Lino de Albergaria

Encontrados 11 pensamentos de Lino de Albergaria

⁠Quase não falava mais. À mesa, com a unha, tentava descolar o desenho impresso na toalha. Para onde seus pensamentos fugiam?

Inserida por linodealbergaria

⁠Meu pai me entregava silhuetas de caubóis que ele desenhava e recortava. Não me interessavam muito os caubóis. Gostava mais de ver meu pai brincando.

Inserida por linodealbergaria

⁠ Pelas rotas da seda ou das especiarias caminham o lucro, a ganância, a doença e as guerras. No seu rastro crescem, além da opulência, a história, o pensamento, a ciência e a arte.

Inserida por linodealbergaria

⁠Gagárin contou que a Terra era azul. Não tem como esquecer. O planeta, ao longe, parece tão sutil quanto o lençol de mar que o recobre. Espelho do céu, abraça a pedra dura de nossa casa.

Inserida por linodealbergaria

⁠Raso nas beiradas, no meio profundo, o lago onde as lembranças dormem se move na lentidão de seus fluxos e marolas. Se chove forte, reage e transborda. Depois se recolhe, criando a praia seca que toma as margens. Até se dissolver na turvação que a névoa espalha.

Inserida por linodealbergaria

⁠A escola tem o cheiro do couro da pasta. Lá dentro, as fichas recortadas do Livro de Lili. A menina do cartaz. A pergunta tola, tola: “Vocês gostam de doce?”. No final da aula, as histórias contadas em capítulos. Para sempre esquecidas. Só Lili insiste: “Vocês gostam de doce?”.

Inserida por linodealbergaria

⁠Como as lições não se completam, o aluno não alcança o todo. Nem o amante, humano e inábil, assimila o amor.

Inserida por linodealbergaria

⁠Como podem ser cruéis as mães que não amam. Mesmo atabalhoado, o afeto da minha perdura e me basta.

Inserida por linodealbergaria

⁠Os livros guardam histórias, esperanças e intrigas. Na imensa biblioteca, o cofre fechado de Pandora protege, no recôndito de suas páginas, o silente repouso da serpente.

Inserida por linodealbergaria

⁠A loja de brinquedos velhos em Paris não é limpa há séculos. Bonecas encardidas de roupinhas remendadas, comboios com seus vagões amassados. Dolentes e suaves assombrações. Companhia de crianças que há muito desapareceram. Por que paro e olho a vitrine?

Inserida por linodealbergaria

⁠Na manhã ainda fria, a teia é menos pegajosa. Gotas de orvalho refletem o sol na dissimulada armadilha.

Inserida por linodealbergaria