Coleção pessoal de fabioxoliveira2007

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QUE VONTADE DE VOLTAR

Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Caminhar entre as árvores,
E belas edificações,
Sem medo de balas perdidas,
E assaltos inconsequentes.

Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde as ruas são embaladas,
Com Beethoven e Mozart,
Ouvindo Ode a Alegria,
e Flauta Mágica.

Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde o café é mais saboroso,
Onde a cerveja é pura,
Onde o vinho tinto,
Aquece do frio.

Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde o clima,
Inspira a poética da vida,
Onde a cultura,
Dá sentido a existência.

Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn.

CORAGEM

Coragem para nascer e crescer,

Coragem para enfrentar o afeto e o ódio,

Coragem para enfrentar a alegria e a tristeza,

Coragem para enfrentar as dores da alma e do corpo,

Coragem para enfrentar as injustiças,

Coragem para enfrentar as vitórias e as derrotas,

Coragem para enfrentar a paz e a violência,

Coragem para enfrentar o amor e o medo,

Coragem para viver, envelhecer e morrer,

Coragem, força que gera todas as outras,

E acima de tudo, coragem para ser feliz,

Coragem, palavra de profundo significado filosófico.

ECOLOGIA INTEGRAL

A ecologia integral é um conhecimento obtido através da experiência e da história da vida humana. Porém, a ecologia integral necessita ser pragmática. Assim sendo, faz-se necessária não só a eficiência, mas a eficácia é fundamental.

Penso que a eficácia da ecologia integral acontecerá muito lentamente, sendo originada da evolução natural do ser humano.

No sentido individual e interno, não tenho dúvidas que os resultados são óbvios. A transformação interior é viável para quem desperta, e o despertar faz parte processo evolutivo.

No sentido coletivo faço as seguintes indagações: Como integrar um mundo tão complexo e tão diversificado? Como integrar um mundo quando uma poderosa parte da humanidade tem o egoísmo como sua maior bandeira? Como preservar a natureza diante de tantos interesses poderosos? Como usar a Ecologia Integral para tornar a vida coletiva mais agradável no seu cotidiano? Confesso que eu não sei!

A transformação coletiva é bem mais difícil, e também faz parte do processo evolutivo ... claro!

Para Teilhard de Chardin, a evolução é algo que transborda os limites da Biologia e envolve todo o desenrolar do universo. Nessa cosmovisão, tudo está ligado a tudo, além de que tudo, estando ligado ao divino, converge em direção a Ele. A origem do universo, a evolução da matéria, o surgimento da vida, o aparecimento do homem, o desenvolvimento da cultura, a presença de Buda, de Cristo e outros, a caminhada do homem em direção ao divino, tudo isto chama-se evolução. Sem dúvida alguma, é uma magnífica visão unitária da qual a matéria, muitas vezes considerada como estofo inferior do homem e que tem de, provisoriamente, manipular, surge com a mais alta dignidade. A evolução parece ser uma propriedade da matéria, pelo menos por enquanto.

Entendam bem: Não estou com essas palavras negando ou tecendo críticas a Ecologia Integral, muito pelo contrário, apenas questiono que os resultados dependem de muitos fatores, alguns até alheios a vontade humana.

Tenho lido sobre os devastadores florestais, que realizam negócios em detrimento da Amazônia. Todos sabemos que grande parte do desflorestamento da Amazônia é utilizado em tapumes para obras da construção civil e madeiras para exportação.

Percebo também a preocupação de muitos brasileiros, numa possível internacionalização da Amazônia ou seja "desanexação do Brasil". O que é muito grave e ameaça a nossa soberania. Porém, tenho dúvidas sobre o que deverá acontecer primeiro, se a devastação da Amazônia ou se a desanexação do Brasil.

Acredito que essa causa tem de ser atacada em duas frentes, que seriam: um luta pela nossa soberania, incluindo aí o processo de conscientização, e outra pela preservação ecológica da Amazônia.

Nós, defensores da Amazônia, não podemos ficar isentos das irresponsabilidades de alguns, que nesse exato momento tombam a maior reserva ecológica viva do planeta.

