Textos sobre a Morte
A discussão sobre a morte
Falamos da morte como inexorável,
às vezes tentando ignorar
sua postura austera,
intransigente, inquebrantável...
Não há entre os homens vivos
nem entre os mortos, entre sábios ou tolos
alguém que saiba responder,
além de delírios ou hipóteses
o que é a morte, nem o que lhe segue,
qual sua verdadeira causa ou intenção...
Poetas e pensadores, não raro a descrevem,
arriscam seus palpites, outros falam em tese:
“a morte é o fim de tudo, ou início de nada.”
a sonhos e a pesadelos se atribui teorias,
doutrinas bem intencionadas...
a morte poderia ser, mas ela não é
não há Por vir, nem De vir,
tudo é abismo e talvez....
Mas se a vida ignorasse a morte,
se não houvesse pesar nem temor,
físico, metafísico ou moral?
A morte não seria o que é
nem o que não é...
a morte é apenas uma rima
que o homem tenta decifrar...
mas lhe falta tempo, espaço e sorte.
Evan do Carmo
Entre o amor e a morte
A beleza da natureza nunca morre,
Ela nasce em outro lugar mais atraente.
Assim como um amor que acaba,
E se transporta para outro coração certamente!
Morremos aos poucos durante a caminhada,
Mas ainda há muito que viver nesta estrada.
A morte busca findar com a nossa vida,
E quanto ao amor, ele é um segredo eterno!
A morte será inevitável, nós passaremos por ela...
Ninguém sairá vivo dessa empreitada chamada vida.
Mas não menospreze a força maior do amor,
Que transpassa essa dimensão e devolve a vida.
O importante ficou na lembrança da mente,
Bons momentos não podem ser apagados...
Estar de luto não deve ser algo permanente,
Ao expressar a tristeza, deixa os sonhos alados...
CONSCIÊNCIA DA MORTE
A morte cega e sem vida
especializou-se em matar
e sem amor...
perambula pelas peripécias da paixão
extermina com a esperança
e anda desiludida com o futuro
e ainda é especialista
em parar as válvulas do coração.
A morte perdeu o calor
desinteiriçou pelo viver
e despediu a felicidade.
A morte molha-se em lagrima
com o silencio forçado
e vaga pela fragrância da flor...
Aprontando atrocidades
ela camuflou o prazer
e semeou o tal horror.
Pra uns...
a morte causa dor e desespero
Para outros a morte traz felicidade.
A morte sempre soube...
Que, todavia, é o caminho de volta
Só o viver nunca se deu conta...
Que a vida, é a estrada da ida.
Antonio Montes
Século XXI
A minha maior tristeza foi à morte da moralidade,
Neste século adiantado de democracia e vaidade.
Houve desmoronamento de toda nossa integridade,
A população está em pavor, sofre a grande sociedade.
Sentimento comum de valor básico e profundidade,
Combate com muito fervor essa tal modernidade.
Esses grupos se unem para destruir com profundidade,
O povo que luta contra eles, numa linda fraternidade.
Acusam os seus contrários com a rude elasticidade,
Diz ser o povo insignificante e cheio de incapacidade.
Vivem digladiando com muita firmeza e mutabilidade.
Eles não têm princípios, nem tão pouco a legitimidade.
Não pensam no bem do povo, só vive de popularidade,
Hipnotiza a grande massa com mentiras e liberalidade.
Mas vai tomar o tiro de misericórdia esta bestialidade,
Que acredita nada perder nesta cruel e fria oportunidade.
