Delírio
Um Delírio
– Eu acho que sou louco.
– Você?
– Sim, eu mesmo.
– Acho que não.
– Como não? Eu tenho todos os traços.
– Como?
– Eu gosto de arte.
– Sim, isso é loucura desde quando?
– Haaa... eu gosto de MPB.
– Sim...?
– Eu gosto de poesia, defendo a democracia, curto uma música ao vivo.
Junto dinheiro pra poder comprar discos antigos.
Faço macramê. Defendo movimentos como o MPA e o MST.
– Olha... ao meu ver, você não é louco, você só tem um senso crítico apurado.
– Pode ser. Eu gosto de uma boa roupa de linho e da minha choboy.
É um estilo meio peculiar, mas não chega a ser loucura.
Gosto de ir à praia, mas não entro no mar.
– Normal, muitas pessoas fazem isso.
– Defendo o poder de ser livre, a dessexualização dos corpos, o direito de ser livre, o dever de ser respeitado. O grito dos mudos.
– Aí você pode começar a ser considerado em outros países, mas aqui ainda não.
– Haaa, eu disse que tomo café sem açúcar?
– Sim.
– Tinha esquecido então.
– Não, você não tinha dito.
– Então, o que é “sim”?
– Você definitivamente me provou o contrário do que eu pensava.
Você é louco.
AMOR COMO SOL DE VERÃO
Autora: Prof Lourdes Duarte
Pode ser delírio ou até loucura
Esse sentimento que me atordoa e mexe com meu ser
Contudo, só sei que o sangue ferve nas veias
Num simples toque de carícias das tuas mãos
Ou no teu jeito simples ou avassalador de me olhar.
Contigo o céu fica mais azul e o verde mais vibrante
Mesmo com o sol de verão ardendo em brasa
A sinfonia dos pássaros fica muito mais harmônica
Comparando as batidas descompassadas do meu coração
A pulsar descontrolado por ti.
Como um fanatismo ou amor ardente
Atordoando meu coração
Sinto, que entre nós há uma forte ligação espiritual,
Um amor que transcende o infinito
Um amor que arde como sol de verão.
"O delírio e o devaneio de todo convívio social cega e aprisiona a mente e o coração, contudo, um momento de reflexão do coração sincero permite travar as lutas com maior serenidade, continuamente, sim, o bem querer, as riquezas do céu tende a habitar."
Giovane Silva Santos
O seu sorriso me trouxe ao delírio,
e com meus olhos enrijecidos,
o seu sorriso é como colírio.
Mas esse coração machucado,
deixado aos cacos e com medo do passado,
Me deixa amedrontado com o "eu" do passado.
Mas ao seu lado,tudo fica mais calmo
Me fazendo esquecer,esse tal passado.
SÍMILE:
Vou verter o riso da hiena em tuas brenhas
Vou comer o delírio de tuas entranhas falena
Vou calar teu grito insano reanhas
Vou fechar a luz, apagar tua porta
E bradar pro mundo teu riso vulpino
_ tal qual Peçanha
Vou arranhar teu intimo zanho
Vou me embrenhar...
Na volúpia de tuas entranhas
E ancorar no palor de teu olhar.
“Tudo, tudo na terra se resume ao nada, quando o coração é consumido pelo delírio do pecado, a matéria do prazer que gera a morte.”
Giovane Silva Santos
AMO-TE EM DELÍRIO
São as porcas letras que escrevo
Que batem asas em delírios
De tantos cravejados sonhos
Nas quimeras que entulham poesias
Do silêncio da tua voz com a minha
E deixo que as todas as palavras sentidas
Incendeiem-se, castrem-se, obliterem-se
Exalem e refresquem em melodia na alma
Florindo sentimentos meus, no teu coração
Amo-te mais do que a minha alma alcança
Entre as palavras escritas de velhas penas
Com lágrimas, sorrisos que me inunda o peito
Amar-te-ei mesmo depois das palavras voarem
É inútil se reconfortar ou sofrer com as lambraças do passado; é delírio já considerar as benesses ou males do futuro. Foque no agora, pois é no presente que tudo se cria, arde e vive.
Mulher - O delírio do poeta
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A mulher é o segredo mais inebriante,
o perigo mais desejado,
o prazer mais indômito,
a perdição mais inculpe,
a poesia mais inefável;
a expressão mais exata e inquestionável da vida.
É a culpa mais inocente,
o pecado mais perdoável,
a verdade mais improvável
e a fortaleza mais frágil.
É a mentira mais verdadeira,
a fidelidade e a traição.
O amor mais profundo,
o ódio mais insano,
o perdão mais original,
a vingança mais cruel.
É o caminho que se abre para o inferno
e a salvação que conduz ao céu.
teu tremor
[leviano delirio]
desvia o fulgor
do teu corpo alado
- oblíquo desejo velado
te devoro aos poucos
me despeço aos prantos
o que deixo a mim
senão o teu rosto?
esvaído
me esqueço
outra vez eu morro.
foi só delírio
Me vi chorando
por saudades
por inveja
por remorso
Pelo desnecessário
Mas que estava lá
Mas que aconteceu
Não posso fingir
Não posso negar
Me vi fazendo coisas
que eu nunca faria
tentando não ser mais eu
tentando não ser mais sua
engolindo meus princípios
engolindo meu amor
Me pego vendo molduras
vazias
assim como meu coração
eu não percebi
eu colaborei
eu me vesti de forte
Justo eu, a mais fraca
Me vi apagando fotos
mas não consigo apagar
não consigo te tirar da minha mente
E as lagrimas lentamente
Preenchem meu altar
Aparecem no seu lugar
me arrependo
me arrependo
me arrependo
Me arrependo...
te procuro em outros lugares
em outros corpos
em outros amores
em outros momentos
Eu não vou encontrar
Eu tenho certeza disso
Sei que vou me machucar
mas o que tenho a perder?
Sinto que nunca vou superar
E que posso fazer isso amanhã
Como eu fiz ontem
E desfiz hoje na manhã
E você sempre aparece
pertinho de mim
Me cruza o caminho
Sem nem me olhar
A indiferença
A angústia
Me conhece melhor do que niguém
Mas é um completo desconhecido
Sinto saudades
Do seu cheiro
Do seu toque
Do seu amor...
Eu sinto nada
E sinto tanto
Sei que é melhor assim
Mas por quê?
Queria que fosse meu
Pra sempre meu
Como você prometeu
Como você me enganou
Foi só plavras
Foi só momento
Foi só delírio
Foi só paixão
E assim do nada
Se tornou nada
Esse CINEMA é mais que um decalque de gritaria, um delírio, e não há delírio que não passe pelos povos, pelas raças e pelas tribos, e que não habite a história universal….e nisto jogo o meu destino entre os dois pólos do delírio...O delírio como doença, a doença por excelência, quando erige uma raça que se pretende pura e dominante (ou um cinema coletivo de forças), mas ele é a medida da saúde quando invoca essa raça(esse cinema) bastardo, que não pára de se agitar sob as dominações, de resistir a tudo o que esmaga e aprisiona, e de se esboçar enquanto fundo no cinema como processo...
O sucesso, o dinheiro, a fama e o poder são um delírio da mente. Só porque a arte de conquistador não é para toda gente.
