Cidade
Vamos transformar braços em asas,
o céu alcançar em voos rasantes,
olhar do alto a cidade e suas casas
e alcançar talvez as estrelas mais distantes?
Isso tudo chama-se sonhar,
são momentos que fazem bem
nos ajudando a desestressar
dos problemas que a vida tem
Neusa Marilda Mucci - poetisa
No meio da cidade embrutecida, uma cena inusitada. Dois pardais namoram tranquilamente, alheios ao corre corre louco das pessoas...Bom seria se fôssemos livres de mente e de alma, e como os pássaros, não sofrêssemos a culpa dos homens.
Ione Morais
Na cidade é quase impossível ver as belezas dos céus, as nuvens de poeira nos impede de enxergar as maravilhas celestiais. A um tempo atrás pude ver com mais detalhes os céus e percebi que fazemos parte de algo muito maior do que imaginamos, talvez essa tenha sido a minha certeza de estamos conectados com o universo e isso nos torna ainda muito mais próximos um do outro, mesmo tão longe.
Meus pensamentos
Minha ultima definição: "Uma cidade onde impera a individualidade e a falta de coragem, será uma eterna latrina"
nenepolicia
A cidade de um homem é engolida pela morte...
Calor que tem no ultimo suspiro senti o ador da vida...
sufoca no ápice do desejo... do corpo nu,
perfeito momento, no emblemático sentimento,
escoa pelas escadas ate que descambe
numa cava fria, estando esquecido
apenas a poera que voa nas mais infamas correntes,
choradeiras se debatem num ar escuro.
adeus bem pouco o conhecia,
mais minhas lagrimas morreram com ele.
sobre sórdidos sentimentos que denotam seu olhar
num passado imerso na desilusão... passa se
o ar da sarjeta se afogando na corrente da chuvas,
num passado imerso na desilusão tudo tem forma de saudades,
embora seja o sofrimento e agonia atravesse seu peito
como bala que desferiu o terror inúmeras vezes, respirei fundo,
desejei que fosse parte de uma alucinação
que corriqueiramente deixei passar como o amor.
poema vivido ate tempo o transforme em pó.
by Celso Roberto Nadilo
A Morena de Jaboti
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Lembro muito bem de ti, cidade do interior.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Onde foi que conheci aquele meu primeiro amor.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Quando eu morava aí, era muito azarado.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
A morena foi embora, eu fiquei amargurado.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Lugar onde eu sofri e a morena não me quis.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Hoje eu vivo por aqui e tentando ser feliz.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Esse pobre homem aqui continua apaixonado.
Ei, Jaboti? Ei, Jaboti?
Já não vive mais aí, aquele amor do meu passado.
A mineração
Uma cidade, de nome Araxá,
Ícone da mineração,
Em Minas Gerais
Do triângulo mineiro o coração
Assim que a notícia se espalhou,
A região povoou; Chegou a mineração
Vieram pessoas para trabalhar na mineração
Sem nenhuma preparação,
Pois não trouxeram o que saber,
Nem o que vestir.
Descobriram a grande realidade
Que não imaginavam existir.
Pouco a pouco começou a plantação
De milho e feijão.
O que faltava era comprado
De outra região.
De vários lugares vieram forasteiros
Espertos e trapaceiros,
Por quererem disputar
Cargos a ocupar
Para sua posse na região firmar
Os forasteiros aclamaram Mineração para governar
( IV Coletânea Viagem pela escrita/2018)
Te toco
Era uma cidade pequena onde tinha uma praça e um homem com um violão. Ele tocava para as árvores, e quando tocava para as árvores elas dançavam para ele. O vento e sua dança eram uma coisa só. Aos poucos o som da música fez tocar outras árvores que ficavam mais perto da rua e dos carros. Pessoas de suas janelas viram a dança e desceram as escadas até chegarem na praça. O homem continuava tocando olhando para cima e quando baixou os olhos para afinar uma corda viu muitos olhos ao seu redor. Respirou fundo e continuou a tocar. Do meio da multidão, em um som abafado, ouviu a voz de um, dizer que não estava gostando da música e que preferia a anterior. Uma mulher com uma bolsa sussurrou para ele fazer silêncio, mas seu sussurro também fez barulho. Então um menino, bem novo, disse que o homem podia achar o que quisesse. Mas as árvores continuavam dançando e o vento a soprar... e o menino com seu violão pensava no que pensar, se tocava, se olhava para as árvores, ou se agora olhava nos olhos de todos que chegavam cada vez mais perto. Apontou o dedo para cima e enquanto a multidão olhou para os galhos que dançavam, sussurrou camuflado nas cordas, que não estava tocando para ninguém, e sim com todos os presentes.
