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Não deve supor-se antinatural que a alma ressoe com os gritos da carne. A voz da carne diz: não se deve sofrer fome, a sede e o frio. E é difícil para a alma opor-se; antes, é perigoso para ela não escutar a prescrição da natureza, em virtude da sua exigência inata de bastar-se a si própria.
Fiquei sozinha no meio da rua, apagando todas as suas palavras de meus contatos.
Em estado de loucura, querendo me vingar, de quem? Quem seria o culpado, por você não me amar? Quem poderia defender uma causa clandestina, transgressora dos deveres morais? Quem? Quem ouviria o grito e a dor de uma pecadora, arrebatada ao chão por suas próprias e míseras traduções afetivas.
Há momentos que me dá vontade de gritar, então grito...
Há momentos que me dá vontade de chorar, então choro...
Há momentos que me dá vontade de correr, então corro...
Mas nem sempre é assim, pois há momentos que me dá vontade de desistir da bondade, então me recuso e não desisto, digo para mim mesmo, jamais, jamais e sigo em frente praticando o bem...
Jamais espere meu grito de socorro. Ele não virá...
Mas escute minha ausência de sorrisos...
Este é o sinal.
Pedir para eu tomar uma sopa sem fazer aquele prazeroso e habitual barulhinho. É o mesmo que pedir para não gritar, quando a Seleção Brasileira faz um gol.
Eu procuro por mim tal qual o poeta procura nas palavras o desejo ardente de exteriorizar o grito de sua alma.
grito diante meus demônios que nunca se calaram...
dilacero minha carne em busca um consolo...
aonde a um vazio enorme... tento não sentir medo
mas apenas é o fascino diante o obscuro sentido...
O silêncio muitas vezes pode ser para aqueles que não entendem uma forma de calar-se, para outros um grito ensurdecedor, e ainda existem aqueles que contemplam o silêncio. Deve ainda haver outras formas de ver, sentir, e perceber o silêncio;
Sempre que ouvia um grito, ela percorria oceanos para o encontrar e tentar calar. Mas quando ela gritou ninguém se importou em vir ajudar.
Por vivermos num mundo de intrincadas conexões, as nossas escolhas tem um impacto sobre nós, aqueles que nos rodeiam e até mesmo os que virão depois de nós.Quando conseguimos criar essa imagem mental, notamos que cada
escolha carrega o peso da eternidade.
Gostamos de falar da luz divina, mas tentamos ocultar os nossos pecados com justificativas, a preferida é: Ele me fez assim. Ousamos transferir os nossos pecados ao próprio Deus, nem mesmo Adão e Eva foram tão longe.
Amamos em verdade e espírito quando acreditar nele não nos traz nenhum benefício, quando a Sua ausência não consegue mais nos assustar pois “sentimos” a Sua respiração suspensa.
A vantagem do cristão não está na sua saúde, mas em conhecer e aceitar a sua doença. O tratamento proposto pelo “hospital” não é um processo de cura instantânea. É um método que começa agora e só terminará na eternidade. Quem se recusar continuará eternamente doente.
Há filmes, livros, pinturas, músicas, florestas e paisagens que são itinerários espirituais por onde passeia o sopro do Espírito de Deus.
Quando o cristianismo tenta se adaptar a cultura, ele tende a transbordar para fora da sua existência. Torna-se um parasita do verdadeiro cristianismo, atraindo algumas pessoas, mas não transformando vidas.
Não minimizo a famosa frase “Deus é amor”. Sou totalmente
dependente desse amor. Mas, eu amo Deus? Se continuar acariciando os meus pecados, eu não O amo. Se não confronto e enfrento os meus pecados, preferindo afagá-los debaixo do edredom da misericórdia, recostado no travesseiro da graça sobre o aconchegante colchão do amor de Deus, não estou demonstrando que O amo, mas que utilizo o amor de Deus para justificar a minha perversidade.
O escândalo do cristianismo é que existe apenas um caminho. A boa notícia é que, apesar de toda a nossa teimosia, egoísmo e pecado, ainda há um caminho.
Muitos sermões são ofertados como se a igreja fosse um restaurante que deve conquistar o paladar dos seus clientes. Não precisamos de clérigos semeando frases de autoajuda; sacerdotes se portando como animadores de
auditório; reverendos motivando a auto satisfação ou fiéis se auto justificando no mantra do “Deus é amor”.
Precisamos de homens e mulheres trilhando o caminho da
transformação. Não devo aprender a amar mais a mim mesmo, mas a morrer para que Cristo viva em mim. Não quero a cumplicidade com os meus pecados, mas a luta diária para vencê-los. Não quero o cobertor elétrico sobre os meus erros, mas o inverno asfixiante derrubando todas as folhas com as quais me cubro.
O invisível não pode ser apreendido no visível. Na verdade o visível é a sombra de uma realidade maior que está além do limitado alcance da nossa visão.