Textos de Ausência
Hoje, enquanto escrevo, sinto uma mistura de sentimentos e reflexões sobre o caminho que percorri até aqui. A ausência do meu pai sempre deixou um vazio que, por vezes, parece difícil de preencher. Em momentos de alegria, naqueles em que eu gostaria de compartilhar conquistas e desafios, sinto falta do apoio e da orientação que ele poderia ter me dado.
No entanto, também aprendi a valorizar a força que essa ausência me trouxe. Com cada obstáculo que enfrentei, descobri uma resiliência dentro de mim que não sabia que existia. Você, que está vivendo agora, deve ter encarado muitos desafios, mas espero que tenha aprendido a transformar a dor em aprendizado e a saudade em motivação.
É importante lembrar que, mesmo na falta, existem outras fontes de amor e apoio ao nosso redor. Amigos, familiares e outras figuras que se tornaram pilares em nossa vida. Espero que você tenha sabido reconhecer e valorizar essas relações.
Sei que o caminho nem sempre foi fácil, mas confio que você se tornou uma pessoa forte e empática. Que você aprendeu a ser o pai que sempre sonhou ser, ou o amigo que sempre desejou ter. Que, apesar das cicatrizes, você encontrou maneiras de criar um futuro cheio de amor e esperança.
A vida é uma jornada repleta de aprendizados, e espero que você tenha abraçado cada um deles. Continue a buscar a felicidade e a construir relacionamentos significativos, sempre lembrando que, mesmo na ausência, o amor pode se manifestar de muitas formas.
Com carinho,
Você do passado.
Ventos brotam de todos os lugares, flores crescem em cada estação. Sinto cheiros, vejo vozes, escuto silêncio e em meio a tudo isso teu rosto escupido em mim. Sem palavras, sem presença...mas te vejo: na saudade, na vontade, no desejo que incendeia minhas lembranças e nas memórias que te faz presente. É um rosto oculto, distante...mais consigo em pensamentos te transportar do passado para o presente.
Tua ausência me persegue, me segue em noites quentes ou frias, em tardes nubladas ou ensolaradas em madrugadas geladas.
Música trás teu nome, exala teu cheiro, adormece e me faz sonhar !
Me troco, me mudo, me transformo, me invento, recrio, renasço e vivo você.
"O amor não tem nome "
O que me toma ,
O que me leva pelas mãos
Um suspiro
Um sorriso
Um cuidado diferente
Os seus carinhos
Que fazem se ausentar de mim
Aquela dor presente
Quando se expande
De dentro pra fora
Formou-se um contorno perfeito
Das minhas imperfeições
Sendo assim um medo
Oxidante,pelas minhas narinas
Ao estender-me
As suas e tão singelas
Lindas mãos
ESPERANÇA
Sou pássaro.
Voo longe... Nas ideias, nas distâncias, nas ausências...
E sempre pouso ao teu lado
E mesmo quando viajo para longe, quando dias longos distante fico; É para teus braços que volto, é em teu ninho que descanso, mesmo achando tantos outros pelos meus caminhos. É sobre seus cuidados que recupero as minhas asas quebradiças e em teu colo macio que curo o meu cansaço...
E assim como todo e qualquer pássaro preciso voar... Necessito sentir a brisa entre minhas asas e perceber minhas penas tremendo com o vento, me levando para longe.
Mantenha a serenidade... Mantenha a calma, amado meu
Pois logo volto!
Sempre amor meu, sempre volto!
E de repente, quando vi, meu pássaro voou p’ra longe e se foi...
Foi ser feliz, foi viver, foi recarregar suas forças longe de mim.
Lá longe, num lugar onde ficam meus sonhos, onde sempre povoou meu imaginário...
E eu fiquei imaginando que meu pássaro levou meu coração junto.
Torcendo para que, antes de voar bem alto, tenha deixado um pedacinho dele naquele santuário escondido, secreto. Perto daquela singela arvore, com aquele chão de pedra um tanto empoeirado, onde ainda jaz o seu outro coração, bem ao lado daquelas flores que com todo cuidado meu pássaro deixou!