As lâmpadas da cidade apagadas,apenas a luz das estrelas. Imensidão delas que me fazem lembrar de você...
- Uma jovem poeta
Do que eu gosto em Bruxelas?
Da diversidade.
Da idade.
Da cidade.
Das diferenças.
Dos semelhantes.
Da individualidade conjunta.
Do respeito ao conjunto,
e à individualidade!
E de mim, quando estou por aqui!
Eu sumi pra você! Sumi porque as piadas perderam a graça
Sumi porque eu era uma cidade inteira e você não dava nem uma casa
Sumi porque os outros eram tudo e eu sempre ficava pra depois
Sumi porque o café das seis da manhã
Era mais quente que nós dois
Sumi porque não sou do tipo que corre atrás
E o pior de tudo?
Eu não sumi, você é quem não me procurou mais.
"O povo de uma cidade ocupada, e administrada com tirania tendem a se voltar contra o seu governante ditador"...
No local menos improvável entre a rádio e a farmácia da cidade, você me abraça e, olhando nos meus olhos, diz: Depois de dois anos você é a única que desperta em mim essa vontade, então quer ser minha namorada? E a minha resposta foi a melhor possível, um beijo de sim! Desde aquele momento, senti que você era quem eu tanto procurava!
Tenório, o homem da capa branca
Artigo publicado no dia 12 de maio de 1987- Folha da Cidade-Caxias
Não teremos, de agora em diante, a força física do grande homem público, pai e avô, Tenório Cavalcante. Ele veio como um cometa e o brilho intenso de sua presença marcante ofuscou
os olhares daqueles que ainda não se acostumaram a olhar para cima. Por esta razão nem todos entenderam o comportamento resplandecente de sua genialidade.
Jamais passará desapercebido aos olhares do passado, do presente e do futuro, aquele que um dia enfrentou, como um gigante, o golias social. As quarenta e sete marcas de agressão que atingiram seu corpo não lhe feriram a alma. Muito mais respeitada do que temida essa vida de homem público escreveu uma das páginas mais interessantes da nossa história.
Tenório, o homem da capa preta não assustou os humildes, os fracos, os oprimidos. Ele veio como advogado dos pobres e o procurador das causas perdidas. Ele subiu aos palanques e falou como povo. Sofreu, porque se vestiu como as águias. Abriu as asas imensas da liberdade e se aninhou no coração das pessoas.
Tenório Cavalcante é uma espécie rara de político. Sua arma principal não falhou fogo- a justiça. As outras armas denunciadas pelos inimigos apenas compunham a fantasia preta que escondia o verso branco da paz.
Hoje, o coração da terra caxiense bate mais forte e seus filhos enxugam as lágrimas de saudade naquela capa que não é mais preta. Tenório redimiu-se dos seus pecados pelo sacrifício do Cordeiro e lavou suas vestes no sangue de Cristo. O homem da capa preta subiu ao céu de capa branca.
Rainha das festas na pequena cidade, ela sai por aí com seu vestido vermelho, ela diz: Um pouco de festa nunca matou ninguém... Então está tudo bem
Vestindo seu disfarce, ela sai.
Você pode vê-la sorrindo, mas não pode ver sua alma chorando.
Rodando pela noite, ela não é má
Só nasceu pra causar
Ela tem muitos aos seus pés, mas no final da noite está sempre solitária, sem ninguém para amá-la de verdade.
Desfilando com sua pele cor de bronze, ela é fria e insegura. Encontra refugio nas boates da cidade
Ela está tão perdida, que se ela olhar pra dentro ela pode se achar.
A propagação desta geometria, vaga e abstrata, encrostada pelas ruas da cidade, entre portas e janelas, musgos e reboques, revelam outros pontos de uma mesma história, vista por um milhão de olhos inocentes que plantam flores ou espinhos, sobem escadas atropelando seus próprios vizinhos sem carregar alguém ao colo, murmuram versículos mas sempre cruzam os braços. O que é uma boa música para quem nunca pôde escutar? Um dia. Sol, euforia, correria, poesia.
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