Tenho receio que a evolução humana preconizada pela Ecologia Integral não chegue à tempo. Porém, nada invalida a nossa caminhada e a obstinação por dias melhores para a humanidade, o meio ambiente e todo o universo.

Sou partidário da ECOLOGIA INTEGRAL, pois não vejo outra saída. E você, acha que existe outra saída?

O TRABALHO E SUAS VERTENTES

Entre os diversos trabalhos que o ser humano empreende na existência, dois merecem a nossa atenção:

1. O trabalho necessário ao nosso instinto de sobrevivência, pois como seres humanos frágeis, necessitamos de alimento, agasalho, abrigo, etc.

2. O outro trabalho é o que busca incessantemente a elevação do nível de consciência. Por indolência, muitos poucos se envolvem com tal trabalho.

Porém entre ambos, é o segundo que dá o verdadeiro sentido a vida, que nos projeta às dimensões mais elevadas, e nos conecta com os mistérios mais profundos da nossa existência.

Não devemos passar pela vida, preocupados somente com o trabalho do instinto de sobrevivência, pois com certeza, passaremos por essa breve vida sem conhecer outras dimensões sublimes da vida.

Não estou dizendo que devemos desprezar o trabalho do nosso instinto de sobrevivência, mas colocá-lo no seu devido lugar. O ser humano não é só o instinto de sobrevivência, mas é possuidor de intuição, sensibilidade, e pode através da percepção e do trabalho pela elevação da consciência acessar outros mundos mais sutis e elevados.

A vida que é empreendida apenas na dimensão do instinto de sobrevivência é pobre, limitada, unidimensional, mas quando é acompanhada pelo trabalho incessante da elevação da consciência se torna enriquecedora, não tem fronteiras, e é multidimensional.

O trabalho precisa ser entendido de maneira abrangente, integral, e nas suas inter-relações. Caso contrário, passaremos pela existência conhecendo apenas uma pequenina dimensão da grandeza infinita da vida.

É através da razão que não avançamos o sinal vermelho no trânsito, é através da razão que não entramos numa fogueira, é através da razão que não pulamos do 10º andar de um prédio. Porém somente através do sentir é que percebemos a beleza vida, o ternura do sorriso de uma criança, a beleza de uma flor e a sensualidade de uma mulher. É aquela velha história de tentar explicar o amor, grande bobagem. O amor não se pode explica, SE SENTE!

SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA

O sucesso do lançamento do míssil espacial VLS-1 é sem dúvida um avanço no desenvolvimento da tecnologia espacial do Brasil. Mas não vejo isso como uma prioridade do Brasil e de outros países.

O que defendo para o Brasil e para a humanidade em geral é um modelo onde a natureza seja respeitada, os humanos se respeitem, e os valores perenes sejam resgatados.

Não acredito em sustentabilidade dentro do modelo atual, é um grande equívoco.

O progresso fundamentado apenas na tecnologia não é verdadeiro. As prioridades estão invertidas, pois as grandes decisões tendem quase totalmente apenas para um lado, ou seja, o lado do lucro inconsequente, sem nada que possa contribuir para tornar o ser humano melhor.

O que defendo é uma mudança profunda, sem a qual iremos todos sucumbir. Não é pessimismo da minha parte.

Diversas inteligências do mundo da ciência, da filosofia, da espiritualidade vêm alertando sobre os graves problemas que estão por vir, se não mudarmos radicalmente. Podendo até ameaçar a sobrevivência da espécie humana e da vida em geral.

CONSCIÊNCIA

O ser humano quando se olha no espelho reconhece a sua imagem. O animal, um cachorro, por exemplo, se assusta quando se olha no espelho, supõe até que seja outro animal. O homem sabe o que vê no espelho, o animal não sabe. Eu diria que o homem é consciente e o animal é inconsciente.

Acredito que a consciência está em tudo que é manifestado, porém em níveis diferentes. Até uma rocha tem uma consciência latente, não manifestada.