Esperando que meu pássaro volte lá p’ra me buscar! Quem sabe? E se ele esquecer?
E de tanto gostar, quem sabe até amar; decidi por bem deixar meu pássaro voar. Sei que ele tinha que ir... Por que também sou um! E eu o entendo...
Por isso, minha amada, que decidi deixar-te e esperar você voltar p’ra mim.
E embora minha vontade seja de voar até ti, vou deixar você decidir quando vai querer me encontrar.
Mesmo correndo o risco de nunca mais em mim você pousar. Porque você é livre para escolher se é comigo que irá repousar. Imaginando que esteja me levando junto também!
Então de longe, fico imaginando meu pássaro! Batendo suas asas, essas asas tremendo com o vento e levando-o p’ra longe... E no meio dessa minha inquietação, surge um sorriso nos lábios; porque meu pássaro, lá longe, está feliz!
Então o que fazer? Como dessa saudade me curar?
Esperar...
E ter esperança que aquele pássaro decida, mesmo sendo singelo, que seja nesse ninho, nesse abrigo, que ele queira ficar...
Caminho sem pegadas
Crescer sem pai é caminhar sem sombra,
sem a voz que orienta nas noites de dúvida,
sem a mão firme que segura na queda,
sem o olhar que aprova, que acolhe.
É aprender a ser forte antes da hora,
sentir o peso do mundo com as próprias mãos,
e buscar nos próprios passos
um caminho onde nunca houve pegadas.
Na ausência de um abraço, a alma se encontra,
fazendo de si mesma um abrigo seguro,
mas no silêncio, o coração pergunta:
onde estava o pai, quando o mundo se fez tão grande?
O amor é tão lindo.
Vi este amor na minha mãe.
Que nunca deu-me o amor, e nunca mostrou -me o amor.
Se o amor é tão lindo como a minha mãe, mostrou -me ,
Neste exato momento
Estaria com a minha mãe e o meu pai.
A falta da minha mãe , e o meu pai,
Mostrou -me a malícia disfarçada em amor nas pessoas.
Morada da Saudade
Saudade, dor que castiga,
Silenciosa, cruel, imprecisa,
Se agarra à alma, intrusa antiga,
E ninguém ouve minha brisa.
Grito alto, ninguém escuta,
É lamento que o vento carrega,
Coração sangra, a dor é bruta,
Na noite fria, a esperança nega.
Rasga o peito, faz morada,
Deixa em mim ferida aberta,
E a solidão, sempre calada,
Se torna a visita mais certa.
Por que me tomas, sentimento vil?
Levas a paz e me deixas assim...
Traz de volta o amor sutil,
Que era luz no meu jardim.
Quando a Noite Cai
Quando a noite cai
e o frio desce devagar,
vem com ele a angústia —
silenciosa,
sutil,
letal.
Quando o frio me visita,
sinto falta do teu calor,
aquele que apagava
toda dor,
todo medo,
toda solidão.
Quando percebo tua ausência
no eco da casa vazia,
bebo tuas palavras guardadas,
e nelas,
me cura a poesia.
Quando olho ao redor
e não te encontro,
as lembranças surgem —
nítidas, quentes,
com o gosto do nosso
último beijo.
E quando tudo silencia,
até o tempo se recolhe…
Fecho os olhos —
e, inevitavelmente,
é em ti
que meu pensamento dorme.
Era uma vez um quase-amor. Intenso, confuso, bonito… mas mal vivido. Não faltava sentimento — faltava coragem. Ela amava com presença, ele respondia com ausência. E nesse vai e vem, perderam um ao outro sem nunca terem se tido por inteiro.
Ela foi embora pra se proteger. Ele ficou, tentando disfarçar saudade com distrações. No fim, o que restou foi silêncio onde havia conexão, e um “poderia ter sido” que pesa mais que qualquer adeus.
Contei-lhe minha história e para ti fiz nascer poemas...
Coração solto em terra ímpia a florescer...
Da ilusão por mim criada só tive algemas...
Onde aprendi a sofrer...
Todas as portas já cerradas...
Todas as ruas vazias...
Vejo as estrelas a chorar...
E até, quem diria...
Não é mais bela a lua...