Sinto alguns medos
Não por mim
dei de frente com a morte
Algumas vezes
E, feliz ou infelizmente
Até agora ela optou
por me deixar aqui
Eu sinto medo
de segredos
Guardados nos corações humanos
Alguns deles
Legítimos antros de falsidade
Escondendo planos que
Se ocultos não fossem
Revelariam
Toda sorte
da sua ausência de humanidade
Não tenho o menor medo
da Justiça de Deus
Não tenho medo de leões
Nem de crises
Nem de trabalho
Não tenho medo de não ser feliz
O que me assusta de verdade
São certos atalhos
Que o mal sempre nos revela
E que a maioria ignora
Mas aos olhos de gente ruim
Lugares assim
São verdadeiros oásis
onde vão
beber e abrir as asas
Quando asas lhes dão
Acredite
Existe neste mundo
Muitas pessoas assim
E seus voos
Apesar de efêmeros
e tão baixos quanto o seu caráter
Muitas vezes
Causam estragos imensos
Antes
Que a sua maldade os consuma
Meu medo daquilo que é mal
é que muita gente se compraz
Outros acham bom
E querem fazer igual
Eu sinto medo porque
Isso acaba se tornando banal
E todo mundo se acostuma
Pois
A gente sempre encontra
gente assim.
Edson Ricardo Paiva
A MORTE CHEGA, QUANDO NÃO ESPERAMOS
NINGUÉM ESPERA MORRER, DEIXAR O CORPO OU APAGAR PARA SEMPRE
DEIXAR NOSSO CORPO, O CASULO QUE NOS SERVIU COMO CASA, QUE FOI NOSSA IDENTIDADE, QUE CRESCEU, ENGORDOU EMAGRECEU E PENSÁVAMOS QUE ERA NOSSO, E É BOM AGRADECE-LO POR TER SIDO TÃO NOSSO, SUPER VIDA SUPER HUMANO! SUPER MÁQUINA ORGÂNICA E FUNCIONAL MARAVILHOSA, TÃO MINHA, TÃO SUA, NOSSA.
TABUA DE CARNE
Tabua de carne...
Abre alas para o tempero da morte
A qual, todavia se oferece
para fazer dos seus adversários
seres tenebrosos e fortes.
Ali se debruçam em peças para serem
talhadas por golpes de pulsos firmes,
suados e sedentos de sangue...
Ali seres simples são cutilados pelo
poder da ganancia; insaciável dimensão
todavia despencando pelos mesmos poderes
Poderes que com suas laminas frias e afiadas...
semeiam suas mensagens terminais.
Tabuas de carne afago de, o penúltimo partir
ceifadeira de singelas vidas,
é uma peste seu empestear por aqui.
No ultimo tremor do momento final do existir
sobre aqueles mórbidos segundos,
o erro se enche de duvidas
dividindo a sepulcral partida
com os erros errados da vida.
Antonio Montes
A Luta Nao Pode Esperar
Crônica baseada na morte do estudante de Matemática da UFG, Guilherme Silva Neto de 20 anos.
Por Josielly Rarunny
Imagine um jovem alternativo e revolucionário, desses que defende suas crenças, capaz de lutar até a morte. Literalmente.
Guilherme saiu numa manhã de quarta feira após uma briga com o pai, motivada pelo estilo do rapaz, causas sociais e políticas que Guilherme defendia.
O pai, engenheiro de 60 anos, conservador e depressivo não aceitava as atitudes do filho. Proibiu Guilherme de participar da tal reintegração de posse que ocupava universidades e lutava contra as propostas da PEC 241.
Discutiram. Discutiram feio por sinal. Dessas discussões onde se ouve gritos, xingamentos e ameaças. Saíram cada um para um lado.
Guilherme deu as costas e foi a luta.
Que a luta não pode esperar.
Quem sabe ele foi cantando a canção de protesto de Vandré.
Pra não dizer que não falei das flores.
A mãe na sala ao lado ouvia a discussão.
Em oração repreendia e preferiu não interferir.
Vai saber o que se passa no coração de uma mãe.
Aquela dor recolhida, aquele choro engolido, uma aflição que parece não ter fim. Um anseio de ver a paz reinando no almoço em família do dia seguinte.
Um almoço que não acontecerá mais.
O pai tinha o tempo de esfriar a cabeça ou sacar uma arma.
Advinha o que ele fez.
Voltou para casa.
Encontrou apenas aflição e oração em forma de mãe.
O filho não estava mais. Encontrou Guilherme numa praça perto de casa e disparou contra o filho quatro vezes. Houve tumulto e gritaria.
