Vento
A força que o vento tem
Pode me chocar também
Em direção ao rochedo
Mas eu não tenho medo
O vento me reajusta
Quem se ajusta ao rochedo
O vento não lhe assusta
"Quando a sua mente não está arraizada pela palavra e com a palavra qualquer vento que venha sobre você pode lhe derrubar"
O vento não sopra em duas direções ao mesmo tempo, simultaneamente; pode até mudar de direção, de acordo com a força da natureza; assim, posso até mudar minha posição acerca do ecossistema social, mas meus valores éticos e morais têm a essência da imutabilidade.
Enquanto o vento faz a curva e passa com tudo,
Tudo passa,
Passa daquele jeito,
Jeito que nem pega,
E entre o vento mais alto e o mar,
Está a gaivota que plaina,
Faz seu voo rasante e fisga,
Faz nascer um peixe voador,
Lá vai ele em seu voo único,
Para depois morrer um peixe nadador,
§
Perdidos
em diagramações
multidões e
acúmulos de
bens.
§
Foge, tu
que és
peregrino
Sacia-te,
do vento
que hoje
Terás
Não tenha medo das tempestades. O mesmo vento que arranca as pétalas das flores é o que espalha o seu perfume pelo ar.
VENTO NA PRIMAVERA
O vento suave soprava em meu rosto,
Assim foi o que senti e pensei
Mas eram as tuas carícias
Foi aí que te beijei !
Nos amamos entre sussurros e abraços
Nossos corpos unidos de amor suado
Enquanto esquiva pelo céu de tua boca
Surfavas , nas ondas de meu corpo,
Me deixando louca !
E nessa loucura, fostes a primavera,
Transformada em ventos suaves de amor ;
Massageando minh'alma, com aroma de flor!
Tatuando em meu coração
O fogo de uma paixão !
São lembranças da primavera,
O vento soprando amor em min'alma
trazendo cheiro das flores de palma !
Vai; Colhe o perfume de tua quimera,
coração recheado de calma,
o aroma de flor, misturado com canela !
Senti a melodia do vento soprando na pele, e o simples murmurar deste vento, aplacou o escaldar de um verão inteiro.
Me dê um sussurro, suave como o vento que carrega segredos. Me dê um sinal, algo que eu possa guardar quando a distância nos separar. Me dê um beijo, o último, cheio de tudo que fomos, antes que as palavras "adeus" rompam o que resta do nosso momento.
Chora o vento num acorde monótono... E vai adiante e leva as palavras e cala-se... E de repente não fica mais do que o silêncio... Assim também chora a triste Lola por coisas distantes. E tudo vira um horizonte sem luz por um instante! Em teus devaneios febris uma vaga lembrança parece querer sorrir ao longe. - Mas parece que esta são tardes sem manhãs! Outrora o mundo era pequeno e o coração imenso. O tempo passa e chega a noite sem avisar...Vendo passar diminuto em seus olhos, como vultos ligeiros, amores antigos... Olhando pela janela aberta na madrugada, ouvindo o barulho das águas do mar, tentando superar amarguras tão fundas que lentamente querem ceifar a luz de fogo em que um dia à sua morna esperança o amor acendeu... Palpitam seus doirados seios entre leves e doloridos suspiro...E de repente, não mais que de repente um pálido sorriso!... E da varanda de seu dormitório atira o mal fadado anel às águas ondulantes e frias! Então uma lágrima perdida rola sobre a sua perfumada face e a bela e sofrida moça salta desesperada e aflita como um pássaro louco, cego e sem asas fazendo flutuar pelo ar seus ecos no instante fatal da queda bruta ao chocar-se com os cruéis rochedos!... - Heis que jaz debaixo do céu nu e tranquilo sob a luz do luar a formosa moça que um dia ousou sonhar!...
O vento comunica na dispersão de harmonizar polaridades, traz vida e leva possibilidade de novas formas para todos seres vivos. O alento divino em todas direções, a pisada que levanta poeira e move, move para criar na sua invisibilidade, mas que nos permite sentir num frescor de alma sentida, ornamentada. Não para, segue-se movendo, transformando toda lividez.
O estado de flor é o momento em que a natureza sussurra segredos, desabrochando em cores e perfumes que dançam autenticamente ao sabor do vento.
O hálito da lua toca a face
Em plaino leito de pura luz
A noite calma cela o enlace
Nos raios do Sol que lhe conduz
E segue no meio das flores
Dembaraçando fios de beleza
Em meio ao cipó cheio de cores
Com asas de grande leveza
Soando como sino de vento
O tempo tem a própria lei
Esquece o espaço e o tempo
O destino tenta outra vez
Coisa do vento
A rede balança
Sem ninguém dentro
Meu corpo está oco, não encontro sentimentos
Eu estou podre por dentro..
