Aurora
Bom Dia
A aurora é uma mistura mágica de cores, uma sinfonia única de sons, uma claridade translúcida que se espalha devagarinho com o litúrgico sopro do tempo. A aurora é uma menina feliz com longas tranças douradas, correndo pelos campos floridos do dia, beijando o sorriso das horas.
Bom Dia
A aurora surge resplandecente no horizonte, exibindo sem nenhuma discrição todas as cores da vida. 25/05/2015
Bom Dia
Tímidas as estrelas se escondem entre alvas nuvens e as cores da aurora, enquanto a lua sonolenta adormece esperando o beijo do sol. 21/05/2015
Mais uma vez a aurora surge no horizonte majestosa no seu resplendor de cores. Com ela chega o sol de um novo amanhecer repleto de sonhos, oportunidades novas e esperanças renovadas.
Trago no olhar os matizes da aurora, as tonalidades da gratidão, as nuances da poesia. Trago no olhar essa aquarela do novo, da vida desabrochando em dégradé, esse arco-íris de cores que nasce com um novo dia.
Tacaratu, meu verso primeiro
Nasci onde a aurora não apenas nasce — floresce,
como se o céu inteiro se inclinasse pra beijar a terra.
Ali, o luar não ilumina — acaricia,
com a ternura de um sonho que insiste em ficar.
Meu lugar…
ah, meu lugar é espelho da alma minha:
tranquilo feito riacho que desliza em segredo pela planície,
sereno como prece que o coração murmura sem voz.
Falar de Tacaratu é perder-se em devaneios sem fim,
é tecer saudades em fios de vento,
é chorar com os olhos fechados
por memórias que doem — e acalentam.
Tacaratu, terra de gloriosas nostalgias,
de encantos agrestes e eternos.
Altiva, como as serras do Piranhas que te guardam,
parte nobre do velho e sonhador maciço da Borborema.
És mais do que berço:
és raiz e voo,
és chão e reza,
és a metade de mim que nunca se ausenta.
Tu és minha.
E eu, irremediavelmente teu.
Somos feitos um do outro,
em silêncio, sol e saudade.
A partida de quem amamos, representa na realidade o raiar da aurora, um novo despertar do mundo de outrora
Palco do Silêncio
Por Nereu Alves
Um dia brilhou como estrela na aurora,
salão imenso, janelas abertas, luz que aflora.
O palco, infinito em sonho e criação,
morada da arte, da vida, da imaginação.
Ali dançaram ideias, versos e canções,
ecoaram risos, palmas, gerações.
Cenário de peças, recitais, emoção —
cada ato, um sopro de transformação.
Ainda está lá, firme, sobrevivente,
com vida que pulsa, embora diferente.
Mas algo o abafa, o cerca, o silencia,
como um véu pesado que cobre sua poesia.
Ergueram ao lado um gigante sem alma,
frio, sem história, que rouba a calma.
Um elefante branco de concreto e vaidade,
que engoliu a luz, abafou a verdade.
O vizinho tombou, não por tempo ou idade,
mas pelo descaso, pela falsidade.
Assassinaram paredes cheias de memória,
e enterraram ali um pedaço da história.
Agora o palco, mesmo em uso e movimento,
vive ofuscado por fora e por dentro.
Resiste em silêncio, com dignidade,
mas luta contra a sombra da modernidade.
Não é preciso demolir pra matar —
basta sufocar, fazer o brilho apagar.
E onde antes brotava beleza e união,
fica a sensação de lenta extinção.
Mas há quem veja, quem guarde, quem clame,
quem sinta que a arte é chama que inflame.
Enquanto houver alma, memória e razão,
não se fecha jamais o grande portão.
Abram-se janelas, cortinas, corações —
que o palco renasça em mil gerações.
—
Nereu Alves
Dedico este poema à Irmã Maria.
AURORA
Querida Aurora ,
Não chores por que já é domingo
E nos domingos meu bem,
As dores não passam
e as lágrimas não cessam
Não chores agora querida,
Por que agora é domingo à tarde
E nos domingos Aurora
Teu pranto é mudo
abafado,
inaudível
taciturno.
Afásico como as paredes duras
que esconde os monges
Não chores pois teus olhos ardem com o sal das lágrimas
E as lágrimas ardem minha querida Aurora
Ardem como o sal dos mares que corrói as rochas
e é domingo Aurora
Domingo não tem carteiro,
Nem cobrador,
Nem bufarinheiro.
Nem entregador de flores.
Ninguém pra bater no bater na tua porta,
chamar por teu nome,
olhar no teus olhos ,
e perguntar por que choras
Não chora hoje
Chora amanhã Aurora
Amanhã tem carteiro
Cobrador
Bufarinheiro
e entregador de flores.
Hoje não. Hoje é domingo à tarde.
E domingo é duro Aurora.
QUE(M) (H)ORA?
E então chegou a hora
Hora de ir embora
E nem chegou a aurora
Medo que esconde a mora
Ofusca a luz de outrora
Fé que o passo vigora
Busca o mundo lá fora
Sempre há chance no agora!
Pensa ?
Sabe?
O que pensa que sabe?
O presente, vestido de futuro,
travestido de aurora boreal,
diz Não à mesquinhez de um pensamento aprisionado.
A arte do pensar
debulha-se
em versos
em formas
em cores
em liberdade
Valnia Véras
... Vislumbro delírios
Em uma nova aurora
Nave que tanto sonhos decolam
Na busca de algo que não se sabe agora.
"Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar".
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