Coleção pessoal de noi_soul

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⁠Eu queria falar de todo o significado
de toda a importância que sua
existência
representa em minha vida:
sem seu apoio eu não poderia fazer
aquilo que mais me anima
sem sua companhia constante
eu não poderia conhecer
histórias das mais fascinantes
sem sua presença desde a minha mais tenra idade
eu nem sei como andaria
pelas calçadas desmanteladas da cidade
sem seu abraço
meus braços se cansariam
sem suas lentes
meus olhos mal enxergariam
são quase 30 anos, amigo
em que afasto você de mim
apenas para dormir
– é que nos sonhos uso a minha visão interior
e com ela enxergo além do que os olhos possam distinguir.

⁠quando nada mais me causar espanto
nem as belezas nem as tristezas
da existência
quando a felicidade ou o pranto
deixar de ser turbulência
sinto que não existirei também

⁠Imagina que coisa engraçada.
O morto morrendo de rir de sua morte na outra vida.

⁠acordei tão animada
ia fazer um mundo bonito
criar histórias
reinventar a fórmula da Poesia
duas horas
deslizando o polegar
numa esteira lisa
e já me perdi de mim:
não sirvo para a vida
tudo parece estar pronto!

⁠tem gente que diz valorizar seu trabalho,
mas não perde a oportunidade
de te provar o contrário!

que bobagem querer agradar a todos.
você não vai conseguir!

então, sinta-se um pouco mais livre
para ser o seu melhor
de acordo com seus próprios
parâmetros.

⁠antes de eu não estar
você me destruiu primeiro no seu olhar
com sua indiferença
com seu desprezo
com sua descrença
na dor que vivia a me esmagar
sinto o desterro de viver
e ser pisoteado pelas lembranças
e s m a g a d o r a s
da minha própria infância

onde estavam aqueles
que um dia prometeram
a eterna aliança?
Sou filho de um mundo hostil
sou fruto de uma não vontade
sou chuva que não caiu
sou vento sem paisagem

e o que fazem os outros
senão esconderem segredos
das mentes estranhas do povo
engolem seus próprios degredos.

⁠o olhar do mundo
aprisiona os sentidos adormecidos:
não me julgue pela dor de ser preterido
nasci uma pérola incrustada na ostra
a fiz sangrar
minar
doer
até, enfim, singrar entre os mares
impetuosos desta existência
vim e vou
como cheguei
estou parindo a outra face
enquanto vicejo o milagre
de uma nova essência.
– as cortinas do palco incendiaram
acendi o pavio
escutei as labaredas penetrarem em mim
como fogo fátuo
indo e vindo
passando e sendo
mais um dentre tantos que não conheceram
razões para continuar…
[apenas não me julgue mais um covarde
a verdade:
eu, a sós com meus pensamentos,
me sustentei até aqui!
e isso foi muito
e isso foi tudo
e n f i m]

⁠perpétuos acordos insanos
entre os meus e os seus planos
sempre a zombar da minha ingratidão:
eles não conhecem os pesadelos que
cavalgam à noite
nas entranhas da última gota de suor

quando se conhece os olhos dela
muito cedo
quando se entende a finitude
sem rodeio
quando as suas melhores partes
são roubadas no início da estrada
quando o amálgama da dor
enlaça seu corpo numa encruzilhada

apontem os dedos para mim
também carrego a culpa em meus passos
três menos dois dá um
mas este um vive algemado
aos seus próprios pedaços

[não peço perdão
não quero ser perdoado
se eu pudesse virar o tempo
não o teria desperdiçado.
apenas me entenda!
estou implorando outra vez…]

⁠tudo aquilo que ouvi pelos corredores
macabros
entrou em mim
primeiro nos ouvidos
poros
células
depois, a seiva vital corrompida
e eles
diziam ser aquele
o lugar de libertação:
libertar da ignorância
do mal
da opressão.
o que vi foi a morte
escrita em cada palavra dita
por seres tão perdidos
e desavisados
quanto eu!
fui forte
até não poder mais
fingir indiferença
– pessoas mornas podem morrer
por dentro
e, de tão geladas,
transformadas em fantasmas-vivos
talvez pensem mesmo que
é melhor não resistir – e não existir!
[embora eu tenha ido,
preferiria ficar
se tivesse, ao menos,
a sombra de um amigo que
pudesse me abrigar…]

⁠e se você olhasse em meus olhos
e descobrisse a imensidão que há
dentro do peito
solitário
amarrado num leito
da prisão de faces ocultas…
existe um monstro amarrado
aos sentimentos deste menino que
só busca abrigo
um olhar
uma profundidade
algo que se pareça com a verdade
e com o carinho doce de uma manhã.
mas as estrelas dormiram nesta noite
o céu – breu e meu
engoliu o sol das minhas vísceras
agora
chamo por vozes longínquas
e quem há de me escutar
nesta eterna
escuridão?
as veias abertas inundam
de esperança
este idealista coração!

e eu só queria engolir a vida
e senti-la latejando
com a potência do fim
neste coração insano

dá pena se despedir
de tudo o que poderia ser
e eu nunca hei de saber
formas outras de existir!

a pena é ter que morrer
e não conhecer o meu fim.

⁠Sucesso não é o que os outros veem.
Sucesso é o que você sente.

⁠Sou mulher e minha pele quem veste
sou eu!
Sou mulher e minha dança quem faz
sou eu!
Sou mulher e minha letra quem escreve
sou eu!
Sou mulher e minha vida quem comanda
sou eu!

⁠Sou mulher e minha casa quem pinta
sou eu!
Sou mulher e minha canção quem entoa
sou eu!
Sou mulher e minha estrada quem percorre
sou eu!
Sou mulher e minha sorte quem decide
sou eu!

⁠você demarcou o espaço
dentro das minhas imediações
você adentrou o templo
das minhas mais puras orações
você poluiu os rios
do mar que existe em mim
você cravou sua faca
e decretou o meu fim.

⁠Por que devo cobrir meu corpo
como você me impõe?
Por que devo acreditar em suas regras
como você estabelece?
Por que devo me dobrar às suas leis
como você me obriga?
Por que sua mente imatura crê
que você manda em mim
e eu devo obedecer?

⁠“Fazer uso da palavra”
expressão carregada de signos
e significados
usar não apenas
– fazer uso –
um verbo seguido do substantivo quase verbal
ação sobre quase-ação
somada ou multiplicada?
Pedir licença à palavra
ou a quem vai escutá-las
estar no comando da fala
ou capitular diante delas
as palavras
vilãs ou heroínas
sagradas ou assassinas
tomadas de empréstimo por alguém
“fazer” necessita de complemento
não existe solto e só
a boca prende as letras
transforma-as em sentidos
apenas para quem as entende
surpresas
borbulham
à língua que se rende
a fazer uso da palavra
outra vez
baila e sente
o movimento
a intenção
o despertar
a ilusão
das pretensiosas mentes.

⁠Se os próprios sonhos embotam a vida
o que será de mim
sem a possibilidade de criá-los?
Se as próprias asas tornam-se feridas
o que será de mim
sem a chance de usá-las?
Se os próprios dedos forjam a mentira
o que será de mim
sem a possibilidade de amá-los?
Se as próprias vozes ocultam a lida
o que será de mim
sem a possibilidade de encontrá-las?