Guilherme conseguiu correr, mas o pai alcançou o filho e com mais disparos o matou.
E com o mesmo tempo que ele levou para sacar a arma, debruçou sobre o corpo do filho, talvez arrependido da besteira feita. Não quis ficar e lutar contra a justiça social e brasileira.
Que por sua vez nem é tão severa assim.
Preferiu antecipar o julgamento e a justiça divina.
Guilherme deu as costas e foi a luta.
Que a luta não pode esperar.
Quem sabe ele foi cantando a canção de protesto de Vandré.
Pra não dizer que não falei das flores.
Ninguém sabe, ninguém ouviu falar.
O que todos sabem é que ele foi.
Infelizmente, pra nunca mais voltar.
Morte prematura
Ouço gritos sem direção,
Mensageiro da agonia...
No fogo queima toda ilusão,
Desenhada pela jovem vida.
Soprou o espírito seus desejos,
Um cheiro suave e doce.
Destino cruel atravessou-lhe o caminho,
Trazendo a morte para interrompê-lo.
Um corpo nu sobre o mármore branco,
Expõe toda juventude desperdiçada.
O vazio das flores que vão murchando,
Traz o eco da voz embargada!
Sobre a rocha trilhou sua estrada,
O calor do fogo não lhe queima,
Seus sonhos foram momentos loucos,
Hoje se encontrará com o que Reina.
A morte nos choca!
A morte nos deixa perguntas sem respostas.
Dói na carne, dói no coração.
A morte para alguns é o fim, para outros o início.
Quem nos consola nesta hora?
Por mais que tenhamos religião, por mais que acreditemos na vida eterna, é difícil.
Uma distância, um abismo que nos separa.
Não ver, não ouvir, não mais tocar.
A morte é uma separação eterna para quem fica.
Lembranças, momentos...saudade
Agradecer a Deus pelo convívio nesta vida!
Morte e o Tempo.
Perantes todas as grandezas da vida, a mais dolorida é a morte, morte esta que vem sem avisar e leva de nós pessoas que amamos, pessoas que conhecemos, amigos e familiares, pessoas estas que às vezes nem conhecemos ou até fazemos pouco caso delas, mas como a morte é engraçada e perspicaz chega sem bater, entra sem avisar,tira sem pedir e ainda nos deixa um vazio infinito que mesmo que quiséssemos preenchê-la com qualquer coisa, que o mundo possa nos oferecer não teria nada que pudesse preenchê-la, então o pedido e o apelo que nos resta é aquele que emana do coração já que o passado não volta, futuro não temos e o hoje ainda não acabou, ...por isso ame mais, abrace mais, ouça mais, fale mais pois não sabemos quanto tempo temos para respirar, vale a pena lembrar que a vida é curta demais…
A avareza e a ganância garantem aos maninhos uma morte de desfrute. Poderão gritar a dor dos apegos, sentir a fetidez da putrefação do corpo.
Ninguém garante a Luz ao Espírito, a não ser as ações de luz do próprio espirito.
Almas tolas criam correntes atadas a escuridão , sofrimento e dor.
Morte te faço um pedido
Peço pra morrer em serviço
Desprezo o dia e a hora
Suplico apenas pela forma.
Que seja heroicamente!
Afogado numa enchente
Socorrendo minha gente
Asfixiado por fumaça
Doando oxigênio de meu recipiente
Soterrado nos escombros
Buscando sobreviventes
Queimado num incêndio
Protegendo inocentes
Sou Bombeiro
Pelo destino forjado
O pedido já foi feito
Esperando apenas o chamado.
Sobre a morte:
A única certeza que temos é que um dia vamos todos morrer. Mas como seguir sem o filho que se foi? Porque a ordem dos fatos foi invertida? Porque tinha que ser o meu filho? Essas são algumas perguntas que ficaram martelando em minha cabeça por um bom tempo. Depois que ele partiu, tudo mudou, é doloroso demais perder alguém, imagine um filho; mas eu tinha que seguir, pois tenho mais duas filhas; às vezes era como se eu flutuasse, era como se eu estivesse vagando entre o céu e a terra a procura dele... E o silêncio que ficou... Após a partida, tinham pessoas queridas ao meu lado, mas depois que todos se foram eu me senti completamente órfã...
