Jefferson Moraes

Encontrados 17 pensamentos de Jefferson Moraes

"Nós"?
O "nós"
É só
Dois "nó"
Juntinho

Inserida por JaneteSalvadorGG

Um sorriso falso guarda mais tristezas do que qualquer choro verdadeiro.

Soneto ao meu sono

Eita, cansaço pra gostar de mim
Me puxou em um grande abraço
Sussurrou-me como um carrasco:
"- Se acostume, vim morar aqui!"

Eu não havia dado muita atenção
Até quando eu vi o sono chegando
E como uma faca ele veio cortando
Cada pedaço de minha disposição

Enquanto eu sangrava preguiça
Fui lembrando que na minha vida
O café foi feito pra atrasar o fim

Na xícara, tentei ligar pra a insônia
Só que ela já tava era na sua cama
Assim como eu, querendo dormir

Inserida por JaneteSalvadorGG

MINHAS SINAS

Queria ser a luz que brecha
O ventilador que te assopra
No frio, ser tua água morna
Pra depois virar tua coberta
E ir aquecendo tuas pernas
Naquelas noites de preguiça
Depois abrir nossas cortinas
E ser o florido do teu vestido
Guardando nos teus sorrisos
A lembrança de minhas sinas

Inserida por JaneteSalvadorGG

Rio Doce / Princesa Isabel (Sem estética)

Diante tanta formosura
Quase fui atropelado,
Abestalhei-me com o Palácio
Enquanto atravessava a rua;

Tive que voltar pra casa
Quando a noite se anunciou,
Dei com a mão, driblei camelô,
Subi, paguei, fui numa lata

No caminho da regressão
Passei pelo o cais Santa Rita,
Ali, faltava era gente bonita
E um tanto de organização;

Quase esquecia! Um pouco antes
Passou o Forte das Cinco Pontas
E uma curva que deixava tonta
A cabeça de qualquer pensante;

Em um retorno meio horizontal,
Eu vi o Capibaribe e o antigo
Confesso que um pouco aflito
Por me despedir do cartão-postal;

Passei pela Cabugá
Em um dia de sorte
O acelerador ia tão forte,
Nem semáforo podia parar;

Após deixar o Espaço Ciência
Varie o varadouro numa curva,
Entrei em Olinda debaixo de chuva,
Tinha a mesma alegria e essência

Achei que tinha vindo me encantar
A chuva escorrendo seu corpo gelado
Descendo no embaraço da janela ao lado,
Mas por causa dela, não vi a orla passar

Entristecido, resolvi me entregar a chuvarada
Quando puxei a corda que me fazia zarpar
Percebi o que o destino queria me mostrar
De uma forma simples e bem clara

Que tarde ou cedo, a tempestade se vai
Que é só o vidro que fica molhado
Cabe acreditar que do outro lado
Está a paz, onde só o descaso cai

Pensei, segui invertendo
Voltei pela a praia a pé,
Devagarinho subi a sé,
E lá, descansei sereno.

Inserida por JaneteSalvadorGG

SA(R)DADE

Se revestido de veneno
Fosse o ferrão da saudade
Sobraria-me pouco tempo
Diante minha curta idade;

Não quero parecer herege,
Mas nunca deixei de me perguntar:
"- Se os anjos que nos protegem,
Também sofrem por lembrar?"

Clamo o que tenho hoje,
Mas se ao menos eu fosse
Um valente querubim

Batia asas do meu quintal,
Voaria contra o final
E pousava em Itapetim.

Inserida por JaneteSalvadorGG

SEXTILHA AO TEU CHEIRO

Do cangote tu fez a arma
Que me dominou tão ligeiro
Sem tempo pra esconderijo
E nem pra sentir desespero
Eu fui mantido sequestrado
No cativeiro do teu cheiro

Inserida por JaneteSalvadorGG

O mormaço da hipocrisia

De Recife à Olinda
Só se ver alagamentos
E o povo, em lamento
Diz que vai tomar medida
Contra esse homicida
Que é o governo local
Mas logo perdem a moral
Quando vem as eleições
Vendem o voto pra ladrões
Repetirem tudo igual

(Jefferson Moraes)
Olinda, Pernambuco
01/05/2014

Inserida por JaneteSalvadorGG

Solidão

Mais um dia cansado passou...
Não o culpo de está comigo
Mas hoje és o melhor amigo
Que realmente me sobrou
Pode não acreditar, mas sou
Alguém ainda de compaixão
Independente da ocasião
Só nos sobrará um ao outro
De longe, pareço até solto
Mas vivo preso a ti, Solidão.