No nosso plano de existência, o ser humano é o que tem a consciência em níveis mais elevados, pois sabe de sua existência como ser vivo, sabe das necessidades sociais, do meio em que vive, inclusive sabe que a Terra é sua morada.

Entretanto, nem sempre a consciência vem acompanhada de boas ações. Se assim fosse, inevitavelmente, o homem passaria a respeitar o meio ambiente e tudo que o envolve, e os criminosos não existiriam.

As distorções que ocorrem se devem aos níveis diferenciados de consciência, daí a razão de uma Madre Tereza de Calcutá, Mahatma Gandhi, Francisco de Assis, Irmã Dulce, bem com Adolfo Hitler e Jim Jones.

"Quanto mais elevado o nível de consciência maior é a percepção do mundo que nos rodeia, bem como de tudo que envolve o nosso ser. O propósito da vida é fazer-nos conscientes. A própria evolução da vida, em si mesma, é tornar-se cada vez mais consciente", dizia um grande sábio.

O carro sem combustível não se locomove, o violão sem cordas não faz música, o corpo humano sem água não resiste, o pássaro sem asas não voa. Assim também é o país sem educação, que embora possua o desenvolvimento econômico, o mercado e a produtividade, não consegue elevar os valores que dão sentido e dignificam a vida. Esses valores são os éticos, os morais e os espirituais. Quando me refiro à educação, estou considerando o sentido mais amplo, não apenas a educação formal, mas a educação integral.

Não adianta colocar a estátua da maravilhosa escritora Raquel de Queiróz em uma praça para ser apreciada por alguém que só percebe o bronze sendo derretido e vendido como sucata. É preciso primeiro ensinar o significado simbólico que tal monumento tem para a comunidade.

REQUALIFICAÇÃO URBANA – CONCEITO EQUIVOCADO

É urgente a ampliação do conceito de ‘requalificação urbana’ no Ceará, pois só se refere ao que diz respeito aos projetos físicos edificados. Esquecem que existem outros aspectos prioritários e que são determinantes.

Não se faz requalificação urbana em lugar nenhum do mundo apenas com a arquitetura física edificada quando a degradação social não tem limites. Talvez esteja aí, o motivo do fracasso da requalificação urbana do Morro Santa Terezinha, da Praia de Iracema, da Ponte dos Ingleses, etc. O próprio Centro Cultural Dragão do Mar está em processo de degradação.

É imensa ingenuidade, senão falta de visão, se pensar que apenas a recuperação do calçadão da Praia de Iracema, do Estoril, da reforma de espigão, a contenção de pedra da praia e a construção do aquário requalificarão a bucólica Praia de Iracema. É necessário se fazer muito mais.

Primeiramente, deveria ser elaborado e implantado aquilo que eu chamo de 'arquitetura social', somente depois se pensaria na arquitetura física edificada. Tal projeto deveria ser elaborado por uma equipe multidisciplinar de alto nível com a participação de diversos órgãos públicos, a nível municipal, estadual e federal. Os recursos para tal projeto deveriam ser alocados na mesma grandeza e disponibilidade com que se faz com os da arquitetura física edificada.

A ‘arquitetura social’ está esquecida, no ostracismo. Foi substituída pelo egocentrismo de obras arquitetônicas fragmentadas. Qualquer projeto de requalificação urbana fracassará com essa mentalidade.

É preciso fazer um projeto de ‘arquitetura social’ que inclua a solução para a prostituição infantil, a mendicância, a marginalidade, o tráfico de drogas, a violência, etc. Caso contrário, os conhecidos inferninhos, a bebedeira excessiva, a droga se apossarão desse espaço, instituindo a delinquência como atividade cultural. É exatamente isso que estamos presenciando na cidade de Fortaleza.

O projeto arquitetônico físico edificado tem sua função na requalificação urbana, mas está muito longe de ser determinante. Não se trata de crítica aos arquitetos, mas o alerta de que falta outra arquitetura muito mais importante que não depende dos arquitetos e que resolvi chamar de ‘arquitetura social’.

O dinheiro que será gasto nas intervenções na Praia de Iracema e na construção do aquário poderá ir para o lixo, se não aprenderam que a requalificação de um espaço degradado socialmente tem que começar pelos conceitos de uma ecologia integral, envolvendo aspectos sociais, pessoais, ambientais, psicológicos e espirituais.

Percebam que só se pensa no concreto e na alvenaria, esquecendo totalmente o ser humano. As obras de requalificação da Praia de Iracema deveriam começar com as obras sociais, somente depois ou pelo menos em paralelo, se pensaria em construções diversas.

O pior é que nem as obras que envolvem pedras, alvenaria e concreto estão sendo feitas satisfatoriamente. É o caso do calçadão da Praia de Iracema que antes de ser concluído já necessita ser refeito.

Portanto é urgente se mudar o conceito equivocado e limitado que se tem de ‘Requalificação Urbana’, se é que queremos uma cidade mais humana e digna de cidadãos civilizados.

INCOERÊNCIA E IRRESPONSABILIDADE

O ministro da saúde e dirigentes de órgãos de saúde pública do país orientam que evitem aglomerações para que o vírus H1N1 não se prolifere, entretanto em Fortaleza as festas se espalham por todos os lugares da cidade, desde os promovidos pelo governo do estado e prefeitura, quanto os promovidos por instituições particulares.

Enquanto isso, as igrejas pedem que se evite o contato direto nas missas, as autoridades da educação solicitam aos estudantes resfriados que fiquem em casa.

É tanta incoerência e irresponsabilidade na realização dessas festas e eventos, no atual momento, que não consigo dimensionar a ignorância dos que as promovem.

Dizem que tais eventos têm que se realizar para evitar prejuízos financeiros nas atividades turísticas.

Agora eu pergunto: qual será o prejuízo moral, ético e material depois dessas festas, no caso da proliferação do vírus H1N1?

Todos sabem que medicamentos e internações hospitalares são caríssimas em qualquer lugar do mundo. E quem vai pagar tais custos? Com certeza o lucro dessas festas não paga poucos dias de medicamentos e internações hospitalares, no caso da proliferação em massa desse vírus. É bom que se diga que os hospitais públicos são precários e carecem do mínimo necessário para atender a população pobre que mais necessitará de tais serviços. Na realidade, o que acontecerá mesmo é o abandono de milhares de humanos nas portas dos hospitais, sofrendo e morrendo a míngua.

É isso que se chama de lucro? É isso que se chama de progresso? É isso que se chama de lazer? É isso que se chama de turismo?

Não, meus caros leitores, isso se chama IGNORÂNCIA, PSEUDO-PROGRESSO, ALIENAÇÃO e PERCEPÇÃO FALSA DA REALIDADE.

Resta-nos apenas torcer e pedir a providência divina que nos livre de uma grande pandemia do vírus H1N1.

Se pensam e querem melhorar o Brasil, digam NÃO A CORRUPÇÃO. Façam o que for possível, dentro das possibilidades de cada um. Escrevam artigos em jornais, façam críticas entre amigos, familiares e reuniões sociais. O que não podem fazer é silenciar diante de tantos políticos criminosos de plantão. A nossa atitude é que mudará o país e não a tolerância doentia. Portanto, mãos a obra. Façam alguma coisa. O mínimo que se faça pode ser pouco, mas quando os mínimos se somam se chega ao máximo.

CÉLULAS CANCERÍGENAS

Os últimos desdobramentos da crise do Senado Federal são deprimentes. Não se trata apenas de crise política, mas também de crise ética e moral da maior gravidade.

Presenciamos acusações e provas recíprocas de desvios de recursos públicos, de nepotismo, de falsidade ideológica, de peculato, de atos secretos etc. que, além de transgredirem o chamado decoro, são consideradas crimes pela legislação penal brasileira.

O pior é que, no Brasil, tudo dá em nada, ou melhor, dá em pizza, como inconsequentemente se denomina a impunidade nesse país sem escrúpulos.

