Eu voltei pra casa, O coração tão... Sara Cindy S.L.

Eu voltei pra casa,
O coração tão longe de mim,
A vida tão apagada
Como a própria morte.
Que seja um pássaro
Que seja um homem
A dor na grama era evidente em ambos e me dilacerou da mesma forma.
Acho que a gente vai aprendendo
A saborear a força, o gosto de algumas comidas ruins como jiló.
Só porque de alguma forma é preciso
O nutriente que ela tem,
Ou o gosto ruim precisa contrastar
Por um motivo que só Deus poderia explicar...
A Gente não gosta de falar de percursos e de chegadas
E de fins, mas o que fazer no cenário
Onde se sangra e onde aparentemente se foi a vida?
Sangrar, inventar o ar.
E como a gente chorava quando se machucava lá no casebre,
E saía correndo,
Chamando mamãe.
Agora a gente prende a respiração
E sente o suor brotar do rosto de tanta dor, mas aguenta calado.
Na esperança de sermos cobertos por um bálsamo.
Enquanto nos invadia a esperança do canto, Abraçada com Levi
Era possível senti-lo tremer
Tamanha era sua dor.
tão grande, refletia em mim.
Até porque eu odeio saber que ele sofre.
Mesmo com todas as palavras
Com todo amor, Eu disse a ele que o único fim infindável
É o que eu sinto por ele.
O ninho onde há proteção
Alimento e amor
Prevalecerá
Estando vazio,
Estando habitado,
Estando presente,
À algumas quadras,
Algumas estradas...
Infelizmente não se ouvirá o canto daquele pássaro.
Mas se ouvirá o canto da esperança sobrevoando sobre as nossas vidas,
E o amanhã é tão surpreendente, mas
Esperamos como prévia certeza a dor.
Eu engano todo o quadro de impossibilidades,
E transformo na mais linda realidade.

Gratidão nas folhas desse diário
Tão seu como meu,
cantante como um canário
Poemas como nosso abecedário
Hahaha perfume de jaca no meu armário.
Amém.
Paciente como patins no paralelepípedo.
Amo você, for ever...