(Jefferson Moraes)
Olinda, Pernambuco
20/05/201

Foi

Foi numa noite bela
Foi dentro de um coreto
Foi uma moça de preto
Foi lá na cidade certa
Foi tão bom com ela
Foi de fronte aos lábios
Foi, mesmo sendo fraco
Foi valioso, de verdade
Foi, deixando saudade
Foi o melhor dos abraços

Foi muito tarde, já cedo
Foi com cheiro de cigarro
Foi fingindo ser amado
Foi na data de Dom XI
Foi sem precisar de beijo
Foi como fogo no celeiro
Foi sim, por todos os lados
Foi, deixando-me em trapos
Foi embora, sem vaidade
Foi, deixando saudade
Foi o melhor dos abraços

(Jefferson Moraes)
09/06/2014
Olinda, Pernambuco.

Inserida por JaneteSalvadorGG

Tem gente que rir do meu sotaque
Achando que é melhor do que eu
Se esperteza fosse religião
Com certeza esses seriam ateus
Quem não reconhece uma riqueza
Nunca vai deixar de ser plebeu

Sou lá de Pernambuco a dentro
Onde a poesia ergue seu liceu
É a simplicidade matuta
Demonstrando o seu apogeu
Sou mais Rogaciano Leite
Do que Caio Fernando de Abreu

(Jefferson Moraes)
27/06/2014
Olinda, Pernambuco

Inserida por JaneteSalvadorGG

BR 232

Nessa BR dois três dois
Muita gente vai e vem
A estrada tem saudade
E quem passa nela também
Pois quem fica sente falta
E quem vai deixa em alguém

(Jefferson Moraes)
Arcoverde, Pernambuco
07/07/2014

Inserida por JaneteSalvadorGG

Quase dez horas da noite
Num sítio perto do Ambô
No chão, sanfona e forró
No céu, a bela lua de hoje
No peito, a força do coice
Que a saudade vem dando
Só me resta ir lembrando
De quem não está comigo
No frio, falta-me o abrigo
Do abraço de quem eu amo.

Inserida por JaneteSalvadorGG

Dor(mente)

A dor que guardo na mente
Debruça-se sob meu peito
Com tanta força dum jeito
Que já ficou foi dormente
Mas meu medo, tão perene
Não é que venha formigar
Mas que de tanto esperar
Ele se acostume parado
E meu fim chegue calado
Antes mesmo d'eu te beijar

(Jefferson Moraes)
01/08/2014
Olinda, Pernambuco.

Inserida por JaneteSalvadorGG

Gaveta

Qual fim levou as lembranças que em ti deixei?
Talvez jogaste-as na primeira gaveta
E trancando-as com duas voltas e meia
Vislumbrastes esquecer-me por escassez...
Seja sincera, achastes mesmo, desta vez
Que expulsar-me-ia desse teu coração?
Tire-me da gaveta e guarde a solidão
Porque ela sim merece o esquecimento!...
E pra nós dois, que tal o renovamento
De tudo isso que ainda será recordação

(Jefferson Moraes)
Olinda, Pernambuco
26/08/2014

Inserida por JaneteSalvadorGG

Açude

Lembro-me daquele açude
Lá no sítio de tia Maria
Onde a água refletia
Meu rosto com plenitude
Lá estava a juventude
Que nunca mais revivi
Só me restou, por fim
A pior das crueldades
Me banhar com a saudade
Que a gente sente de si

(Jefferson Moraes)
10/09/2014
Olinda, Pernambuco

Inserida por JaneteSalvadorGG

Sextilha de número 1
(da série: Uma Sextilha por noite)

Uma angústia quando vem na madrugada
Dilacera qualquer coração dormido
A reflexão que o silêncio presenteia
Faz com que sobressaia o envolvido
Pode ser saudade ou arrependimento
Seja o que for, estou aqui sentindo

(Jefferson Moraes)
18/09/2014 - 3h50
Olinda, Pernambuco

Inserida por JaneteSalvadorGG