Rzorpa

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As palavras são como o amor
...uma coisa séria.
Mesmo quando entre lábios brincam...

há no silêncio que o mar enjeita
um segredo que constante abriga.
há um amor, que por mudo amar
enxuga o olhar, que tão alto grita

o amor é uma semente.
e o inverno, só a fortalece
não dura sempre...

Inserida por mariajoaodumas

imaginar a solidão deste sol, pôr-se
sem a contemplação dos teus olhos.
Imagina a aflição do mar, nos meus...

Inserida por mariajoaodumas

sei que sou, um desequilibrado.
não penso sobre o desequilíbrio
mas escrevo para me equilibrar.

Inserida por mariajoaodumas

melhor dizer sim, ainda que não.
senão não entenderias
ainda que voltasses a nascer
ou quem sabe, eu morreria
antes que pudesses entender...

porque não é falta de inteligência
é pior(muito pior): é falta de poesia...

Inserida por mariajoaodumas

penumbrava-me lúbrico
naquele lusco-fusco lascivo
num penumbrar dormente

impreciso e difuso
talvez morresse...
talvez brilhasse, céu escuro.

Inserida por mariajoaodumas

Viram-se. e foi de repente.
da poesia fez-se a vontade
do silêncio se fez espanto
e do instante, a eternidade.

e foram sem medo, os laços
no sem cansaço dos dias
e do amor, inesperadamente
a surpresa que não lhes cabia

e de repente a tempestade.
e a poesia foi para sempre
e do espanto se fez pranto
e do instante, a saudade...

Inserida por mariajoaodumas

as nossas verdades
são como as outras:
periclitantes...

Inserida por mariajoaodumas

na antecâmera da perdição
mora sempre uma tentação
assim, como todo o abismo
precisa do derradeiro passo

Inserida por mariajoaodumas

O coração é como o amor
de olhos abertos ou fechados
ele vai...
sem saber se é certo, se é errado
ou se um dia, chorará a dor...

Inserida por mariajoaodumas

nada nem ninguém
fará de mim mais amado
do que sentir que o meu amor
faz voar alguém…

Inserida por mariajoaodumas

ela trazia o sol no olhar
e o luar quando sorria.
e eu...
nunca mais soube do chão.

aprendi então, a caminhar
sobre um rio que dela nascia
que se abre sobre o mar...

onde corro e toco salpicos
como se a chuva me tocasse

e como gaiato que vive do ar
espero que me olhe e sorria.
e ganho o dia...
...ganho o sol e o luar.

Inserida por mariajoaodumas

todo o mendigo é ateu.
eu sou mendigo
não tenho fé, só tenho fome.

Inserida por mariajoaodumas

O que separa o inicio da descida
do inicio da subida, é a esperança.
A subida é metade do caminho
a descida é o dobro da distância.

Inserida por mariajoaodumas

Só sei daquilo que sinto.
no resto não sou, nem existo.
nada sei, do que não sinto
nem dos lugares onde não estou.

Inserida por mariajoaodumas

há sempre algo, para além do ver-se
o que para além do verde, é espanto
e tanto, que só sentindo pode ter-se.

como se cada cor custasse doer-se...
de que valeria a dor, sem sentirmos
se só sentindo faz do Ser, ser-se...?!

e no entanto, sentir-te é o espanto
o acalanto que de tumulto se veste
esta esperança... este supor-te...!

Inserida por mariajoaodumas

No hálito fremente das luzes
sei-me dançando um dia
uma melodia que não me lembre.

Sei da noite, uma chuva fria
de corpo sei, um fumo quente

sei dos olhos, nos meus
a alma nua

sei da boca, perdida
os sabores e recantos
sei das sombras e sei do espanto

e na seiva, segredo lua
onde rubra, a vontade queima

Sei de ti, que não esquecerei
sei da melodia que não me lembro
que noite dentro, um dia
dançaremos juntos, eu sei

Inserida por mariajoaodumas

No sonho que contigo sonho...?...

há no leito em que meu peito se deita
um - chega-te a mim - sem receio
uma unção, de perfumes feita
um tocar como boca, suave beijo.

nesse peito, que leito me abraça
mora um desejo fecundo de mim
que amiúde me ajeita, desvelo laça
de um jeito, que meu peito
se deita e ama, sem acordar no fim.

Inserida por mariajoaodumas

se bastar um olhar
que a outro se abrace
um sorriso
que largo, o beijo peça…

se for pressa, esse feitiço

de um certo jeito de beijar
uma certa urgência de amar
um cego vício, fragrância
desejo pele, possuir

então, paciência
eu vou ter que ir…

como um rio, que novo nasce
num jeito louco de amar
num jeito simples de ser.

e talvez porque sim
o paraíso no inferno
amar, seja assim

o amor para se viver
a dor para se chorar
e tudo o resto seja
aquilo que deus quiser.

Inserida por mariajoaodumas

no olhar onde fundo me perco
há um laço que abraço me lança.
indomável onda, de brasas me cerco
dessa alma, que inquieta me canta

É no verso, desse mar que avanço
que ardo, no mesmo passo que danço.
alardo chama, incêndio me faço
abraço, velejo, entre vagas balanço

é dia, é noite, nesse vira e mexe
nessa dança que o vira não cansa
nesse mexe, que sem aviso cresce

e é lá, onde mãos nem chão preciso
nesse tecido, que em mim se tece
que valso, paixão navego perdido.

Inserida por mariajoaodumas

há um horizonte de linhas verticais, manto
onde, no querer de quem quer tanto
mora uma pressa a que não resisto

uma pressa líquida de poder tocar-te
gasoso ser-te, ébrio vicio

num intenso verde, suave colar-te
à esperança, de num imenso abraço ter-te

sem medo, desta urgência
que me faz pressa
nesta ânsia impressa
na sede dos dias de ausência

espero beber-te, pele, desassossego
este sem medo todo e sem pressa
quem sabe num dia, que o tempo não meça
o poder olhar-te, assim para sempre

Inserida por mariajoaodumas

não, não há tristeza sem senão
mas há um certo ar, não resisto
um inverno arrepio de verão
que na beleza, sempre existe

não sei se olhar, se expressão
se por dentro um traço-esguio
só sei de um certo ar, perdição
um se-me-toca, estou perdido

um marejar raro e persistente
um quero fugir, mas não consigo
haja quem, ar-tão-assim, aguente

mas se, eternamente, o belo existe
que a perdição seja permanente
mas a tristeza, nem sempre triste.

Inserida por mariajoaodumas

Se saudades muitas
De mim tiveres
Muitas, de insuportáveis mesmo
Que pelo tamanho, de tão grandes
De teu peito irrompam

Tantas
Que de brasas pareçam ser
As mãos que me toquem
Os lábios que me percorram
Os olhos que me fitem
Fogo desmesurado em mim

Se for tudo assim
Tudo tão grande
Fogo que se expande
Serei eu, enfim...

Inserida por mariajoaodumas


a melhor parte de ti ausente
é poder sentir-te
é ter-te como te sinto iminente
a um passo de mim respirar-te

é como num trilho seguir-te
em suaves tons tocar-te
da boca ao ventre inventar-te
na exuberância das cores possuir-te

como lubrica a noite é de repente
a um suspiro que ai se evapora
sinto este corpo gemido e dormente

sem tempo sem culpa ou demora
ter-te assim tão iminente
nesta ausência que me devora

Inserida por mariajoaodumas