Será que é justo manter milhares de famintos, analfabetos e miseráveis criminosos na prisão, enquanto políticos bem mais ofensivos à nação ficam impunes? Não estou defendendo marginais, mas não podemos ter dois pesos e duas medidas.

O Brasil tem uma política lamentável quando se trata de ética e de moral, e chegou ao fundo do poço com as últimas ocorrências. Os atos criminosos foram oficializados com total apoio das mais altas autoridades do país.

A passividade dos brasileiros deixa de ser uma virtude e passa a ser uma grave doença quando se tolera atos criminosos. A delinquência como prática comum e inerente às atividades políticas se torna células cancerígenas.

Dizem que tenho uma visão ingênua da prática política. Pode até ser que seja essa a minha visão, mas muito pior é a visão POLÍTICA CORRUPTA.

Muitos humanos pensam que a questão ambiental é apenas vaidade de ambientalistas sonhadores, mas estão profundamente enganados. Infelizmente, a constatação de tal realidade só será entendida com muito sofrimento. O ser humano ainda não aprendeu a racionalizar as consequências das brutalidades que pratica.

Quando se faz opção pela vida, é necessário se construir uma sociedade que dê sustentação a essa vida.

A VERDADE DOS FATOS PREVALECERÁ

Quando James Lovelock fala que a Terra é uma entidade vida, ele está se referindo a capacidade intrínseca da Terra de gerar vida. Refere-se à Terra e seus elementos químicos que geram, alimentam e preservam a vida em todas as suas manifestações. Também não é exagero se dizer que numa pequena quantidade de areia nas mãos há uma diversidade de vidas.

Existir não é estar em desequilíbrio, mas em equilíbrio com a diversidade. O universo e as constantes transformações estão sempre em busca de equilíbrio. Quando há qualquer desequilíbrio, seja por razões naturais ou antropogênicas, um novo equilíbrio é sempre buscado. Foi sempre assim e será sempre assim.

Não podemos confundir o processo homeostático com desequilíbrio. Não são processos semelhantes, embora possa existir alguma relação em casos específicos.

A resiliência deve também ser levada em consideração, pois sabemos que existe um limite para auto-regulação da natureza. No caso desse limite ser ultrapassado a natureza perde a capacidade de auto-regeneração, devendo acarretar incertezas (imprevisibilidades). Assim sendo, não é possível se saber as consequências.

Não é pelo fato de termos consciência de que vamos morrer um dia, que devemos negligenciar com a nossa qualidade de vida, com a nossa saúde e os valores éticos e morais. A mesma lógica vale para a natureza, pois pelo fato da Terra poder se tornar deserta ou desaparecer por algum fenômeno cósmico em algum momento na eternidade, não implica que não tenhamos a responsabilidade e o compromisso com a vida e as futuras gerações.

Não faz sentido se dizer que a Terra se vinga no sentido usual do termo. Quando se quebra algum equilíbrio, a natureza procura um novo estado de equilíbrio e é nesse processo que surgem as chamadas catástrofes.

Nada deve ser conceituado de maneira isolada, seja qualquer forma de vida, o planeta Terra e o cosmo. Tudo é interligado e interdependente.

Acredito que a manipulação esteja naqueles que querem manter o modelo vigente que destrói o nosso habitat, por um comportamento egoísta e uma visão ilusória da realidade. Precisamos ter muito cuidado, precisamos ouvir os que estão alertando para os graves problemas ambientais que já são comprovados, e precisamos ter muita determinação com aqueles que querem encobrir grandes verdades para continuar com um paradigma de desenvolvimento não sustentável.

A Teoria Gaia de James Lovelock não está desacreditada, muito pelo contrário.

Aqueles que querem destruir as nossas florestas, poluir os ares com suas chaminés, aterrar lagoas, sujar nossos rios e mares, destruir dunas, falésias e serras, com certeza trabalharão incansavelmente para torná-la sem credibilidade. Tem apenas um detalhe: o que fala mais alto não é palavra de James Lovelock, dos depredadores crônicos e nem dos ecologistas. O que prevalece é a verdade dos fatos, que já é percebida no mais diversos lugares da nossa Terra. A VERDADE DOS FATOS PREVALECERÁ, SEMPRE!

Os políticos agora é que estão despertando para a gravidade do problema, daí a razão de não termos medidas mais enérgicas sobre a questão. É bom que se diga que por traz dos políticos, os mais diversos interesses estão em jogo, mesmo que tragam prejuízos irrecuperáveis para diversidade da vida no nosso planeta.

O instinto de sobrevivência é inerente a toda manifestação de vida, já tentaram matar uma barata? Percebemos que ela corre, se esconde e entra em qualquer buraquinho para não morrer. Entretanto, a sobrevivência não deveria ser expressa pelas questões meramente econômicas da maneira que nos é colocada pelo modelo vigente.

Existem outras maneiras mais inteligentes de se trabalhar com a economia e com o instinto de sobrevivência. É ai que reside o grande dilema humano, pois conciliar economia, sobrevivência, meio ambiente, as questões sociais, etc. não têm sido interesse dos que tentam preservar a situação atual.

James Lovelock se enquadra no grupo de cientistas pessimistas com relação às soluções dos nossos graves problemas. Ele aposta que o caos virá com grandes traumas e sofrimentos para todos, só depois da experiência desastrosa é que teremos dias melhores. É uma maneira de pensar do ilustre cientista, que poderá ou não ter razão. Só tempo dirá.

No atual paradigma, nós estamos sendo educados não só para a compra da água, mas para vender a própria consciência, que é o mais grave e o grande causador dos graves problemas.

A maior destruição em nosso planeta não está sendo feita por terroristas ou os tiranos psicopatas, mas pelos que se submetem ao jogo sujo de modelo vigente.

Quando se faz opção pela vida, é necessário se construir uma sociedade que dê sustentação a vida. “Sociedade Sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem pôr em risco as perspectivas das gerações futuras”, segundo Lester Brown. Diferente da sociedade do crescimento industrial sem limites e regras, a sociedade de desenvolvimento sustentável opera dentro da capacidade de seu sistema de suporte a vida.

Somente com mudanças profundas de percepção, de valores e da maneira de pensar poderemos salvar a vida na Terra e as condições para supri-la. Todas as previsões honestas dizem que o clima na Terra está aumentando. A sociedade industrial atual depende do consumo acelerado e ilimitado de recursos para se manter, o que é uma insanidade e é insustentável.

Os fatos falarão mais alto sobre a grave situação. Tal situação não poderá durar muito tempo pelo simples motivo de que a destruição dos recursos naturais se processa exponencialmente, e não têm tempo para se auto- regenerarem, pois o limite resiliente é ultrapassado.

Repito: a questão não é somente científica e técnica, mas acima de tudo de valores éticos, morais e espirituais. Quando me refiro a espiritualidade não quero dizer, necessariamente, religiosidade institucional, mas respeito, reverência por toda a criação.

Espero que a humanidade encontre novos caminhos e saia da escuridão, pois já dizia o poeta “A ESCURIDÃO TEM VIRTUDES MISTERIOSAS”. Que bom que é assim!

MILAGRE

Caso alguém me pergunte se eu acredito em milagre, responderei sem vacilar : óbvio que acredito! Não acreditar em milagre é negar a própria existência.

Existe milagre maior que a minha vida? Eu acho que o milagre da vida é o mais complexo dos milagres. Eu acredito sim que Jesus fez diversos milagres.

Nós humanos, queremos ver e ter comprovação de tudo para acreditar. Hoje, a ciência já tenta explicar os grandes milagres de Jesus. As diversas formas de oração, meditação, processos de auto-sugestão, etc. são meios para se obter milagres, podendo ter explicações científicas (quânticas), psicológicas e espirituais.

Uma explicação científica para um milagre, não elimina por hipótese alguma o seu caráter espiritual, e a recíproca também é válida. Qualquer milagre é ao mesmo tempo espiritual e científico.

O grande problema é a relação conflituosa que sempre existiu entre a razão e o sentir.

