Crônicas do Cotidiano

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⁠Nosso enlouquecedor cotidiano desliza sobre os ponteiros de um grande relógio de parede que esqueceu a relação do tempo e nos imputou horas por minutos e minutos por segundos. Já não nos cabe mais entender o tempo, já não nos cabe mais o tempo, já não entendemos o que cabe no tempo. O tempo realmente existe ou é apenas uma unidade de medida organizacional onde definimos horário de encontro, jornada de trabalho, hora do remédio, estações, meses e anos.
Cada dia que passa é um dia a mais ou um dia a menos, deveríamos mesmo comemorar um réveillon, uma virada de ano representa o que para um enfermo terminal, um digito a mais na lápide ou um tempo a mais de dor, mantenha-se informado sobre o tempo para não o perdê-lo mas desfrute da sua vida cada instante sem se preocupar com o tique-taque, ame, abrace, perdoe, cante, dance, sorria, não perca pro tempo perdendo tempo pois talvez quem passa somos nós e quem fica é o tempo mas não será mais o nosso tempo.

Inserida por EbertonJr

⁠"A GRANDE FÁBULA: A RAPOSA E A UVA", que se aplica ao nosso cotidiano e diz respeito ao nosso sofrimento em querer uma coisa que não está ao nosso alcance --- A RAPOSA, bicho esperto, passando embaixo de uma parreira de uva, olhou para cima e avistou muitos cachos ao ponto de DEGUSTA-LOS, deu o 1°, 2°,3°,4°....no 9° pulo, já exausta, olhou pra cima e disse; NÃO VALE A PENA, ESTÃO VERDES.
Quantas vezes insistimos com uma coisa que não é para nós. A melhor solução é DESISTIR E DIZER,-- NÃO VALE A PENA.

Inserida por Ademarborba46

⁠A Dama Borralheira e seu Cavalheiro com Doutorado


No reino do cotidiano, um brilho se faz.
Ela, de graça simples, a vida transforma em paz.
Ele, erudito de títulos, na sabedoria um mar.
Destinos tecem encontros, um baile a celebrar.
O choque do simples com o saber, causa alvoroço.
Uma dança inesperada, no compasso do amor solto.
Do silêncio das bibliotecas aos ecos das ruelas,
Se encontram almas, em linguagens tão singelas.
A simplicidade dela, um vislumbre de pura beleza.
O saber dele, uma fortaleza de sutil leveza.
Em um vórtice de mundos, tão ávidos e distintos,
Se entrelaçam desejos, em sonhos tão limpidos.
O amor, oh sublimidade, desfaz qualquer barreira,
Transcende diferenças, na dança, a vida inteira.

Inserida por AlineCairaG

⁠DESAPEGO

Uma faxina na mente,
Na casa, no coração, no cotidiano.
Antes da virada do ano.
Rasgar papéis velhos.
Como diz uma amiga:
-Papéis dão filhotes,
E dão mesmo!
Me assusta os acumuladores
Guardei coisas totalmente inutilizáveis, há anos.
Não os relacionamentos,
Pessoas não são utilizáveis.
Mas posso afirmar que algumas relações
Perderam, há muito, o prazo de validade.
Eu insistia em guardá-las no coração!
Acumular sentimentos,
Das histórias de prazos vencidos.
Só os bons!
É difícil administrar as relações atuais,
Sobraria espaço para guardar papéis velhos,
Vidros vazios, embalagens amassadas,
Dos relacionamentos que não existem mais?
Por vezes sou impotente para finalizar as coisas,
Quando isso acontece, entrego nas mãos da
Energia Pura que move o universo
Ele mesmo faz faxina, de vez em quando,
Eu também devo ser responsável pela minha limpeza.
Começo por onde posso.
Ontem joguei fora duas caixas enormes, cheias de papel velho.
Joguei fora, não. Entreguei para o porteiro do prédio ao lado,
Que junta material reciclável para completar a renda familiar.
Me tornei amiga da família, só porque junto material reciclável para eles.
Basta o firme propósito de esvaziar a casa, a gaveta, a bolsa,
De coisas sem utilização,
Milagrosamente, parece que a mente, a vida, o coração,
Vão ficando mais leves, mais palpáveis, acessíveis.
Aquela roupa no fundo do armário, que jazia escondida pelas outras
Que você repete a cada dia,
Me lembrou das relações que deixamos esquecidas,
Ocupando o tempo com as desbotadas, desgastadas, desenxabidas.
O que falar dos sentimentos?
Passamos o dia com a mente entulhada de tantas coisas.
Acessar nós mesmos, é tarefa quase impossível.
E a gente ainda reclama de não estar apaixonado.
Se não temos tempo de olhar para nós próprios,
Como conseguiríamos enxergar o outro,
Que também está ocupado com o lixo transbordante das suas mentes,
E por isso mesmo, não enxerga a gente?
Temos dado mais importância à quantidade
Que à qualidade dos relacionamentos verdadeiros.
Com a casa limpa,
Certamente atrairei seres preocupados com a essência.
Estarei no lucro,
No mínimo, a vida se tornará mais prática e mais leve!

