Tag poeira
Dor é uma coisa meio estranha, quando chega faz tanto barulho que parece que vai nos enlouquecer, depois vai se acomodando dentro da gente, vai ficando quietinha, silenciosa, até que um dia vira só poeira sobre a lápide da memória.
Sacuda a poeira quando sair de uma casa negativa e durma com uma consciência tranquila para que o pó não se acumule no travesseiro de seus sonhos.
No espelho dos teus olhos, Maria…
- bem-te-vis -
estradas de terra,
planícies de espinhos,
poeira suspensa,
... e só.
No voar dos teus cabelos, Maria...
-suiriris-
cancelas sem trancas,
peões com boiadas,
arames farpados,
...e só.
No vermelho dos teus lábios, Maria....
-colibris-
trovões de verão,
rajadas de vento,
uivando em meu peito,
...sem dó.
LUSTRO FUSCO
Porque será que tem que ser assim
O que era eterno vai chegando ao fim
E as culpas recíprocas têm mão só
Sem compreensão que desate o nó
Com poeira em cima do que ali brilhou
Tardia faxina que já expirou
Disputas tolas em tudo complica
Que coisa estranha no vazio que fica
Se n'algum tempo tudo foi tão pleno
Duro aprendizado: plano terreno!
Sinto saudade daquele tempo em que o ar era puro, a brisa era leve e transparente, o cheiro doce do verde preenchia o ambiente, e as noites quentes eram perfumadas pela dama-da-noite. Agora, tudo o que vejo é um dia tingido de cinza, coberto de poeira. Não sinto mais a brisa, apenas um odor estranho no ar. Me pergunto: será que o mundo se transformou em um grande latão de lixo? Temo que o pior ainda está por vir.
Está provado: o universo é extremamente hostil à vida. Ainda assim, mesmo sem as condições ideais, o homem se fez apenas com fragmentos das substâncias do espaço. Talvez seja essa a razão de nossa conexão com os céus; lá, vislumbramos nossa própria essência, como poeira de estrelas.
A humanidade é o milagre! Somos a própria teima.
Se choro
Se eu choro
Choro porque quero regar teu caminho
Molhar teu rosto
Baixar a poeira
Que o verão intensificou.
Sou o bem
A terra molhada
Que pisas forte
E nem ouve
E nem sente
Que eu sou tua estrada.
VIVER A VIDA COM INTENSIDADE
AUTORA: Profª Lourdes Duarte
O presente é como deveria ser
Ou será que o destino traçou as linhas
Somos todos viajantes de uma jornada cósmica
Poeira de estrelas, girando e dançando nesse universo
Ou simplesmente criaturas de Deus Supremo.
A terra segue o seu curso dos dias e das noites
E a nossa existência é transitória e passageira
Mas é esta a vida que deve ser vivida
Construindo passo a passo a nossa história.
Não duvide do valor da vida
Viva com intensidade e veja a vida florescer
Mas duvide de tudo que compromete a felicidade
Duvide da falta de amor, do egoísmo, do desprazer...
Renda-se a vida e viva o presente
O futuro só a Deus pertence
Viva sua vida sem medo de arriscar
Arrisque-se, lute e seja feliz
Seja alegre e prolongue a vida
Viva o hoje sem pensar no ontem
Sempre com os olhos no amanhã
E no horizonte que surge.
Se vai dar certo ou não, o importante é tentar.
Seja feliz enquanto há tempo
Pois o amanhã é uma incógnita e quem sabe!
Não tenhas que recolher pedras no caminho
E deixou desperdiçar o que há de mais importante,
O dia de hoje, a vida!
Quando um dia eu for poeira e for a minha despedida, tratem-me da mesma maneira que me trataram nesta vida.
Quantos versos escrevi
sobre a saudades que de ti senti?
Perdi a conta...
infinito de ponta a ponta.
Hoje passou...
o amor que era acabou
Virou poeira no vento...
não há em mim de ti um único pensamento.
Hoje minha única saudades é do que contigo não vivi.
Pó... poeira no ar
Por que segregas?
Por que classificas?
Achas que assim o fazendo
melhor tu ficas?
Não, não és o melhor...
Tampouco o pior.
És tu igual...
a todos os teus iguais...
És simples (?) molécula.
És parte do todo...
e como tu... assim são todos.
O oxigênio que estás a respirar...
é o mesmo que há bilhões de anos
a Terra está a rodear.
És tu só mais um respirante.
Um mero passante...
Solitário caminhante...
Desse velho oxigênio...
só mais um sugante.
E segues altivo...
Num eterno separar, apartar... segregar... isolar...
A inspirar... expirar... inspirar... expirar...
Inutilmente... se pensares bem.
Nem todo o esforço do mundo
Vai evitar... que, como todos os outros,
Tu vires poeira no ar.
Unido a todos os outros a eternidade tu vais passar.
Poeira estelar.
Céu noturno
Pra onde se dirige meu olhar.
E fico a me perguntar: de que partícula sou... como aqui vim chegar?
Mergulho profundamente nos processos cósmicos que moldam este mundo...
Vou em busca de respostas...
E vou até o fundo.
Chego à minha raiz – nuvens cósmicas gigantes... as nebulosas.
Entrelaçaram-se elas num balé cósmico.
Chegam a um frenesi sem igual.
Explodem numa explosão fenomenal.
Olho o céu noturno.
Em busca do meu passado.
E repito sempre palavras que em algum lugar li: “eu, universo de átomos, um átomo no Universo”.
É estranho estar aqui agora simplesmente a fazer disso versos.