um João perfeito?
Vou perguntar a Maria
Agora não.
Quem sabe um dia...
Ato dois
Entramos no carro, éramos eu, minha mãe e minha vó, beirava seis da tarde, e a ave Maria chorava na rádio. Meus olhos caducavam com as luzes dos carros que andavam com dificuldade, tinha apenas alguns anos, uma década e um pouco mais, não tinha amigos, não sabia nada sobre células vegetais nem sobre morfologia das palavras, sabia inventar histórias e rabiscar em folhas brancas e tristes.
Trezentos e sessenta e dois dias se passaram, novamente no carro, éramos eu e meu pai, ninguém falava, não havia rádio. Segurava minha mochila, com algumas mudas de roupa e lápis coloridos, devagar íamos para a outra casa. Minha irmã e sua esposa me esperavam, aguardando minhas histórias inventadas do mês passado, sempre sorridentes e falantes, vestidas de amarelo e rosa.
Meu primeiro livro com mais de trezentas e cinquenta páginas, lido sem pedido da escola, sem incentivo da minha mãe, encontrado na biblioteca. Pelos cantos por mais de uma semana, sem trocar muitas palavras, sem sorrir muito, perdia a vontade de criar histórias. Não era mais tão fácil, agarrado nas regras e no papel. Aprendi sobre células vegetais e morfologia das palavras, ganhei também alguns amigos, e perdi os lápis coloridos.
Uma Maria entre tantas
Há saudades, sentimento tão pioneiro em nossas vidas, isso foi o que senti ao me emocionar revivendo a história de Maria, tão presente em nossas vidas. Mulheres guerreiras, trabalhadoras, honestas, puras, são algumas, das qualidades herdadas da mãe rainha. Entre tantas as Marias que representam o amor de mãe, te coroamos e verificamos neste lindo espelho da vida, que hoje reflete outras heranças deixadas por ti, mãe do meu Salvador. Nesta conversa com Vós, guardo a lembrança do reflexo dos dias que passo ao seu lado. Na vossa coroação vivencio também a minha história, entre tantas as Marias, também me coloco ao vosso serviço.
Tão amável avó Maria...
Meu nome é Maria como tantas outras Marias
Antes só alegria; hoje só melancolia
Viúva muito cedo com minha filha eu sempre morei
Então ela se casou e com ela na luta eu continuei
Lembro-me do nascimento do meu primeiro netinho
Emocionei-me muito quando coloquei
em meus braços aquele anjinho
Todo mundo sabe que pelos netos
as avós sentem o dobro de carinho
Eu só tive uma filha, feliz eu fiquei de ver nascer dela
aquele frágil homenzinho
Ele chorava de noite e logo diziam:
- Chamem a vovó Maria!
Eu chegava com meu amor de avó
e transformava o choro em calmaria
Enquanto a minha filha trabalhava,
todos os dias do meu neto eu cuidava
Fui a muitos passeios com eles
e sempre nos meus braços ele estava
Então o menino cresceu
e da vovó Maria ele já não mais precisava
Comecei a sentir uma estranha mudança,
antes eu era importante naquele lar
Já não me levavam aos passeios,
a razão era porque andava muito devagar
Na sala eu me sentia isolada,
ninguém do meu lado queria sentar
Até nas conversas não tinham paciência de ouvir
o que eu tinha para falar
Diziam: -Deixe a avô Maria maluca para lá,
já está caduca ou vai caducar!
Eles não entendiam que o que eu mais queria
era um pouco de atenção
Eu queria dar para eles o meu amor de avó
e de mãe que eu carregava no fundo meu coração!
Eu nunca deixei eles verem as minhas lágrimas,
eles nunca me viram chorar
Ingratidão de neto e de filha é muito triste,
não queiram imaginar
Num dia bem cedinho pegaram a minhas coisas
e levaram para um quartinho
Quarto que se guardam tranqueiras,
meu coração ficou triste e apertadinho
Não me deram se quer uma única explicação,
para eles a minha solidão seria a solução!
Foi á noite mais triste da minha vida,
doeu muito àquela separação!
Não tinha acesso mais a cozinha
e nem podia ir á sala ver televisão
Estava no quarto das tranqueiras,
das coisas velhas curtindo a minha aflição
Um dia criei coragem e do meu sofrer
para minha filha eu fui falar
Então no meu rosto ela me deu um tapa,
vi naquela hora o meu mundo desabar
Depois deste dia era normal a minha filha me agredir
Muitas vezes sentindo muito medo eu pensei até em fugir
Mas seria loucura eu não tinha para onde ir!
O meu quarto sempre foi solitário e úmido, tive então como
resultado um reumatismo que passou a me consumir
Era só o começo do pesadelo que estava por vir
A doença me jogou numa cama,
então contrataram uma mulher para cuidar da avó Maria!
Agora sim ficou muito pior,
de dia eu apanho da mulher e a noite da minha filha!
Estou num desespero, esperando a morte me levar
Mataram em mim todos os sonhos
até o direito de existir e amar!
Sou tranqueira jogada num canto,
a minha vida hoje é tão triste e vazia
Mais durmo do que acordo,
eu me entreguei a este ambiente de melancolia...
Às vezes na minha insanidade
surgem imagens antigas,
me fazendo lembrar
que um dia
eu fui para eles...
à tão amável avó Maria
Maria
Maria, mãe dos homens, reflexo de Deus entre todos.
mãe escolhida no ventre e preparado por Deus,
Maria, mãe da humanidade, maria da paz, maria do amor
no jardim divinos és uma flor, Maria, mãe do novo amanhecer
Maria da paz inquieta, cantada em versos por muitos poetas
Maria de tantos títulos e tantos nomes,
que trouxe a salvação entre os homens
Maria, mãe orante, és cheia de graça
és vida e bendita entre as mulheres,
ave cheia de amor, que deu ao mundo o Salvador.
Maria da luz, mãe nossa, mãe de Jesus.
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