(órfã de mãe, órfã de pai e agora eu era uma mãe órfã)
A maior impotência que eu vivenciei. Eram tantas perguntas... Como transformar a dor em saudade? Tem como a saudade ser bonita? Será que algum dia eu vou compreender a morte? Eu ia morrendo um pouco também a cada dia... Eu queria morrer! Mas e as outras filhas que ficaram...? A dor só piorava com o passar dos dias... E quando alguém dizia “A vida continua, você precisa reagir” minha vontade era sumir... Como a minha vida poderia seguir sem meu filho? Precisei buscar forças onde nem eu sabia que existia, me isolei, mudei de cidade, mas nada disso adiantou, me vi ali sem chão, sem saída, então tive que encarar a dor, vivenciar a partida, chorar nos pés de nosso Senhor, e Ele me resgatou do fundo do poço, me colocou de pé, me mostrou o caminho, e se eu não podia ficar falando o tempo todo de minha dor, então eu ia escrever sobre ela.
Sobre: “Os Meus Dias Sem Ele”
''O Meu Filho vai sempre viver em mim''
Autora: Marta Souza
07/08/2015
tanto momentos que se passaram,
em minhas memorias sua face...
me lembra a morte me beijando,
envolta em sangue deixei tudo para te amar,
sois a vida que levei um templo
do qual ouvi notas tão baixas,
que senti seu coração...
cantar meu nome...
por décadas chamei todos....
para contemplar seu amor,
em chamas que abranda a solidão
de eras que me apaixonei...
Que seja forte,
que seja a morte,
que queime como o fogo
mas que marque,
que seja e esteja,
que mostre o quanto arde.
Que seja o oceano e o piano,
o inacabado e o não dito,
que seja a canção de Urano,
as estrelas,
infinito.
Que seja furacão,
trovão e
tormenta,
que traga tudo que restar,
mesmo depois da erupção,
da catástrofe mais violenta.
E que nunca seja terra,
nunca seja serra,
nasci para a guerra
e só nela posso dançar.
Lance sobre mim as quatro sensações;
seja a quinta.
Nunca deixe a calmaria me alcançar.
CORTEJO
De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada
Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado
Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada
Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
A morte invadiu a minha casa,
invadiu a minha vida e levou o meu coração.
Meu amor, minha vida, minha história,
o que fazer agora? O ar que respiro ficou pesado, meus olhos são poços d'água...
Meus dias são vazios e minhas noites solidão.
Por mais que eu procure, não encontro explicação. Olho para o mundo e vejo que ele acabou só pra mim.
A Morte
Engraçado, né? Quando ela chega não há nada a fazer. A gente se choca, chora, grita, pergunta por quê? Mas no fundo sabemos, chegou o fim.
Não há idade para esse encontro, e egoísta que só eu e ela, eu querendo ficar e ela querendo que eu vá. Sinto que por mais que eu tenha onde me apegar, grudar e me jogar no chão e fazer birra, como era quando criança, não tem jeito, ela as vezes vence.
Quando isso acontece o adeus aos nossos amores é inevitável!
Para Anderson Moraes
ATÉ A MORTE CHEGAR
Demétrio Sena, Magé.
Conheci muita gente com cara de nada;
sem nenhuma expressão de qualquer sentimento;
não havia momento, repente, mudança,
um registro da alma na flor da expressão...
Vi pessoas talhadas pra serem assim
ante a dor, o contento, a vontade, a repulsa,
no começo, no fim ou no meio do caos,
nas expectativas e nas descobertas...
Muita gente parece de bronze ou de gesso,
reza um terço imutável que nunca termina,
deixa o mundo girar e não cai do suporte...
Vejo rostos em branco, sem nenhuma pauta,
só a falta da falta que que a vida não faz
nessa paz de quem morre até que a morte chegue...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp