Coleção pessoal de bittencourtlarissa

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⁠Moreno

Rosto empalidecido
olhos negros,
lábios finos, porém sedentos
fontes do amor calmo e embevecido,
ele se move sereno
As melodias entoadas pelo violão,
entram como gaivotas pela janela,
livres,
porém enraivecidas
querem a liberdade de poder enfeitar o céu num desenho definido,
infinito, que se perde...
Se fitar-me o olhar pela noite,
eu me derreto,
me esfacelo,
perdida no encanto dos seus olhos é que me encontro,
destemida
pois já descobri que lá é onde pouso e vou instituir o meu lar
sem medo,
eu vi a sua imagem, refletida
em mim
como n'um espelho,
E, sem receio algum ou dúvida,
me reconheço.

Pobre menina,
Mergulhada na própria arrogância
Esquece que o mundo é grande demais para pequenos pensamentos e desejos tão mesquinhos
Esquece que acima dela está o imenso céu azul
Infinito e incomensurável

Ela gosta da melodia que toca em sua cabeça,
Embora repetitiva, sem sentido e pouco usual
Essa melodia é um sentimento,
E é isso que a faz amá-la

Pobre menina,
Cansada de verem esquecerem seu nome
Uma das coisas mais banais e simples que a difere

Seus sonhos descansam,
Estão de molho enquanto os desafios a atropelam, seguidamente
E a voz que ela gostaria de escutar
Não ressoa
Apenas ecoa no fundo da mente

Esquece que a saudade que chega por vezes tão dolorida
É só pra florir no peito
A primavera de uma lembrança que ficou esquecida

Insuficiente

A planta, a flor,
que não cresceu,
O suficiente
Não deu frutos,
O suficiente
Não perfumou o jardim,
O suficiente.
Insuficiente

E era pra ser a rosa vermelha,
A Margarida,
A orquídea,
Mas nasceu logo uma flor pouco conhecida
Cheia de espinhos
Imperfeitamente

Que não era pra ser aquela, e sim outra
Não era pra estar aqui hoje, mas amanhã
Não nesta tarde,
Inconveniente
Inapropriada

E a flor que outrora tivesse tanta beleza para oferecer, tanto aroma para perfumar e pólen para conceber
Foi perdendo pouco a pouco cada pétala por não ser
Aquilo que era pra ela ser
Tudo o que esperavam no quintal
A floricultura e o jardim florido que anunciaram no jornal
Logo ela resistiu e veio muito cedo a perecer.

A poesia que encanta
Tão doce e terna
Está nos seus cabelos
Nas ondas que envolvem suas madeixas e protegem seus pensamentos

A poesia que há
Está no seu sorriso
Que às vezes se manifesta
Timidamente se apresenta, dá as caras
E depois se esconde, às pressas

A poesia que há
Mora no seu olhar
O brilho quando abrimos as cortinas e que enfeitam as janelas

A poesia que há
Está aqui, acolá
Numa memória importante
Numa saudade distorcida
Do que se foi e nunca mais será
Porque vem a mudança como uma maré forte que renova o lar
Traz boas novas
Instaura-se como uma âncora para navegar

O que é felicidade

De tanto procurar
- A busca incansável
A gente esquece de olhar pra felicidade que tá bem do nosso lado
Singela
Calma
Discreta
Despretensiosa
Simples
Serena

E por ser, assim, tão humilde
Muitos idealizam
Fantasiam além
O que foge às definições mais sinceras e óbvias
Uma descrição tão honesta, mas tão rara
E por ir com tanta sede na fonte,
Não encontramos água

Essa menina
de braços curtos
quer abraçar o mundo
De pernas longas
usadas pra correr rápido e fugir de seus medos
Essas mãos calejadas de tanto dar a não a quem necessita e ser golpeada tantas vezes da vida
Essa dor não nomeada, sem fim
Essa saudade nunca se sabe do quê
Vão dando espaço a um grande número de perguntas eternas e sem resposta
Sem saber que o que às vezes o melhor a fazer é se calar
Diante do passado - dolorido
Do presente - que se apresenta
Do futuro - que anuncia. E amedronta também

Quando há muito espaço pra solidão, o silêncio sim é nosso verdadeiro companheiro
Nos mostra caminhos antes jamais desbravados na nossa mente arrogante e barulhenta

E assim, vou enxugando os olhos, recolhendo todos os papéis, copos quebrados e vestígios de comida que restaram no chão
Limpo as minhas gavetas
Cantando, abro a janela para um mundo
Novo
Tão colorido e esperando por alguém que veja que ele ainda está ali
Um universo tão vasto de plantas, cores, desejos, prédios, lampejos e possibilidades esperando ansiosamente por ser verdadeiramente apreciado, desfrutado
Em todas as suas nuances

Uma porta jamais se fecha, nem se abre
Há o sentimento por trás que empurra
Existem as suas mãos ou a sua voz que sabe bater e chamar por uma nova oportunidade
Há beleza onde não se pode ver
Há autenticidade e valor no imperfeito - e isto é o mais importante
Quando vão aprender
Talvez seja só questão de não viver refém das vontades
Escutar essa voz tão potente e distante que grita bem no fundo
No silêncio - valioso - da sua alma, entregando - de bandeja - a verdade.
Me ensinaram que o silêncio é o nosso maior mestre sábio.

O mundo é grande demais
Mas não te cabe
Não cabe seus pensamentos
Não cabe dentro de nós

A mente é grande
Mas não cabe as palavras pra expressar quão tamanho é o meu descontentamento

Meu coração é vasto
Porém, quase não cabe meus sonhos

E vivemos nesse mundo
Pequeno demais pra nós
O dia é curto e as horas passam rápido
Não cabe o tempo
Ninguém tem tempo
Não sabemos o que aconteceu pra todo mundo ser assim
Esqueceram de como tocar a vida como quem toca a viola
No ritmo
Primorosamente
Parece que o maestro esqueceu de reger a sinfonia tocada essa manhã

A vida é até gostosa
Mas eu não tô a fim de pagar o preço
É preciso provar os frutos amargos primeiro
Até chegar no doce da fruta
É preciso viver sem medo
Como não sentir medo?
Não tem como
É preciso saber domar o medo
Bota-lo pra correr na nossa frente
Seguir adiante
Mesmo com a sombra dele aterrorizante que nos persegue e caminha ao nosso lado
Há sempre a luz pra nos guiar

Custo a acreditar que tudo nessa vida pra se ter tem que ter um custo
Eu me gasto assim só de pensar
Meus pés já estão gastos de tanto andar
Por caminhos que não levam a lugar nenhum
Círculo vicioso
Dói demais esse mundo
vazio
Oco
Saudade do amor desinteressado
E será mesmo que ele já existiu?
Será que o ser mais evoluído vai dizer que o conheceu?
Já o experimentou?
Afeto despretensioso
Afago que jamais sentiu
Amanhecer majestoso
Da noite, o sol se despediu
Mas, a luz quero sempre sentir batendo em meu rosto
Seja na claridade do dia ou na escuridão do anoitecer
O brilho do mundo que nunca mais se viu

Perdi a minha essência
Em algum lugar e ainda não encontrei
Talvez tão cedo não a verei
ou verei apenas quando o sol se por

Ainda não é primavera,
Mas, eu sou uma flor,
que desabrocha a cada instante
E os tormentos da tempestade estão me ensinando a renascer,
Me tornando mais forte
E a água que cai fortalece cada vez mais as minhas raízes
Isso alimenta a minha alma que contra toda e qualquer adversidade resiste

Enquanto isso, sinto um pouco o que é ser jovem
Bebo um pouco da fonte da juventude
Antes que o trem das onze a leve para a estação mais próxima
E a luz serena e pueril que brilha no meu olhar se mude
Dê um lugar a um olhar solitário, enrugado e triste

Você perde tempo, aliás boa parte da sua vida, sonhando sonhos que não são seus, lutando batalhas que não são suas, imaginando situações que nunca irão acontecer por sentir medos que na verdade não fazem parte de você, pois não representa sua essência, e isso é o que te faz se sentir perdido.

Antigamente, as pessoas se preocupavam mais sobre a reação que as outras teriam caso ouvissem as opiniões negativas que tinham a respeito delas e preferiam falar pelas costas, não que seja bom falar pelas costas, é que antes havia um senso pela dor e mágoa do outro. Hoje em dia nem se preocupam mais se falam na presença do outro, se vão escutar ou não, de modo que não se preocupam se suas palavras irão machucar ou não, se o que disserem irá causar alguma ferida. Vivemos a era onde há menos empatia entre os seres, no tocante à comunicação e interação cotidiana, numa sociedade tecnológica em que as telas deveriam aproximar e não distanciar.

Amar-se e amar ao outro desarma qualquer pessoa

Não é necessariamente o seu nível de inteligência que fará você se destacar entre as outras pessoas, mas sim o tamanho da sua vontade de aprender e de transformar o mundo usando aquilo que voce tem, independentemente do
potencial que você possui.