Inserida por CarlosBetencourt

A distância

⁠A distância inóspita do cotidiano, é bela,
Traz consigo mil exemplos, da mente pra fala.
É uma estrada, cheia de lições do agora,
Faz a alma, por vezes, sair mundo a fora.

Muda elementos da sua ótica, talvez uma incógnita,
Se torna um labirinto, que mesmo reto, se transforma.
A banalidade muda os meios, afeta teus anseios,
Diferenças vívidas, compreensão do desigual,
Aceitei o que por lógica, não podia ser real.

A memória se preenche dessas idas e vindas,
É um conto vazio, com a película ilusória.
Se por vezes questionamos o tempo, que a pressa suma,
Se crescemos questionando as causas, que não nos consumam.

Inserida por BernardoNielsen

⁠Quiçá lá!

Vou indo,
vou andando,
pelo sudeste soberano,
e esse é o meu cotidiano.

Ando em meus pensamentos,
a todos os momentos,
ando pensando no amor e na vida,
essa que é sofrida.

Penso em sua companhia,
às vezes fria,
que é boa!
e me deixa de ficar à toa.

São Paulo, Europa, América,
são lugares tão histéricos,
que desejo andar,
só não me leve ao Catar para catar.

Viver a vida feito um louco,
depois de gritar e ficar rouco,
Oh céus,
não me deixe ao léu.


Tudo vira memória,
com algumas tão irrisórias,
deixe-me ir,
só não me deixe ruir

Ir de lá para cá sempre,
e isso nunca não surpreende.

I wanna build a building,
and do it singing.
Everey day,
"I love this!" I will say.

As selvas de pedras em Sampa,
estão no meu mapa,
as praias cariocas,
todos notam e estão nas minhas notas.

Vou andar pelo planeta,
como um iludido poeta,
que acredita no acreditar,
um poeta que acredita no verdadeiro amor, mas não no azar...


Eu vou sim!
Sempre pensando em mim,
dias e horas serão contados em muitos lugares,
e às vezes acima dos mares.

Um dia esse "andar" se encerrará,
e minha vida se acabará,
ficarei em paz,
porque andar fui capaz.

Inserida por Herme-Bueno

⁠Drogas, armas e destruição
Guerras, mortes e tribulação
Isso não faz parte do meu cotidiano
O amor é a chave
É o que estou falando
Dosagem na veia isso não é legal
Passagem na cadeia pra você isso é normal?
Pra que se destruir, pra que se acabar?
se Jesus venho pra isso eliminar
Ele quer alegria, Ele quer amor
Ele quer paz e harmonia
Tudo isso sem dor
Pare pra pensar tome a decisão
Jesus é a chave para o seu coração

Inserida por RodneyNascimento

⁠Andamos tão dispersivos neste cotidiano implacável, que passamos por ele indiferentes de sua importância.
Esquecemo-nos de que, cada dia vencido é um milagre consumado, pois, inconscientemente nos livramos de tantas contrariedades que nem nos damos conta.
Esquecemo-nos de maneira ingrata, de sempre elevarmos a Ele nossos agradecimentos por mais este dia.
Que Ele continue sendo louvado.
(teorilang)

Inserida por ivan_teorilang

Não há mal que não traga um bem?

Você já deve ter escutado muito essa frase no seu cotidiano, principalmente das pessoas mais idosas que contam muitos ensinamentos para essa nova geração. Agora te pergunto, você já parou pra refletir sobre essa frase? Será que o mal trás um bem? Será que o mal não trás com ele sofrimento?