É só uma luz fria...
No jardim das almas...
Ninguém acompanha meu caminhar...
Saudade ou aspiração?
Deixei minhas virtudes cair ao chão...
Cansei de tanto oferecer...
Do que não há de voltar...
Do tempo que há de chegar...
Castigo inexpiável...
Tamanho é meu parecer...
Para ter meus sonhos realizados...
A quem devo obedecer?
Para quê a busca das coisas?
Quando por fim tudo acaba?
Valerá a luta da conquista...
Onde ainda se crê e se ama ainda?
Sim, é certo...
Quem eu amo...
Agora zomba e ri do meu amor…
Em tudo o que fiz pus o cuidado...
Será possível mesmo o fim de tudo?
Restando-me só ausência e dor?
Sandro Paschoal Nogueira
Se eu pudesse falar com a dor,
não começaria gritando.
Falaria baixinho,
como quem já entendeu
que ela só escuta quando a gente para de resistir.
Perguntaria por que chegou sem aviso,
por que se espalha por dentro
mesmo quando tento manter tudo no lugar.
Diria que já entendi suas lições,
que já senti fundo o que precisava sentir,
mas que agora…
já é hora de partir.
Se eu pudesse falar com a dor,
confessaria que ela me moldou,
me virou do avesso,
me rasgou pra que eu pudesse nascer de novo.
Mas também diria que estou cansada.
Cansada de conviver com a ausência,
com o silêncio que grita,
com as perguntas sem resposta.
E se ela me perguntasse se a quero longe,
eu responderia:
quero que vá.
Mas que leve com ela
apenas o que já não serve,
e deixe o que me fez mais forte.
Porque se eu pudesse falar com a dor,
diria com firmeza:
você me ensinou.
Mas eu sou muito mais
do que aquilo que me feriu.
Se você não vem,
tudo bem!
Se você não fica,
nem se manifesta,
nem grita,
tudo bem!
Já me acostumei...
e o sol ainda brilha,
pássaros cantam,
borboletas voam,
e tudo permanece como é.
Idas e vindas,
sons e silêncio,
minha mente flutua,
sol e mar,
e tudo permanece como está.
Saudade: a medida secreta do amor
Teus olhos, agora estrelas,
não brilham menos por estarem distantes.
São vigias do meu sono,
um farol que ilumina a noite longa.
Tua voz é sussurro no vento,
um segredo guardado nas folhas secas,
canta memórias nos cantos esquecidos do dia,
um eco que não se apaga,
uma melodia que insiste em ficar.
A saudade não pede licença,
entra sem bater na porta.
Sons, cheiros, risos:
tudo rompe o silêncio da sala.
É o amor que ficou,
pedaços teus que não souberam partir,
estilhaços da tua presença,
que agora moram na ausência.
Sentir saudade é um pacto,
uma entrega,
o ensaio da presença que já não volta.
Dizer "sinto saudades de você"
é confessar: "eu te amo ainda".
A ausência é cheia demais,
carrega teu cheiro, tua risada,
o peso do que não foi embora.
Saudade é régua,
a medida secreta do amor,
o peso e a prova de tudo o que fomos.
Tesouro que o tempo não apaga,
que a ausência não rouba.
Saudade é o amor que persiste,
um grito surdo que ecoa,
buscando-te em cada esquina do tempo.
Se o amor é âncora,
a saudade é barco à deriva.
Navega sempre em busca do que perdeu.
Nem tanto ao mar,
nem tanto à rocha:
foi no equilíbrio das ondas
que minha saudade ancorou
no porto invisível do meu coração.
Versos tecidos no silêncio
Quantas horas leva alguém para se tornar expert em um assunto?
Foram milhares as horas que dediquei ao meu silêncio.
Hoje, é a língua na qual possuo maior fluência.
Aprendi a escutar o tempo,
a respirar o compasso de cada segundo.
Ao respeitar sua dança, percebi:
o silêncio não é ausência,
mas uma fonte infinita de compreensão.
No silêncio, as palavras ganham novos contornos,
como se cada sílaba fosse esculpida pela quietude.
A ausência de som cria melodias invisíveis,
e os sentimentos nascem, livres,
sem a limitação da fala.
Uma sinfonia espacial.
Descobri que, quando a boca cala,
outros sentidos florescem.
Os olhos traduzem o que os lábios calam,
o olfato beija o tato,
e os ouvidos, ah, eles leem o murmúrio do mundo.
Na quietude, encontrei a língua do sentir.
Foi assim que fiz poesias com meus sentidos.
Ser fiel a si mesmo é o primeiro passo para não se perder no outro. Quando quem amamos não está, percebemos o quanto a vida é dura — e curta. Esperar finais felizes parece ingênuo diante da realidade que insiste em nos quebrar.
Mas há força na dor. As partes que se quebram revelam quem realmente somos. A ausência do outro escancara a necessidade de presença de si. E quando dizemos “nunca mais”, talvez estejamos, enfim, dizendo “agora, sim” — para nós mesmos.
A importância do seu ato
para mim, está na possibilidade
de que eu possa sofrer as consequências dele,
portanto, o que venhas fazer para
agradar-me,
que seja feito enquanto eu esteja por aqui.
Para que eu possa usufruir ou ignorar,
agradecer ou repudiar, pois
na minha ausência ele não tem sentido.
Quando alguém morre, quase sempre as pessoas tem algo de bom a dizer sobre este alguém. Pode também alguém ter o mau gosto de falar algo mau sobre quem se foi em um momento de luto. A morte tem a saudade como efeito colateral. De repente uma vida termina. Muitas vezes, uma biografia é ceifada no apogeu. Lares em luto e uma ferida de ausência que só vai se prolongar por quem lhe tinha verdadeiro afeto.
A dor, agora, é de quem o(a) amou e ficou.
Quando eu me for farei falta? Que falta faria a minha vida? Serei exaltada ou criticada? A minha ausência pode ou não provocar dor, mas o mais importante é refletir sobre minha presença agora.
E sigo viva sem saber até quando questionando-me: qual o significado da existência?
"Morrer é inevitável; viver bem é uma arte diária."
Por favor, se importe em vida.
HERESIA
Te engulo como quem já morreu de fome. Com os olhos cerrados na vertigem do teu cheiro. Te tomo como anjo que escolhe cair não por pecado, mas por desejo de habitar tua alma, como quem entra sem pedir licença, nu de si mesmo.
Sou ausência que arde sob tua pele. Memória do toque mesmo sem o toque. O silêncio entre nós virou idioma. E tua respiração, confissão.
Cometemos a heresia da carne como quem reza com o corpo. Sem culpa. Sem o peso dos que condenam.
Te envolvo sendo, às vezes febre, às vezes brisa. Num abraço onde o mundo silencia e só resta esse instante: nós. Em transe. Em verdade. Em tudo que não nos cabe.
Se há uma força nisso, é aquela que dilacera e acalma. Que fere com ternura. Que transforma a heresia do desejo carnal em uma forma de permanecer, mesmo quando os corpos se afastam.
Augusto Silva
" Não se iluda, a felicidade, está nas coisas simples
no pacote de pipoca, no beijo roubado, no olhar carinhoso
às vezes vemos relacionamentos que apenas sugam um ao outro, deixando na maquiagem o vulto de um amor
mas ele estará na flor colhida no campo, no beijo sem hora marcada, no balanço das mãos dadas
não me iludo com gestos prontos, detalhes preparados, com a matemática no amor. Ele é apenas troca, cumplicidade,simplicidade e desejo...
" Não foi eu quem te elegeu rainha
pois que minha alma te fez soberana
e tendo ficado o tempo todo
nunca alguém se fez maior
não foi somente o corpo que desejou
foram sensações maiores que o próprio desejo
e ficaram, não por acaso ou beleza
mas sim por um misto de tanta coisa
quisera eu ser alheio ao que sente o coração
e tudo seria tão mais fácil
entretanto há algo que ainda pulsa
e não posso dizer que é apenas vida
decifrar esse conjunto de sentimentos é surreal
pois sei o nada que há na estância da possibilidade
sim, mais que um simples encantamento
sigo tendo a certeza de que o que sinto é de fato o tal amor....
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