Sou completa
Nasci completa
Já perdi mas já recuperei todas as minhas pétalas
O que me cerca não me intimida
Só me guia para um caminho melhor
O aprendizado me ronda em cada passo do meu caminhar
Levo comigo todas as minhas fantasias e sonhos que um dia hei de realizar
Que importa o pesar
Se o sol nasce todos os dias e os pássaros sempre ficam a cantar
O mundo gira e continua, mas não sai do lugar
Só eu que sigo sempre em frente e não posso mais parar

Carta para futuro/passado amor não vivido

Querido amor,
Ser bonita exige muitos artifícios
Será que é muita presunção minha querer que você consiga perceber algo de bonito em mim no meio da multidão, apesar de não usar nada disso?
Querer que você me ame mesmo aterrada nos meus defeitos, imperfeições, nos meus próprios devaneios sem sentido?
Estou como um tesouro escondido e talvez você terá que cavar bastante para encontrar
Para descobrir as pérolas que há em mim
Para conhecer um pouco do meu mundo, os meus castelos de areia construídos, pois não deixo qualquer um entrar
Ao meu redor os portões são altos e estão trancados
Será que haverá em você paciência para me descobrir ou você irá fugir, antes do amanhecer?
Mesmo que no amor a compaixão e o entendimento sejam certos, os temporais sempre chegam e levam consigo as alegrias, rasgam as memórias, deixam somente as doces lembranças numa caixa
Você irá me amar ainda assim?
Será que você vai suportar minhas manias, minhas compulsões, minhas fraquezas, minhas falhas, meus comportamentos inadequados, totalmente não aceitos pela sociedade?
Querido amor, será que você pode chegar de mansinho, sem chegar do nada e tomar bruscamente a minha alma, sem roubar meu coração, levando-o pra sempre e deixando-o partido?
Será esse o terrível castigo sonhar contigo sem saber se um dia irei te conhecer, mesmo no fundo já sabendo que não, que é impossível.

Meu caro leitor, sem drama
É tranquilo,
pois há pessoas que não são feitas para amar
Amar e viver especificamente esse tipo de amor
E isto é compreendido.

Menina soturna
Guarda a alegria no canto da alma
Ela desabrocha como uma flor e se abre
Nas estações e fases certas
Com quem entende
Um caminho sinuoso até o seu coração
Batidas que torturam até a imensidão
Mas o amor que existe dentro cura qualquer desilusão
Do tamanho do mundo

Manhã de outono

A chuva que cai suavemente molhando as almas que carecem de purificação
lentamente buscam as almas perdidas para inundar seu coração
Nessa doce e suave manhã de outono
Umedecem as árvores antes tão mortas
Agora tão verdes e firmes
Se regozijam de alegria
As folhas velhas se perdem no chão e buscam seu próprio caminho
Enquanto as novas vão brotando gradativamente no intenso, leve e sutil desencadear dos anos
Pouco a pouco
Anjos cantam um cântico bucólico no coração da floresta secretamente envolvendo com ternura o cativante ar desse momento
Ao passo que durante tudo isso,
Observo melancolicamente pela janela do quarto a solidão que atinge os nossos seres paulatinamente
sem roubar a paz que um momento como esse traz aos nossos íntimos
Resguardando e guardando a saudade do que ficou
O ar frio e clima seco que percorre todo o ambiente vai invadindo esse espaço vazio nas ruas que ninguém preenche, mas todos passam por ele, silenciosamente
Sem dizer nada
Como se não existisse
Mas ele sempre esteve ali
E a beleza do céu nublado, o canto dos pássaros é o que enfeita e ressalta ainda mais a beleza dos dias tristes
Que sofrem por eles mesmos serem assim
Mas que fazem parte e às vezes tomam toda a tarde,
a sala de estar que habitam
Sem fazer alarde
Melancolia também é vida
Melancolia também é arte

Sensações

Eu gosto do orvalho da manhã que surge com o brilho do sol cortando suavemente a escuridão da noite

Mas, também, tenho paixão pelos fins de tarde que colorem melancolicamente o horizonte com um doce e alaranjado degradê

Impossível não falar e sentir o quão é hipnotizante e inebriante as estrelas que reluzem no céu durante o escurecer

Entretanto, nada é mais valioso e cativante do que o anúncio da chegada do despontar de um novo amanhecer

Não adianta querer abraçar o mundo se você não consegue acolher a você mesma e lidar com os seus próprios problemas.

Não busque a verdadeira alegria nas coisas terrenas e externas como fama, status social, aparência, elogios e tudo aquilo que preenche seu ego, porque tudo isso é passageiro. Buscai alegria nas coisas que elevam o espírito, no que vem de dentro, no que enriquece a mente, a alma, isto é, buscai alegria em tudo o que enche o seu coração, e serás feliz, pois tudo isso é eterno e não depende, não é advindo da boa vontade de outras pessoas.