A resposta para o questionamento inicial não esta em nenhum livro de cabeceira muito menos em literatura e sim no desenvolvimento emocional de cada pessoa, o quanto a pessoa esta preparada pra encarar positivamente os acontecimentos sendo ele bom ou mal; todo mal em sim será mal, trás consigo suas mazela e sofrimentos, no entanto, a visão que o individuo terá e sua reação perante ao mesmo é que o definirá.

Toda resposta, para este estado mental de perceber no mal o bem; no ruim o bom; na raiva a tranquilidade; na ansiedade a calma; está no quanto o individuo se conhece; no quanto ele tem de gratidão na sua vida e acima de tudo no quanto ele enxerga a vida com positividade.

Essa atitude positiva de buscar ensinamentos em todos os acontecimentos ruins da vida, coloca o individuo numa especie de metamorfose onde ele sempre busca evoluir através de acontecimentos negativos. Talvez você já tenha se atrasado por o pneu do carro furado ou o ônibus deu prego, algo do tipo, e logo em seguida você tem a noticia de que naquele trajeto que irias fazer aconteceu algo muito trágico, ou melhor, a pessoa que você tinha como melhor amiga ou amigo você descobre através de uma discussão por uma cobrança ou algo do tipo de quem verdadeiramente é aquela pessoa. Então as mais diversas situações que nos mostrarão como as coisas verdadeiramente são, o que vai diferenciar o estado emocional de se sentir mal ou tirar um ensinamento de todo acontecimento é justamente a pratica diária de ver em tudo que acontece de ruim algo bom.

Esse exercício permite positivar nossa visão para tirarmos dos acontecimento ensinamentos bons dos eventuais momentos ruins. Esse estado evolutivo da persona humana faz com que o individuo perceba algo nunca visto por aquele que não tem essa capacidade, ele percebe as singularidades nos acontecimentos. Tudo é singular, impar, marcante e isso é o que faz a diferença junto ao olhar atendo daquele que percebe positividade na negatividade.

Acredito que esteja se perguntando, a isso deve ser fácil pra vocês que já fazem isso, te devolvo em outra pergunta, será que já não tivemos nesse mesmo estado em que se encontra? De achar que isso só funciona com os outros, porém, com você não. Te afirmo, todo aquele que procura evoluir tens passado por esse deserto e te tranquilizo, isso é normal, agora basta que queira mudar pra que as coisas comecem a acontecer e não desista no meio do caminho.

Portanto, não há mal que não traga um bem, é na verdade uma maneira de ver e enxergar a vida sob um ponto de vista da positividade.

Namastê

Inserida por OlyverSantos

VIII

Comece escrevendo
sobre coisas simples
sobre o teu cotidiano,
poucas linhas
e o quê você está
sentindo que a sua
poesia, prosa ou poema:
você vai escrever.


IX

A tua poesia, poema
ou prosa devem
ser feitas com
as palavras
que você domina,
E busque dicionários
quando você sentir
que não conhece,
ou caso uma
dúvida te surja,
porque tenho
certeza absoluta:
você vai escrever.


X

Saiba que rimar
ninguém é obrigado,
E depois de certo
tempo e domínio
se verá obrigado
a criar novas palavras
e será imparável
nesta vida seja por
gente chata, qualquer
ironia ou pelo poder
que o momento domina,
e tenho total certeza
que aconteça
o quê venha acontecer:
você vai escrever.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Enfrentando a verdade

O caráter humano tem inclinação para o mau.
O corriqueiro cotidiano.
Que se envolve no engano.
Todo dia o juízo final.

Minha coragem de dizer.
Meu medo de sofrer.
Minha coragem na revelação.
O medo da solidão.
Minha coragem de assumi.
Tamanha minha necessidade.
O destino venha reprimi.
Minhas insanas vaidades.

O medo e a coragem lado a lado, de frente na colisão.
Machucado fica a vulnerável paixão.
Os prazeres e dizeres com segunda intenção.

Intenso, voraz e frágil o desditoso coração.
O ego.
O orgulho.
Ambição.
Um emaranhado que arrebenta a paz.
Uma intranquilidade.
Tirana maldade.
Vida fugaz.

Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

O brilho um dia é ofuscado.
As novidades tornam-se parte do cotidiano.
Os sorrisos são trocados por uma lágrima.
Os sentimentos, esquecidos.
O desejo trocado por um outro novo desejo.
A alegria tem revezamento com a tristeza.
E as expectativas disputam um espaço com a insegurança.
O dia é trocado pela noite, que no lugar das estrelas, um novo sol toma este novo cenário.
E assim temos a vida, que repleta de aventuras, lembranças e de batimentos cardíacos, é transformada em uma simples saudade.

Inserida por leandro_belucci

⁠⁠CRÔNICA AO COTIDIANO:
Há momentos que pensamos em um só instante Pluft... Jogar tudo para o alto e desaparecer... Evaporar em brumas e só!
Você ainda não se sentiu assim? Como se estivesse dentro de um quarto fechado sem entrada nem saído? Como uma roupa justa, justíssima, sob sol a pino. Feito uma gravata sufocando-lhe a respiração?
Quiçá o sapato mutilando seu quinto dedo.
É certo dizer que assim nosso mundo desaba sobre nossas cabeças deixando transparecer não ter fim todo esse sofrimento que sucumbe nosso bom humor em um contexto que propõe empatia.
Ah! Você não se liga? Ou nunca vivenciou?
Certamente és o pensamento de que as estações são mutáveis. De maneira seleta e glamurosa. Ah! Como é assustador esse nosso momento de ausência.
Ora! Quem nunca viveu esse tédio e suas maluquices em seu cotidiano de outrora?
Então, mirem-se nas Marias/Marias – Fateiras do nosso sobrevivente Araçagi que nas tardes de sexta-feira cantarolavam em suas margens enquanto lavavam seus “fatos” vendidos no dia seguinte na feira livre da “Esperança”.
Tais quais as lavandeiras do romântico Tejo, do imortal poeta português Fernando Pessoa que também foram vítimas dessa famigerada pantera austera.
Não obstante, só depois de crescidos convivemos com esse mal.
Todavia, só há um lenitivo para a cura desse Mal Agouro que assola a humanidade. Renascer... Deveras renascer.
Será? Ou quem sabe se espelhar nas Marias/Marias do Araçagi ou nas lavandeiras do Téjo que além de lavarem seus “Fatos”, deixavam fluir naquelas águas correntes seus tédios para aflorar a vida.

Inserida por NICOLAVITAL

⁠Um amor nasce de mil maneiras. Uma delas é quando você conhece alguém, seu cotidiano, gostos, costumes, seu humor e o modo de lidar com as pessoas, com os amigos, parentes... Passa a admirar sua voz, seu jeito, o vocabulário vasto e as opiniões sobre os mais diversos assuntos. Inteligência dá muito tesão. Desperta interesse inerente. Uma boa conversa soa como música. A gente se apaixona mesmo é pelo modo em que admiramos alguém. Depois vem a troca, a confiança. O mais legítimo amor nasce em terreno de profunda admiração. É raiz resistente, forte, genuína como tudo que é raro deve ser. Isso sim é amor. Você admira tanto, que chega a amar. E ele existe por incrível que pareça.
Elder Black

Inserida por BlackElder

⁠Pandemia !!
As mudanças vem ocorrendo no nosso cotidiano, nos ambientes familiares e profissionais, pessoais, na vivência da fé.
Temos vivido restrições.
Ausência de pessoas que gostamos
O toque, o ir e vir.
O momento nos convida a refletir.
A volta dos valores.
A volta das coisas simples, da humildade e solidariedade, da união e do amor, do respeito, da responsabilidade individual.
O momento requer silêncio ,oração e auto conhecimento.
Alguns permanecem escolher viver na obscuridade, pela falta de anseio a busca ao crescimento , ao entendimento, por não querer refletir.
Neste momento, estar do lado das pessoas que sabem apreciar a alegria, a fé, a bondade, o amor, o bem, a gratidão e o otimismo, nos ajuda a viver o momento com mais qualidade , saimos mais revigorados e fortalecidos.
Paz e luz .
Simone Vercosa.

Inserida por vercosa

Infernos do cotidiano.

A uma única forma de perceber o quanto está sob pressão e, em compressão as nossas vidas é analisando os desgastes cotidianos. Uma rotina é gerada dentro da prisão de um desespero qualquer, isso, nos leva a sufocar por pura falta de agilidade dentre as adversidades da vida adulta.