Nem sempre o que sentimos tem explicações racionais. A vida não pode ser entendida plenamente apenas pela razão pura, precisamos muito do sentir. Não estou descartando a razão, pois precisamos de ambas as vertentes: a razão e o sentir.

Blaise Pascal já dizia: "o coração tem razões que a própria razão desconhece".

Tudo que o homem não consegue dar uma explicação racional ele não acredita. Não podemos jamais esquecer que nós humanos somos limitados pelos 5 sentidos, e admitir essa grande verdade é uma das formas de exercer a virtude da humildade.

O EGOÍSMO HUMANO É ILIMITADO

Temos que fazer uma escolha: acreditar ou não no aquecimento global. Eu fiz a opção por acreditar, considerando a opinião dos mais renomados e sérios cientistas do mundo, além da observação dos fenômenos que estamos presenciando em diversos lugares do planeta.

A quem interessa desacreditar o aquecimento global? Com certeza, aos grandes capitalistas globais, a produção e ao consumo sem limites e aos depredadores crônicos do meio ambiente. Alguém duvida?

Mesmo que o aquecimento global seja fictício, ainda assim não se justifica o modelo predador que prevalece no mundo atual, pois interfere drasticamente na qualidade, beleza e sentido da vida.

Portanto, pra mim é indiferente se o aquecimento global é verdade ou mentira, embora acredite que seja verdade, pois os fatos comprovam.

Talvez só com choro e ranger de dentes venham despertar para a gravidade do problema. O egoísmo humano é ilimitado, infelizmente.

MUDANÇAS

A civilização contemporânea foi planejada durante séculos, mas houve graves erros em tal planejamento.

A sociedade globalizada começa a perceber que algo está errado, está errado nela, está errado na sua relação com o planeta. Tal percepção pode ser prenúncio de mudanças que estão por vir, assim espero.

É preciso deixar claro que a solução dos grandes problemas humanos não está só na ciência, na tecnologia, que não passam de instrumentos facilitadores da vida, nada mais que isso.

A questão é bem mais complexa, pois envolve paradigmas, passando por percepção de vida, por questões mentais, portanto é psico-espiritual.

É a percepção de vida ilusória que torna o ser humano egoísta, violento, irracional, depredador e criminoso.

Precisamos transmutar: competição em cooperação, egoísmo em solidariedade, o desrespeito a natureza em reverência a natureza, a materialidade pela espiritualidade, etc.

A mudança sempre é difícil, mas não é impossível. Não devemos esquecer que mudança é uma constante nos fenômenos cósmicos, inclusive na vida em geral.

INTERDEPENDÊNCIA

Perceba claramente a existência de uma nuvem em um papel em branco. Se não existir a nuvem, a chuva não cai. Se não cair a chuva, a árvore não cresce. Se não cresce a árvore, não se faz papel. Então, podemos dizer que o papel e a nuvem se encontram em interexistência. Se observarmos mais profundamente o papel, veremos nele a luz do sol.

Sem a luz do sol, o mato não cresce. Ou melhor, sem ela, nada no mundo cresce. Por isso, reconhecemos que a luz do sol também existe no papel em branco. O papel e a luz do sol se encontram em interdependência. Se continuarmos observando profundamente, veremos o lenhador que cortou a árvore posteriormente levada à marcenaria.

Veremos também o trigo no papel. Sabemos que o lenhador não pode existir sem o pão de cada dia. Por isso, o trigo, a matéria-prima do pão, também existe no papel. Pensando desta maneira, reconhecemos que um papel branco não pode existir quando faltar qualquer um destes elementos. Não posso citar nada que não esteja aqui, agora. O tempo, o espaço, a chuva, os minerais contidos no solo, a luz do sol, as nuvens, os rios, o calor... Tudo está aqui, agora. Não podemos existir sozinhos.

Este papel branco é totalmente constituído de “elementos que não são papel”. Se devolvermos todos os “elementos que não sejam papel” à sua origem, o papel deixará de existir. O papel não existirá se forem tirados os “elementos que não sejam papel”. O papel, em sua espessura fina, contém tudo do universo. Nele, não há nada que não exista em interdependência.