Estabelecer rotinas é uma necessidade humana para dar continuidade a simples fatores (acontecimentos de constância.) que nos levam a prosseguir na vida sem se perder. A rotina é um inferno que beneficia, sair dela em segurança é necessário para que não venhamos a enlouquecer. O beneficio é o alcançar de objetivos por estar sempre em uma prática estabelecida dentro do que se faz. Um inferno na rotina é ver a rotina com os olhos de quem não chega a lugar nenhum como uma

Inserida por WesleyNabuco

Todo dia uma prova

O cotidiano é uma disputa decisiva, não percebemos os resultados, pois os pensamentos embaraçados, no tenso paladar dos gostos variados em receber o amanhecer, sim juventude, nosso pensar envolvido nas batalhas carnais, as emoções com febre virais, um dia se ganha, outro perde, por vezes empata, aprende, ata e desata, o nó muitas vezes é mais forte, pela fonte de cada reação, uns entendem como aprendizado, outros recebendo um não, buscas, achados e desencontros, uma fábula, um conto, é magia contada, história e jornada nas particularidades dos indivíduos, muitas vezes envolvidos, no delírio universal, é a vida, pelo sábio aproveitada, quem não compreende a tem atormentada, a quem lamenta e chora, a quem faz cantoria e trova, por toda guerra travada, todo dia uma prova.

Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

Eu ainda existo
Embora o cotidiano tenha tomando conta de tudo, e me engolido sem ao menos pedir permissão
Como algo no fundo de uma gaveta
esquecido
Uma alma apagada, enfraquecida,
de tanto ceder
Porém, ainda pulsa
Espero ainda me reconhecer, por traz de tantas renúncias
De tantas páginas escritas no silêncio da minha fala
Ainda estou aqui, bem no fundo
Porque eu, que um dia fui mais livre
Ainda existo
Inteira

Inserida por ClaudiaViCon

⁠Há um instante em que a consciência se afasta do eu cotidiano como um satélite silencioso.
Pode-se ver a si mesmo do lado de fora.
E o que se vê não é um corpo —é uma trama de memórias, desejos, perdas e vírgulas mal colocadas.
Não é estar em órbita, mas em colapso lúcido. É olhar para o que foi, para o que escreve, para o que sentiu e tudo parece belo, frágil e profundamente irrelevante — mas ainda assim, digno de ser registrado.
É feito um efeito. Talvez, overview. E é interno.

Inserida por ninhozargolin

⁠“O ciclo do cotidiano como vertigem ontológica”
— por Leonardo Azevedo
O verdadeiro peso da existência não reside na finitude biológica da morte, mas na consciência da repetição. É na experiência reiterada do viver, na mecânica dos gestos diários, que se inscreve o esgotamento do sentido. O despertar para mais um dia não é, em si, um ato de esperança, mas um reinício automático de um roteiro previamente ensaiado: as mesmas perguntas sem resposta, os mesmos rostos carregando máscaras, os mesmos vazios preenchidos por estímulos descartáveis. Este não é apenas o drama do tédio — é a constatação de que a vida, em sua forma bruta, oferece pouco além da permanência do esforço.
Há um tipo de horror silencioso que emerge quando se percebe que a mudança é, na maioria das vezes, cosmética. Que os sistemas se retroalimentam para manter a ilusão de movimento, enquanto o indivíduo permanece paralisado no centro da engrenagem. Não é a morte que assusta, mas a vida que se perpetua sem ruptura, sem catástrofe redentora, sem clímax ou epifania. A angústia contemporânea não nasce da falta de sentido, mas da multiplicação de sentidos voláteis que não se enraízam — como ecos dispersos que não encontram corpo para habitar.
Esse medo da vida não é covardia. É lucidez. Uma lucidez que reconhece que a consciência é, em si, uma maldição e um privilégio. Pois ver com nitidez a própria prisão não garante a libertação, mas inaugura a tragédia do saber impotente. E ainda assim, paradoxalmente, é nessa consciência do absurdo que se pode vislumbrar uma rebelião: a escolha de resistir, não porque há um sentido último, mas porque há dignidade no ato de continuar, mesmo sabendo que a rotina pode não cessar — e que a liberdade talvez não seja romper o ciclo, mas encará-lo de frente, sem se anestesiar.

Inserida por drleonardoazevedo

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

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